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FUNDAMENTOS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL A2

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· REGULAÇÃO E ACORDOS COMERCIAIS
Blocos comerciais: o 1 foi Bélgica, Holanda e Luxemburgo. Que vieram a se tornar a EU.
Temos também a Nafta, Pacto Andino, e o Mercosul.
 É um acordo imperfeito, não é totalmente livre, e para fazer acordos com outros blocos, todos do bloco precisam concordar.
Blocos Econômicos são reuniões de países que têm como objetivo a integração econômica e social. 
Tipos de blocos
Os blocos econômicos classificam-se em:
· Zona de livre comércio
· União aduaneira
· Mercado comum
· União econômica e monetária
· Zona de preferência tarifária
Os principais blocos econômicos
· ALCA
· APEC
· MERCOSUL
· NAFTA
· UE
Outros blocos (organizações políticas e grupos internacionais)
· CEI
· Grupo dos 8
· OMC
· ONU
ALCA- Acordo de Livre Comércio das Américas 
A ALCA surge em 1994 com o objetivo de eliminar as barreiras alfandegárias entre os 34 países americanos (exceto Cuba). O prazo mínimo para a sua formação é de 7 anos, quando poderá transformar-se em um dos maiores blocos comerciais do mundo.
Com o PIB total de 12,5 trilhões de dólares (maior que o da União Européia - U.E.), os países da ALCA somam uma população de 790 milhões de habitantes, o dobro da registrada na U.E. Na prática, sua formação significa abortar os projetos de expansão do MERCOSUL e estender o NAFTA para o restante das Américas. 
Os EUA são os maiores interessados em fechar o acordo. O país participa de vários blocos comerciais e registrou em 2000 um déficit comercial de quase 480 bilhões de dólares. Precisa, portanto, exportar mais para gerar saldo em sua balança comercial. Com uma área livre de impostos de importação, os norte-americanos poderiam suprir as demais nações da América com suas mercadorias.
Em maio de 2002, é aprovado nos EUA o fast-track, que permite que o presidente do país possa negociar acordos comerciais, permitindo ao Congresso apenas aprovar ou não os acordos, sem fazer qualquer tipo de emenda ou modificação no texto original. A criação do fast-track está ajudando os EUA a agilizar a implementação da ALCA. 
A grande preocupação da comunidade latino-americana, que gera a maioria das reclamações por parte dos críticos à formação do bloco, assim como a preocupação por parte dos governos dos países que irão fazer parte da ALCA, diz respeito as barreiras não-tarifárias (leis antidumping, cotas de importação e normas sanitárias) que são aplicadas pelos EUA. Apesar da livre circulação de mercadorias, essas barreiras continuariam a dificultar a entrada de produtos provenientes da América Latina naquele mercado.
APEC- Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico  
A APEC, Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico, foi criada no ano de 1989 na Austrália, como um fórum de conversação entre os países membros da ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático) e seis parceiros econômicos da região do Pacífico, como EUA e Japão. Porém, apenas no ano de 1994 adquiriu características de um bloco econômico na Conferência de Seattle, quando os membros se comprometeram a transformar o Pacífico em uma área de livre comércio.
A criação da APEC surgiu em decorrência de um intenso desenvolvimento econômico ocorrido na região da Ásia e do Pacífico, propiciando um abertura de mercado entre 20 países mais Hong Kong (China), além da transformação da área do sudeste asiático em uma área de livre comércio nos anos que antecederam a criação da APEC, causando um grande impacto na economia mundial.
Um aspecto estratégico da aliança, é aproximar a economia norte-americana dos países do Pacífico, a para contrabalançar com as economias do Japão e de Hong Kong. Entre os aspectos positivos da criação da APEC estão o desenvolvimento das economias dos países membros que expandiram seus mercados, sendo que hoje em dia, além de produzirem sua mercadoria, correspondem a 46% das exportações mundiais, além da aproximação entre a economia norte americana e os países do Pacífico e o crescimento da Austrália como exportadora de matérias primas para outros países membros do bloco.
Como aspectos negativos, pode-se salientar que um dos maiores problemas da APEC, senão o maior é a grande dificuldade em coincidir os diferentes interesses dos países membros e daqueles que estão ligados ao bloco, como Peru, Nova Zelândia, Filipinas e Canadá. Além disso, o bloco tem pouco valor em relação a Organização Mundial do Comércio, mesmo sendo responsável por grande movimentação no comércio mundial.
Países Membros: os países membros da APEC são: Austrália, Brunei, Canadá, Indonésia, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Filipinas, Cingapura, Coréia do Sul, Tailândia, Estados Unidos, China, Hong Kong, Taiwan, México, Papua, Nova Guiné e Chile.
Relação com o Brasil: a relação da APEC com o Brasil não é muito direta ou explícita, porém alguns países membros da APEC, também fariam parte da ALCA, caso seja realmente formada, além de uma reunião que foi criada pelos membros do Foro de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico que discutiu a globalização e durou sete dias, na qual o Brasil foi um dos temas junto com outros países da América Latina, discutindo-se a relação entre os países. O bloco está dividido quanto a questão do petróleo, pois vários de seus membros são produtores e estão satisfeitos com a alta nos preços, em quanto aqueles que precisam comprar o petróleo brigam para que o preço diminua.
MERCOSUL- Mercado Comum do Sul
Criado em 1991, o MERCOSUL é composto por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, países sul-americanos que adotam políticas de integração econômica e aduaneira. A origem do MERCOSUL está nos acordos comerciais entre Brasil e Argentina elaborados em meados dos anos 80.
A partir do início da década de 90, o ingresso do Paraguai e do Uruguai torna a proposta de integração mais abrangente. Em 1995 instala-se uma zona de livre comércio. Cerca de 90% das mercadorias fabricadas nos países-membros podem ser comercializadas internamente sem tarifa de importação. Alguns setores, porém, mantém barreiras tarifárias temporárias, que deverão ser reduzidas gradualmente. Além da extinção de tarifas internas, o MERCOSUL estipula a união aduaneira, com a padronização das tarifas externas para diversos itens.
Ou seja: os países-membros comprometem-se a manter a mesma alíquota de importação para determinados produtos.    Os países-membros totalizam uma população de 206 milhões de habitantes e um PIB de 1,1 trilhão de dólares. A sede do MERCOSUL se alterna entre as capitais desses países. Segundo cláusula de 1996 só integram o MERCOSUL nações com instituições políticas democráticas. Chile e Bolívia são membros associados, assinando tratado para a formação de zona de livre comércio, mas não entram na união aduaneira.
NAFTA- Acordo de Livre Comércio da América do Norte 
O NAFTA é um instrumento de integração entre a economia dos EUA, do Canadá e do México. O primeiro passo para sua criação é o tratado de livre comércio assinado por norte-americanos e canadenses em 1988, ao qual os mexicanos aderem em 1992.
A ratificação do NAFTA, em 1993, vem para consolidar o intenso comércio regional já existente na América do Norte e para enfrentar a concorrência representada pela União Européia. Entra em vigor em 1994, estabelecendo o prazo de 15 anos para a total eliminação das barreiras alfandegárias entre os três países. Seu mais importante resultado até hoje é a ajuda financeira prestada pelos EUA ao México durante a crise cambial de 1994, que teve grande repercussão na economia global.
EU- União Européia
Conhecido inicialmente como Comunidade Econômica Européia (CEE), o bloco econômico formado por 15 países da Europa Ocidental passa formalmente a ser chamada de UNIÃO EUROPÉIA (EU) em 1993, quando o Tratado de Maastricht entra em vigor. É o segundo maior bloco econômico do mundo em termos de PIB, com uma população de 374 milhões de pessoas.
CEI- Comunidade dos Estados Independentes  
A CEI é uma organização criada em 1991 que integra 12 das 15 repúblicas que formavam a URSS. Ficam de fora apenas os três Estados bálticos: Estônia, Letônia e Lituânia. Sediada em Minsk,capital da Belarus, organiza-se em uma confederação de Estados, preservando a soberania de cada um. Sua estrutura abriga dois conselhos: um formado pelos chefes de Estados, e outro pelos chefes de Governo, que se encontram de três em três meses.
No ato de criação, a comunidade prevê a centralização das Forças Armadas e o uso de uma moeda comum: o Rublo. Na prática, porém, as ex-repúblicas não chegam a um consenso sobre integração político-econômica. Somente em 1997 todos os membros, exceto a Geórgia, assinam um acordo para estabelecer uma união alfandegária e dobrar o comércio interno até o ano de 2000.  
G8- Grupo dos 8
O G-8 é formado pelos 8 países mais industrializados do mundo e tem como objetivo coordenar a política econômica e monetária mundial. Em reunião realizada em 1997, em Denver (EUA), a Federação Russa é admitida como país-membro, mas não participa das discussões econômicas. O G-8 realiza três encontros anuais, sendo o mais importante a reunião de chefes de governo e de Estado, quando os dirigentes assinam um documento final que deve nortear as ações dos países membros.
O grupo nasce em 1975 da iniciativa do então primeiro-ministro alemão Helmut Schmidt e do presidente francês Valéry Giscard d'Estaign. Eles reúnem-se com líderes dos EUA, do Japão e da Grã-Bretanha para discutir a situação da política econômica internacional. A partir dos anos 80, esses países passam a discutir também temas gerais, como drogas, democracia e corrupção. Com a admissão da Itália e Canadá, passa a ser chamado de Grupo dos Sete. O presidente russo Boris Iéltsin participa como convidado especial da reunião do G-7 desde 1992. A oficialização da entrada da Federação Russa pelo presidente dos EUA, Bill Clinton, é uma resposta ao fato de Iélsin ter aceitado o ingresso dos países da ex-URSS na OTAN.  
OMC- Organização Mundial do Comércio 
Com sede em Genebra, na Suíça , a OMC visa promover e regular o comércio entre as nações. É criada em 1995, em substituição ao Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT), que já realizara várias rodadas de negociação multilaterais para a redução de barreiras comerciais. Em1998, a OMC conta com 132 membros.
Em 2002, a China, que possui a maior população do planeta e o 6º maior PIB mundial, ingressa na OMC, o que implicaria na aplicação das regras mundiais do comércio internacional com a China.
ONU- Organização das Nações Unidas
A ONU é o organismo internacional que surge no final da II Guerra Mundial em substituição à Liga das Nações. Tem como objetivos manter a paz, defender os direitos humanos e as liberdades fundamentais e promover o desenvolvimento dos países em escala mundial. Sua primeira carta é assinada em junho de 1945, por 50 países, em San Francisco, nos EUA.
Atualmente, a ONU é integrada por 185 dos 192 Estados do mundo. Nos últimos anos enfrenta uma crise financeira e política. Vários países-membros têm atrasado o pagamento das contribuições acumulando uma dívida total de US$2,5 bilhões, dos quais US$1,5 bilhão só dos EUA, o maior devedor.
A crise política está relacionada à necessidade de redefinição de seu papel no mundo pós-guerra Fria. Em 1997, um plano de reforma apresentado pela Secretaria Geral da entidade propõe a redução radical do número de departamentos, funcionários e funções da organização. O objetivo é concentrar suas atividades nos processos de paz e no desenvolvimento geral das nações.  
Cinco órgãos principais compõe a ONU: a Assembléia Geral, o Conselho de Segurança, a Secretaria Geral, o Conselho Econômico e Social e a Corte Internacinal de Justiça. Há ainda o Conselho de Tutela, instituído para supervisionar os territórios que se encontravam sob administração e proteção da organização. Desativado em 1997, três anos após a independência da última colônia, Palau, só se reúne em caso de necessidade.
O Conselho de Segurança da ONU é composto por 15 países-membros, sendo que 5 são membros permanentes com direito a veto (Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e Inglaterra) e 10 são membros temporários com mandato de 2 anos. Estuda-se a possibilidade da criação de mais vagas permanentes, além do fim do veto.
Fonte: https://www.mundovestibular.com.br/estudos/geografia/blocos-economicos-mercosul-uniao-europeia-alca-nafta-apec/
· Principais instrumentos da política de comércio internacional
1- TEORIA DA POLÍTICA COMERCIAL
Tarifas, subsídios, controles e outras formas são as estratégias das políticas internacionais. 
2- TARIFAS
Específicas (preço específico), Ad-Valorem (porcentagem/valor sob produto), ou mistas. 
3- POLÍTICA COMERCIAL BRASILEIRA
4- CARACTERÍSTICAS DOS TRATADOS INTERNACIONAIS DE COMÉRCIO
- Tratados multilaterais: igualdade de tratamento, cláusula da nação mais favorecida,
 Introdução
Nesta unidade, iremos realizar uma análise da regulação do Comércio Internacional, expondo os principais acordos nos quais o Brasil está envolvido.
Após, iremos analisar as organizações que regulamentam o Comércio Internacional, compreendendo suas principais atividades.
Vamos estudar a evolução do Comércio Exterior brasileiro, compreendendo, de maneira breve, a sua evolução.
Verificaremos, por fim, como funciona a Gestão de Operações em Importação e Exportação, as principais modalidades e classificações, que visam a regular o Comércio Internacional e facilitar a circulação de bens.
Regulação e Acordos Internacionais
A formação de acordos internacionais parte do anseio de aumentar o volume de circulação de riquezas com alianças entre nações que diminuam as barreiras tributárias e aduaneiras. Em ordem de intensidade de integração, temos as zonas de livre comércio, uniões aduaneiras, mercados comuns e uniões.
Os principais blocos econômicos de hoje nascem a partir da década de 1990, revisando os antigos acordos comerciais que existiam e que, em muito menor escala, impactavam a circulação regional-internacional de mercadorias.
A revisão das formas de acordos comerciais, que culminaram na formação de novos blocos, reflete uma tendência internacional, principalmente entre os países mais hegemônicos, de aumento da atividade empresarial que, por sua vez, é reflexo do enfraquecimento das formas de governo planificadas.
O Brasil, acompanhando o movimento mundial, criou e se incorporou a alguns acordos de Comércio Exterior, sendo Mercosul o mais importante deles.
O Mercosul se forma em 26 de março de 1991, quando a Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai firmam o chamado Tratado de Assunção.
Nos termos do tratado - recepcionado pelo ordenamento jurídico brasileiro por meio do Decreto nº 350, de 21 de novembro de 1991 -, o que se constituiu foi um Mercado Comum, considerando, dentre outras coisas, a necessidade de “[...] ampliação das atuais dimensões de seus mercados nacionais, através da integração [...]”, em face da “[...] evolução dos acontecimentos internacionais, em especial a consolidação de grandes espaços econômicos, e a importância de lograr uma adequada inserção internacional para seus países” (BRASIL, 1991, on-line).
Para alcançar os objetivos do bloco, cada um dos países-membros deveria ir adaptando suas legislações internas, até o momento de alcançar, em nível normativo, a mesma realidade.
Temos, então, entre os países, o objetivo de livre circulação de bens e serviços, a imposição de tarifa comum aos demais países não participantes do bloco e coordenação de políticas macroeconômicas comuns que buscam o fomento da economia da região.
Na prática, todos esses propósitos, entretanto, passaram por sérias dificuldades, justamente por desacordos entre os países-membros. A título exemplificativo, podemos citar a briga entre Brasil e Argentina com relação aos embargos que o Brasil estabeleceu, no decorrer do tempo, a diversos produtos argentinos - tendo sofrido, por sua vez, diversos embargos com relação aos seus produtos pela Argentina. Isso ocorreu porque não se pensou na união aduaneira do Mercosul, nos detalhes econômicos de cada país - não existindo, aliás, uma consulta detalhada da iniciativa privada de cada país, que deveria ser a principal interessadana formação do Mercado Comum. Como nos explicam Saraiva e Almeida (1999, p. 19):
Na montagem da união aduaneira imperfeita que é o Mercosul de hoje, foi necessário definir setores sensíveis, que não suportariam o rebaixamento tarifário. As exceções iniciais, centenas de produtos nos quatro países cobriam, no Brasil, máquinas e equipamentos, informática, artigos eletrônicos, indústria automotiva, frutas frescas e em conserva, pescado, legumes e hortaliças, queijos, indústria têxtil e vidro. Na Argentina, contemplavam o açúcar e suas manufaturas, indústria têxtil e confecções, papel e celulose, vidro, metalurgia, máquinas e ferramentas, artigos eletrônicos e indústria automotiva. Para o Uruguai, cabia proteger os setores de carnes, pescado e mariscos, leite e derivados, cereais, arroz e azeite, açúcar e derivados, vinho, cerveja e licores, indústria têxtil e confecções, vidro, produtos metalúrgicos, indústria automotiva e máquinas. No Paraguai, selecionaram-se carnes e pescado, queijo, ovos e mel, legumes e hortaliças, frutas frescas e em conserva, cereais, arroz, farinha e azeite, açúcar e suas manufaturas, vinhos e cerveja, indústria têxtil e confecções, couro e derivados, produtos metalúrgicos, papel e impressos, café, chá e erva mate, madeiras e móveis.
Em 2012 (atendendo a um pedido de adesão de 2006), a Venezuela ingressou no bloco. Contudo, pouco ela se integrou, tendo passado por duas suspensões, a última em vigor desde 2017 por violação a princípios democráticos do bloco - isto é, por contrariar o regime comum, democrático dos demais países.
Cumpre salientar que a formação de um bloco econômico representa sempre a transposição de barreiras complicadas esbarrando em interesses pessoais e políticas externas nem sempre adequadas à atividade comercial ou ao momento econômico de um país. Um Mercado Comum constitui-se, basicamente, pela transposição de questões tributárias e aduaneiras - e as dificuldades do Mercosul se encontram em problemas de desenvolvimento históricos, que não foram mensurados no momento da formação do bloco. Uma União, por outro lado, traz muito mais impacto à sociedade. E por maior que seja o desenvolvimento de seus membros, as barreiras sempre tendem a aparecer - como veremos, logo mais, a respeito da União Europeia.
Além do Mercosul, o Brasil adere a uma série de acordos internacionais que não, necessariamente, se estabelecem em blocos.
Como exemplo, podemos citar o acordo de preferência tarifária regional entre países da ALADI (Associação Latino-Americana de Integração), PTR-04; o acordo de sementes (AG-02) e de bens culturais entre os países da mesma associação (AR-07). Fora da ALADI, o Brasil conta com alguns acordos específicos, a exemplo do Brasil/Guiana/São Cristóvão e Névis (APP.A25TM 38).
Além disso, há acordos regionais específicos, firmados entre Brasil e Uruguai (ACE-02) e Argentina (ACE-14).
O Mercosul, por sua vez, realizou uma série de acordos com o Chile (ACE-35), Bolívia (ACE-36), México (ACE-54 e ACE-55), Peru (ACE-58), Colômbia, Equador e Venezuela (ACE-59).
Vale ressaltar que, em âmbito internacional, a principal instituição atuando contra medidas desleais é a Organização Mundial do Comércio (OMC) que, além de promover diversos acordos gerais - como no caso do Acordo Geral de Tarifas Aduaneiras -, atua como órgão judicial na resolução de disputas sobre práticas desleais em âmbito internacional.
A OMC, por sua vez, se origina de Acordo Tarifários Internacionais, cujo marco mais antigo, de maior relevância, ocorre em 1947, quando é celebrado um acordo sobre o comércio mundial, que ficou conhecido como General Agreement on Tariffs and Trade (GATT), em português, Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, que tinha como princípios a não discriminação, inexistência de restrição quantitativa e a realização de consultas para resolução de conflitos.
Com o passar dos anos, o Acordo passou a ser renovado periodicamente, por meio do que se denominou rodadas. Assim, tratando de corte de tarifas, houve rodadas em 1949, 1951, 1956 e 1960/1961 - esta última chamada Rodada Dillon. Entre 1964 e 1967 realizou-se a chamada Rodada Kennedy, tratando de tarifas comuns e leis antidumping. Entre 1973 e 1979, houve a Rodada Tóquio, que tratou de barreiras tarifárias, não tarifárias e acordos pró-nações em desenvolvimento.
Durante a denominada Rodada Uruguai, foram realizadas reuniões entre 1986 e 1994  para tratar novamente a respeito de barreiras tarifárias e não tarifas, com a novidade de discutir acerca da inclusão dos serviços no acordo multilateral de bens. “Dessa Rodada nasceu o projeto da OMC que, em 2016, contava com 164 países-membros” (KEEDI, 2017, p. 37).
Em 2001, foi lançada a Rodada Doha, a fim de atender aos interesses dos países em desenvolvimento - mas ela fracassou, definitivamente, em 2009.
Saiba mais
A Associação Latino-Americana de Integração – ALADI foi instituída pelo Tratado de Montevidéu, em 12/08/80, incorporado ao ordenamento jurídico nacional pelo Decreto-Legislativo nº 66, de 16/11/1981, para dar continuidade ao processo de integração econômica iniciado em 1960 pela Associação Latino-Americana de Livre Comércio – ALALC.
Para saber mais, acesse o texto “ALADI - Associação Latino-Americana de Integração”.
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br
Reflita
“A OMC sucedeu ao GATT na regulação do comércio mundial, tendo sido o principal resultado da Rodada Uruguai. Ainda que ela não seja imune às pressões advindas dos principais atores internacionais, sua existência é de vital importância para países como o Brasil que dependem de um sistema de normas para defender seus interesses”.
Fonte: Brasil (s.d., on-line).
A OMC é estruturada por um Conselho Geral responsável por aplicar as decisões tomadas e administrar a estrutura da organização. Esse conselho é ramificado nos Conselhos de Comércio de Bens, de Aspectos de Direitos de Propriedade Intelectual para Comércio de Serviços e no Comitê de Negociações Comerciais. Além disso, a OMC conta com um Órgão de Solução de Controvérsias para solução de disputas internacionais.
Especificamente sobre a Propriedade Intelectual, há um acordo internacional que foi denominado Agreement on Trade-Related Aspects of Intellectual Property Rights, TRIPs, ou Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio. Ele foi celebrado em 1994, durante a Rodada Uruguai, do GATT.
O TRIPs cuida basicamente de padrões internacionais a respeito de Propriedade Intelectual e é de grande interesse dos países hegemônicos. A anuência com os seus termos é pressuposta para ingresso na organização.
O TRIPs é importante para o Comércio Internacional justamente porque regula os direitos sobre o desenvolvimento tecnológico, acentuando o papel comercial da pesquisa e investimento o que, por sua vez, gera ainda mais riqueza aos países desenvolvedores de tecnologias.
Comércio Exterior
O comércio é uma articulação, ou seja, uma estruturação complexa das relações da troca. Iniciando no processo de satisfação das necessidades básicas, chega ao ponto da acumulação de bens e sensação de superioridade social.
Pensando nessa estrutura, o comércio internacional, como o conhecemos hoje, é resultado de uma série de relações para aumento do processo produtivo, visando ao desenvolvimento social de um determinado território soberano - que representa o estágio atual do capitalismo.
O comércio, assim, se torna internacional, irremediavelmente ligado a uma economia internacional, que envolve complexos processos de importação e exportação, prestação de serviços, transferências de rendas e movimentos de capitais.
Na maior parte dos países que não participaram diretamente desse processo, a absorção desse sistema foi lenta e, muitas vezes, precária. Em países de tradição colonial, como é o caso do Brasil, levou-se quase um século para se compreender as necessidades básicas de um Estado, aliados à autonomia (ou soberania) devida para se enquadrar no cenário internacional.
Fato é que, no caso do Brasil, é a partir da Proclamaçãoda República que se começa a pensar no desenvolvimento econômico e inserção do país no cenário internacional, como nos ensina Faro e Faro (2012, p. 4):
A partir da Proclamação da República, o Brasil passou a apostar na especialização da produção como forma de possibilitar uma alavancagem substancial das trocas internacionais. Na verdade, tratava-se de uma iniciativa bastante previsível, haja vista que tal ação já havia sido testada anteriormente por outros países republicanos.
Isso levou o Brasil, na dependência de grandes commodities - como o café, algodão, borracha e açúcar - a um grande desenvolvimento econômico até a crise de 1930. A instabilidade do preço das commodities situava a economia brasileira em lugar de risco, que se evidenciou com a Grande Depressão.
Abre-se, assim, caminho para a Nova República, que visa estabelecer um gradual, porém radical, processo de industrialização, culminando, a década de 1960, na adoção de medidas de aceleração da economia, empurrados pela indústria automobilística (composta essencialmente de multinacionais) e na construção civil (principalmente em obras de infraestrutura).
Contudo, o crescimento desenfreado e desordenado levou o país ao colapso, a partir da década de 1980, com grandes déficits nas transações correntes e disparada da inflação.
Começaram a se estabelecer uma série de planos de estabilização da economia, como o Plano Cruzado (1984), Plano Bresser (1987), Plano Verão (1988), Plano Collor (1990) e Plano Real (1994), principalmente voltados ao controle da inflação, que se estabilizou com o último.
Em paralelo, o Brasil passou por uma grande reabertura econômica, com o colapso do regime militar, mudança de Constituição, adoção de políticas de abertura econômica (liberais) e formação de alianças internacionais - com a formação do Mercosul.
A economia brasileira, contudo, permanece, ainda hoje, dependente de alguns poucos setores (como, ainda, o da construção civil e das grandes commodities), com pouca ênfase em desenvolvimento científico e tecnológico, que nos deixa em posição desfavorável, com relação aos demais países, de economia de tamanho similar.
Gestão de Operações em Exportação
A Gestão de Operações de Exportação (e de Importação) passam por uma série de medidas, tanto em âmbito nacional como internacional, voltadas principalmente para a padronização do sistema de trânsito aduaneiro e expansão do comércio internacional.
O primeiro exemplo que podemos citar está ligado ao Incoterms (international commercial terms), que é uma expressão em inglês desenvolvida pela Câmara de Comércio Internacional (CCI) que visa a padronizar regras de interpretação de termos utilizados no comércio internacional. Isso serve justamente para evitar questionamentos e problemas de comunicação no Comércio Internacional, produzindo mais eficiência e celeridade.
Os Incoterms foram publicados pela primeira vez em 1936 pela CCI, tendo sido revistos em 1953, 1967, 1976, 1980, 1990, 2000, 2010 e 2020. Formam um conjunto de regras para serem aplicadas nos contratos internacionais. Como nos ensina Vasquez (2015, p. 29), “por serem facultativos, os termos aplicam-se somente às relações entre comprador e vendedor, não regulando as modalidades de transporte, uma vez que estas são reguladas pelo contrato entre comprador/vendedor e transportador”.
Os incoterms são estabelecidos por 11 siglas de três letras e divididos em 4 grupos (pela ordem: “E”, “F”, “C” e “D”), que definem, progressivamente, o grau de responsabilidade e obrigações mínimas para o exportador e, por lógica, de forma decrescente para o importador.
	Grupos de entrega
	Grupo E (partida) - menor obrigação ao exportador - mercadoria disponível ao importador na origem
	EXW
	Ex Works
	Grupo F (transporte principal não pago pelo exportador)
	FCA FAS FOB
	Free Carrier Free Alongside Ship Free On Board
	Grupo C (transporte principal pago pelo exportador)
	CPT CFR CIP CIF
	Carriage Paid To Cost and Freight Carriage and Insurance Paid to Cost, Insurance and Freight
	Grupo D (chegada) - entrega da mercadoria ao importador
	DPU DAP DDP
	Delivered At Place Unloaded Delivered At Place Delivered Duty Paid
Quadro 2.1 - Grupos de Entrega de Inconterms
Fonte: Elaborado pelo autor.
O Grupo E (Ex) é aquele o qual a entrega da mercadoria pelo vendedor ocorre no local de origem. No Grupo F (Free), “o vendedor efetua a entrega da mercadoria ao transportador ou alguém determinado pelo comprador, no seu país, com o comprador assumindo-a a partir desse ponto. No Grupo C (Cost), o vendedor obriga-se a contratar o transporte internacional e pagar o frete até o porto ou ponto de destino definido, mas não assume os riscos da viagem, que já passam ao comprador no momento da entrega da mercadoria em seu próprio país. No Grupo D (Delivery), o vendedor deve entregar a mercadoria no destino definido pelo comprador, assumindo todos os riscos e custos para isso, representado o de menor responsabilidade para o comprador (KEEDI, 2017, p. 132).
Com relação à forma de transporte são específicos do aquaviário o FAS, FOB, CFR e CIF, e servem a qualquer forma de transporte o EXW, FCA, CPT, CIP, DPU, DAP e DDP. Com relação ao seguro, os que obrigam o vendedor a contratá-lo são o CIP e o CIF. Os que mantêm as partes responsáveis pelo seguro, em cada uma de suas obrigações, são EXW, FCA, FAS, FOB, CPT, CFR, DPU, DAP e DDP.
As obrigações alfandegárias são devidas a quem cabe dar a entrada ou realizar a saída do produto, exceto no caso do EXW, que são todas as obrigações devidas ao importador, e no DDP, que são todas devidas ao exportador. Cumpre ressaltar, como ensina Keedi (2017), que o Brasil não opera dessa forma, pois “o comprador estrangeiro no Incoterms EXW e o vendedor estrangeiro no Incoterms DDP não podem fazer o despacho e nem pagar impostos”, sendo que “na nossa venda EXW é o vendedor quem providencia isso, subvertendo os termos do Incoterms, e a importação DDP nem pode ser realizada no país ou registrada no Siscomex” (KEEDI, 2017, p. 134).
No EXW - Ex Works (a partir do local de produção), o compromisso do vendedor se limita a embalar e disponibilizar o produto em suas instalações. Ele somente é utilizado quando o importador pode se ocupar de todas as atividades para a realização do transporte e desembaraço aduaneiro.
No FCA - Free Carrier (transportador livre), o vendedor é obrigado a entregar ao transportador a mercadoria devidamente desembaraçada no país de origem. É de sua responsabilidade realizar a carga, o transporte e o desembaraço aduaneiro na origem, sendo o transporte da viagem principal, o seguro da viagem, o desembaraço aduaneiro, na importação, o transporte local, no destino, e a descarga todos de responsabilidade do importador.
O FAS - Free Alongside Ship (livre no costado do navio) é bastante semelhante ao FCA, com a diferença de ser específico ao sistema aquaviário. Como é de responsabilidade do vendedor o embarque da mercadoria no navio, esse é o momento de maior relevância na elaboração do contrato.
No FOB (livre a bordo), também exclusivo para transporte aquaviário,
o vendedor é responsável pelo desembaraço aduaneiro de exportação. Entende-se que a mercadoria está entregue no momento em que ela cruzar a amurada do navio no porto de embarque indicado pelo comprador, a quem passam a recair todos os custos e riscos operacionais a partir desse instante (FARO; FARO, 2012, p. 36).
No CFR - Cost and Freight (custo e frete), exclusivo também para transporte aquaviário, se considera o momento de entrega a liberação da mercadoria na amurada do navio, já desembaraçada para exportação. Fica a cargo do exportador o transporte da viagem principal.
O CIF - Cost, Insurance and Freight (custo, seguro e frete), também exclusivo para transporte aquaviário, é bastante semelhante ao CFR, distinguindo-se pela necessidade do exportador pagar pelo seguro da viagem.
“No CPT - Carriage Paid to (transporte pago) a mercadoria é considerada entregue quando, já desembaraçada para exportação, for repassada ao transportador contratado pelo vendedor” (FARO;FARO, 2012, p. 38).
No CIP - Carriage and Insurance Paid to (transporte e seguro pagos), à semelhança do CIF, o exportador é responsável pela mercadoria até a entrega do bem ao transportador, devendo o vendedor arcar com o seguro da viagem principal.
No DAP - Delivered at Place (entregue no local de destino designado), o bem está entregue quando estiver pronto a sofrer a operação de descarga.
No DPU - Delivered At Place Unloaded (Entregue No Local Desembarcado), o vendedor entrega a carga colocando-a à disposição do comprador, no local de destino nomeado, descarregada do meio de transporte. O vendedor deve assumir todos os riscos e custos envolvidos para isso.
No DDP, o vendedor é responsável por todas as etapas da entrega (inclusive, seguro e transporte local no destino), exceto com relação à descarga da mercadoria.
Em solo nacional, o sistema de Gestão de Operações de Importação e Exportação se liga ao chamado Siscomex - Sistema Integrado de Comércio Exterior - que surge, em 1993, como uma medida do Governo brasileiro, visando a diminuir a burocracia nas relações de Comércio Internacional, gerando controle integrado e, em última instância, fomentando o desenvolvimento do comércio.
Os agentes que intervêm podem ser classificados em gestores, órgãos anuentes e usuários.
Como gestores, temos a SECEX (Secretaria do Comércio Exterior), vinculada ao Ministério da Economia e à RFB, que geram, respectivamente, os aspectos comerciais e fiscais dessas relações.
Os anuentes são aqueles que atuam no Siscomex para realizar exames sobre determinados bens ou serviços, como o caso da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que atua na comercialização de produtos radioativos.
Os usuários são as instituições financeiras (exportadores, importadores, despachantes aduaneiros, transportadores...) que atuam no comércio e circulação de bens e serviços em âmbito internacional.
Para atuar no Siscomex, é necessário realizar um credenciamento prévio, que é feito, no âmbito do MDIC, com o Registro de Exportadores e Importadores (REI), e, no âmbito da RFB, com o Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (RADAR).
Com relação às exportações, é necessário preencher os requisitos do módulo exportação, do Siscomex, realizando a Declaração Única de Exportação (DU-E), que é um documento eletrônico que contém as informações do bem e tem finalidade comercial, cambial e fiscal.
“É necessário o Registro de Operação de Crédito (RC) a todos os bens que circulam internacionalmente mediante financiamento, obrigatório a produtos cujo pagamento seja realizado em prazo superior a 360 dias” (FARO; FARO, 2012, p. 47).
Quando o valor da operação de exportação for inferior a US$ 50 mil, o registro poderá ser realizado de maneira simplificada, mediante o Registro de Exportação Simplificada (RES), que exige menos informações para realizar a operação, bem como simplifica o procedimento.
Além desses documentos, é necessária a expedição da Declaração de Despacho de Exportação (DDE), que pode ser simplificada (DSE), e do Comprovante de Exportação (CE).
Gestão de Operações de Importação
Com relação à importação, é necessária a emissão da Declaração de Importação (DI), que também pode ser simplificada (DSI) e da Licença de Importação (LI), igualmente expedida de forma simplificada (LSI), para os casos de operações de pequeno valor, mencionados anteriormente.
O regime jurídico do Siscomex é regulado principalmente pelo Decreto nº 660, que regulamenta o Siscomex, em especial, entre os seus artigos 4 e 9, analisando como se funciona e se inicia as relações de comércio exterior a produtores em geral, expondo também a importância de um sistema integrado de comércio exterior na coleta de dados e melhoria no planejamento do comércio exterior.
As modalidades de habitação, por sua vez, são reguladas pela Instrução Normativa RFB nº 1.603 (de 15 de dezembro de 2015) e pelas Portarias Coana nº 58 (de 26 de julho de 2016) e 72 (de 04 de setembro de 2018), que autorizam a habilitação ordinária e simplificada do pequeno empresário, bem como a forma de habilitação de pessoa física no Siscomex, seguindo o manual da Receita Federal fornecido para esse fim.
Os bens são classificados pelo Siscomex principalmente para realizar um controle comercial e fiscal. Eles podem atender ao Sistema Harmonizado (SH) ou à Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). É com eles que se definem as alíquotas devidas para cada produto ou serviço comercializado.
A classificação obedece aos seguintes critério de divisão: (1) animais vivos; (2) carnes e miudezas comestíveis; (3) peixes, crustáceos, moluscos e outros invertebrados aquáticos; (4) leite e lacticínios, ovos de aves, mel natural, produtos comestíveis de origem animal não especificados em outros capítulos; e (5) outros produtos de origem animal, não especificados nem compreendidos em outros capítulos.
Há uma subdivisão em cada capítulo, de maneira a se estabelecer um terceiro e um quarto dígitos, como é o caso de animais vivos, que são da espécie bovina, classificado por 0102 e, se é reprodutor de raça pura, se classifica por mais dois dígitos: 0102.10.
Os regimes aduaneiros regulam a forma pela qual os objetos do Comércio Internacional serão transmitidos, bem como o seu regime de tributação.
O território aduaneiro, no caso do Brasil, atinge toda a sua extensão, sendo a sua abrangência classificada em zona primária — onde estão os portos e os aeroportos alfandegados, além das áreas de fronteiras — e zona secundária, onde se encontra o restante do território aduaneiro, incluindo as águas territoriais e o espaço aéreo, conforme estabelece o Decreto nº 6.759/09 (BRASIL, 2009).
Os regimes aduaneiros podem ser classificados em: comum, especial e especial para área especial. O primeiro cuida das operações em geral; o segundo, das operações que têm algum tipo de isenção tributária; o terceiro serve para atender determinadas áreas do território nacional.
Os regimes aduaneiros especiais podem ser classificados em:
i. admissão temporária, em que o bem permanece em território nacional por prazo determinado;
ii. Depósito Alfandegado Certificado (DAC), que desvincula a venda externa da transferência física da mercadoria;
iii. Depósito Afiançado, que suspende tributos de importação que estejam voltados à manutenção de aeronaves ou embarcações que realizem o Comércio Internacional;
iv. Depósito Especial (DE), suspende tributos para importações de peças, materiais de reposição ou manutenção de veículos estrangeiros;
v. Drawback, que consiste em admitir matérias-primas, utilizadas em processo de industrialização, com diferenciação de regime de tributação, sendo classificado em de suspensão, isenção ou restituição;
vi. Depósito Franco, que permite o armazenamento de mercadoria estrangeira em um recinto alfandegado;
vii. entreposto aduaneiro, que permite o depósito de mercadorias em recinto alfandegado, com suspensão de pagamento de tributos;
viii. Regime Aduaneiro Especial de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado (RECOF), que admite a suspensão tributária a mercadorias destinadas à industrialização;
ix. exportação temporária, que permite a saída de mercadorias, com promessa de devolução em até um ano, com suspensão de tributos incidentes;
x. Loja Franca, “que é a instalação comercial estabelecida em zona primária de porto ou aeroporto alfandegado, para venda de mercadoria nacional ou estrangeira especificamente a passageiro em viagem internacional” (FARO; FARO, 2012, p. 131);
xi. trânsito aduaneiro, que permite a circulação de mercadorias de um local a outro, no território nacional, com suspensão tributária;
xii. Regime Especial de Importação de Insumos (RECOM), voltado ao desenvolvimento do setor automotivo, permite a importação sem cobertura cambial;
xiii. Regime Especial de Importação de Bens Destinados às Atividades de Pesquisa e de Lavra das Jazidas de Petróleo e Gás Natural (REPETRO), que dá condições especiais à circulação dessas mercadorias;
xiv. Regime Especial de Importação de Petróleo Bruto e seus Derivados(REPEX), que, de maneira semelhante ao REPETRO, dá condições especiais à circulação dessas mercadorias.
Os regimes aduaneiros especiais, aplicados em áreas especiais, por sua vez, podem ser assim classificados:
i. Áreas de Livre Comércio (ALC), que são regiões específicas, que usufruem de benefícios fiscais. Geralmente se localizam em regiões de fronteira e são acordos entre países, para contribuir no desenvolvimento da região;
ii. Zona Franca de Manaus (ZFM), que é uma área de livre comércio — com incentivos fiscais — que serve para fomentar o desenvolvimento da região;
iii. Entreposto Internacional da ZFM (EIZOF), que permite o depósito de mercadorias estrangeiras e nacionais na ZFM, com a suspensão de tributos;
iv. Zonas de Processamento de Exportação (ZPE), “que são áreas de livre comércio em locais destinados à instalação de indústrias voltadas exclusivamente para a produção de bens destinados à comercialização no exterior” (FARO; FARO, 2012, p. 135).
Os despachos aduaneiros são os procedimentos pelos quais é verificada a exatidão dos dados declarados em processo de importação ou exportação, com vistas ao desembaraço aduaneiro, como nos ensina Vasquez (2015).
No despacho aduaneiro de exportação é realizado o desembaraço da mercadoria ao exterior, desenvolvido em cinco etapas: registro da Declaração de Despacho de Exportação (DDE), confirmação da presença de carga e recepção de documentos, parametrização e distribuição da DDE, desembaraço aduaneiro e registro dos dados de embarque, averbação de embarque/emissão do Comprovante de Exportação (CE).
Já no despacho de importação, a mercadoria é classificada por cores, de acordo com quatro canais de conferência (verde, amarelo, vermelho e cinza), sendo finalizado com o registro do desembaraço no Siscomex, onde é emitido o Comprovante de Importação (CI), atestando a regularidade da mercadoria no país (FARO; FARO, 2012, p. 87).
LIVRO
Economia Internacional e Comércio Exterior
Jayme de Mariz Maia
Editora: Atlas
ISBN: 978852248963-3
Comentário: Livro indispensável para se compreender, sob um ponto de vista econômico, as nuances do comércio exterior, diante da economia internacional, apto a situar o Brasil dentro das mudanças do Comércio Exterior.
FILME
Batalha de Seattle
Ano: 2007
‍Comentário: O filme trata de problemas ambientais relacionados ao aumento do comércio, atingindo a OMC, diante das tensões que se concretizam a partir desses problemas.
Para conhecer mais sobre o filme, acesse o trailer.
Conclusão
Nesta unidade, vimos o cenário da regulação do Comércio Internacional, situando o Brasil dentro dele e a maneira pela qual o país procura superar os entraves econômicos para desenvolvimento. Analisamos, também, as organizações que regulamentam o Comércio Internacional, compreendendo suas principais atividades.
Traçamos um breve panorama a respeito da evolução histórica das práticas comerciais externas do Brasil, que nos possibilita enxergar, aliás, os motivos pelos quais o país encontra obstáculos na circulação de bens, acordos comerciais e desenvolvimento interno.
Por fim, analisamos os principais elementos constitutivos da Gestão de processos de Importação e Exportação, seja em âmbito interno ou internacional, que nos possibilitam a sistematizar o comércio, visando ao seu avanço.
CULTURAS INTERNACIONAIS DE NEGÓCIOS
O comércio internacional, tal como os negócios das relações comerciais tradicionais, é baseado em contratos e relações, na sua maioria, de venda e de compra, nos quais a exportação toma o papel da venda e a importação o da compra.
Sendo assim, faz-se mister compreender que a ideia geral dos contratos é de que eles sejam cumpridos. Existe um evidente interesse econômico de que os negócios firmados não passem por rupturas, ainda que parciais. Isso porque o comércio funciona sempre em cadeia, de tal modo que um mercado é afetado por completo quando há, por exemplo, perdas econômicas ou distratos, atingindo, também, outros mercados a médio e longo prazos.
Desse modo, caso um produtor de laranjas sofra perdas pela ruptura de contratos - que pode decorrer, dentre outras razões, por motivos naturais, financeiros ou mesmo políticos -, isso pode estressar, em um primeiro momento, todo o mercado da commodity em questão e as instituições financeiras que, porventura, investiram nesse negócio. Em um segundo momento, quem sofre é todo o agronegócio, de maneira que, a depender do tamanho da perda e do período que dura, são afetados: os trabalhadores, os eventuais investidores que atuaram sobre a securitização do negócio e todo o mercado de venda de máquinas agrícolas.
Cientes disso, os contratantes acabam por, geralmente, estressar a relação firmada, fazendo surgir um conflito, que nada mais é do que o interesse individual que aparece para apurar responsabilidades e diminuir o prejuízo. Essa problemática, porém, ganha mais contornos no âmbito do comércio internacional, principalmente, porque, além de trazer problemas econômicos semelhantes ao mercado de cada país, afetando, por vezes, o desenvolvimento comercial do setor, pode provocar rupturas que, muitas vezes, atingem a credibilidade de um país diante do outro e impactam a política externa, colocando em xeque as condições de negociação futuras entre as nações.
Para superar essas barreiras, é necessário existir técnicas de apresentação e negociação no âmbito do comércio internacional.
Diante do exposto, considere o seguinte caso:
Brasil e China chegam a acordo sobre exportação de açúcar e descartam disputa na OMC
Brasil e China chegaram a um acordo sobre as regras para exportação de açúcar para o país asiático. O Ministério da Agricultura (Mapa) divulgou nesta terça-feira (21) que as queixas a respeito das tarifas cobradas sobre o produto serão atendidas, sem necessidade de abertura de um painel na Organização Mundial do Comércio (OMC).
"As preocupações que embasaram o pedido de consultas brasileiro deverão ser atendidas, de modo mutuamente satisfatório, sem a necessidade do estabelecimento de um painel na OMC para examinar a matéria", disse o governo brasileiro em nota.
Em setembro, o Brasil solicitou consultas à organização sobre o assunto. Desde 2017, o governo chinês aplica uma tarifa adicional de 45% ao imposto de importação sobre o açúcar brasileiro, totalizando uma taxa final de 90% tanto para o produto bruto quanto para o refinado.
Desde a implementação da medida, as exportações do produto para a China caíram bruscamente, segundo o Mapa.
"O Brasil vê positivamente o resultado alcançado, que reflete o engajamento e a disposição construtiva de ambas as partes para alcançar uma solução para a disputa." (BRASIL…, 2019, on-line).
Vamos Praticar
Levando em consideração as barreiras espaciais e culturais entre os países, analise de que maneira foi possível: (i) estabelecer o negócio em questão entre os dois países e (ii) criar uma composição entre Brasil e China, de maneira a afastar a controvérsia que potencialmente se estabeleceria. Ao final, disponibilize seu trabalho no fórum da seção.
SAIBA MAIS
· A TRIBUTAÇÃO NO REGIME ESPECIAL DE ADMISSÃO TEMPORÁRIA
· https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/aduana-e-comercio-exterior/manuais/subportais-aduana-e-comercio-exterior/exportacao
· https://dclogisticsbrasil.com/licenca-de-importacao/
· https://www.comexdobrasil.com/omc-projeta-forte-contracao-do-comercio-internacional-de-servicos-com-o-avanco-do-coronavirus/
· http://siscomex.gov.br/informacoes/regimes-aduaneiros/drawback/
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