Buscar

Anatomia e Fisiologia da Lactação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Marina Moura Fé – M7 
 
Anatomia e Fisiologia da Lactação 
Desenvolvimento das mamas 
As mamas, mostradas na Figura, começam a se 
desenvolver na puberdade. Esse desenvolvimento é 
estimulado pelos estrogênios do ciclo sexual feminino 
mensal; os estrogênios estimulam o crescimento da 
parte glandular das mamas, além do depósito de 
gordura que dá massa às mamas. Além disso, ocorre 
crescimento bem mais intenso durante o estado de 
altos níveis de estrogênio da gravidez, e só então o 
tecido glandular fica inteiramente desenvolvido para a 
produção de leite 
 
 
 
A mama feminina é composta por glândulas 
túbulo-alveolares chamadas de lobos 
mamários (cerca 15 a 20 em cada mama), os 
quais são constituídos por lóbulos (en tre 20-
40). Cada lóbulo é composto por alvéolos 
envolvidos por células mioepiteliais. O leite 
produzido nos alvéolos é conduzido até os 
seios lactíferos por uma rede de ductos. Para 
cada lobo mamário há um seio lactífero com 
saída independente no mamilo. 
 
Principais hormônios envolvidos no 
desenvolvimento mamário e na 
lactação 
Estrogênio 
Durante toda a gravidez, a grande quantidade de 
estrogênios secretada pela placenta faz com que 
o sistema de ductos das mamas cresça e se 
ramifique. Simultaneamente, o estroma das 
mamas aumenta em quantidade, e grande 
quantidade de gordura é depositada no estroma. 
Quatro outros hormônios são igualmente 
importantes para o crescimento do sistema de 
ductos: hormônio do crescimento, prolactina, os 
glicocorticoides adrenais e insulina. Sabe-se que 
cada um desses hormônios tem pelo menos 
algum papel no metabolismo das proteínas, o 
que, presumivelmente, explica a função deles no 
desenvolvimento das mamas. 
 
Marina Moura Fé – M7 
 
Progesterona 
O desenvolvimento final das mamas em órgãos 
secretores de leite também requer progesterona. 
Quando o sistema de ductos estiver desenvolvido, a 
progesterona — agindo sinergicamente com o 
estrogênio, bem como com os outros hormônios 
mencionados — causará o crescimento adicional dos 
lóbulos mamários, com multiplicação dos alvéolos e 
desenvolvimento de características secretoras nas 
células dos alvéolos. Essas mudanças são análogas aos 
efeitos secretores da progesterona no endométrio 
uterino na última metade do ciclo menstrual feminino. 
Logo, a progesterona é necessária para o 
desenvolvimento total do Sistema Lóbulo-Alveolar. 
Prolactina 
Embora o estrogênio e a progesterona sejam 
essenciais ao desenvolvimento físico das mamas 
durante a gravidez, um efeito especial de ambos esses 
hormônios é inibir a verdadeira secreção de leite. 
Por outro lado, o hormônio prolactina tem o efeito 
exatamente oposto na secreção de leite, 
promovendo-a. 
A prolactina é secretada pela hipófise anterior 
materna, e sua concentração no sangue da mãe 
aumenta uniformemente a partir da quinta semana de 
gravidez até o nascimento do bebê, época em que já 
aumentou de 10 a 20 vezes o nível normal não 
grávido. Esse nível elevado de prolactina, no final da 
gravidez, é mostrado na Figura. 
 
Além disso, a placenta secreta grande 
quantidade de somatomamotropina coriônica 
humana (hGH), que provavelmente tem 
propriedades lactogênicas, apoiando, assim, a 
prolactina da hipófise materna durante a 
gravidez. Mesmo assim, devido aos efeitos 
supressivos do estrogênio e da progesterona, 
não mais do que uns poucos mililitros de 
líquido são secretados a cada dia até após o 
nascimento do bebê. 
O líquido secretado, nos últimos dias antes e 
nos primeiros dias após o parto, é denominado 
colostro, que contém, essencialmente, as 
mesmas concentrações de proteínas e lactose 
do leite, mas quase nenhuma gordura, e sua 
taxa máxima de produção é cerca de 1/100 da 
taxa subsequente de produção de leite. 
Imediatamente depois que o bebê nasce, a 
perda súbita tanto de secreção de estrogênio 
quanto de progesterona da placenta permite 
que o efeito lactogênico da prolactina da 
hipófise materna assuma seu papel natural de 
promotor da lactação, e no período de 1 a 7 
dias as mamas começam a secretar 
quantidades copiosas de leite, em vez de 
colostro. 
Essa secreção de leite requer uma secreção de 
suporte adequada da maioria dos outros 
hormônios maternos também, porém os mais 
importantes são hormônio do crescimento, 
cortisol, paratormônio e insulina. Esses 
hormônios são necessários para fornecer 
aminoácidos, ácidos graxos, glicose e cálcio, 
fundamentais para a formação do leite. 
Depois do nascimento do bebê, o nível basal da 
secreção de prolactina retorna aos níveis não 
grávidos durante algumas semanas. 
Entretanto, cada vez que a mãe amamenta o 
bebê, sinais neurais dos mamilos para o 
hipotálamo causam um pico de 10 a 20 vezes 
da secreção de prolactina, que dura 
aproximadamente 1 hora. 
Marina Moura Fé – M7 
 
Essa prolactina age nas mamas maternas para manter 
as glândulas mamárias secretando leite nos alvéolos 
para os períodos de amamentação subsequentes. Se o 
pico de prolactina estiver ausente, ou for bloqueado 
em decorrência de dano hipotalâmico ou hipofisário, 
ou se a amamentação não prosseguir, as mamas 
perdem a capacidade de produzir leite dentro de mais 
ou menos uma semana. Entretanto, a produção de 
leite pode se manter por vários anos se a criança 
continuar a sugar, embora a formação de leite, 
normalmente, diminua consideravelmente depois de 
7 a 9 meses. 
Hormônio Inibidor de Prolactina 
O hipotálamo tem papel essencial no controle da 
secreção de prolactina, como na maioria de todos os 
outros hormônios hipofisários anteriores. Contudo, 
esse controle é diferente em um aspecto: o 
hipotálamo essencialmente estimula a produção de 
todos os outros hormônios, mas efetivamente inibe 
a produção de prolactina. Por conseguinte, o 
comprometimento do hipotálamo ou o bloqueio do 
sistema portal hipotalâmico-hipofisário geralmente 
aumenta a secreção de prolactina, enquanto deprime 
a secreção dos outros hormônios hipofisários 
anteriores. 
Por isso, acredita-se que a secreção pela hipófise 
anterior de prolactina seja controlada totalmente, ou 
quase totalmente, por fator inibidor formado no 
hipotálamo e transportado pelo sistema portal 
hipotalâmico-hipofisário à hipófise anterior. Este fator 
é, por vezes, chamado hormônio inibidor de 
prolactina, se bem que ele é quase certamente o 
mesmo que a catecolamina dopamina, conhecida por 
ser secretada pelos núcleos arqueados do hipotálamo 
e que pode diminuir a secreção de prolactina em até 
10 vezes. 
 
 
 
 
 Atenção 
Os mesmos sinais neurais das mamas para o 
hipotálamo que provocam a secreção de 
prolactina durante o ato de sugar — seja 
devido aos sinais nervosos ou devido a efeito 
subsequente de mais prolactina — inibem a 
secreção do hormônio liberador da 
gonadotropina (GnRH) pelo hipotálamo. Isto, 
por sua vez, suprime a formação dos 
hormônios gonadotrópicos hipofisários — 
hormônio luteinizante (LH) e hormônio 
folículo-estimulate (FSH). 
Por isso o efeito anticoncepção da prolactina 
nos primeiros dias. Entretanto, após vários 
meses de lactação, em algumas mulheres, 
especialmente naquelas que amamentam seus 
bebês apenas parte do tempo, a hipófise 
começa a secretar hormônios gonadotrópicos 
suficientes para restabelecer o ciclo sexual 
mensal, embora a amamentação continue. 
Ocitocina 
O leite é secretado de maneira contínua nos 
alvéolos das mamas, mas não flui facilmente 
dos alvéolos para o sistema de ductos e, 
portanto, não vaza continuamente pelos 
mamilos. Em vez disso, o leite precisa ser 
ejetado dos alvéolos para os ductos, antes de 
o bebê poder obtê-lo. Essa ejeção é causada 
por um reflexo neurogênico e hormonal 
combinado, que envolve o hormônio 
hipofisário posterior ocitocina. 
Quando o bebê suga, ele não recebe quase 
nenhum leite por mais ou menos 30 segundos. 
Primeiramente, é preciso que impulsos 
sensoriaissejam transmitidos através dos 
nervos somáticos dos mamilos para a medula 
espinal da mãe e, então, para o seu 
hipotálamo, onde desencadeiam sinais neurais 
que promovem a secreção de ocitocina, ao 
mesmo tempo em que causam secreção de 
prolactina. 
Marina Moura Fé – M7 
 
 A ocitocina é transportada no sangue para as 
mamas, onde faz com que as células mioepiteliais 
(que circundam as paredes externas nos alvéolos) se 
contraiam, assim transportando o leite dos alvéolos 
para os ductos, sob uma pressão de +10 a 20 mmHg. 
Em seguida, a sucção do bebê fica efetiva em remover 
o leite. Assim, dentro de 30 segundos a 1 minuto 
depois que o bebê começa a sugar, o leite começa a 
fluir. Esse processo é denominado ejeção ou descida 
do leite. 
A “descida do leite”, que costuma ocorrer até o 3º ou 
4º dia após o parto, ocorre mesmo sem a sucção da 
criança ao seio. 
Interessante... 
O ato de sugar uma mama faz com que o leite flua não 
só naquela mama, mas também na oposta. É 
especialmente interessante que, quando a mãe pensa 
no bebê ou o escuta chorar, muitas vezes isso 
proporciona um sinal emocional suficiente para o 
hipotálamo provocar a ejeção de leite. 
 
Lactogênese 
A lactogênese é dividida em 3 fases. Na fase I, já 
durante a gestação, a mama é preparada para a 
amamentação, sobretudo, pela ação de alguns 
hormônios como o estrogênio responsável pela 
ramificação dos ductos lactíferos, e pelo 
progestogênio que forma os lóbulos e outros que 
contribuem para o crescimento mamário (lactogênio 
placentário, prolactina e gonadotrofina coriônica). Na 
segunda metade da gestação, os ácinos e alvéolos 
ficam distendidos devido ao acúmulo de colostro. 
A fase II da lactogênese ocorre após o nascimento da 
criança e expulsão da placenta, quando ocorre uma 
queda acentuada do progestogênio, com 
consequente liberação da prolactina pela hipófise 
anterior.Logo após o nascimento, a produção de leite 
é controlada principalmente por hormônios 
 
Após o 3º/4º dia após o parto ocorre a 
“descida do leite”, processo que ocorre 
independente da criança realizar ou não a 
sucção. Com isso, inicia-se a fase III da 
lactogênese, chamada galactopoiese, a qual 
depende primordialmente da sucção do bebê 
e do esvaziamento da mama. O leite possui 
“peptídeos supressores da lactação” que 
inibem a produção do leite e ao serem 
removidos pelo esvaziamento da mama há a 
garantia da reposição do leite removido com o 
esvaziamento anterior. 
O leite de uma mamada é produzido, em sua 
maior parte, enquanto a criança mama por 
meio do estímulo da prolactina (esta é inibida 
pela dopamina, logo, nesse período, a 
dopamina tem sua liberação inibida) e da 
ocitocina. Esta última é liberada através de 
alguns estímulos: sucção da criança, visão, 
cheiro e choro da criança, motivação, 
tranquilidade e autoconfiança; ao passo que, 
estresse, ansiedade, dor, desconforto e medo 
inibem a ejeção do leite, prejudicando a 
lactação. 
 
Marina Moura Fé – M7 
 
 
Composição e características do leite e a depleção 
metabólica na mãe causada pela lactação 
A concentração de lactose no leite humano é cerca de 
50% maior que no leite de vaca, mas a concentração 
de proteína no leite de vaca é, em geral, duas a três 
vezes maior que no leite materno. Finalmente, apenas 
um terço de cinzas que contêm cálcio e outros 
minerais é encontrado no leite materno em 
comparação 
Abaixo é possível observar as diferenças do leite 
materno a termo, pré-termo e leite de vaca. Apesar do 
leite de vaca ter mais proteínas do que o materno, a 
principal proteína deste é a caseína, a qual tem difícil 
digestão se comparada com a principal proteína do 
leite materno que é a lactoalbumina. 
 
 
Figura 1: Sanar Flix Figura 2: Guyton 
No auge da lactação na mulher, 1,5 litro de 
leite pode ser formado a cada dia (e até mais 
se a mulher tiver gêmeos). 
Com esse grau de lactação, grande quantidade 
de energia é drenada da mãe; 
aproximadamente 650 a 750 quilocalorias por 
litro (ou 19 a 27,15 quilocalorias por grama) 
estão contidas no leite materno, embora a 
composição e o teor calórico do leite 
dependam da dieta da mãe e de outros 
fatores, como a dimensão dos seios. 
Grandes quantidades de substratos 
metabólicos são perdidas da mãe. Por 
exemplo, cerca de 50 gramas de gordura que 
entram no leite todos os dias, bem como cerca 
de 100 gramas de lactose, que deve ser 
derivada da conversão da glicose materna. 
Além disso, 2 a 3 gramas de fosfato de cálcio 
podem ser perdidos por dia; a menos que a 
mãe beba grandes quantidades de leite e 
tenha uma ingestão adequada de vitamina D, 
o débito de cálcio e fosfato pela nutriz, 
geralmente, será bem maior do que a ingestão 
dessas substâncias. Para suprir as 
necessidades de cálcio e fosfato, as glândulas 
paratireoides aumentam bastante, e os ossos 
são progressivamente descalcificados. 
Normalmente, a descalcificação óssea 
materna não representa grande problema 
durante a gravidez, mas pode tornar-se mais 
importante durante a lactação. 
Nos primeiros 10 dias após o nascimento a 
secreção láctea é chamada colostro que 
contém mais proteínas, menos gordura e mais 
IgA secretória do que o “leite maduro”. Outra 
peculiaridade é a existente entre o leite que sai 
no início da mamada, chamado de “leite 
anterior” e o leite que sai ao final da mamada 
ou “leite posterior”. Este possui mais gordura, 
mais energia e, portanto, sacia mais a criança. 
 
Marina Moura Fé – M7 
 
Por esse motivo é importante esvaziar toda a mama 
durante uma mamada, bem como é importante 
explicar para as mães que não existe “leite fraco”, 
mas sim uma diferença de concentração de gordura 
entre o leite que sai inicialmente e o que sai no fim. 
Com isso, no início da mamada devido ao alto teor de 
água e componentes hidrossolúveis o leite possui 
coloração de “água de coco”, no meio da mamada o 
leite tende a ter uma coloração branca opaca devido à 
caseína, enquanto no final em virtude da 
concentração de pigmentos lipossolúveis o leite fica 
mais amarelado. 
 
Propriedades imunológicas do leite materno 
Não só o leite fornece ao recém-nascido os nutrientes 
adequados, como também proporciona uma proteção 
importante contra infecções. Por exemplo, vários 
tipos de anticorpos e outros agentes anti-infecciosos 
são secretados no leite, em conjunto com outros 
nutrientes. 
Além disso, diversos tipos de leucócitos são 
secretados, incluindo neutrófilos e macrófagos, 
alguns dos quais são especialmente letais a bactérias 
que poderiam causar infecções mortais aos recém-
nascidos. 
 Particularmente importantes são anticorpos e 
macrófagos que destroem a bactéria Escherichia coli, 
que, com frequência, causa diarreia letal em recém-
nascidos. 
 
Quando o leite de vaca é usado para fornecer 
nutrição ao bebê no lugar do leite materno, os 
agentes protetores, no leite de vaca, 
geralmente são de pouco valor porque, 
normalmente, são destruídos em questão de 
minutos no ambiente interno do ser humano. 
A principal imunoglobulina é a IgA secretória 
que atua contra microorganismos que 
colonizam superfícies mucosas (E.coli, 
Salmonella, rotavírus, poliovírus etc.), tal IgA 
tem sua concentração reduzida no 1º mês e se 
mantêm constante em seguida. Na tabela 
abaixo, resumimos outros importantes fatores 
imunológicos e suas principais funções 
 
 
 
 
 
Referências 
 -Guyton; 
-Tratado de Pediatria (SBP); 
-Sanarflix.

Continue navegando