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1 Caro aluno O Hexag Medicina é, desde 2010, referência na preparação pré-vestibular de candidatos às melhores universidades do Brasil. Ao elaborar o seu Sistema de Ensino, o Hexag Medicina considerou como principal diferen- cial em relação aos concorrentes sua exclusiva metodologia em período integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. Você está recebendo o livro Estudo Orientado. Com o objetivo de verificar se você aprendeu os conteúdos estudados, este material apresenta nove categorias de exercícios: • Aprendizagem: exercícios introdutórios de múltipla escolha para iniciar o processo de fixa- ção da matéria dada em aula. • Fixação: exercícios de múltipla escolha que apresentam um grau de dificuldade médio, buscando a consolidação do aprendizado. • Complementar: exercícios de múltipla escolha com alto grau de dificuldade. • Dissertativo: exercícios dissertativos seguindo a forma da segunda fase dos principais ves- tibulares do Brasil. • Enem: exercícios que abordam a aplicação de conhecimentos em situações do cotidiano, preparando o aluno para esse tipo de exame. • Objetivas (Unesp, Fuvest, Unicamp e Unifesp): exercícios de múltipla escolha das universi- dades públicas de São Paulo. • Dissertativas (Unesp, Fuvest, Unicamp e Unifesp): exercícios dissertativos da segunda fase das universidades públicas de São Paulo • Uerj (exame de qualificação): exercícios de múltipla escolha que possibilitam a consolida- ção do aprendizado para o vestibular da Uerj. • Uerj (exame discursivo): exercícios dissertativos que possibilitam a consolidação do apren- dizado para o vestibular da Uerj. Visando a um melhor planejamento dos seus estudos, os livros de Estudo Orientado rece- berão o encarte Guia de Códigos Hierárquicos, que mostra, com prático e rápido manuseio, a que conteúdo do livro teórico corresponde cada questão. Esse formato vai auxiliá-lo a diagnosticar em quais assuntos você encontra mais dificuldade. Essa é uma inovação do material didático 2020. Sempre moderno e completo, trata-se de um grande aliado para seu sucesso nos vestibulares. Bons estudos! Herlan Fellini 2 SUMÁRIO ENTRE LETRAS GRAMÁTICA LITERATURA Aulas 17 e 18: Numerais, preposições e interjeições 4 Aulas 19 e 20: Conjunções 17 Aulas 21 e 22: Período simples: termos essenciais 44 Aulas 23 e 24: Período simples: termos integrantes 62 Aulas 25 e 26: Período simples: termos acessórios 79 Aulas 17 e 18: Arcadismo no Brasil e nativismo épico 100 Aulas 19 e 20: Romantismo em Portugal 118 Aulas 21 e 22: Romantismo no Brasil: três fases da poesia 129 Aulas 23 e 24: Romantismo no Brasil: prosa romântica 149 Aulas 25 e 26: Realismo e Naturalismo em Portugal 166 3 GRAMÁTICA 4 NUMERAIS, PREPOSIÇÕES E INTERJEIÇÕES COMPETÊNCIAS: 1, 6 e 8 HABILIDADES: 1, 2, 3, 18 e 27 AULAS 17 E 18 E.O. APRENDIZAGEM TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: A terra dos meninos pelados Havia um menino diferente dos outros meninos: tinha o olho direito preto, o esquerdo azul e a cabeça pelada. Os vizinhos mangavam dele e gritavam: – Ó pelado! Tanto gritaram que ele se acostumou, achou o apelido certo, deu para se assinar a carvão, nas paredes: Dr. Raimundo Pelado. Era de bom gênio e não se zangava; mas os garotos dos arredores fugiam ao vê-lo, escondiam-se por detrás das árvores da rua, mudavam a voz e perguntavam que fim tinham levado os cabe- los dele. Raimundo entristecia e fechava o olho direito. Quando o *aperreavam demais, aborrecia-se, fechava o olho esquerdo. E a cara ficava toda escura. Não tendo com quem entender-se, Raimundo Pelado falava só, e os outros pensavam que ele estava malucando. Estava nada! Conversava sozinho e desenhava na calçada coisas maravilhosas do país de Tatipirun, onde não há cabelos e as pessoas têm um olho preto e outro azul. RAMOS, GRACILIANO. ALEXANDRE E OUTROS HERÓIS. RIO DE JANEIRO: RECORD, 1987, P. 104. * aperreavam – chateavam. 1. (G1 - cp2) Qual das alternativas a seguir poderia subs- tituir a interjeição sublinhada em “Ó pelado!” (2.˚ pa- rágrafo)? a) Urgh. b) Ah. c) Ei. d) Ui. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: <HTTP://TINYURL.COM/HV2R4HP> ACESSO EM: 06.09.2016. ORIGINAL COLORIDO. 2. (G1 - cps 2017) As palavras “sete”, “fome” e “cola- bore”, em destaque no cartaz, podem ser classificadas, correta e respectivamente, nas classes gramaticais a) artigo, substantivo e adjetivo. b) artigo, adjetivo e substantivo. c) numeral, preposição e verbo. d) numeral, advérbio e conjunção. e) numeral, substantivo e verbo. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o texto de Jacques Fux para responder à(s) ques- tão(ões). Literatura e Matemática Letras e números costumam ser vistos como símbolos opostos, correspondentes a sistemas de pensamento e linguagens com- pletamente diferentes e, muitas vezes, incomunicáveis. Essa perspectiva, no entanto, foi muitas vezes recusada pela própria literatura, que em diversas ocasiões valeu-se de elementos e pensamentos matemáticos como forma de melhor explorar sua potencialidade e de amplificar suas possibilidades criativas. A utilização da matemática no campo literário se dá por meio das diversas estruturas e rigores, mas também através da apre- sentação, reflexão e transformação em matéria narrativa de pro- blemas de ordem lógica. Nenhuma leitura é única: o texto, por si só, não diz nada; ele só vai produzir sentido no momento em que há a recepção por parte do leitor. A matemática pode, também, potencializar o texto, tornando ainda mais amplo o seu campo de leituras possíveis a partir de regras ou restrições. Muitas passagens de Alice no País das Maravilhas e Alice através do espelho, de Lewis Carroll, estão repletas de enigmas e pro- blemas que até os dias de hoje permitem aos leitores múltiplas interpretações. Edgar Allan Poe é outro escritor a construir perso- nagens que utilizam exaustivamente a lógica matemática como instrumento para a resolução dos enigmas propostos. Explorar as relações entre literatura e matemática é resgatar o romantismo grego da possibilidade do encontro de todas as ci- ências. É fazer uma viagem pelo mundo das letras e dos núme- ros, da literatura comparada e das ficções e romances de diversos autores que beberam (e continuarão bebendo) de diversas e po- tenciais fontes científicas, poéticas e matemáticas. <HTTP://TINYURL.COM/H9Z7JOT > ACESSO EM: 17.08.2016. ADAPTADO. 3. (Fatec 2017) No trecho “correspondentes a sistemas de pensamento e linguagens”, a palavra destacada é a) um artigo definido feminino que concorda com o substantivo sistemas. 5 b) um pronome possessivo referente ao substantivo pensamento. c) uma conjugação no presente do indicativo para o verbo haver. d) uma preposição regida pelo adjetivo correspondentes. e) um adjetivo para destacar o advérbio linguagens. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O BOM HUMOR FAZ BEM PARA SAÚDE O bom humor é, antes de tudo, a expressão de que o corpo está bem POR FÁBIO PEIXOTO “Procure ver o lado bom das coisas ruins.” Essa frase poderia estar em qualquer livro de auto-ajuda ou parecer um conselho bobo de um mestre de artes marciais saído de algum filme ruim. Mas, segundo os especialistas que estudam o humor a sério, tra- ta-se do maior segredo para viver bem. (...) O bom humor é, antes de tudo, a expressão de que o corpo está bem. Ele depende de fatores físicos e culturais e varia de acordo com a personalidade e a formação de cada um. Mas, mesmo sendo o resultado de uma combinação de ingredientes, pode ser ajudado com uma visão otimista do mundo. “Um indivíduo bem-humorado sofre menos porque produz mais endorfina, um hormônio que relaxa”, diz o clínico geral Antônio Carlos Lopes, da Universidade Federal de São Paulo. Mais do que isso: a en- dorfina aumenta a tendência de ter bom humor. Ou seja, quanto mais bem-humorado você está, maior o seu bem-estar e, conse- quentemente, mais bem-humorado você fica. Eis aqui um círculo virtuoso, que Lopes prefere chamar de “feedback positivo”.A en- dorfina também controla a pressão sanguínea, melhora o sono e o desempenho sexual. (Agora você se interessou, né?) Mas, mesmo que não houvesse tantos benefícios no bom hu- mor, os efeitos do mau humor sobre o corpo já seriam suficientes para justificar uma busca incessante de motivos para ficar feliz. Novamente Lopes explica por quê: “O indivíduo mal-humorado fica angustiado, o que provoca a liberação no corpo de hormô- nios como a adrenalina. Isso causa palpitação, arritmia cardíaca, mãos frias, dor de cabeça, dificuldades na digestão e irritabili- dade”. A vítima acaba maltratando os outros porque não está bem, sente-se culpada e fica com um humor pior ainda. Essa situação pode ser desencadeada por pequenas tragédias cotidia- nas – como um trabalho inacabado ou uma conta para pagar –, que só são trágicas porque as encaramos desse modo. Evidentemente, nem sempre dá para achar graça em tudo. Há situações em que a tristeza é inevitável – e é bom que seja as- sim. “Você precisa de tristeza e de alegria para ter um convívio social adequado”, diz o psiquiatra Teng Chei Tung, do Hospital das Clínicas de São Paulo. “A alegria favorece a integração e a tristeza propicia a introspecção e o amadurecimento.” Temos de saber lidar com a flutuação entre esses estágios, que é ne- cessária e faz parte da natureza humana. O humor pode variar da depressão (o extremo da tristeza) até a mania (o máximo da euforia). Esses dois estados são manifesta- ções de doenças e devem ser tratados com a ajuda de psiquiatras e remédios que regulam a produção de substâncias no cérebro. Uma em cada quatro pessoas tem, durante a vida, pelo menos um caso de depressão que mereceria tratamento psiquiátrico. Enquanto as consequências deletérias do mau humor são es- tudadas há décadas, não faz muito tempo que a comunidade científica passou a pesquisar os efeitos benéficos do bom humor. O interesse no assunto surgiu há vinte anos, quando o editor nor- te-americano Norman Cousins publicou o livro Anatomia de uma Doença, contando um impressionante caso de cura pelo riso. Nos anos 60, ele contraiu uma doença degenerativa que ataca a co- luna vertebral, chamada espondilite ancilosa, e sua chance de sobreviver era de apenas uma em quinhentas. Em vez de ficar no hospital esperando para virar estatística, ele resolveu sair e se hospedar num hotel das redondezas, com au- torização dos médicos. Sob os atentos olhos de uma enfermeira, com quase todo o corpo paralisado, Cousins reunia os amigos para assistir a programas de “pegadinhas” e seriados cômicos na TV. Gradualmente foi se recuperando até poder voltar a viver e a trabalhar normalmente. Cousins morreu em 1990, aos 75 anos. Se Cousins saiu do hospital em busca do humor, hoje há muitos profissionais de saúde que defendem a entrada das risadas no dia a dia dos pacientes internados. Uma boa gargalhada é um método ótimo de relaxamento mus- cular. Isso ocorre porque os músculos não envolvidos no riso ten- dem a se soltar – está aí a explicação para quando as pernas ficam bambas de tanto rir ou para quando a bexiga se esvazia inadvertidamente depois daquela piada genial. Quando a risada acaba, o que surge é uma calmaria geral. Além disso, se é certo que a tristeza abala o sistema imunológico, sabe-se também que a endorfina, liberada durante o riso, melhora a circulação e a eficácia das defesas do organismo. A alegria também aumenta a capacidade de resistir à dor, graças também à endorfina. Evidências como essa fundamentam o trabalho dos Doutores da Alegria, que já visitaram 170.000 crianças em hospitais. As inva- sões de quartos e UTIs feitas por 25 atores vestidos de “palha- ços-médicos” não apenas aceleram a recuperação das crianças, mas motivam os médicos e os pais. A psicóloga Morgana Masetti acompanha os Doutores há sete anos. “É evidente que o traba- lho diminui a medicação para os pacientes”, diz ela. O princípio que torna os Doutores da Alegria engraçados tem a ver com a flexibilidade de pensamento defendida pelos especia- listas em humor – aquela ideia de ver as coisas pelo lado bom. “O clown não segue a lógica à qual estamos acostumados”, diz Morgana. “Ele pode passar por um balcão de enfermagem e pe- dir uma pizza ou multar as macas por excesso de velocidade.” Para se tornar um membro dos Doutores da Alegria, o ator passa 8num curioso teste de autoconhecimento: reconhece o que há de ridículo em si mesmo e ri disso. “Um clown não tem medo de er- rar – pelo contrário, ele se diverte com isso”, diz Morgana. Nem é preciso mencionar quanto mais de saúde haveria no mundo se todos aprendêssemos a fazer o mesmo. (SUPER.ABRIL.COM.BR/SAÚDE/BOM-HUMOR-FAZ-BEM-SAUDE-441550. SHTML - ACESSO EM 11 DE ABRIL DE 2015, ÀS 11H.) 4. (G1 - epcar (Cpcar) 2016) Assinale a alternativa em que a preposição "de" estabelece a mesma relação se- mântica presente na frase abaixo. “...num curioso teste de autoconhecimento: ...” (último pa- rágrafo) 6 a) “...as pernas bambas de tanto rir.” b) “Você precisa de tristeza e de alegria...” c) “Sob os olhos atentos de uma enfermeira.” d) “...há muitos profissionais de saúde...” TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 5. (G1 - ifsc) Marque a alternativa que contém, entre parênteses, a classificação morfológica CORRETA da pa- lavra destacada em cada oração: a) A cibernética me atrai! (adjetivo) b) Tem razão, Mafalda. (advérbio) c) A ciência me chama. (preposição) d) Adoro a cibernética! (pronome) e) É a geração da tecnologia, da era espacial, da ele- trônica, etc. (substantivo) TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: A canção Vilarejo foi composta por Marisa Monte, Carli- nhos Brown, Arnaldo Antunes e Pedro Baby. Leia um trecho dessa música para responder a(s) ques- tão(ões). “Há um vilarejo ali Onde areja um vento bom Na varanda, quem descansa Vê o horizonte deitar no chão Pra acalmar o coração La o mundo tem razão Terra de heróis, lares de mãe Paraíso se mudou para la Por cima das casas, cal Frutas em qualquer quintal Peitos fartos, filhos fortes Sonho semeando o mundo real Toda gente cabe lá Palestina, Shangri-lá (...) Lá o tempo espera Lá é primavera Portas e janelas ficam sempre abertas Pra sorte entrar Em todas as mesas, pão Flores enfeitando Os caminhos, os vestidos, os destinos E essa canção Tem um verdadeiro amor Para quando você for (...)” (HTTP://TINYURL.COM/MUTH987 ACESSO EM: 01.09.2014.) 6. (G1 - cps) Assinale a alternativa que apresenta corre- tamente o valor semântico, entre parênteses, expresso pela preposição em destaque. a) Pra acalmar o coração / Lá o mundo tem razão. (posse) b) Portas e janelas ficam sempre abertas / Pra sorte entrar. (finalidade) c) Por cima das casas, cal / Frutas em qualquer quin- tal. (tempo) d) Terra de heróis, lares de mãe. (oposição) e) Em todas as mesas, pão. (causa) TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Super-heróis ajudam crianças a aceitar quimioterapia Hospital cria tratamento infantil com acessórios da Liga da Justiça e oferece gibi sobre a luta do Batman contra o câncer como inspiração a crianças com a doença. Batman está com câncer, mas os vilões nem tiveram tempo de comemorar a revelação feita na edição extra da história em quadrinhos (HQ). Logo após o diagnóstico, o herói mascarado já 3começou a receber uma 5“Superfórmula” contra a doença e, apesar de ter perdido cabelo e emagrecido um pouco, está forte para voltara combater o mal. Na vida real, todos os pacientes infantis atendidos no Centro de Referência AC.Camargo, em São Paulo, também 4passaram a ter acesso ao tratamento que, no gibi, promete salvar a vida do homem-morcego. Parceria firmada há 20 dias entre o AC. Camargo, a Warner e a agência JWT transformou o 6° andar da unidade hospitalar na nova sede da Liga da Justiça. O QG de super-heróis instalado no hospital tem 15 vagas ocupadas por heróis mirins que pre- cisam de uma ajudinha externa da medicina para voltar à ativa. Natan Henrique Roseno, 7 anos, e Porthos Martinez, 13, são os integrantes mais recentes da ala infantil. Apóslerem 6a HQ com a trajetória vitoriosa de Batman, os me- ninos estavam confiantes de que a Superfórmula também 1vai ajudá-los a vencer a leucemia diagnosticada em ambos. [...] Todos os quartos e acessórios utilizados no tratamento dos pacientes da oncologia pediátrica receberam a adaptação em cores, símbolos e adereços de personagens como Mulher-Ma- ravilha, Batman, Lanterna Verde e Superman. A chefe da 7oncologia pediátrica do AC.Camargo, Cecília Maria de Lima da Costa, explica que usar os adereços é uma fórmu- la de 8apresentar o câncer às crianças de uma maneira lúdica e didática, já que elas precisam entender o tratamento para aceitá-lo melhor. 7 “A quimioterapia tem efeitos colaterais que não são agradá- veis (como enjoos, apetite desregulado, queda de cabelos). Se a criança não entende que o medicamento é um benefício, ape- sar de todos esses sintomas, pode ficar confusa e resistente”, afirma a especialista. Enxergar a vilã quimioterapia como a mocinha Superfórmula 9faz toda a diferença para os meninos e as meninas, dizem os próprios heróis-mirins. [...] “Fica menos confuso na cabeça da gente. Porque às vezes eu não gosto dos remédios, dá um nó no estômago. Mas sei que eles 2vão me ajudar e saber disso ajuda”, diz um dos garotos. ARANHA, FERNANDA. MINHA SAÚDE. IG SÃO PAULO. DISPONÍVEL EM: <WWW.SAUDE.IG.COM.BR/2013-06-06/SUPER-HEROIS-AJUDAM-CRIANCAS-A- ACEITAR-QUIMIOTERAPIA.HTML> ACESSO EM: 06. JUN. 2013. (ADAPTADO). 7. (Ufsm) Assinale a alternativa correta quanto ao pa- pel semântico exercido pela preposição no excerto em destaque, tendo em vista o contexto em que foi empre- gada no texto. a) “Superfórmula contra a doença” (ref. 5) – proximidade b) “a HQ com a trajetória vitoriosa” (ref. 6) – companhia c) “oncologia pediátrica do AC.Camargo” (ref. 7) – posse d) “apresentar o câncer às crianças”( ref. 8) – causa e) “faz toda a diferença para os meninos e as meni- nas” (ref. 9) – lugar TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O padeiro Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento – mas não en- contro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um lock-out, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo. Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando: – Não é ninguém, é o padeiro! Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? “Então você não é ninguém?” Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sa- bendo que não era ninguém... Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sem- pre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno. Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!” E assobiava pelas escadas. BRAGA, RUBEM. O PADEIRO. IN: ANDRADE, CARLOS DRUMMOND DE; SABINO, FERNANDO; CAMPOS, PAULO MENDES; BRAGA, RUBEM. PARA GOSTAR DE LER: V. 1. CRÔNICAS. 12ª ED. SÃO PAULO: ÁTICA, 1982. P.63 - 64. 8. (G1 - ifsc) Quanto à classe gramatical das palavras do texto, é correto afirmar que: a) em “Ele me contou isso sem mágoa nenhuma”, a pa- lavra “mágoa” é um pronome. b) em “recebi a lição de humildade”, a palavra “humil- dade” é um advérbio. c) em “ainda que menos importante”, a palavra “me- nos” é um numeral. d) em “não encontro o pão costumeiro”, a palavra “cos- tumeiro” é um adjetivo. e) em “Muitas vezes lhe acontecera”, a palavras “mui- tas” é um verbo. 9. (G1 - ifsc) Pela primeira vez um filme catarinense con- correu à vaga para representar o Brasil no Oscar. A Antro- pologa, dirigido por Zeca Pires, disputou a vaga com out- ros quatorze filmes, numa lista que incluiu Tropa de Elite 2, de José Padilha, e Bruna Surfistinha, de Marcus Balbini. Zeca Pires considerava suas chances remota, mas aval- iava que, ao participar da disputa, o filme seria visto por um grupo de profissionais de reconhecida com- petência, que provavelmente não iriam assistir ao lon- ga em outra situação. (...) FONTE: CANDIDATURA QUE VALE OURO. DIÁRIO CATARINENSE. CADERNO VARIEDADES. 14/08/2011. P. 5 ADAPTADO). Com relação ao texto, assinale a alternativa CORRETA. a) O adjetivo “remota”, no segundo parágrafo, refe- re-se ao substantivo “chances”; deveria, portanto, ser usado no plural. b) Segundo o texto, os filmes A Antropologa, Tropa de Elite 2 e Bruna Surfistinha vão representar o Brasil na disputa do Oscar. c) O trecho “Zeca Pires considerava suas chances re- mota” indica que ele acreditava que havia pouca pos- sibilidade de seu filme ser escolhido. d) No primeiro parágrafo, encontram-se dois nume- rais ordinais: “primeira” e “quatorze”. e) No trecho “o filme seria visto por um grupo de pro- fissionais de reconhecida competência”, ocorrem dois artigos, os quais antecedem os dois únicos substanti- vos do trecho. 8 10. (G1 - ifsc) O texto acima é uma tirinha do cartunista argentino Quino, na qual aparecem as crianças Miguelito, Manoli- to e Susanita. Com base na leitura, analise as seguintes proposições e assinale a CORRETA. a) Em “Manolito, o que você acha...” (primeiro quadri- nho) e “É verdade, Miguelito” (terceiro quadrinho), te- mos vírgulas separando o sujeito do restante da oração. b) No primeiro quadrinho, em vez do pronome “nos”, Miguelito usa a locução “a Gente”, que torna sua fala mais formal, de forma a corresponder à seriedade do tema da pergunta. c) No terceiro quadrinho, se em vez de “nascer e mor- rer” tivéssemos “nascimento e morte”, o verbo preo- cupar deveria ser flexionado no plural: “esse negócio de nascimento e morte não me preocupam”. d) A interjeição usada por Miguelito no último quadri- nho revela seu triunfo perante o erro de julgamento de Susanita a respeito da inteligência de Manolito. e) No segundo quadrinho, a palavra “justo” funciona como um adjetivo, que tem sentido de correto, ético. E.O. FIXAÇÃO TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: REFLETINDO SOBRE APROPRIAÇÃO CULTURAL Os efeitos desta supervalorização da cultura europeia é a exis- tência de uma hierarquia cultural Já há algum tempo, acompanho esse debate sobre apropriação cultural e, lendo os artigos produzidos (a favor ou contra), percebi que a maioria não consegue articular este debate com questões mais amplas: racismo e capitalismo. É preciso aceitar que há apropriação cultural. E que esta apro- priação não é resultado de uma troca cultural. E por quê? A cultura predominante em nosso país é a ocidental que nos obri- ga a digerir a cultura europeia. Isso é bem problemático numa sociedade marcada pela diversidade étnico-cultural. Os efeitos desta supervalorização da culturaeuropeia é a existência de uma hierarquia cultural. E é aqui que racismo e capitalismo se articulam na apropriação da cultura do outro. Ninguém no Brasil é proibido de usar um turbante, uma guia ou de pertencer a alguma religião de matriz africana. Porém, há um olhar diferenciado quando negros ou negras usam um turbante, uma guia que os identificam com o candomblé em espaço pú- blico. Diferente de brancos. Os primeiros são logo tachados de macumbeiros e os segundos, na moda, estilo e tendência étnica. O cerne da questão se dá quando a cultura africana e afro- -brasileira é apropriada por empresas e os protagonistas são excluídos do processo. Outro problema da assimilação cultural é seu retorno. Esta retorna na forma de mercadoria esvaziada de sentido. A filósofa e feminista negra Djamila Ribeiro faz a provocação: “A etnia Maasai não quer ser reparada pelo mun- do da moda por apropriação, porque lucraram com sua cultura sem que eles recebessem por isso.” A relação entre capitalismo e racismo se manifesta desta forma. O debate sobre apropriação cultural propõe refletir sobre o uso da cultura africana e afro-brasileira por empresas sem a presença e um retorno aos protagonistas. Para os que fazem este debate de forma ampla, há uma compreensão de que não é justo atingir pes- soas. Estas não possuem um conhecimento sobre tal problemática. É preciso atacar as empresas que usam e abusam da cultura des- ses povos e a transformam em simples mercadoria. Chamo atenção (finalizando) para o fato de alguns artigos que, sem entender ou por pura desonestidade intelectual, procuram, ao combater os argumentos daqueles que escrevem sobre a apropriação cultural, desqualificar toda uma produção de conhe- cimento forjada a partir de uma longa experiência no combate ao racismo. Penso que todo debate é válido, porém, sejamos éticos. FERREIRA, H. REFLETINDO SOBRE APROPRIAÇÃO CULTURAL. DISPONÍVEL EM: < HTTP://WWW.OPOVO.COM.BR/JORNAL/OPINIAO/2017/02/ HILARIO-FERREIRA-REFLETINDO-SOBRE-APROPRIACAO-CULTURAL. HTML>. ACESSO EM: 09 MAIO 2017 (ADAPTADO). 1. (G1 - ifpe 2017) Acerca das estratégias e dos elementos coesivos do texto, assinale a única alternativa CORRETA. a) No primeiro parágrafo, a expressão “questões mais amplas” tem como referentes: o racismo e o capitalismo. b) No trecho “Isso é bem problemático”, segundo parágrafo, o pronome demonstrativo grifado retoma o substantivo “apropriação cultural”. c) No terceiro parágrafo, o pronome “os”, em “os iden- tificam”, antecede o referente “brancos”, por isso está no masculino plural, estabelecendo a concordância. d) Ainda no terceiro parágrafo, os numerais “primei- ros” e “segundos” se relacionam a brancos e negros, respectivamente. e) No quinto parágrafo, a expressão “tal problemática” refere-se à realização de um debate de forma ampla. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Os ideais da nossa Geração Y Uma pesquisa inédita mostra como pensam os jovens que estão entrando no mercado de trabalho. Eles são bem menos idealistas que os americanos. DANIELLA CORNACHIONE 9 Quando o jornalista Otto Lara Resende, diante das câmeras de TV, pediu ao dramaturgo Nelson Rodrigues que desse um con- selho aos jovens telespectadores, a resposta foi contundente: “Envelheçam!”. A recomendação foi dada no programa de en- trevistas Painel, exibido pela Rede Globo em 1977. Pelo menos no quesito trabalho, os brasileiros perto dos 20 anos de idade parecem dispensar o conselho. 9Apesar de começarem a pro- curar emprego num momento de otimismo econômico, quase eufórico, os jovens brasileiros têm expectativas de carreira bem menos idealistas que os americanos e europeus — e olha que por lá eles estão enfrentando uma crise brava. É o que revela uma pesquisa da consultoria americana Universum, feita em 25 países. (...). No estudo, chamado Empregador ideal, univer- sitários expressam seus desejos em relação às empresas, em diversos quesitos. O Brasil é o primeiro país sul-americano a participar -- foram entrevistados mais de 11 mil universitários no país de fevereiro a abril. De acordo com o estudo, 4dois em cada três universitários brasi- leiros acham que o empregador ideal oferece, em primeiro lugar, treinamento e desenvolvimento — quer dizer, a possibilidade de virar um profissional melhor. A mesma característica é valorizada só por 38% dos americanos, que colocam no topo das priorida- des, neste momento, a estabilidade no emprego. 3Os brasileiros apontaram como segundo maior objetivo a possibilidade de empreender, criar ou inovar, numa disposição para o risco que parece estar diminuindo nos Estados Unidos. O paulista Guilherme Mosaner, analista de negócios de 25 anos, representa bem as preocupações brasileiras. “O trabalho precisa ser desafiador. Tenho de aprender algo todo dia.” 10Mosaner tra- balha há um ano e meio em uma empresa de administração de patrimônio, mas acha improvável construir a carreira numa mes- macompanhia, assim como metade dos estudantes brasileiros entrevistados pela Universum. 2Entre as boas qualidades de um empregador, os universitários incluem seu sucesso econômico e a valorização que ele confere ao currículo. “A gente sabe que não vai ficar 40 anos em um mesmo lugar, por isso já se prepara para coisas novas”, diz Mosaner. Apesar de mais pragmáticos, os universitários brasileiros, assim como os americanos e europeus, 8consideram como objetivo máximo equilibrar trabalho e vida pessoal. 6Quem pensa em americanos como viciados em trabalho e em europeus como cul- tivadores dos prazeres da vida talvez precise reavaliar as crenças diante da geração que está saindo da faculdade: o bom balanço entre trabalho e vida pessoal é a meta número um de 49% dos brasileiros, 52% dos europeus e... 65% dos americanos. (ÉPOCA, 21 DE JUNHO DE 2010) 2. (Epcar (Afa)) Assinale a alternativa que traz uma ex- plicação pertinente ao emprego de numerais ao longo do texto. a) Confere rigor matemático ao texto, tornando-o in- questionável. b) Tem valor argumentativo e, portanto, reforça a ideia central do texto. c) É indispensável porque o texto é jornalístico e tra- duz uma opinião do autor. d) Relativiza o acentuado rigor matemático predomi- nante no texto. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: A JUVENTUDE MERECE MAIS POR: ALAN MIRANDA. ALAN@OBSERVATORIODEFAVELAS.ORG.BR Aos 16 anos de idade, uma pessoa pode ter inúmeras ocupa- ções, anseios, possibilidades e perspectivas de vida em nossa sociedade. Com 16 anos, geralmente as/os adolescentes estão cursando o ensino médio, às vezes fazendo um curso técnico concomitante, outros têm a oportunidade de cursar uma língua estrangeira, estudar música, teatro, circo, artes, praticar espor- tes, viajar para outros estados, países, tudo isso partindo de uma perspectiva otimista. Nesta idade surgem novas respon- sabilidades: o voto é facultativo e, com a permissão dos pais, pode ser emancipado. Mas ainda é uma fase de experimenta- ção, de descobertas, de “primeiras vezes”. Segundo a Constituição do país, crianças e adolescentes deveriam ter preferência na formulação e execução de políticas públicas. O documento ressalta também a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento. No Brasil, nem todos gozam das mesmas oportunidades: muitos nessa faixa etá- ria estão em situação de exploração sexual, gravidez precoce, de- pendência química, violência doméstica, evasão escolar. Atualmente um dos temas mais discutidos na agenda política do país é a redução da maioridade penal. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171/1993 encontra-se em análise pelo Con- gresso Nacional. Criada pelo hoje ex-deputado Benedito Domin- gos (PP), a proposta prevê que a maioridade penal seja reduzida para 16 anos. Depois de aprovada pela maioria dos deputados na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, a PEC agora é debatida em uma comissão especial da Casa, que tem cerca de três meses para analisar o projeto. Em seguida, será votado novamente e, se aprovada,seguirá para o Senado. Partindo do princípio de que o debate está sendo travado no campo da segurança pública, a atual proposta sugere a res- ponsabilização da juventude pelos altos índices de violência do país. É preciso apontar que não é a maioridade civil que está em pauta, mas a penal. Os que desejam a emenda na constituição argumentam que isso resultará na diminuição da criminalidade; que a lei não pune ou quando pune não é rigorosa o suficiente; se com 16 anos, o jovem possui maturi- dade intelectual suficiente para votar, logo, também pode ser responsabilizado criminalmente por delitos. Ou seja, com essa medida, o Estado passaria a reconhecer a maioridade de um indivíduo fundamentalmente para puni-lo. Eduardo Alves, sociólogo e um dos diretores do Observatório de Favelas, critica o viés pelo qual o assunto é abordado, discutindo a maioridade pelo aspecto penal e não civil: “Quando se formula políticas para a juventude é necessário pensar no presente e no futuro, pois, o jovem de hoje é o adulto de amanhã. Que tipo de adulto formaremos retirando dois anos da juventude? Retirar dois anos significa inclusive uma redução de investimentos em políticas para a juventude, ou seja, consideramos que já há in- vestimento suficiente? Há violência de sobra em nossa sociedade e a responsabilidade disso é dos adultos e não da juventude. Cabe aos adultos elaborar políticas que diminuam a violência e potencializem a cultura de direitos na juventude. Se a responsa- bilidade, portanto, é dos adultos, por que diminuir dois anos da 10 juventude? Por que ampliar o tempo de punição daqueles que não são os principais responsáveis?”, questionou Alves. E A VIOLÊNCIA PRATICADA CONTRA A JUVENTUDE? A maioria das justificativas e a proposta em si da PEC afirma em suas negativas que pretende combater a violência praticada por adolescentes, alargando a faixa etária passível de punição penal. Porém, raramente (ou nunca) aparece na consideração de seus defensores os números alarmantes que retratam a vio- lência sofrida pelos jovens, como mostra o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) – estudo recentemente divulgado pelo Observatório de Favelas, Unicef, Secretaria de Direitos Huma- nos e Laboratório de Análise da Violência da UERJ. De acordo com a pesquisa, mais demil adolescentes (12 a 18 anos) po- derão ser vítimas de homicídio nos municípios com mais demil habitantes entre 2013 e 2019. Os jovens negros são as vítimas mais recorrentes. Ou seja, a principal vítima da violência, prin- cipalmente a violência letal é a juventude. Para o delegado Orlando Zaconne, há uma inversão de pautas quando se discute segurança pública no Brasil. “Na verdade, o grande tema não é a violência praticada por adolescentes, mas a violência praticada contra adolescentes. O Brasil é um dos países com maiores índices de violência contra a criança e o adolescente, mas nada disso parece escandalizar a socieda- de. E a pauta da redução da maioridade penal serve inclusive para omitir esse dado” – disse Zaconne em vídeo de policiais civis contra a redução. Além do IHA, existem outras pesquisas relacionadas ao tema, que demonstram a deficiência do Estado em cumprir as leis já existentes, mas pouco aplicadas, no que tange a garantia dos direitos do adolescente e na reintegração social daqueles que cumpriram pena. Vale lembrar que o Brasil já está comprometido com pelo menos três pactos internacio- nais: a Convenção da ONU (1948), que considera maioridade penal como 18 anos; a Convenção Americana de Direitos Hu- manos (Pacto de San José da Costa Rica – 1969), que separa o tratamento dado à criança e ao adolescente do adulto; e a Convenção dos Direitos da Criança (1990), da qual nasceu o Estatuto da Criança e do Adolescente. Além disso, a legislação brasileira já responsabiliza toda pes- soa acima de 12 anos por atos ilegais. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o jovem deve merecer medidas socioeducativas, como advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviço à comunidade, liberdade assistida, semili- berdade e internação. A medida é aplicada segundo a gravidade da infração. Enquanto nas penitenciárias o percentual de rein- cidência no crime é deno sistema socioeducativo esse número cai paraCom efeito, esses dados mostram gargalos da atuação do Estado nesse âmbito, que a atual proposta parece ignorar. O Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) e o Plano Individual de Atendimento (PIA), previstos como ferramen- tas para reintegração de jovens infratores à sociedade, chegam a apenasdos adolescentes apreendidos no Brasil, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). MELHOR PREVENIR QUE REMEDIAR (...) Embora careça de melhorias e adaptações, o ECA é um dos documentos que tratam da garantia de direitos da criança e do adolescente e deveria pautar as ações para essa parte da população. Em entrevista à Revista Fórum, o advogado Ariel de Castro Alves, membro do grupo Tortura Nunca Mais de São Pau- lo e do Movimento Nacional de Direitos Humanos destacou a importância das ações preventivas: “O Estatuto da Criança e do Adolescente tem o caráter mais preventivo do que repressivo. Se o ECA fosse realmente cumprido, sequer teríamos adolescentes cometendo crimes. Se o Estado exclui, o crime inclui. A ausência de políticas públicas, programas e serviços de atendimento, con- forme prevê a lei, e a fragilidade do sistema de proteção social do país favorecem o atual quadro de violência que envolve adoles- centes como vítimas e protagonistas” – explicou Ariel. (...) Sendo a juventude o futuro do país, é preciso debatê-la afir- mando seus valores e potências. Em vez de sugerir redução dos seus direitos, faz-se necessário pensar e criar alternativas para as necessidades específicas desse grupo. O que está em deba- te são as possibilidades de crescimento a que os jovens têm ou deveriam ter acesso. Reivindicar o direito de puni-los como adultos é ceifar direitos e oportunidades e diminuir o tempo da fase mais importante da formação humana A nossa juventude merece mais, muito mais! HTTP://OF.ORG.BR/NOTICIAS-ANALISES/A-JUVENTUDE-MERECE-MAIS/. ADAPTADO. 3. (Ufjf-pism 3) Releia o trecho abaixo: Para o delegado Orlando Zaconne, há uma inversão de pautas quando se discute segurança pública no Brasil. “Na verdade, o grande tema não é a violência pratica- da por adolescentes, mas a violência praticada contra adolescentes”. Nesse trecho, o jogo linguístico feito pelo delegado Za- conne para mostrar a “inversão de pautas” na política de segurança pública brasileira foi o uso: a) da locução “na verdade” para mostrar que ele, sim, diz uma verdade. b) do adjetivo “grande” para destacar a importância do tema. c) de duas preposições diferentes, o que troca a pauta a ser debatida. d) de um advérbio de negação para inverter o sentido do enunciado. e) de uma conjunção adversativa para confirmar o que foi dito antes. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Tarde de sábado A tardezinha de sábado, um pouco cinzenta, um pouco fria, parece não possuir nada de muito particular para ninguém. Os automó- veis deslizam; as pessoas entram e saem dos cinemas; os namora- dos conversam por aqui e por ali; os bares funcionam ativamente, numa fabulosa produção de sanduíches e cachorros-quentes. Ape- sar da fresquidão, as mocinhas trazem nos pés sandálias douradas, enquanto agasalham a cabeça em echarpes de muitas voltas. Tudo isso é rotina. Há um certo ar de monotonia por toda parte. O bondinho do Pão de Açúcar lá vai cumprindo o seu destino 11 turístico, e moços bem falantes explicam, de lápis na mão, em seus escritórios coloridos e envidraçados, apartamentos que vão ser construídos em poucos meses, com tantos andares, vista para todos os lados, vestíbulos de mármore, tanto de entrada, mais tantas prestações, sem reajustamento – o melhor emprego de capital jamais oferecido! (...) Andam barquinhos pela baía, com um raio de sol a brilhar nasvelas; há uns pescadores carregados de linhas, samburás, cani- ços, muito compenetrados da sua perícia; há famílias inteiras que não se sabe de onde vêm nem se pode imaginar para onde vão, e que ocupam muito lugar na calçada, com a boca cheia de coisas que devem ser balas, caramelos, pipocas, que passam de uma bochecha para a outra e lhes devem causar uma delícia infinita. (CECÍLIA MEIRELES. TEXTO EXTRAÍDO DO LIVRO ESCOLHA O SEU SONHO. RIO DE JANEIRO: EDITORA RECORD, 2002. FRAGMENTO.) 4. (G1 - cp2) Releia a seguinte passagem do texto: “(...) devem ser balas, caramelos, pipocas, que passam de uma bochecha para a outra e lhes devem causar uma delícia infinita.” (último período). As preposições, em português, além de sua função de conectivos, servem também para expressar relações de sentido no texto. Assinale a alternativa que contém a relação expressa, respectivamente, pelas preposições sublinhadas no trecho anterior. a) Tempo e tempo. b) Lugar e finalidade. c) Lugar e lugar. d) Modo e finalidade. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Trem de aço 1Viajar de trem me dá saudade de coisas que não vivi. É tam- bém diante de um trem, estando eu dentro ou fora dele, que revejo cenas que não presenciei e histórias que incluem pesso- as que nem sempre conheci. 2Gente esperando na plataforma, dando adeus aos amigos, beijando a namorada, enxugando uma lágrima, mas fingindo sorrir. São como muitas imagens que povoam os nossos sonhos e que, 3ao nos lembrarmos de- las, ficamos em dúvida sobre sua vivência real ou sonhada. Se estou dentro de um deles, imediatamente me acomodo junto à janela, para ver o desfile das pequenas cidades, as crianças acenando, as mulheres suspendendo por um instante o que estão fazendo 4e assim, com os olhos cheios de sonhos, se postarem nas janelas e nos quintais, suspirando por uma vida bonita como uma viagem de trem. [...] Uma viagem, qualquer uma, curta ou longa, seja por um meio, seja por outro, sempre nos deixa imagens de vida que ficam para sem- pre. Mas as que fazemos de trem perduram muito além das outras. Num avião, por exemplo, não temos paisagem. É como se viajás- semos dentro de um tubo de ensaio. Num navio existe sempre a monótona solidão do oceano que parece não ter fim. 5O trem, ao contrário, nos enriquece os olhos e a imaginação, com as múltiplas imagens desfilando diante de nós, como no cinema. Muitas vezes viajei no “trem de aço”, como era chamado o com- boio que fazia o trajeto entre São Paulo e Rio, ainda que o nome oficial fosse Santa Cruz. Quantos enredos foram vividos ali, 6nas viagens quase semanais que eu fazia para participar do Gran- de Teatro. Muitas na companhia ocasional de Caymmi, do Cyro Monteiro, da Aracy de Almeida, entre outros. No carro-restauran- te rolavam uísque e boas histórias. 7Fui testemunha de romances que começaram e que terminaram nessas viagens. Quantas lágri- mas felizes e infelizes vertidas na madrugada. Numa dessas via- gens presenciei a bofetada de uma amante, indignada e raivosa com suposta traição, em seu parceiro. E em meio a essas cenas, quando nos dávamos conta, já era dia claro. Então corríamos às nossas cabines, para um simples cochilo que fosse e que nos de- volvesse uma aparência melhor para enfrentar o dia que estava começando. Muitos de nós viajávamos de trem por economia. Outros, por medo de voar, como o próprio Cyro Monteiro, que chamava o trem de “avião dos covardes”. [...] (CARLOS, MANOEL. REVISTA VEJA RIO, EDITORA ABRIL, 31/10/12, P. 130.) 5. (G1 - cp2) Preposições são conectivos que, em deter- minados contextos, expressam diferentes relações de sentido. Por vezes, no entanto, esvaziam-se de sentido para complementar termos. Assinale a alternativa em que a preposição destacada apenas complementa um termo, sem expressar relação de sentido: a) “Viajar de trem me dá saudade de coisas que não vivi.” (ref. 1) b) “(...) e assim, com os olhos cheios de sonhos, se postarem nas janelas e nos quintais (...)” (ref. 4) c) “Fui testemunha de romances que começaram e que terminaram nessas viagens (...)” (ref. 7) d) “(...) nas viagens quase semanais que eu fazia para participar do Grande Teatro.” (ref. 6) 6. (G1 - ifal) Leia esta tirinha e responda à questão. Assinale a única alternativa correta quanto à classifica- ção das palavras, feita a partir da análise do uso destas no diálogo entre a avó e os netos. a) Levado é o infinitivo do verbo levar, que se classifica, no texto, como adjetivo do substantivo menino. b) O pronome indefinido isso é um elemento de coesão, que retoma o conteúdo da fala da garota, expressa no primeiro quadrinho. c) Em Menino levado!!!, o substantivo e o adjetivo funcionam como uma locução interjetiva, isto é, têm natureza de uma interjeição. 12 d) A forma nominal Querida é o gerúndio do verbo quer- er que, na fala da avó, classifica-se como substantivo. e) O adjetivo legal funciona, no texto, como uma inter- jeição, expressando uma ideia apreciativa, cujo sentido é “conforme ou relativo à lei.” 7. (Pucsp) Em uma peça publicitária recentemente veiculada em jornais impressos, pode-se ler o seguinte: "Se a prática leva à perfei- ção, então imagine o sabor de pratos elaborados bilhões e bi- lhões de vezes". A segunda oração que compõe a referida peça publici- tária contém a expressão "pratos elaborados BILHÕES E BILHÕES de vezes". Em recente declaração à "Revis- ta Veja" a respeito de seu filho, o presidente Luís Iná- cio Lula da Silva fez a seguinte afirmação "Deve haver UM MILHÃO de pais reclamando: por que meu filho não é o Ronaldinho? Porque não pode todo mundo ser o Ronaldinho". ("REVISTA VEJA" EDIÇÃO 1979 - 25 OUT. 2006). A respeito das expressões destacadas nos trechos aci- ma, é linguisticamente adequado afirmar que a) apenas em BILHÕES E BILHÕES, em que "bilhões" é essencialmente advérbio, existe uma indicação pre- cisa de quantidade. b) apenas em UM MILHÃO, em que é "milhão" é es- sencialmente adjetivo, existe uma indicação precisa de quantidade. c) em ambas as expressões, que são conjunções co- ordenativas aditivas, existe uma indicação precisa de quantidade. d) em ambas as expressões, que são essencialmente numerais, existe um uso figurado que expressa exa- gero intencional. e) apenas em BILHÕES E BILHÕES, em que "bilhões" é essencialmente pronome, existe um uso figurado que expressa exagero intencional. 8. (G1 - ifsc) “Ninguém é dono da sua felicidade, por isso não entregue a sua alegria, a sua paz, a sua vida nas mãos de ninguém, absolutamente ninguém. So- mos livres, não pertencemos a ninguém e não pode- mos querer ser donos dos desejos, da vontade ou dos sonhos de quem quer que seja. A razão de ser da sua vida é você mesmo. A sua paz interior deve ser a sua meta de vida; quando sentir um vazio na alma, quando acreditar que ainda falta algo, mesmo tendo tudo, re- meta o seu pensamento para os seus desejos mais ínti- mos e busque a divindade que existe dentro de si.(...)” FONTE: ROBERTO GAEFKE. (DISPONÍVEL EM: HTTP://WWW.MENSAGENSCOMAMOR. COM/DIVERSAS/TEXTOS_FELICIDADE.HTM ACESSO EM: 27 MAIO DE 2015.) Com base no texto, assinale a alternativa CORRETA. a) Em “(...) remeta o seu pensamento para os seus desejos mais íntimos (...)”, o vocábulo destacado é um numeral. b) Em “(...) busque a divindade que existe dentro de si (...)”, a palavra em destaque é um pronome possessivo. c) Em “(...) por isso não entregue a sua alegria, a sua paz, a sua vida nas mãos de ninguém (...)”, os termos em destaque são objeto indireto do verbo “entregar”. d) Ninguém, tudo e algo são pronomes indefinidos. e) Em “(...) quando acreditar que ainda falta algo (...)”, as palavras destacadas são preposições. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Literatura Indígena Ainda não há consenso sobre o uso da expressão Literatura Indíge- na. Afinal, sob o conceito de “indígena” reconhecem-se, atualmen- te, segundo o censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 305 grupos étnicos, com culturase histórias pró- prias, falando 274 línguas. Portanto, encontrar uma denominação de referência geral não é muito simples. Outras expressões, embora menos usadas, vêm se apresentando na tentativa de caracterizar esse campo de interesse, como Literatura Nativa, Literatura das Ori- gens, Literatura Ameríndia e Literatura Indígena de Tradição Oral. Próxima a 1essas, mas já com significado e alcance próprio, ainda contamos com Literatura Indianista, para se referir à produção do Romantismo brasileiro do século XIX de 2temática indígena, como os versos de Primeiros Cantos (1846) e de Os Timbiras (1857), de Gonçalves Dias, e os romances O Guarani (1857) e Iracema (1865), de José de Alencar. Diante desse quadro, quando usamos, hoje, a expressão Literatura Indígena, uma questão, necessariamente, ain- da se apresenta: quais objetos 3ela incorpora ou para quais aponta ou tem apontado? Em perspectiva ampla, diríamos que essa produção cultural 4assinala 5textos criativos em geral (orais ou escritos) produzi- dos pelos diversos grupos indígenas, 6editados ou não, incluin- do 7aqueles que não se apresentam, em um primeiro momen- to, como 8constituídos a partir de um desejo 9especificamente estético-literário intencional, como as narrativas, os grafismos e os cantos em contextos próprios, ritualísticos e 10cerimoniais. Parte dessa produção ganha visibilidade com os registros reali- zados por antropólogos e pesquisadores em geral. Outra 11par- te surge por meio de levantamentos realizados por professores atuantes em cursos de licenciatura indígena e dos próprios alunos desses cursos, oriundos de várias etnias. Estima-se que 1564 professores indígenas estavam em formação no ano de 2010, em cursos financiados pelo Programa de Apoio à For- mação Superior e Licenciaturas Interculturais Indígenas (PRO- LIND), do Ministério da Educação. Em perspectiva 12restrita, a expressão Literatura Indígena tem sido utilizada para designar 13aqueles textos editados e reco- nhecidos pelo chamado sistema literário (autores, público, 14crí- ticos, mercado editorial, escolas, programas governamentais, legislação), como sendo de autoria indígena. Um marco impor- tante se dá em 1980, ano de publicação do considerado 15pri- meiro livro de autoria indígena com tais características, intitu- lado Antes o Mundo não Existia, de Umúsin Panlõn & Tolamãn Kenhíri, pertencentes ao povo Desâna, do Alto Rio Negro/AM. A partir das licenciaturas indígenas, 16assistimos, na década de 1990, ao incremento dessa produção editorial. CARLOS AUGUSTO NOVAIS. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS- UFMG / FACULDADE DE EDUCAÇÃO / CENTRO DE ALFABETIZAÇÃO, LEITURA E ESCRITA-CEALE. ACESSADO EM: HTTP://CEALE.FAE.UFMG.BR/APP/WEBROOT/ GLOSSARIOCEALE/VERBETES/LITERATURA-INDIGENA, 14/03/2016. 13 9. (G1 - ifce) Sobre reconhecimento e emprego das clas- ses de palavras, é correto afirmar-se que a) críticos (referência 14) é adjetivo e especificamente (referência 9) é advérbio. b) parte (referência 11) é verbo e aqueles (referência 13) é pronome. c) temática (referência 2) é adjetivo e primeiro (refe- rência 15) é numeral. d) cerimoniais (referência 10) é substantivo e assinala (referência 4) é verbo. e) temática (referência 2) é substantivo e restrita (re- ferência 12) é adjetivo. E.O. COMPLEMENTAR TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: VELHO MARINHEIRO Homenagem aos marinheiros de sempre... e para sempre. Sou marinheiro porque um dia, muito jovem, estendi meu braço diante da bandeira e jurei lhe dar minha vida. Naquele dia de sol a pino, com meu novo uniforme branco, senti-me homem de verdade, como se estivesse dando adeus aos tempos de garoto. Ao meu lado, as vozes de outros jovens soavam em uníssono com a minha, vibrantes, e terminamos com emoção, de peitos estufados e orgulhosos. Ao final, minha mãe veio em minha direção, apressada em me dar um beijo. Acariciou-me o rosto e disse que eu estava lindo de uniforme. O dia acabou com a família em festa; eu lembro-me bem, fiquei de uniforme até de tarde... Sou marinheiro, porque aprendi, naquela Escola, o significado nobre de companheirismo. Juntos no sofrimento e na alegria, um safando o outro, leais e amigos. Aprendi o que é civismo, respeito e disciplina, no princípio, exigidos a cada dia; depois, como parte do meu ser e, assim, para sempre. A cada passo havia um novo esforço esperando e, depois dele, um pequeno sucesso. Minha vida, agora que olho para trás, foi toda de pequenos sucessos. A soma deles foi a minha carreira. No meu primeiro navio, logo cedo, percebi que era novamente aluno. Todos sabiam das coisas mais do que eu havia apren- dido. Só que agora me davam tarefas, incumbências, e espe- ravam que eu as cumprisse bem. Pouco a pouco, passei a ser parte da equipe, a ser chamado para ajudar, a ser necessário. Um dia vi-me ensinando aos novatos e dei-me conta de que me tornara marinheiro, de fato e de direito, um profissional! O navio passou a ser minha segunda casa, onde eu permanecia mais tempo, às vezes, do que na primeira. Conhecia todos, al- guns mais até do que meus parentes. Sabia de suas manhas, cacoetes, preocupações e de seus sonhos. Sem dar conta, meu mundo acabava no costado do navio. A soma de tudo que fazemos e vivemos, pelo navio, é uma das coisas mais belas, que só há entre nós, em mais nenhum outro lugar. Por isso sou marinheiro, porque sei o que é espírito de navio. Bons tempos aqueles das viagens, dávamos um duro danado no mar, em serviço, postos de combate, adestramento de guerra, dia e noite. O interessante é que em toda nossa vida, quando busca- mos as boas recordações, elas vêm desse tempo, das viagens e dos navios. Até as durezas por que passamos são saborosas ao lembrar, talvez porque as vencemos e fomos adiante. É aquela história dos pequenos sucessos. A volta ao porto era um acontecimento gostoso, sempre figu- rando a mulher. Primeiro a mãe, depois a namorada, a noiva, a esposa. Muita coisa a contar, a dizer, surpresas de carinho. A comida preferida, o abraço apertado, o beijo quente... e o filho que, na ausência, foi ensinado a dizer papai. No início, eu voltava com muitos retratos, principalmente quando vinha do estrangeiro, depois, com o tempo, eram poucos, até que deixei de levar a máquina. Engraçado, vocês já perceberam que marinheiro velho dificilmente baixa a terra com máquina fotográ- fica? Foi assim comigo. Hoje os navios são outros, os marinheiros são outros - sinto-os mais preparados do que eu era - mas a vida no mar, as viagens, os portos, a volta, estou certo de que são iguais. Sou marinheiro, por isso sei como é. Fico agora em casa, querendo saber das coisas da Marinha. E a cada pedaço que ouço de um amigo, que leio, que vejo, me dá um orgulho que às vezes chega a entalar na garganta. 4Há pouco tempo, voltei a entrar em um navio. Que coisa linda! Sofisticado, limpíssimo, nas mãos de uma tripulação que só pode ser muito competente para mantê-lo pronto. Do que me mostraram eu não sabia muito. Basta dizer que o último navio em que servi já deu baixa. Quando saí de bordo, parei no por- taló*, voltei-me para a bandeira, inclinei a cabeça... e, minha garganta entalou outra vez. Isso é corporativismo; não aquele enxovalhado, que significa o bem de cada um, protegido à custa do desmerecimento da insti- tuição; mas o puro, que significa o bem da instituição, protegido pelo merecimento de cada um. Sou marinheiro e, portanto, sou corporativista. Muitas vezes a lembrança me retorna aos dias da ativa e morro de saudades. Que bom se pudesse voltar ao começo, vestir aque- le uniforme novinho — até um pouco grande, ainda recordo — Jurar Bandeira, ser beijado pela minha falecida mãe... Sei que, quando minha hora chegar, no último instante, verei, em velocidade desconhecida, o navio com meus amigos, minha mulher, meus filhos, singrando para sempre, indo aonde o mar encontra o céu... e, se São Pedro estiver no portaló, direi: – Sou marinheiro, estou embarcando. AUTOR DESCONHECIDO.IN: LÍNGUA PORTUGUESA: LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO. RIO DE JANEIRO: MARINHA DO BRASIL, ESCOLA NAVAL, 2011. P. 6-8) Glossário *Portaló: abertura no casco de um navio, ou passagem junto à balaustrada, por onde as pessoas transitam para fora ou para dentro, e por onde se pode movimen- tar carga leve. 1. (Esc. Naval) Na epígrafe, “Homenagem aos marinhei- ros / de sempre... e para sempre.”, qual o valor semânti- co estabelecido pelas preposições destacadas? 14 a) Tempo e finalidade. b) Restrição e direção. c) Consequência e temporalidade. d) Propriedade e destinação. e) Especificação e instrumento. O texto a seguir é referência para a próxima questão As razões da revolta As manifestações das ruas trouxeram pelo menos uma certeza: o jovem brasileiro, com seu poder de articulação pelas redes so- ciais, mudou. De uma forma de protestar à distância, com certa dose de descaso e “chacota” contra as instituições (de que sem- pre se percebeu apartado), ele se mobilizou com rapidez, invadiu o espaço público e reagiu contra o que não concorda. O estopim foram o aumento do ônibus e a reação truculenta da polícia. Na esteira do protesto inicial, vieram as demandas concretas: a péssima qualidade do transporte, a corrupção, os conchavos políticos, as incongruências entre o investimento em saúde e educação e as fortunas gastas com estádios e futebol, enfim, o abismo entre o Brasil que se vende para o mundo e a nação real, com sua violência, trânsito e serviços precários. Muitos críticos cobraram falta de foco dos jovens e dificuldade de controle das massas que saíram às ruas. Isso deu, dizem os críti- cos, espaço para grupos mais radicais e bandidos, que causaram violência. Mas será que houve falta de foco? Embora as queixas sejam muitas e variadas, alguns padrões em comum podem ser identificados. Trata-se, em primeiro lugar, de um movimento mais horizontal, sem liderança clara. Alguns grupos, como o Movimento Passe Livre (MPL), logo apareceram. Mesmo dentro deles, não parece haver voz única. Boa parte das manifestações se dá “por contágio”. Mesmo o jovem inicialmen- te acomodado se sente “tocado” pela onda de protestos e deci- de sair à rua, para participar do momento histórico. A insatisfa- ção crônica com o status do país se transformou de forma rápida, talvez pela capilaridade das redes sociais, numa indignação ativa, potente geradora de força de mobilização. [...] Os políticos correram para achar uma explicação e tentar dar respostas (algo que não andam acostumados a fazer). Algumas demandas foram rapidamente atendidas. É simplista, porém, jus- tificar o que aconteceu com o fato de o jovem não se sentir re- presentado. Além da crise de representatividade política, que não é queixa só do jovem, faltam a perspectiva de um país melhor – mais justiça, melhores condições de transporte, saúde e edu- cação – e uma percepção menos ufanista e mais real do Brasil. O desafio dos jovens é manter a força do movimento, num mo- mento em que os governos atendem parcialmente a algumas demandas. Os políticos deveriam perceber que o desafio é usar essa força para mudar o país naquilo que ele tem de pior. Têm de limpar as feridas para facilitar a cicatrização. Não adianta dourar indefinidamente a pílula, na espera de um Brasil que nunca chega. (JORGE BOUER, ÉPOCA, 08 JUL. 2013.) 2. (UFPR) “É simplista, porém, justificar o que aconteceu com o fato de o jovem não se sentir representado.” Observe que Jorge Bouer escreveu “de o jovem” e não “do jovem”. Diferentemente do que acontece na fala, a escrita não aceita a contração da preposição com um artigo em certos casos. Em qual das sentenças abaixo a contração é VETADA na escrita culta? a) O delegado interrogou o agressor por horas para tentar entender as razões [de+o] sujeito. b) No momento [de+o] invasor entrar no palco, o dire- tor segurou-o e pediu aos seguranças para prendê-lo. c) Todos se assustaram com o aparecimento daquele monstro, principalmente com a cara [de+o] bicho. d) À maneira [de+o] pai, o filho agiu com absoluta ética. e) A atuação [de+o] Daniel no jogo foi impecável. Leia o trecho do conto “As caridades odiosas”, de Clari- ce Lispector, para responder à questão. Foi uma tarde de sensibilidade ou de suscetibilidade? Eu passava pela rua depressa, emaranhada nos meus pensamentos, como às vezes acontece. Foi quando meu vestido me reteve: alguma coisa se enganchara na minha saia. Voltei-me e vi que se tratava de uma mão pequena e escura. Pertencia a um menino a que a sujeira e o sangue interno davam um tom quente de pele. O me- nino estava de pé no degrau da grande confeitaria. Seus olhos, mais do que suas palavras meio engolidas, informavam-me de sua paciente aflição. Paciente demais. Percebi vagamente um pe- dido, antes de compreender o seu sentido concreto. Um pouco aturdida eu o olhava, ainda em dúvida se fora a mão da criança o que me ceifara os pensamentos. – Um doce, moça, compre um doce para mim. Acordei finalmente. O que estivera eu pensando antes de en- contrar o menino? O fato é que o pedido deste pareceu cumular uma lacuna, dar uma resposta que podia servir para qualquer pergunta, assim como uma grande chuva pode matar a sede de quem queria uns goles de água. Sem olhar para os lados, por pudor talvez, sem querer espiar as mesas da confeitaria onde possivelmente algum conhecido to- mava sorvete, entrei, fui ao balcão e disse com uma dureza que só Deus sabe explicar: um doce para o menino. (A DESCOBERTA DO MUNDO, 1999.) 3. (FAMERP) “Sem olhar para os lados, por pudor talvez, sem querer espiar as mesas da confeitaria onde possivel- mente algum conhecido tomava sorvete” (4o parágrafo) A preposição destacada assume valor semântico seme- lhante ao que se verifica na frase: a) A crítica tem Machado de Assis por um grande autor. b) Há ainda algumas questões por fazer. c) Ficaremos na Europa por cinco dias. d) As tropas cercaram os inimigos por terra e por mar. e) Muitas pessoas vão cedo para casa por medo. Leia o texto de Eugênio Bucci para responder à questão. Se há, como há, um “marketing do bem” que promove a solida- riedade social, devemos admitir que a solidariedade se tornou um valor de mercado e um valor para o mercado. Logo, estamos diante de uma “solidariedade de mercado”, uma solidariedade 15 que é não bem um sentimento interior, mas uma imagem de solidariedade. É uma imagem que ganha vida própria e que vai se associar a outras imagens para valorizá-las – imagens de empresas, de marcas, de governos e governantes, de persona- lidades públicas. A solidariedade, assim posta, como imagem autônoma ou como imagem que reforça outras imagens, existe no mercado não como um fim que se basta, um fim desinteres- sado, mas como um argumento para o consumo – o consumo de marcas (consumo que é pago em dinheiro, pela compra dos produtos), de governos e governantes (consumo que é pago em delegação de poder, pelo voto), de personalidades públicas, as tais celebridades (que são consumidas pela imitação, pela admiração, o que se remunera com índices de popularidade). Portanto, esse tipo mercadológico de solidariedade, além de constituir um valor de mercado e para o mercado, torna-se também um fator que, para usar aqui a linguagem dos mar- queteiros e marquetólogos, “agrega valor” a produtos, marcas, empresas, pessoas e governos. A solidariedade assim posta, mais que um valor ético, é um fator de lucro – ou de proteção contra prejuízos (econômicos e de imagem). É, necessariamen- te, uma solidariedade exibicionista. (EUGÊNIO BUCCI. “A SOLIDARIEDADE QUE NÃO TEME APARECER”. IN: EUGÊNIO BUCCI E MARIA RITA KEHL. VIDEOLOGIAS: ENSAIOS SOBRE TELEVISÃO, 2004.) 4. (SÃO CAMILO – UNESP 2017) “Se há, como há, um ‘marketing do bem’ que promove a solidariedade so- cial, devemos admitir que a solidariedade se tornou um valor de mercado e um valor para o mercado.” As preposições destacadas expressam, respectivamen- te, os sentidos de a) finalidade e movimento. b) modo e finalidade.c) modo e movimento. d) posse e movimento. e) posse e finalidade. E.O. OBJETIVAS (UNESP, FUVEST, UNICAMP E UNIFESP) TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Texto para a(s) questão(ões) a seguir. Os bens e o sangue VIII (...) Ó filho pobre, e descorçoado*, e finito ó inapto para as cavalhadas e os trabalhos brutais com a faca, o formão, o couro... Ó tal como quiséramos para tristeza nossa e consumação das eras, para o fim de tudo que foi grande! Ó desejado, ó poeta de uma poesia que se furta e se expande à maneira de um lago de pez** e resíduos letais... És nosso fim natural e somos teu adubo, tua explicação e tua mais singela virtude... Pois carecia que um de nós nos recusasse para melhor servir-nos. Face a face te contemplamos, e é teu esse primeiro e úmido beijo em nossa boca de barro e de sarro. CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, CLARO ENIGMA. * “descorçoado”: assim como “desacorçoado”, é uma variante de uso popular da palavra “desacoroçoado”, que significa “desanimado”. ** “pez”: piche. 1. (Fuvest 2018) Considere o tipo de relação estabelecida pela preposição “para” nos seguintes trechos do poema: I. “ó inapto para as cavalhadas e os trabalhos brutais”. II. “Ó tal como quiséramos para tristeza nossa e consu- mação das eras”. III. “para o fim de tudo que foi grande”. IV. “para melhor servir-nos”. A preposição “para” introduz uma oração com ideia de finalidade apenas em a) I. b) I e II. c) III. d) III e IV. e) IV. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Uma campanha alegre, IX Há muitos anos que a política em Portugal apresenta este sin- gular estado: Doze ou quinze homens, sempre os mesmos, alternadamente possuem o Poder, perdem o Poder, reconquistam o Poder, trocam o Poder... O Poder não sai duns certos grupos, como uma pela* que quatro crianças, aos quatro cantos de uma sala, atiram umas às outras, pelo ar, num rumor de risos. Quando quatro ou cinco daqueles homens estão no Poder, es- ses homens são, segundo a opinião, e os dizeres de todos os outros que lá não estão — os corruptos, os esbanjadores da Fazenda, a ruína do País! Os outros, os que não estão no Poder, são, segundo a sua própria opinião e os seus jornais — os verdadeiros liberais, os salvadores da causa pública, os amigos do povo, e os interesses do País. Mas, coisa notável! — os cinco que estão no Poder fazem tudo o que podem para continuar a ser os esbanjadores da Fazenda e a ruína do País, durante o maior tempo possível! E os que não estão no Poder movem-se, conspiram, cansam-se, para deixar de ser o mais depressa que puderem — os verdadeiros liberais, e os interesses do País! Até que enfim caem os cinco do Poder, e os outros, os verdadei- ros liberais, entram triunfantemente na designação herdada de esbanjadores da Fazenda e ruína do País; em tanto que os que caíram do Poder se resignam, cheios de fel e de tédio — a vir a ser os verdadeiros liberais e os interesses do País. 16 Ora como todos os ministros são tirados deste grupo de doze ou quinze indivíduos, não há nenhum deles que não tenha sido por seu turno esbanjador da Fazenda e ruína do País... Não há nenhum que não tenha sido demitido, ou obrigado a pedir a demissão, pelas acusações mais graves e pelas votações mais hostis... Não há nenhum que não tenha sido julgado incapaz de dirigir as coisas públicas — pela Imprensa, pela palavra dos oradores, pelas incriminações da opinião, pela afirmativa constitucional do poder moderador... E todavia serão estes doze ou quinze indivíduos os que con- tinuarão dirigindo o País, neste caminho em que ele vai, feliz, abundante, rico, forte, coroado de rosas, e num chouto** tão triunfante! (*) Pela: bola. (**) Chouto: trote miúdo. (EÇA DE QUEIRÓS. OBRAS. PORTO: LELLO & IRMÃO-EDITORES, [S.D.].) 2. (Unesp 2012) Assinale a alternativa cuja frase con- tém um numeral cardinal empregado como substantivo. a) Há muitos anos que a política em Portugal apre- senta... b) Doze ou quinze homens, sempre os mesmos, alter- nadamente possuem o Poder... c) ... os cinco que estão no Poder fazem tudo o que podem para continuar... d) ... são tirados deste grupo de doze ou quinze in- divíduos... e) ... aos quatro cantos de uma sala... TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Uns lindos olhos, vivos, bem rasgados, Um garbo senhoril, nevada alvura, Metal de voz que enleva de doçura, Dentes de aljôfar, em rubi cravados. Fios de ouro, que enredam meus cuidados, Alvo peito, que cega de candura, Mil prendas; e (o que é mais que formosura) Uma graça, que rouba mil agrados. Mil extremos de preço mais subido Encerra a linda Márcia, a quem of'reço Um culto, que nem dela inda é sabido. Tão pouco de mim julgo que a mereço, Que enojá-la não quero de atrevido Co'as penas que por ela em vão padeço. (FILINTO ELÍSIO) 3. (Unifesp 2006) No verso "Metal de voz que enleva de doçura", a preposição DE ocorre duas vezes, formando expressões que indicam, respectivamente, relação de a) posse e de consequência. b) causa e de posse. c) qualificação e de causa. d) modo e de qualificação. e) posse e de modo. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: A carruagem parou ao pé de uma casa amarelada, com uma portinha pequena. Logo à entrada, um cheiro mole e salobro enojou-a. A escada, de degraus gastos, subia ingrememente, apertada entre paredes onde a cal caía, e a umidade fizera nódoas. No patamar da sobreloja, uma janela com um grade- adozinho de arame, parda do pó acumulado, coberta de teias de aranha, coava a luz suja do saguão. E por trás de uma portinha, ao lado, sentia-se o ranger de um berço, o chorar doloroso de uma criança. (EÇA DE QUEIRÓS, O PRIMO BASÍLIO) 4. (Fuvest 1999) O segmento do texto em que a prepo- sição DE estabelece uma relação de causa é: a) "ao pé de uma casa amarelada". b) "escada, de degraus gastos". c) "gradeadozinho de arame". d) "parda do pó acumulado". e) "luz suja do saguão". 5. (Fuvest 1995) Ao ligar dois termos de uma oração, a preposição pode expressar, entre outros aspectos, uma relação temporal, espacial ou nocional. Nos versos "Amor total e falho... Puro e impuro... Amor de velho adolescente..." a preposição "de" estabelece uma relação nocional. Essa mesma relação ocorre em: a) "Este fundo de hotel é um fim de mundo." b) "A quem sonha de dia e sonha de noite, sabendo todo sonho vão." c) "Depois fui pirata mouro, / flagelo da Tripolitânia." d) "Chegarei de madrugada, / quando cantar a seriema." e) "Só os roçados da morte / compensam aqui cultivar." GABARITO E.O. Aprendizagem 1. C 2. E 3. D 4. D 5. E 6. B 7. C 8. D 9. C 10. D E.O. Fixação 1. A 2. B 3. C 4. C 5. C 6. C 7. D 8. D 9. E E.O. Complementar 1. A 2. B 3. E 4. E E.O. Objetivas (Unesp, Fuvest, Unicamp e Unifesp) 1. E 2. C 3. C 4. D 5. E 17 CONJUNÇÕES COMPETÊNCIAS: 1 e 8 HABILIDADES: 1, 3, 4, 25 e 27 AULAS 19 E 20 E.O. APRENDIZAGEM TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO. QUANTOS SERES HUMANOS A TERRA SERIA CAPAZ DE SUPORTAR? O número ideal seria entre 1,5 a 3 bilhões de pessoas. Atual- mente, porém, a população é de 7 bilhões. Ou seja, já somos mais do que o dobro do que a Terra conseguiria abrigar de forma sustentável. De acordo com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), três fatores devem ser considerados para o cál- culo: disponibilidade de comida, água e terra; padrão de consu- mo e capacidade do planeta de absorver a poluição; e número de pessoas. Para o pesquisador Alan Weisman, autor de Contagem Regressiva – A Nossa Última e Melhor Esperança para um Futuro na Terra, há um paradoxo. Não adianta aumentar a nossa capa- cidade de alimentar e manter bilhões de pessoas vivas se cada vez mais pessoas continuarem nascendo. “No início do século 20 éramos 2 bilhões e tínhamos vastas florestas, qualidade de vida, comida para todo mundo e pouca emissão de combustíveis fós- seis. Ou seja, tínhamos um planeta saudável”, afirma Weisman. SACO SEM FUNDO Com o avanço da tecnologia e da medicina, mais gente vive por mais tempo.Também produzimos mais grãos utilizando o mesmo espaço – atualmente, nos EUA, cerca de 70% dos grãos alimentam gado (que geram alimento para o homem). Porém, quanto mais comida produzimos, mais pessoas surgem para se- rem alimentadas. ALÍVIO TEMPORÁRIO A taxa de natalidade mundial está diminuindo. Atualmente mui- tas pessoas vivem nas cidades e as famílias não precisam ter tantas crianças (antigamente, os filhos eram importante força de trabalho na lavoura). Além disso, os lares estão cada vez menores e o custo de vida maior. Por tudo isso, pessoas urbanas têm cada vez menos filhos. SOMOS EXAGERADOS Desenvolvimento também não é garantia de abundância. Se toda a população consumisse como os americanos, a Terra não supor- taria - precisaríamos do triplo de recursos existentes atualmente. MAS nem precisamos ir tão longe: com o consumo médio atual, já exploramos pelo menos duas vezes mais do que o planeta oferece. PLANEJAMENTO FAMILIAR De acordo com Alan Weisman, podemos reduzir a quantidade de pessoas que vivem na Terra ao longo de três gerações sem tomar medidas extremas. “Há países que reduziram o número de habitantes apenas com distribuição de contraceptivos, edu- cação e planejamento familiar, sem precisar obrigar as famílias a ter menos filhos”. HTTP://MUNDOESTRANHO.ABRIL.COM.BR/MATERIA/QUANTOS- SERES-HUMANOS-A-TERRA-SERIA-CAPAZ-DE-SUPORTAR 1. (Ifsp) Considere o trecho: “MAS nem precisamos ir tão longe: com o consumo mé- dio atual, já exploramos pelo menos duas vezes mais do que o planeta oferece”. A conjunção destacada pode ser substituída, sem perda significativa do sentido, por: a) ALÉM DISSO nem precisamos ir tão longe: com o consumo médio atual, já exploramos pelo menos duas vezes mais do que o planeta oferece. b) COMO, nem precisamos ir tão longe: com o con- sumo médio atual, já exploramos pelo menos duas vezes mais do que o planeta oferece. c) ASSIM nem precisamos ir tão longe: com o con- sumo médio atual, já exploramos pelo menos duas vezes mais do que o planeta oferece. d) CONQUANTO nem precisamos ir tão longe: com o consumo médio atual, já exploramos pelo menos duas vezes mais do que o planeta oferece. e) ENTRETANTO nem precisamos ir tão longe: com o consumo médio atual, já exploramos pelo menos duas vezes mais do que o planeta oferece. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO. CHUVA FORA DE ÉPOCA DÁ SÓ 18 DIAS DE ALÍVIO ÀS REPRESAS DA GRANDE SP As primeiras duas semanas de setembro trouxeram chuvas acima da média e ampliaram em 50 bilhões de litros as reservas das principais represas da Grande São Paulo. Todo esse volume, PORÉM, representa apenas um ligeiro alívio nos agonizantes mananciais e deverá ser todo consumido num intervalo de apenas três semanas de estiagem – como aconteceu nos últimos 18 dias do mês de agosto. E é justamente essa a previsão dos climatologistas para a pró- xima semana. Segundo essas previsões, a região metropolitana e seu entorno, ONDE estão os seis principais reservatórios, terá bastante calor e quase nenhuma chuva. Setembro é o último mês da estação seca, iniciada em abril. A expectativa do governo Geraldo Alckmin (PSDB) é que as chuvas 18 em grande volume voltem a partir de outubro – na última esta- ção chuvosa, porém, elas só vieram em fevereiro e março. A Grande SP vive hoje a mais grave seca já registrada. FABRÍCIO LOBEL (DISPONÍVEL EM HTTP://WWW1.FOLHA.UOL. COM.BR/COTIDIANO. ACESSO EM 15.09.2015) 2. (Utfpr) Sobre o texto, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas: ( ) A conjunção PORÉM, no segundo parágrafo, intro- duz uma ideia de oposição às informações do primeiro parágrafo. ( ) No segundo parágrafo, o travessão ( – ) foi empregado para introduzir um esclarecimento à informação anterior. ( ) No terceiro parágrafo, o pronome indefinido ONDE foi empregado para retomar o lugar, citado anteriormente . ( ) No título da notícia, a palavra ALÍVIO recebe acento por ser uma paroxítona terminada em - A. Assinale a alternativa que apresenta a sequência corre- ta, de cima para baixo. a) F – V – F – V. b) F – F – V – V. c) F – V – V – F. d) V – V – F – F. e) V – F – F – V. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO. 1José Leal fez uma reportagem na Ilha das Flores, onde ficam os imigrantes logo QUE chegam. E falou dos equívocos de nossa política imigratória. 2As pessoas QUE ele encontrou não eram agricultores e técnicos, gente capaz de ser útil. Viu músicos pro- fissionais, bailarinas austríacas, cabeleireiras lituanas. Paul Balt toca acordeão, Ivan Donef faz coquetéis, Galar Bedrich é vende- dor, Serof Nedko é ex-oficial, Luigi Tonizo é jogador de futebol, Ibolya Pohl é costureira. Tudo 15gente para o asfalto, “para entu- lhar as grandes cidades”, como diz o repórter. 6O repórter tem razão. 3Mas eu peço licença para ficar imaginan- do uma porção de coisas vagas, ao olhar essas belas fotografias QUE ilustram a reportagem. Essa linda costureirinha morena de Badajoz, essa Ingeborg que faz fotografias e essa Irgard que não faz coisa alguma, esse Stefan Cromick cuja única experiência na vida parece ter sido vender bombons 11– não, essa gente não vai aumentar a produção de batatinhas e quiabos nem 16plantar cidades no Brasil Central. 7É insensato importar gente assim. Mas o destino das pessoas e dos países também é, muitas vezes, insensato: principalmente da gente nova e países novos. 8A humanidade não vive apenas de car- ne, alface e motores. Quem eram os pais de Einstein, eu pergunto; e se o jovem Chaplin quisesse hoje entrar no Brasil acaso poderia? Ninguém sabe que destino terão no Brasil essas mulheres louras, esses homens de profissões vagas. Eles estão procurando algu- ma coisa12: emigraram. Trazem pelo menos o patrimônio de sua inquietação e de seu 17apetite de vida. 9Muitos se perderão, sem futuro, na vagabundagem inconsequente das cidades; uma mulher dessas talvez se suicide melancolicamente dentro de alguns anos, em algum quarto de pensão. Mas é preciso de tudo para 18fazer um mundo; e cada pessoa humana é um mistério de heranças e de taras. Acaso importamos o pintor Portinari, o arquiteto Niemeyer, o físico Lattes? E os construtores de nossa indústria, como vieram eles ou seus pais? Quem pergunta hoje, 10e que interessa saber, se esses homens ou seus pais ou seus avós vieram para o Brasil como agricultores, comerciantes, barbeiros ou capitalistas, aven- tureiros ou vendedores de gravata? Sem o tráfico de escravos não teríamos tido Machado de Assis, e Carlos Drummond seria impossível sem uma gota de sangue (ou uísque) escocês nas veias, 4e quem nos garante QUE uma legislação exemplar de imi- gração não teria feito Roberto Burle Marx nascer uruguaio, Vila Lobos mexicano, ou Pancetti chileno, o general Rondon cana- dense ou Noel Rosa em Moçambique? Sejamos humildes dian- te da pessoa humana: 5o grande homem do Brasil de amanhã pode descender de um clandestino QUE neste momento está saltando assustado na praça Mauá13, e não sabe aonde ir, nem o que fazer. Façamos uma política de imigração sábia, perfeita, materialista14; mas deixemos uma pequena margem aos inúteis e aos vagabundos, às aventureiras e aos tontos porque dentro de algum deles, como sorte grande da fantástica 19loteria humana, pode vir a nossa redenção e a nossa glória. (BRAGA, R. IMIGRAÇÃO. IN: A BORBOLETA AMARELA. RIO DE JANEIRO, EDITORA DO AUTOR, 1963) 3. (Ita) Assinale a opção em que o termo grifado é con- junção integrante. a) José Leal fez uma reportagem na Ilha das Flores, onde ficam os imigrantes logo QUE chegam. (ref. 1) b) As pessoas QUE ele encontrou não eram agriculto- res e técnicos, gente capaz de ser útil. (ref. 2) c) Mas eu peço licença para ficar imaginando uma porção de coisas vagas, ao olhar essas belas fotogra- fias QUE ilustram a reportagem. (ref. 3) d) [...] e quem nos garante QUE uma legislação exem- plar de imigração não teria feito Roberto Burle Marx nascer uruguaio, [...] (ref. 4) e) [...] o grande homem do Brasil de amanhã pode descender
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