Saúde Coletiva - Processo saúde doença (determinantes, História natural da doença

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MARIA EDUARDA ALMEIDA 
ºTERMO 
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Saúde pública – diz respeito ao diagnóstico e 
tratamento de doenças, e a tentativa de assegurar que 
o indivíduo tenha, dentro da comunidade, um padrão de 
vida que lhe assegure a manutenção da saúde (ella está 
ligada ao setor governamental e é voltada para os 
problemas de saúde que atingem a coletividade.) 
 
Saúde coletiva – processo de trabalho em saúde 
que tenha como foco a promoção da saúde, a 
prevenção de riscos e agravos, a reorientação da 
assistência, a melhoria da qualidade de vida, privilegiando 
mudanças nos modos de vida e nas relações entre as 
pessoas e instituições envolvidas no cuidado à saúde da 
coletividade. Também é gerida e administrada pelo 
Estado. 
 
→ Cabe ao profissional da saúde coletiva analisar o 
processo saúde-doença de uma dada coletividade, 
considerando o contexto social historicamente 
determinado em que ela se insere. Essa análise dará ao 
profissional condições de intervir na realidade, promover 
mudanças e melhorias naquela comunidade. 
 
Dinâmica das mudanças a serem 
promovidas pelo profissional da 
saúde: 
(é mais um ponto de divergência entre os conceitos de 
saúde pública e saúde coletiva.) 
Saúde pública: as mudanças são localizadas e graduais, 
de acordo com as possibilidades do Estado. 
Saúde coletiva: as mudanças devem ser radicais, de 
acordo com a necessidade da comunidade, e 
resultantes de um embate entre Estado e sociedade. 
 
Processo Saúde-Doença 
Está diretamente ligado à forma como o ser humano, 
no decorrer de sua existência, foi se apropriando da 
natureza para transformá-la, buscando o atendimento 
às suas necessidades. 
Representa o conjunto de relações e variáveis que 
produz e condiciona o estado de saúde e doença de 
uma população, que se modifica nos diversos 
momentos históricos e do desenvolvimento científico da 
humanidade. 
 
Condições de saúde da população: 
Qualidade de vida determinada por padrões de: 
- Alimentação e nutrição 
- Habitação e saneamento 
- Trabalho e condições 
- Educação 
- Ambiente físico 
- Apoio social 
- Práticas/ comportamentos 
- Atenção de saúde 
 
DETERMINANTES DO PROCESSO 
SAUDE DOENCA 
Os fatores determinantes de Saúde é o nome coletivo 
atribuído aos fatores e as condições que influenciam a 
saúde. 
Um elemento crucial dessa definição é a noção de que 
eles não atuam isoladamente, antes atuam em 
interações complexas que repercutem de forma 
profunda na saúde. 
• Biologia humana (20%): idade, gênero, ciclo de vida 
(infância, adolescência, maturidade, velhice), herança 
genética – características que não podemos mudar 
• Ambiente (20%): incluindo o físico e o 
socioeconômico e cultural 
• Estilo de vida (50%): higiene pessoal, dieta, atividade 
física, adições, comportamento sexual e outros – 
características que podemos mudar 
• Serviços de saúde (10%): assistência médica e outros 
profissionais - ações preventivas e curativas 
 
 
MARIA EDUARDA ALMEIDA 
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História natural da doença 
É o curso da doença desde o início até sua resolução, 
na ausência de intervenção. 
É o modo próprio de evoluir que tem toda doença ou 
processo, quando se deixa seguir seu próprio curso 
 
Início – com a exposição de um hospedeiro suscetível 
a um agente causal 
Término – com recuperação, deficiência ou óbito. 
 
Período pré patogênico - antes da doença se 
estabelecer (indivíduo suscetível) – período no qual são 
feitas as interferências na historia natural das doenças 
com o objetivo de prevenção 
Patogênico – indivíduo já possui a doença 
 
Patogênico assintomático - doença subclínica, com 
mudanças patológicas, período de incubação, período 
de latência 
 
Patogênico sintomático – doença clínica, já apresenta 
sintomas clínicos (diagnóstico usual) 
- Recuperação 
- Recuperação parcial 
- Deficiência 
- Imunidade 
- Estado de portador 
- Óbito 
 
Níveis de prevenção 
Leavell & Clark (1965) – descreveram a prevenção 
como uma ação antecipada, baseada no conhecimento 
da história natural da doença, a fim de tornar 
improvável o progresso posterior, apresentando 3 
níveis de prevenção. 
Identificar em qual estágio da doença o indivíduo está 
para assim permitir ações adequadas que contribuam 
realmente em sua reabilitação e proporcionem uma 
melhor qualidade de vida a partir de seu conhecimento 
frente à doença e perspectivas. 
 
Níveis de aplicação das ações em saúde 
1º Trabalhar com a doença antes que o indivíduo a 
contraia. Melhorar as condições de vida do indivíduo, de 
modo que as agressões ambientais sejam reduzidas ao 
mínimo. Assim fomentamos a geração de indivíduos 
com melhor potencial genético e diminuímos fatores de 
risco externos. 
2º Proteger os indivíduos contra agressões específicas, 
como, por exemplo, favorecer uma boa dieta alimentar. 
3º Identificar o quanto antes o caso e iniciar o mais 
precocemente possível o tratamento. 
4º Trabalhar com o indivíduo já portador da doença 
com ações efetivas para a recuperação, sem sequelas 
ou diminuir a incidência das mesmas. 
5º Se o indivíduo foi surpreendido apenas no final da 
doença, gerando sequelas, as ações tem o objetivo de 
recuperá-las o mais rápido possível. 
As ações devem sempre seguir o objetivo de fazer 
com que o indivíduo não adoeça, no caso de adoecer 
trabalhar ao máximo para que o mesmo se restabeleça 
e sem a presença de sequelas. 
 
Fatores sociais que influenciam no período pré-
patogênese: 
Fatores socioeconômicos – grupos sociais 
economicamente privilegiados estão menos sujeitos à 
ação dos fatores ambientais, estimulam a ocorrência de 
certas doenças com incidência maior nos 
economicamente desprivilegiados 
Fatores sociopolíticos – decisão política, participação 
consentida e valorização da cidadania, participação 
comunitária efetivamente exercida, transparência das 
ações e acesso à informação 
Fatores socioculturais – preconceitos e hábitos culturais, 
crendices, comportamentos e valores, valendo como 
fatores pré-patogênicos contribuintes para a difusão e 
manutenção de doenças 
Fatores psicossociais – marginalidade, falta de apoio no 
contexto social, condições de trabalho, promiscuidade, 
transtornos econômicos, falta de cuidado materno na 
infância, carência afetiva de ordem geral, e outros. 
 
Fatores ambientais que influenciam: 
Agressores ambientais 
Industrialização crescente 
Substâncias carcinogênicas 
 
Fatores genéticos e multifatoriedade influenciam no 
período de pré-patogênese – provavelmente 
determinam a maior ou menor suscetibilidade da pessoa 
quanto à aquisição de doenças. 
 
MARIA EDUARDA ALMEIDA 
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Níveis de evolução da doença no período da pré-
patogênese 
1. Interação estímulo-suscetível 
2. Alterações bioquímicas, fisiológicas e histológicas. 
3. Sinais e sintomas 
4. Defeitos permanentes, cronicidade, cura. 
 
Prevenção de doenças 
Níveis de prevenção: 
 
Primária 
Conjunto de atividades que visam evitar ou remover a 
exposição de um indivíduo ou uma população a um 
fator de risco ou agente causal antes que desenvolva 
um mecanismo patológico. 
Interceptação dos fatores pré-patogênicos: 
Promoção da saúde – medidas de ordem geral, 
como moradia adequada, escolas, alimentação adequada, 
hábitos de vida, saneamento básico 
Proteção específica – como imunização, saúde 
ocupacional, higiene pessoal e do lar, aconselhamento 
genético, controle de vetores, proteção conta 
acidentes, uso de preservativos e seringas descartáveis. 
 
Secundária 
Tem como finalidade a detecção de um problema de 
saúde em um indivíduo ou em uma população numa 
fase precoce 
Realizada no indivíduo sob ação do agente patogênico, 
ao nível do estado de doença. 
Diagnóstico precoce – inquéritos, descoberta, 
exames periódicos, detecção 
Tratamento precoce – isolamento e tratamento, 
evitar a propagação 
Limitação da invalidez – evitar futuras 
complicações, evitar sequelas 
 
Terciária 
Temcomo finalidade reduzir os custos sociais e 
econômicos dos estados de doença na população, por 
meio da reabilitação, reintegração precoce, e da 
potencialização da capacidade funcional renascente dos 
indivíduos 
Prevenção de incapacidades 
Reabilitação – fisioterapia, terapia ocupacional, emprego 
para o reabilitado, redução da dependência familiar, 
redução da dependência social, melhoria na qualidade 
de vida. 
 
Quaternária 
A detecção de indivíduos em risco de tratamento 
excessivo 
Protegê-los de novas intervenções médicas 
inapropriadas e sugerir-lhes alternativas eticamente 
aceitáveis 
Evitar danos