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TERMOS DE USO Cursos para concursos DA DISPONIBILIDADE DO CURSO O aluno deve observar a disponibilidade do curso após o dia da compra. Cada curso possui um prazo próprio para acesso. O início da contagem do prazo se inicia com o primeiro acesso a aula após à autorização da compra. Após o encer- ramento desse prazo, você não terá mais acesso ao curso. DA DISPONIBILIDADE DAS AULAS EM VÍDEO Caso seu curso contenha vídeos, eles são disponibilizados de acordo com o cronograma. As aulas são divididas em blocos de 25 minutos e cada vídeo poderá ser assistido pelo aluno até 3 (três) vezes de acordo com a descrição con- tida no curso, no horário que melhor lhe convier, não sendo permitido que as aulas sejam baixadas e copiadas para arquivo pessoal do aluno. DOS REQUISITOS DO SISTEMA É indicado uma internet mínima de 5 Mb/s para acesso as aulas em alta resolu- ção, sendo que também é possível o acesso com internet de 2 Mb/s em resolu- ções menores. DO ACESSO As aulas estarão disponíveis no site www.psicologianova.com.br e somente po- derão ser utilizadas pelo aluno matriculado no curso, sendo vedada à cessão a terceiros. Dois acessos simultâneos farão com que a conexão caia. A Psicologia Nova não se responsabiliza por problemas de atualização de Flash, Java, navegadores, ou ainda, bloqueios por antivírus ou firewall. Portanto, certifique-se com antecedência que sua máquina encontra-se apta para o acesso ao nosso curso. DOS CANCELAMENTOS E RESCISÕES Caso o curso tenha iniciado, mas não finalizadas as filmagens, em caso de de- sistência, será descontado o valor proporcional às aulas já disponibilizadas, as- sistidas ou não, bem como incidirá multa rescisória de 30% (trinta por cento) sobre o total pago. Caso todas as aulas estejam efetivamente disponíveis, não será possível o cancelamento. A critério do(a) aluno(a), o saldo a ser restituído poderá ser convertido em bônus para abatimento em futuros cursos online ofere- cidos pelo PSICOLOGIA NOVA. Em nenhuma hipótese será possível a troca de um curso contratado pelo(a) aluno(a) por outro curso online haja vista a diversidade da quantidade de aulas, professores contratados, disciplinas lecionadas, investimentos, administração e despesas da Escola. PSICOLOGIA HOSPITALAR 2 ÉTICA PROFISSIONAL. 2 RELAÇÕES HUMANAS. 13 ENTREVISTA PSICOLÓGICA. 30 QUESTÕES 86 QUESTÕES COMENTADAS E GABARITADAS 98 Aula 1 EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 2 Psicologia Hospitalar CARGO 45: PSICÓLOGO – ÁREA: HOSPITALAR Aula Conteúdo Liberação 1 9 Ética profissional. 1 Relações humanas. 2 Entrevista psicológica. 29/03/2018 2 3 Trabalho em equipe interprofissional: relacionamento e competências. 4 Laudos, pareceres e relatórios psicológicos, estudo de caso, informação e avaliação psicológica. 05/04/2018 3 5 Análise institucional. 6 Tratamento e prevenção da dependência química. 12/04/2018 4 7 Psicologia da saúde: fundamentos e prática. 19/04/2018 5 8 Programas em saúde mental: atuação em programas de prevenção e tratamento, intervenção em grupos vivenciais e informativos. 26/04/2018 6 10 Educação em saúde. 11 Planejamento e programação, monitoramento e avaliação de programas em saúde. 03/05/2018 Ética profissional. Código de Ética: Resolução CFP Nº 010/05 Vamos direito ao Código de Ética dos Psicólogos. Recomendo várias leituras atenciosas e muito marcador de texto. Esse tópico está presente em quase 100% dos concursos de psicologia. Sublinharei os pontos principais do texto e colocarei minhas anotações em vermelho. CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO PSICÓLOGO (Resolução CFP n° 10/2005) Toda profissão define-se a partir de um corpo de práticas que busca atender demandas sociais, norteado por elevados padrões técnicos e pela existência de normas éticas que garantam a adequada relação de cada profissional com seus pares e com a sociedade como um todo. Um Código de Ética profissional, ao estabelecer padrões esperados quanto às práticas referendadas pela respectiva categoria profissional e pela sociedade, procura fomentar a auto-reflexão exigida de cada indivíduo acerca da sua práxis, de modo a responsabilizá-lo, EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 3 pessoal e coletivamente, por ações e suas conseqüências no exercício profissional. A missão primordial de um código de ética profissional não é de normatizar a natureza técnica do trabalho, e, sim, a de assegurar, dentro de valores relevantes para a sociedade e para as práticas desenvolvidas, um padrão de conduta que fortaleça o reconhecimento social daquela categoria. O código de ética prevê todas as situações em que deverá ser aplicado? Não. Por isso constitui-se como princípios que fundamentarão a conduta profissional. Códigos de Ética expressam sempre uma concepção de homem e de sociedade que determina a direção das relações entre os indivíduos. Traduzem-se em princípios e normas que devem se pautar pelo respeito ao sujeito humano e seus direitos fundamentais. Por constituir a expressão de valores universais, tais como os constantes na Declaração Universal dos Direitos Humanos; sócio-culturais, que refletem a realidade do país; e de valores que estruturam uma profissão, um código de ética não pode ser visto como um conjunto fixo de normas e imutável no tempo. As sociedades mudam, as profissões transformam-se e isso exige, também, uma reflexão contínua sobre o próprio código de ética que nos orienta. Dois pontos importantes: todo código de ética é determinado historicamente e o nosso foi influenciado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos. A formulação deste Código de Ética, o terceiro da profissão de psicólogo no Brasil, responde ao contexto organizativo dos psicólogos, ao momento do país e ao estágio de desenvolvimento da Psicologia enquanto campo científico e profissional. Este Código de Ética dos Psicólogos é reflexo da necessidade, sentida pela categoria e suas entidades representativas, de atender à evolução do contexto institucional-legal do país, marcadamente a partir da promulgação da denominada Constituição Cidadã, em 1988, e das legislações dela decorrentes. Consoante com a conjuntura democrática vigente, o presente Código foi construído a partir de múltiplos espaços de discussão sobre a ética da profissão, suas responsabilidades e compromissos com a promoção da cidadania. O processo ocorreu ao longo de três anos, em todo o país, com a participação direta dos psicólogos e aberto à sociedade. Ô drama do CFP, essa é dispensável. Este Código de Ética pautou-se pelo princípio geral de aproximar-se mais de um instrumento de reflexão do que de um conjunto de normas a serem seguidas pelo psicólogo. Para tanto, na sua construção buscou-se: Eis a lista dos pressupostos que nortearam a construção do nosso código de ética que todo candidato deve saber. EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 4 a. Valorizar os princípios fundamentais como grandes eixos que devem orientar a relação do psicólogo com a sociedade, a profissão, as entidades profissionais e a ciência, pois esses eixos atravessam todas as práticas e estas demandam uma contínua reflexão sobre o contexto social e institucional. b. Abrir espaço para a discussão, pelo psicólogo, dos limites e interseções relativos aos direitos individuais e coletivos, questão crucial para as relações que estabelece com a sociedade, os colegas de profissão e os usuários ou beneficiários dos seus serviços. c. Contemplar a diversidade que configura o exercício da profissão e a crescente inserção do psicólogo em contextos institucionais e em equipes multiprofissionais. d. Estimular reflexões que considerem a profissão como um todo e não em suas práticas particulares, uma vez que os principaisdilemas éticos não se restringem a práticas específicas e surgem em quaisquer contextos de atuação. Ao aprovar e divulgar o Código de Ética Profissional do Psicólogo, a expectativa é de que ele seja um instrumento capaz de delinear para a sociedade as responsabilidades e deveres do psicólogo, oferecer diretrizes para a sua formação e balizar os julgamentos das suas ações, contribuindo para o fortalecimento e ampliação do significado social da profissão. Vou destacar as utopias os objetivos: a) delinear para a sociedade as responsabilidades e deveres do psicólogo b) oferecer diretrizes para a sua formação c) balizar os julgamentos das suas ações d) contribuir para o fortalecimento e ampliação do significado social da profissão PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS I. O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos. II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Atente para a expressão “contribuirá para a eliminação”. III. O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e historicamente a realidade política, econômica, social e cultural. IV. O psicólogo atuará com responsabilidade, por meio do contínuo aprimoramento profissional, contribuindo para o desenvolvimento da Psicologia como campo científico de conhecimento e de prática. EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 5 V. O psicólogo contribuirá para promover a universalização do acesso da população às informações, ao conhecimento da ciência psicológica, aos serviços e aos padrões éticos da profissão. VI. O psicólogo zelará para que o exercício profissional seja efetuado com dignidade, rejeitando situações em que a Psicologia esteja sendo aviltada. Aqui não tem escolha, em situações que o psicólogo presencie a degradação da psicologia, deve agir obrigatoriamente. VII. O psicólogo considerará as relações de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relações sobre as suas atividades profissionais, posicionando-se de forma crítica e em consonância com os demais princípios deste Código. Uma dica: decore o VII. Cai na literalidade na maioria das bancas em que trabalhei, DAS RESPONSABILIDADES DO PSICÓLOGO Agora começa a parte boa! Art. 1º – São deveres fundamentais dos psicólogos: a) Conhecer, divulgar, cumprir e fazer cumprir este Código; b) Assumir responsabilidades profissionais somente por atividades para as quais esteja capacitado pessoal, teórica e tecnicamente; c) Prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de trabalho dignas e apropriadas à natureza desses serviços, utilizando princípios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na ciência psicológica, na ética e na legislação profissional; A legislação profissional inclui não só a elaborada para os profissionais de psicologia como a existente para o contexto de trabalho do psicólogo (Exemplo, Código de Ética do Poder Executivo para psicólogos servidores do poder executivo). d) Prestar serviços profissionais em situações de calamidade pública ou de emergência, sem visar benefício pessoal; O que isso realmente significa na prática? Significa que o psicólogo deve se apresentar para o trabalho em situações de calamidade pública ou de emergência, mesmo que seja sem remuneração. Esse preceito está de acordo com o humanismo da Declaração Universal dos Direitos Humanos. e) Estabelecer acordos de prestação de serviços que respeitem os direitos do usuário ou beneficiário de serviços de Psicologia; Nada de preços ou condições exorbitantes. f) Fornecer, a quem de direito, na prestação de serviços psicológicos, informações concernentes ao trabalho a ser realizado e ao seu objetivo profissional; EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 6 Esse “a quem de direito” é o usuário do serviço e/ou seu responsável. g) Informar, a quem de direito, os resultados decorrentes da prestação de serviços psicológicos, transmitindo somente o que for necessário para a tomada de decisões que afetem o usuário ou beneficiário; h) Orientar a quem de direito sobre os encaminhamentos apropriados, a partir da prestação de serviços psicológicos, e fornecer, sempre que solicitado, os documentos pertinentes ao bom termo do trabalho; i) Zelar para que a comercialização, aquisição, doação, empréstimo, guarda e forma de divulgação do material privativo do psicólogo sejam feitas conforme os princípios deste Código; j) Ter, para com o trabalho dos psicólogos e de outros profissionais, respeito, consideração e solidariedade, e, quando solicitado, colaborar com estes, salvo impedimento por motivo relevante; k) Sugerir serviços de outros psicólogos, sempre que, por motivos justificáveis, não puderem ser continuados pelo profissional que os assumiu inicialmente, fornecendo ao seu substituto as informações necessárias à continuidade do trabalho; l) Levar ao conhecimento das instâncias competentes o exercício ilegal ou irregular da profissão, transgressões a princípios e diretrizes deste Código ou da legislação profissional. Art. 2º – Ao psicólogo é vedado: O Artigo 1° e o 2° devem ser relidos até a exaustão. Apesar de parecerem longos, são de “bom senso” da prática profissional e fáceis de serem identificados em qualquer prova. a) Praticar ou ser conivente com quaisquer atos que caracterizem negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade ou opressão; b) Induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas funções profissionais; c) Utilizar ou favorecer o uso de conhecimento e a utilização de práticas psicológicas como instrumentos de castigo, tortura ou qualquer forma de violência; d) Acumpliciar-se com pessoas ou organizações que exerçam ou favoreçam o exercício ilegal da profissão de psicólogo ou de qualquer outra atividade profissional; e) Ser conivente com erros, faltas éticas, violação de direitos, crimes ou contravenções penais praticados por psicólogos na prestação de serviços profissionais; EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 7 f) Prestar serviços ou vincular o título de psicólogo a serviços de atendimento psicológico cujos procedimentos, técnicas e meios não estejam regulamentados ou reconhecidos pela profissão; g) Emitir documentos sem fundamentação e qualidade técnico científica; h) Interferir na validade e fidedignidade de instrumentos e técnicas psicológicas, adulterar seus resultados ou fazer declarações falsas; i) Induzir qualquer pessoa ou organização a recorrer a seus serviços; j) Estabelecer com a pessoa atendida, familiar ou terceiro, que tenha vínculo com o atendido, relação que possa interferir negativamente nos objetivos do serviço prestado; k) Ser perito, avaliador ou parecerista em situações nas quais seus vínculos pessoais ou profissionais, atuais ou anteriores, possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliação; l) Desviar para serviço particular ou de outra instituição, visando benefício próprio, pessoas ou organizações atendidas por instituição com a qual mantenha qualquer tipo de vínculo profissional; m) Prestar serviços profissionais a organizações concorrentes de modo que possam resultar em prejuízo para as partes envolvidas, decorrentes de informações privilegiadas; n) Prolongar, desnecessariamente, a prestação de serviços profissionais; o) Pleitear ou receber comissões, empréstimos, doaçõesou vantagens outras de qualquer espécie, além dos honorários contratados, assim como intermediar transações financeiras; p) Receber, pagar remuneração ou porcentagem por encaminhamento de serviços; q) Realizar diagnósticos, divulgar procedimentos ou apresentar resultados de serviços psicológicos em meios de comunicação, de forma a expor pessoas, grupos ou organizações. Mas Alyson, não podemos realizar diagnóstico? Isso é culpa do tal do Ato Médico? Não. Veja bem, não podemos realizar diagnóstico que exponha pessoas, grupos ou organizações. Art. 3º – O psicólogo, para ingressar, associar-se ou permanecer em uma organização, considerará a missão, a filosofia, as políticas, as normas e as práticas nela vigentes e sua compatibilidade com os princípios e regras deste Código. Parágrafo único: Existindo incompatibilidade, cabe ao psicólogo recusar-se a prestar serviços e, se pertinente, apresentar denúncia ao órgão competente. EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 8 Art. 4º – Ao fixar a remuneração pelo seu trabalho, o psicólogo: a) Levará em conta a justa retribuição aos serviços prestados e as condições do usuário ou beneficiário; b) Estipulará o valor de acordo com as características da atividade e o comunicará ao usuário ou beneficiário antes do início do trabalho a ser realizado; c) Assegurará a qualidade dos serviços oferecidos independentemente do valor acordado. Art. 5º – O psicólogo, quando participar de greves ou paralisações, garantirá que: a) As atividades de emergência não sejam interrompidas; b) Haja prévia comunicação da paralisação aos usuários ou beneficiários dos serviços atingidos pela mesma. Art. 6º – O psicólogo, no relacionamento com profissionais não psicólogos: a) Encaminhará a profissionais ou entidades habilitados e qualificados demandas que extrapolem seu campo de atuação; b) Compartilhará somente informações relevantes para qualificar o serviço prestado, resguardando o caráter confidencial das comunicações, assinalando a responsabilidade, de quem as receber, de preservar o sigilo. Art. 7º – O psicólogo poderá intervir na prestação de serviços psicológicos que estejam sendo efetuados por outro profissional, nas seguintes situações: Olho no lance! Essas 4 condições são vitais para o seu concurso! a) A pedido do profissional responsável pelo serviço; Não é a pedido do paciente se o serviço ainda estiver em curso. b) Em caso de emergência ou risco ao beneficiário ou usuário do serviço, quando dará imediata ciência ao profissional; Ocorre a intervenção, mas o psicólogo que intervir deve dar imediata ciência ao profissional anterior de sua atuação. Sendo assim, ele não pede autorização, mas comunica a atuação. c) Quando informado expressamente, por qualquer uma das partes, da interrupção voluntária e definitiva do serviço; Quando informado pelo paciente ou por psicólogo anterior que o vínculo de atendimento não existe mais. d) Quando se tratar de trabalho multiprofissional e a intervenção fizer parte da metodologia adotada. Art. 8º – Para realizar atendimento não eventual de criança, adolescente ou interdito, o psicólogo deverá obter autorização de ao EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 9 menos um de seus responsáveis, observadas as determinações da legislação vigente: Ao menos um dos responsáveis deverá autorizar o atendimento de criança, adolescente ou interdito. Isso não significa que seja necessariamente um dos pais. Pode ser a avó ou, como expresso no parágrafo seguinte, o Juiz da Infância e Adolescência, por exemplo. §1° – No caso de não se apresentar um responsável legal, o atendimento deverá ser efetuado e comunicado às autoridades competentes; §2° – O psicólogo responsabilizar-se-á pelos encaminhamentos que se fizerem necessários para garantir a proteção integral do atendido. Art. 9º – É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional. Art. 10 – Nas situações em que se configure conflito entre as exigências decorrentes do disposto no Art. 9º e as afirmações dos princípios fundamentais deste Código, excetuando-se os casos previstos em lei, o psicólogo poderá decidir pela quebra de sigilo, baseando sua decisão na busca do menor prejuízo. Parágrafo único – Em caso de quebra do sigilo previsto no caput deste artigo, o psicólogo deverá restringir-se a prestar as informações estritamente necessárias. Art. 11 – Quando requisitado a depor em juízo, o psicólogo poderá prestar informações, considerando o previsto neste Código. E comunicará apenas o necessário. Art. 12 – Nos documentos que embasam as atividades em equipe multiprofissional, o psicólogo registrará apenas as informações necessárias para o cumprimento dos objetivos do trabalho. Novamente, comunicará apenas o necessário. Art. 13 – No atendimento à criança, ao adolescente ou ao interdito, deve ser comunicado aos responsáveis o estritamente essencial para se promoverem medidas em seu benefício. Novamente, comunicará apenas o necessário. Art. 14 – A utilização de quaisquer meios de registro e observação da prática psicológica obedecerá às normas deste Código e a legislação profissional vigente, devendo o usuário ou beneficiário, desde o início, ser informado. Art. 15 – Em caso de interrupção do trabalho do psicólogo, por quaisquer motivos, ele deverá zelar pelo destino dos seus arquivos confidenciais. EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 10 § 1° – Em caso de demissão ou exoneração, o psicólogo deverá repassar todo o material ao psicólogo que vier a substituí-lo, ou lacrá-lo para posterior utilização pelo psicólogo substituto. § 2° – Em caso de extinção do serviço de Psicologia, o psicólogo responsável informará ao Conselho Regional de Psicologia, que providenciará a destinação dos arquivos confidenciais. Art. 16 – O psicólogo, na realização de estudos, pesquisas e atividades voltadas para a produção de conhecimento e desenvolvimento de tecnologias: a) Avaliará os riscos envolvidos, tanto pelos procedimentos, como pela divulgação dos resultados, com o objetivo de proteger as pessoas, grupos, organizações e comunidades envolvidas; b) Garantirá o caráter voluntário da participação dos envolvidos, mediante consentimento livre e esclarecido, salvo nas situações previstas em legislação específica e respeitando os princípios deste Código; [desconheço legislação que preveja essas exceções]. c) Garantirá o anonimato das pessoas, grupos ou organizações, salvo interesse manifesto destes; d) Garantirá o acesso das pessoas, grupos ou organizações aos resultados das pesquisas ou estudos, após seu encerramento, sempre que assim o desejarem. Art. 17 – Caberá aos psicólogos docentes ou supervisores esclarecer, informar, orientar e exigir dos estudantes a observância dos princípios e normas contidas neste Código. Art. 18 – O psicólogo não divulgará, ensinará, cederá, emprestará ou venderá a leigos instrumentos e técnicas psicológicas que permitam ou facilitem o exercício ilegal da profissão. Art. 19 – O psicólogo, ao participar de atividade em veículos de comunicação, zelará para que as informações prestadas disseminem o conhecimento a respeito das atribuições, da base científica e do papel social da profissão. Art. 20 – O psicólogo, ao promover publicamente seus serviços, por quaisquer meios, individual ou coletivamente: a) Informará o seu nome completo, o CRP e seu número de registro; b) Fará referência apenas a títulos ou qualificações profissionais que possua; c) Divulgará somente qualificações, atividades e recursos relativos a técnicas e práticas que estejam reconhecidas ou regulamentadaspela profissão; d) Não utilizará o preço do serviço como forma de propaganda; e) Não fará previsão taxativa de resultados; EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 11 f) Não fará auto-promoção em detrimento de outros profissionais; g) Não proporá atividades que sejam atribuições privativas de outras categorias profissionais; h) Não fará divulgação sensacionalista das atividades profissionais. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 21 – As transgressões dos preceitos deste Código constituem infração disciplinar com a aplicação das seguintes penalidades, na forma dos dispositivos legais ou regimentais: a) Advertência; b) Multa; c) Censura pública; d) Suspensão do exercício profissional, por até 30 (trinta) dias, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia; e) Cassação do exercício profissional, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia. Art. 22 – As dúvidas na observância deste Código e os casos omissos serão resolvidos pelos Conselhos Regionais de Psicologia, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia. Art. 23 – Competirá ao Conselho Federal de Psicologia firmar jurisprudência quanto aos casos omissos e fazê-la incorporar a este Código. Art. 24 – O presente Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal de Psicologia, por iniciativa própria ou da categoria, ouvidos os Conselhos Regionais de Psicologia. Leu todo o nosso código de ética? Leia de novo. O que tenho para te falar não é animador: decore o código de ética. Você precisa saber das definições aqui utilizadas. O código é pequeno, mesmo assim, devo fazer algumas considerações esquematizadas para você não mais esquecer. Pontos Principais EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 12 “Visar benefício próprio”. Quando a questão vier referindo-se ao nosso código, observe se a situação apresentada sustenta algum caso que vise benefício próprio (prolongamento das sessões, empréstimos pessoais, estipular o preço após o início dos trabalhos, porcentagem recebida por encaminhamento, etc.). Caso isso ocorra, ficará fácil identificar o erro inferido. Para garantir que o psicólogo vá seguir os preceitos éticos explicitados, a garantia que o próprio Código Oferece é a capacidade que nós temos de recusar-nos a prestar serviços e, se pertinente, apresentar denúncia ao órgão competente. Além disso, podemos intervir no trabalho de outros profissionais nas seguintes situações: a) A pedido do outro profissional responsável pelo serviço; b) Em caso de emergência ou risco ao beneficiário; c) Quando o trabalho do outro profissional estiver encerrado; d) Quando for a metodologia adotada. Outro ponto importante é que, no atendimento de crianças, adolescentes ou interditos, ao menos um dos responsáveis deverá autorizar o atendimento. De que forma ocorre essa autorização? Bom, a legislação vigente não fala nada específico sobre isso, e, como você deve saber, a autorização verbal acaba sendo suficiente. • Atuar naquilo que é capacitado, com qualidade e seguindo princípios fundamentais; • Atuar em situações de calamidade pública • Fornecer informações (transmitindo somente o que for necessário para a tomada de decisões que afetem o usuário ou beneAiciário); • Encaminhar quando necessário • Representar contra exercício ilegal ou irregular da proAissão, transgressões a princípios e diretrizes deste Código ou da legislação proAissional. Deveres Fundamentais • Praticar atos que caracterizem negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade ou opressão; • Induzir a convicções políticas, AilosóAicas, morais, ideológicas, religiosas, de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas funções proAissionais; Induzir qualquer pessoa ou organização a recorrer a seus serviços; • Ser cúmplice do exercício ilegal da proAissão e de psicólogos com práticas não reconhecidas; • Emitir documentos sem fundamentação e qualidade técnico cientíAica ou interferir na validade e Aidedignidade de instrumentos e técnicas psicológicas; • Estabelecer vínculos que prejudiquem a qualidade do trabalho (seja no atendimento ou na avaliação) ou visar beneAício próprio. Vedações EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 13 O psicólogo poderá decidir pela quebra de sigilo apenas na situação em que busque o menor prejuízo. E, mesmo assim, deverá apenas prestar as informações estritamente necessárias (isso vale para a quase totalidade dos processos de comunicação oficiais do psicólogo). O que fazer com os arquivos confidenciais? Essa é fácil, atente para os dois casos: em caso de demissão ou exoneração do psicólogo, seu material deve ser passado para quem o vier a substituir ou deve lacrar o material para posterior utilização; em caso de extinção do serviço de psicologia, o psicólogo informará a extinção ao Conselho Regional de Psicologia, que ficará responsável pela destinação do material. Na hora de fazer propaganda, o psicólogo deve informar seu nome completo, número de registro e CRP. Além disso: a) Poderá divulgar qualificação profissional e qualificações, atividades e recursos relativos a técnicas e práticas que estejam reconhecidas ou regulamentadas pela profissão; b) Não poderá divulgar o preço, divulgar expectativa de resultados (de forma taxativa), se promover em detrimento de outros profissionais e nem fará sensacionalismo sobre sua atividade profissional. E, por fim, a lista das penalidades aplicadas: a) Advertência; b) Multa; c) Censura pública; d) Suspensão do exercício profissional, por até 30 (trinta) dias, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia; e) Cassação do exercício profissional, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia. Observe que o código de ética não estipula os casos em que as penalidades são aplicáveis. Isso ocorre por meio de outras legislações, julgados, posicionamentos e pelo julgamento através de comissão de ética para cada caso apresentado. Relações humanas. Definir relações humanas não é uma tarefa fácil, porém, felizmente, para concursos é. Podemos dizer que relação humana é qualquer relação entre pessoas. Para caracterizarmos esse quadro, não precisamos que as pessoas se conheçam, trabalhem em conjunto ou mesmo que verbalizem algo. O conceito de relacionamento humano é muito mais amplo que isso e implica em qualquer vinculação entre duas ou mais pessoas, mesmo que seja temporária. Em outras palavras as relações humanas independem de: - hierarquia - temporalidade - intencionalidade EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 14 - contexto Para fins de concurso entenderemos que os relacionamentos significativos que devemos estudar são os que ocorrem no contexto organizacional hospitalar. Assim precisamos entender a natureza e a qualidade destas relações. O puro e simples ato de relacionamento entre pessoas refere-se a relações humanas, sendo que nessa interação há influências mútuas, que podem ser positivas, negativas ou neutras. Nessas relações estão permeadas centenas de milhares de variáveis, como papéis sociais, intenções, motivação e comunicação. Porém, para fins de concurso, precisamos focar na conduta adequada para as equipes multiprofissionais. Qual seria a conduta adequada de um profissional em uma equipe multiprofissional? Sabemos que em equipes desse tipo, temos vários profissionais em conjunto trabalhando para um mesmo cliente: o paciente. Busca-se, portanto, a integração e o enriquecimento de atendimentos através da união de dois ou mais profissionais de diferentes áreas. Nesse tipo de equipe é fundamental que o psicólogo entenda o que diz a Resolução CFP nº 1/2009, que dispõe sobre a obrigatoriedade do registro documental decorrente da prestação deserviços psicológicos. Como os profissionais da área devem lidar com o prontuário? Como deve ser feita a evolução no prontuário? Como fica a questão do sigilo profissional e o que deve ser comunicado? Vejamos o que diz a resolução: CAPÍTULO I DOS REGISTROS DOCUMENTAIS Art. 1º. Tornar obrigatório o registro documental sobre a prestação de serviços psicológicos que não puder ser mantido prioritariamente sob a forma de prontuário psicológico, por razões que envolvam a restrição do compartilhamento de informações com o usuário e/ou beneficiário do serviço prestado. § 1°. O registro documental em papel ou informatizado tem caráter sigiloso e constitui-se de um conjunto de informações que tem por objetivo contemplar de forma sucinta o trabalho prestado, a descrição e a evolução da atividade e os procedimentos técnico-científicos adotados. § 2º. Deve ser mantido permanentemente atualizado e organizado pelo psicólogo que acompanha o procedimento. [...] Art. 4°. A guarda do registro documental é de responsabilidade do psicólogo e/ou da instituição em que ocorreu o serviço. § 1.° O período de guarda deve ser de no mínimo 05 anos, podendo ser ampliado nos casos previstos em lei, por determinação judicial, ou ainda em casos específicos em que seja necessária a manutenção da guarda por maior tempo. § 2º. O registro documental deve ser mantido em local que garanta sigilo e privacidade e mantenha-se à disposição dos Conselhos de EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 15 Psicologia para orientação e fiscalização, de modo que sirva como meio de prova idônea para instruir processos disciplinares e à defesa legal. CAPÍTULO II DOS PRONTUÁRIOS Art. 5º. Na hipótese de o registro documental de que trata o art. 1º desta Resolução ser realizado na forma de prontuário, o seguinte deve ser observado: I – as informações a ser registradas pelo psicólogo são as previstas nos incisos I a V do art. 2º desta Resolução; II – fica garantido ao usuário ou representante legal o acesso integral às informações registradas, pelo psicólogo, em seu prontuário; III – para atendimento em grupo não eventual, o psicólogo deve manter, além dos registros dos atendimentos, a documentação individual referente a cada usuário; IV – a guarda dos registros de atendimento individual ou de grupo é de responsabilidade do profissional psicólogo ou responsável técnico e obedece ao disposto no Código de Ética Profissional e à Resolução CFP nº 07/2003, que institui o Manual de Documentos Escritos, produzidos pelo psicólogo, decorrente de avaliação psicológica. Art. 6°. Quando em serviço multiprofissional, o registro deve ser realizado em prontuário único. Parágrafo único. Devem ser registradas apenas as informações necessárias ao cumprimento dos objetivos do trabalho. No relacionamento interpessoal no trabalho, todo profissional deve estar atento às expressões de emoção em seus grupos. É proibido expressar emoções? Obviamente que não, mas é desaconselhável exagerar ou incentivar expressões pouco congruentes com um ambiente sadio de trabalho. Em outras palavras, a expressão de emoções faz parte do contexto organizacional, porém, é necessária uma cultura e um conjunto de habilidades sociais maduras para garantir que este processo seja harmonioso. Neste ponto o papel da liderança é fundamental. A liderança que deve ser estudada para o nosso concurso não é baseada em teorias, mas aplicada a uma simples questão: o que é uma liderança saudável para as relações humanas? Sabemos que o papel da liderança é o de fazer com que os liderados sigam os objetivos da organização, sem, contudo esquecer da realização das necessidades de cada trabalhador. De forma simplificada, o líder busca alcançar os resultados da organização através da satisfação das necessidades dos membros. Significa dizer que apenas satisfazer necessidades dos membros ou apenas satisfazer as necessidades da organização não é uma atitude coerente. Os resultados da organização estão expressos em seu plano EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 16 estratégico, que apresenta sua missão, valores, visão e objetivos. A liderança estratégica é aquela que alinha o trabalho dos subordinados a este planejamento estratégico. O líder é o responsável por avaliar situações e propor ações tanto para a solução de conflitos quanto para o direcionamento de sua equipe. Ele deve ser hábil socialmente e, especialmente na resolução de conflitos interpessoais, deve desenvolver a empatia dos membros da organização. Uma das principais funções do líder na condução do comportamento humano nas organizações é o de aumentar a coesão grupal. Para isso, ele deve administrar conflitos e evitar os efeitos malignos do conflito no clima organizacional. Lembre-se que não existe um modo ideal de se liderar em todas as situações, ou seja, o melhor estilo de se liderar depende da situação encontrada. E qual o tipo de conflito mais enfrentado nas organizações atualmente? Sem dúvida, é o conflito interpessoal, ou seja, o conflito decorrente da interação humana. Assim, não estamos falando dos conflitos de tarefa ou conflitos técnicos, mas os que resultam da convivência humana. Lembre-se: os conflitos entre os membros do grupo podem estar relacionados à insatisfação de necessidades individuais ligadas a poder e afetividade. Um dos elementos que tem papel mais relevante nos conflitos interpessoais é a comunicação. A comunicação tem papel fundamental no desenvolvimento de conflitos e na solução destes. Elementos como a disponibilidade da informação comunicada e a linguagem corporal podem servir para agravar ou resolver problemas dentro do contexto hospitalar. O julgamento feito por indivíduos e grupos irá considerar os fatores sociais do contexto julgado, a comunicação que está sendo realizada e o histórico de eventos anteriores. Essa tríade irá ajudar a determinar uma solução mais ou menos favorável para cada caso. Os fatores sociais em grupos são os fatores que são utilizados para caracterizar as estruturas humanas nas organizações. Estamos tratando de poder, papéis, responsabilidade, histórico e intenções de cada um. Essas características podem ser tanto individuais quanto grupais. Posso, portanto, ter grupos mais valorizados profissionalmente que outros. Entender esses fatores é fundamental para estabelecer relações harmoniosas e comportamentos eficazes, Os comportamentos eficazes são aqueles que podemos avaliar como positivos e que reforçam a conduta dos grupos nas organizações, ou seja: comportamento eficaz é aquele que alcança o objetivo de ajudar ao usuário do serviço e mantém a qualidade das relações humanas na organização. Uma das formas de ajudar a chegar nesses comportamentos eficazes é através da liderança que considere diminuir a distância entre o discurso e a prática efetiva nas organizações. Como se diz na área da EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 17 psicologia, a liderança é eficaz quando reduz o gap entre o trabalho prescrito e o trabalho real. Para isso, o líder precisa equacionar objetivos organizacionais, grupais e individuais Uma equipe eficaz é aquela que possui sinergia positiva e que investe na qualidade das relações humanas para a melhora dos serviços prestados. Essa visão de que era necessário investir no funcionamento das relações humanas, e não apenas na estrutura das equipes, decorreu da Teoria das Relações Humanas (Escola das Relações Humanas). Teoria das Relações Humanas (Mayo) Essa corrente surge em oposição à Teoria Clássica de Administração. A teoria clássica de administração e a administração científica eram veementemente combatidas por trabalhadores e sindicatos por atribuírem a essas teorias serem uma forma de opressão e exploração do trabalho. Antes defalarmos de Elton Mayo, sugiro que grife a seguinte epígrafe: Kurt Lewin também faz parte da Escola das Relações Humanas. Apesar das descobertas dos psicólogos sobre a natureza da percepção e motivação e sua introdução na literatura organizacional, o foco do movimento de relações humanas recai mais sobre o grupo do que sobre o indivíduo, e mais sobre a democracia do que sobre a liderança autocrática. Grifou isso? A escola das relações humanas começou a enfatizar a importância da satisfação humana para a produtividade. Questões como sentimentos, atitudes e relações interpessoais passaram a ser enfocadas, uma vez que teriam uma relação direta com o atingimento dos objetivos pretendidos pela organização. O homem passou a ser visto como um ser social, orientado pelas regras e valores do grupo informal. A partir da concepção do homem social, surgiu a necessidade de um líder que facilitasse a relação das pessoas no grupo e que orientasse o grupo no alcance dos objetivos organizacionais. O líder passou, então, a concentrar-se nas necessidades das pessoas enquanto seres sociais, como forma de atingir as necessidades da organização. Em contrapartida, pouca atenção foi dada a estrutura organizacional. A partir da consideração do homem social, várias abordagens procuraram diferenciar os fatores internos e externos (fatores intrínsecos e extrínsecos) ao comportamento nas organizações. Neste processo de entendimento da realidade das relações humanas duas grandes abordagens surgiram para explicar o motivo de sermos como somos em ambientes organizacionais: EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 18 Herzberg - Teoria dos dois fatores Herzberg dividiu os fatores que alteram o comportamento do indivíduo em dois grupos: os fatores higiênicos e os fatores motivacionais. Os fatores higiênicos, extrínsecos ao indivíduo, compreendem salário, benefícios recebidos, segurança no cargo, relações interpessoais no trabalho. No caso de insuficiência, provocariam insatisfação. Porém, atendidos, eles não despertariam a motivação (a energia interior) do indivíduo. Assim: os fatores higiênicos são fatores extrínsecos e previnem a insatisfação. Esta satisfação seria despertada pelos fatores motivacionais, intrínsecos ao profissional, representados por reconhecimento, status, responsabilidade, oportunidade de reconhecimento, riqueza do trabalho, desafios. A ausência desses fatores, contudo, não ocasiona insatisfação, mas a não-satisfação. Observe que para o autor, a insatisfação não é a mesma coisa que a não satisfação! O funcionário pode não estar insatisfeito, mas ao mesmo tempo, pode-se também não estar satisfeito! Desse modo, usando a própria terminologia de Herzberg: Fatores Motivacionais Fatores Higiênicos Compreende elementos intrínsecos Compreende elementos extrínsecos São fatores Satisfacientes (geram satisfação) São fatores Insatisfacientes (sua ausência gera insatisfação) Refere-se aos elementos do conteúdo do cargo Refere-se aos elementos do contexto do cargo O trabalho em si; Realização ; Reconhecimento; Progresso Profissional; Responsabilidade. As condições de trabalho; Administração da Empresa; Salários; Relações com supervisor; Benefícios e serviços sociais. É interessante observar que Herzberg tomou como ponto de partida a teoria clássica de Maslow, mas, como Alderfer, também discordou de alguns pontos da Teoria das Necessidades de Maslow. Ele concorda com Maslow no que diz respeito às necessidades serem sempre internas, mas discorda ao afirmar que quando as pessoas falam de “sentimento de insatisfação”, referem se a fatores extrínsecos ao trabalho e quando se referem a sentir-se bem estão se referindo a elementos intrínsecos. Além disso, para Herzberg, a motivação depende da relação com o trabalho em si e não dos incentivos que os empresários possam dar aos funcionários e, enquanto para Maslow todas as necessidades motivam e provocam satisfação, para Herzberg não são todas as necessidades que motivam, pois algumas apenas evitam a não-satisfação. Por fim, é importante destacar que, para Herzberg, a chave da motivação se encontra na reestruturação dos cargos, tornando-os mais desafiadores e gratificantes, elementos estes, que foram tirados dos mesmos pela excessiva especialização. EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 19 Apesar desta teoria extremamente simples, advirto que, apesar da fácil aplicação empírica, a sua validação científica é polêmica. Mesmo assim, Herzberg abriu margem à discussão da cisão entre fatores biológicos e sociais assim como fatores sociais e fatores internos. Maslow - Teoria das pirâmides de necessidades Maslow você conhece. Psicólogo social que originalmente apresentou sua teoria de motivação na década de 1940 e que, atualmente, é uma das mais conhecidas teorias de necessidades. Ele criou a Teoria da Hierarquia das Necessidades. De antemão advirto que a validação empírica de seu sistema é questionável! Essa é outra teoria que não se sustenta cientificamente e é de pouca aplicação empírica. São muitas as críticas feitas a esta teoria que fazem ressalvas sobre as dificuldades de se avaliar a teoria, a metodologia utilizada no processo de pesquisa, e a dificuldade de se evidenciar que a satisfação de uma necessidade ative a necessidade seguinte. A principal crítica diz respeito à subjetividade do indivíduo, sendo extremamente difícil padronizar seus agentes motivadores. A ideia básica de Maslow era a de que o comportamento de todos os seres humanos seria guiado por um conjunto de necessidades e carências inatas, desde necessidades fisiológicas básicas (tais como alimento e abrigo), até desejos mais complexos (tais como auto- expressão). Inicialmente, ele determinou que existiriam cinco categorias de necessidades humanas comuns a todos: 1. Necessidades Fisiológicas (ou físicas). São necessidades relativamente básicas para o bem-estar físico, tais como alimento, água, calor e abrigo. Algumas dessas necessidades são satisfeitas por algumas das recompenses extrínsecas do trabalho, especialmente a remuneração. 2. Necessidades de Segurança. Uma vez que suas Realização Pessoal Necessidades de Reconhecime nto Necessidades Sociais Necessidades de Segurança Necessidades Fisiológicas EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 20 necessidades físicas imediatas tenham sido satisfeitas, Maslow argumentou que as pessoas procurariam mais segurança para o seu futuro. Logo, suas necessidades de segurança são de alimentação e água regulares e fontes permanentes de calor e abrigo. Recompensas extrínsecas tais como estabilidade a longo prazo e aposentadoria ajudarão a satisfazer essas necessidades. Destaco aqui o a ideia de “segurança futura”. 3. Necessidades Sociais. É a necessidade que temos de nos misturar com os outros e fazer parte de um grupo. Essas necessidades são mais complexas do que as anteriores uma vez que elas estão mais relacionadas ao bem-estar psicológico e variam muito de pessoa para pessoa. Algumas recompensas extrínsecas do trabalho, como confraternizações e clubes podem satisfazer algumas das necessidades sociais, mas outras recompensas intrínsecas, como trabalhar em equipe e participar de uma equipe de projetos também podem contribuir. 4. Necessidades de Reconhecimento (ou de estima/status). São as necessidades de obter algum reconhecimento individual pelo esforço e realizações. Novamente, essas são necessidades psicológicas complexas que são satisfeitas, em grande parte, pelas recompenses intrínsecas do trabalho, tais como maiores responsabilidades e status ou capacitação especializada. 5. Realização pessoal. Maslow argumentou que essas necessidades, que são muito pessoais e difíceis de identificar, são as formas superioresde fatores motivacionais, visto que, no final, todos procurarão a realização pessoal. Elementos intrínsecos do trabalho (como interesse e desafio pessoal) podem contribuir para satisfazer essas necessidades. Sua teoria preconizava que todos os indivíduos tenderiam a satisfazer as necessidades mais básicas da hierarquia antes de procurar satisfazer, progressivamente, as mais altas. Em outras palavras, todos tentarão primeiro garantir que tenham alimento, calor e abrigo, e então tratarão de assegurar a sua regularidade de modo a alcançar um sentimento de segurança pessoal. Uma curiosa distinção deve ser feita agora. Todas essas necessidades apresentadas nos três primeiros níveis podem ser satisfeitas através das recompensas extrínsecas. Os últimos dois estágios, apesar de também serem influenciados por recompensas extrínsecas, dependem mais dos fatores intrínsecos. Na transposição desse conceito para o mundo do trabalho temos duas implicações. A primeira é que para a maioria das pessoas, uma gestão efetiva pelo menos proporciona e salvaguarda as recompensas extrínsecas que esperamos do trabalho. A segunda é que os líderes efetivos, ao nos elogiar, valorizar nosso trabalho e expressar confiança, conferindo-nos um grau de responsabilidade, podem contribuir para proporcionar algumas das recompensas intrínsecas que muitos de nós buscamos, motivando-nos a ter um melhor desempenho. EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 21 Após estruturar conceitualmente o estudo da motivação humana, o autor estabelece uma distinção nítida entre motivação de deficiência e motivação de crescimento. No caso, as necessidades básicas correspondem a motivação de deficiência, que constituem déficits no organismo. Desta forma, logo quando o indivíduo satisfaz uma necessidade, surge outra, e assim sucessivamente. A motivação de crescimento, por sua vez, ocorre quando a recompensa é mais subjetiva. Para Maslow, quando satisfazemos suficientemente as nossas necessidades básicas somos motivados pelas tendências para individualização. Atente para o fato que, de acordo com essa teoria, dificilmente iremos atingir o topo da pirâmide, pois sempre haverá novos objetivos e sonhos. DICA: As duas teorias – Maslow e Herzberg – apresentam pontos de concordância. Fatores higiênicos referem-se a necessidades básicas (1 e 2 e parte de 3). Fatores motivacionais referem-se a necessidades secundárias (3, 4 e 5). Entender na prática esse alinhamento entre liderança, motivação e relações humanas contribui não só para a melhora dos resultados das equipes, quanto para gerenciar casos de estresse e burnout. Comportamento profissional é todo comportamento que o trabalhador tem dentro da organização e fora da mesma quando age em seu nome. É uma área estudada pela administração, psicologia e gestão de pessoas e, apesar de não ser necessário aprofundar tanto nisso, algumas pinceladas serão salutares. O comportamento profissional está inserido na concepção de comportamento organizacional. Esse campo de estudos que investiga o impacto que indivíduos, grupos e a estrutura têm sobre o comportamento dentro das organizações com o propósito de utilizar este conhecimento para melhorar a eficácia organizacional. Assim, o comportamento profissional é uma variável que deve ser o foco de atenção tanto dos gestores públicos quanto privados para a melhoria dos resultados da instituição, afinal, o desempenho das pessoas afeta diretamente o desempenho das empresas. Para termos uma maior qualidade no entendimento do comportamento das pessoas nas organizações, devemos considerar processos psicológicos e sociais, como, por exemplo, a motivação, comunicação, poder de liderança, socialização, clima, cultura, atitudes, suporte, planejamento e estresse no trabalho. Infelizmente, na realidade pública brasileira, essas variáveis servem apenas para estudo para concursos. No Brasil não temos sistemas sérios que lidem com o servidor público como um trabalhador dotado de competências e ambições, com expectativas próprias, que deve ter a percepção de suporte organizacional e motivação para um trabalho mais eficiente. De qualquer modo, não me alongarei aqui, pois esse não é o foco do nosso curso. EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 22 O que importa saber é que o conceito de comportamento profissional é entendido como um conjunto de deveres e proibições que o profissional deve ter no seu trabalho. Sim, é só isso mesmo: deveres e vedações. Para entender melhor, veja a seguinte lista de conceitos atrelados às relações humanas no campo profissional: Comportamento Profissional: são os comportamentos realizados dentro do trabalho ou fora, quando em seu nome. Concebe-se, atualmente, que deve-se investir em um conjunto de comportamentos profissionais para o melhor desempenho das organizações. Etiqueta: conjunto harmonioso de regras de boas maneiras, normas, hábitos, atitudes e gestos que resultam no comportamento das pessoas em eventos oficiais ou não. Boas maneiras e bons costumes: padrões de comportamento que facilitam o convívio social entre pessoas em qualquer ambiente. Para desempenhar um adequado comportamento profissional, o trabalhador deve, entre outras coisas, ser bem educado no trato com outras pessoas (clientes e colegas de trabalho), mostrar iniciativa (pró-atividade), ajudar a sua equipe e ao seu líder, inspirar confiança, ter competência para lidar com os trabalhos que lhe são passados, ser zeloso com seu material de trabalho e colegas de trabalho, etc. Competências Sociais/Habilidades Sociais: conjunto de habilidade pessoais para lidar com situações sociais. São exemplos de competências sociais: capacidade de comunicação, controle de agressividade, paciência, iniciativa de trabalho, etc. Esta competência tem estreita relação com o que aprendemos e com o modo como os outros nos veem. É um tipo de inteligência para o relacionamento humano e para o comportamento cooperativo. Líderes devem, em tese, ter elevados níveis de habilidades sociais, afinal, quanto mais uma pessoa é habilidosa socialmente, mais fácil tende a ser o seu relacionamento com a equipe de trabalho. Por outro lado, pessoas com baixas habilidades sociais tendem a ter mais dificuldades em resolver problemas interpessoais e podem até agravar a situação. No estudo dos comportamentos sociais, podemos fazer três tipos de classificação: Comportamentos passivos: são aqueles caracterizados pela inibição da pessoa diante do ambiente. No caso do trabalho, os comportamentos passivos são caracterizados pela submissão, falta de iniciativa, evitação de confronto e a redução do campo pessoal de conforto. Comportamentos agressivos: são aqueles caracterizados pela invasão do espaço de vida de outros. No ambiente do trabalho podemos perceber que essas pessoas são intrusivas, possuem exagerada iniciativa, EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 23 gostam de dominar as situações, tendem a se sobrepor aos outros e até a querer dar a última palavra nas discussões. Comportamentos assertivos: esse não é um meio termo, mas uma alternativa aos comportamentos anteriormente descritos. O comportamento assertivo, ou auto afirmativo, é aquele em que o sujeito tem empatia pelo outro (consegue se colocar no lugar do outro) e faz com o que o outro consiga se colocar no lugar dele. Assim, não há invasão de espaço alheio nem sujeito deixa que invadam seu espaço. No ambiente de trabalho essa é a pessoa mais indicada para, do ponto de vista comportamental, lidar com equipes e liderar grupos. É a pessoa que consegue falar a coisa certa, na hora certa e do jeito certo para motivar e alinhar a sua equipe para a tarefa que deve ser executada. Inteligência social: capacidade de discernir sobre a situação,avaliar as melhores soluções para os problemas e aplicar o comportamento certo no momento certo. Em suma, gerenciar o comportamento profissional significa gerenciar a imagem e o comportamento humano. Isso inclui desenvolver uma boa capacidade de comunicação e o domínio das atitudes e palavras proferidas. Eis uma pequena lista de comportamentos considerados positivos no contexto organizacional: Princípios da ética profissional Honestidade no trabalho Lealdade para com a instituição Formação de uma consciência profissional Respeito à dignidade da pessoa humana Segredo profissional Discrição no exercício da profissão Observação das normas e procedimentos administrativos Tratamento cortês e respeitoso a todos Condutas éticas Condutas não éticas Ser pontual Respeitar a privacidade do outro Oferecer apoio a quem precisar Agradecer uma gentileza recebida Devolver o que pedir emprestado Aceitar elogio pelo trabalho de outra pessoa Chamar as pessoas aos gritos Corrigir ou repreender alguém em público Fomentar a discórdia Utilizar informações e influências da posição para conseguir vantagens pessoais; Prestar serviço de forma deficiente, demorando propositadamente Ser interesseiro e medir as pessoas EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 24 pelo que elas podem ser úteis para alcançar os objetivos Fonte: Profa. Eliane Wamser. Comportamento Profissional. Instituto Bem Viver. E o que são atitudes profissionais? São os comportamentos exibidos no ambiente de trabalho. Eles refletem as competências e capacidades do trabalhado e são, geralmente, entendidos como o próprio comportamento profissional. A seguir, temos um quando diferenciando as atitudes tóxicas das atitudes salutares. ATITUDES “TÓXICAS” ATITUDES “SALUTARES” Lançar farpas verbais Tratar as pessoas como iguais Perder facilmente o controle Evitar reações automáticas Discordar rotineiramente Falar e agir com afirmação Elogiar sem sinceridade Fazer elogios honestos Gabar-se, marcar “pontos de status” Compartilhar o sucesso alheio Violar a confiança Preservar a confiança Quebrar promessas e acordos Só prometer o que vai cumprir Gracejar em momentos impróprios Gracejar construtivamente Monopolizar a conversa Compartilhar o “tempo no ar” Interromper com frequência Ouvir os outros com paciência Mudar de assunto caprichosamente Ater-se ao assunto com interesse Queixar-se demais Fazer sugestões construtivas Dar a alguém a “batata quente” Sugerir, aconselhar, negociar Insistir em fazer de seu jeito Ceder, ajudar os outros Atacar ou criticar os outros Confrontar construtivamente Induzir culpa nos outros Persuadir honestamente, negociar Ridicularizar os outros Apoiar os outros Ter comportamento infantil Autoestima positiva Humilhar os outros ser gentil e cortês Mau-humor Postura alegre e confiante Arrogância Humildade Grosseria Tolerância e calma Dar conselhos indesejados Oferecer informações e ideias Fonte: ALBRECHT, Karl. Inteligência social: a nova Ciência do Sucesso. São Paulo: M. Books do Brasil Editora, 2006, p. 124. A organização do trabalho reflete o modo como o trabalhador dispõe os seus instrumentos de trabalho para o desempenho de sua função. Assim, podemos ter indicadores da maior ou menor capacidade de organização do trabalho de uma pessoa quando vemos a sua mesa de trabalho, sua capacidade em elencar prioridades, a frequência com que EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 25 perde informações, o tempo que demora para encontrar documentos, etc. A prioridade, por sua vez, é a capacidade do trabalhador em atender primeiramente às demandas mais significativas e depois atender as que tem menor importância. Foi-se o tempo em que trabalhávamos na ordem em que recebíamos as demandas, atualmente precisamos decidir o que é mais importante para não causarmos prejuízo para o nosso trabalho ou até para o cliente que está sendo atendido. A capacidade em priorizar casos pode ser vista, por exemplo, na atuação hospitalar, onde não precisamos marcar consulta para daqui a um mês para sermos atendidos em casos de urgência. O mesmo conceito de priorização deve ser levado para o campo do trabalho: o trabalhador que consegue criar um ranking de prioridades, lidará com menos problemas depois. A qualidade nas relações humanas deixou de ser vista apenas em produtos e passou a ser entendida nos serviços. Isso significa vantagem competitiva entre as organizações. Como exemplo, cito a excelente garantia e assistência que a Dell tinha em computadores. Em qualquer lugar do Brasil você podia ter um computador Dell com defeito que rapidamente enviavam um técnico em sua casa com todo o conhecimento disponível para te ajudar. O atendimento pela internet ou telefone era rápido, claro e eficiente. Isso fidelizou muitos clientes, na época, inclusive eu. Mas, o que é qualidade? Qualidade é a filosofia de gestão que procura alcançar o pleno atendimento das necessidades e a máxima satisfação das expectativas dos clientes. Observe que os processos de qualidade são sempre orientados para o cliente. No caso da qualidade no atendimento, estamos falando de um ativo intangível da organização, que deve ser devidamente gerenciado. Quantas vezes não deixamos de frequentar uma loja ou comprar uma marca termos sido mal atendidos? Ou compramos mais justamente pela simpatia de quem nos atende? É justamente a qualidade que vai garantir a satisfação do cliente e, também, o sucesso da empresa. A qualidade no atendimento ao público é uma ferramenta gerencial na condução dos negócios. No campo hospitalar, que é o que esperamos da AOCP, o atendimento ao público ocorre quando um profissional trabalha com o paciente ou com sua família. A qualidade é uma aliada na busca dos melhores resultados empresariais sustentados, tendo as pessoas como principal elemento para criar e viabilizar tais resultados, sendo por isso mesmo, um fator que agrega valores aos processos e atividades desenvolvidas em toda a organização, atendendo às necessidades de todas as partes interessadas. Esse conceito está inserido no contexto das relações sociais. Essas relações são relações humanas dentro da sociedade em que vivemos, pautadas por regras, normas e costumes. A partir desses costumes criamos valores, como o certo ou errado, moral ou imoral, bom ou mal, etc. E criamos expectativas acerca de como seremos recebidos. Uma EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 26 reiterada indisponibilidade, por exemplo, de uma telefônica em nos atender faz com que já esperemos ser mal atendidos da próxima vez em que necessitarmos desse serviço. Segundo Deming (1991), na maioria das vezes, a reação do cliente (paciente) para o que ele considera serviço bom ou ruim é imediata, mas a reação à qualidade de um produto manufaturado pode ser retardada. Porém, tanto para os produtos tangíveis quanto para os produtos intangíveis, não se pode definir, hoje, como um cliente irá classificá-los daqui a um ano. Isto porque o julgamento do consumidor pode mudar, suas necessidades podem mudar, no mercado podem aparecer novas alternativas de produtos ou serviços etc. Como podemos perceber, a qualidade dos serviços prestados por uma empresa consiste em gerenciar os detalhes da relação do atendimento o cliente. Clientes comparam entre produtos e entre empresas. Se antes não havia forma de comparação entre produtos e empresas, seja pela inexistência da internet, seja pelos monopólios de produção, hoje a comparação virou uma prática comum. O empresariado nacional percebeu que além da qualidade dos produtos, é preciso ter qualidade no atendimento. Sites como o “Reclame Aqui” estão superlotados de reclamações de empresas que não conseguem atender adequadamente seus clientes, seja por incompetênciapara dar informações, seja por má fé mesmo. Essa evolução no pensamento administrativo incluindo a inserção da qualidade no atendimento como pauta para gerar vantagem competitiva também amadureceu a ideia de qualidade de atendimento em si. Não basta só ter funcionários bem treinados e com um sorriso para atender clientes, é preciso uma combinação entre os vários elementos: presteza, capacidade de comunicação, eficiência, atenção, etc. Todos esses elementos são promotores do ambiente que facilitam a implantação ou a conquista da fidelidade. O acompanhamento sistemático da relação com o cliente é algo fundamental para a organização, pois, mantém a fidelidade do cliente e garante a diferença competitiva por muito mais tempo. Implementar práticas de qualidade no atendimento é tratar de um processo complexo de inovação. Pode despertar resistência dos funcionários e clientes, mas que quando bem conduzido, leva à adaptação de muitos dos processos já existentes. Marcas como a Apple, por exemplo, perceberam que a fidelização de clientes vai além da qualidade dos produtos. Quando um I-Phone recém-lançado, por exemplo, era comprado, uma fila de funcionários aplaudia ininterruptamente a escolha do cliente. A Apple é a maior vendedora de celulares dos EUA e uma das maiores fabricantes de computadores. Obviamente que esse encanto não se sustenta se a qualidade do produto não se mantiver. A qualidade no atendimento é a porta de entrada de uma empresa, quando é mal gerenciada, é a porta de saída dos clientes para outras empresas. EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 27 Apesar de alguns autores discutirem a imprecisão do termo “qualidade no atendimento” quando adotado por gerentes, administradores e pesquisadores, existem características comuns, pelo menos para fins de concurso. A dificuldade, se comparado com os ativos intangíveis, é justamente em mensurar itens de serviço como “qualidade”. Essa discussão é séria e ocorre em diversos níveis. A maior dificuldade é justamente em gerenciar a percepção do cliente acerca do seu contato com a organização. Como sabemos, essa percepção é subjetiva e depende de variáveis que nem sempre são constantes entre os clientes. Como mensuramos a qualidade no atendimento? Pela satisfação do cliente. A satisfação do cliente com relação a qualquer serviço ou item fabricado, medida por qualquer critério que seja, mostrará uma distribuição que varia desde a insatisfação extrema até altamente satisfeitos, exultantes. Assim, a empresa deve ter o cuidado de planejar os serviços oferecidos, para disponibilizar um serviço bem feito e gerar satisfação dos clientes. Através disso, os clientes voltarão a comprar e ainda indicarão terceiros, fazendo com que a demanda e os lucros aumentem. No entanto, para tornar uma prestação de serviço de qualidade e gerar satisfação, o administrador deverá tomar algumas precauções como (Gonçalves e cols, 2010): a) Administrar as expectativas dos clientes – as expectativas são formadas através de comentários de outras pessoas, experiências adquiridas com a própria empresa ou com concorrente, ou através de promessas feitas por vendedores de serviços. b) Percepção da qualidade – é difícil para o cliente avaliar a qualidade do serviço que recebe, então, às vezes, apesar do profissional saber que presta um serviço de boa qualidade, o cliente não percebe a qualidade. É por isso que é importante o monitoramento das empresas em relação a como seus clientes percebem seus serviços. c) Sequência de procedimentos – necessário para o administrador desenvolver seus serviços de qualidade, ou seja, é necessário pesquisar, estabelecer uma cultura, desenvolver treinamento, criar um clima organizacional com o marketing interno, comunicar o plano e estabelecer mecanismo de controle. No entendimento da qualidade de atendimento no serviço público, algumas observações devem ser feitas. Sabemos que a Administração possui princípios em comum com o setor privado, como a comunicabilidade, apresentação, atenção, interesse, presteza, eficiência, tolerância, discrição, conduta e objetividade. Porém a administração pública é orientada por princípios maiores, que muitas vezes engessam sua atuação. Se no setor privado o atendimento com qualidade é diferencial competitivo e pode significar a sobrevivência de uma organização, na área pública a qualidade no atendimento não é uma condição vital para a continuidade dos serviços. Quem já depender de uma repartição pública, como um hospital público e um cartório, EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 28 sabe que conceitos como cortesia e comunicabilidade são, quase sempre, abstratos. Mas, de que conceitos nós estamos falando? Anote ai que eles podem ser cobrado na literalidade em sua prova: Comunicabilidade: o servidor deve se comunicar facilmente, ser expansivo e claro em suas colocações. Apresentação: Boa aparência externa e em suas colocações. Atenção: Respeito aos administrados através de sua concentração. Cortesia: urbanidade, civilidade e educação. Interesse: o servidor deve sempre estar atento e com propósito de ajudar. Presteza: agilidade, celeridade. Eficiência: realização das tarefas com rapidez, qualidade e proficiência. Tolerância: tendência em admitir opiniões, formas de pensar e agir. Discrição: qualidade de ser discreto. Conduta: a conduta do servidor deve ser impecável. Buscando sempre a educação. Objetividade: Praticidade. Os atos devem atender seus objetivos sem burocracia. Por fim, no serviço público o objetivo de se oferecer qualidade no atendimento ao público é atender com rigor, a determinadas especificações e às necessidades implícitas e explícitas do cidadão. Sendo aquelas as vontades que se inserem na expectativa e no desejo do cidadão, já estas estão previstas e são ofertadas pelo serviço público. Personalidade e relacionamento. Eficácia no comportamento interpessoal. Comportamento receptivo e defensivo. Empatia. Compreensão mútua. A personalidade é o padrão de comportamentos comuns que uma pessoa tem em um determinado contexto. Desse modo, apesar de podermos versar durante horas sobre as teorias de personalidade, é fundamental que saibamos que a personalidade é um conjunto característico de comportamentos de uma pessoa e que geram uma previsibilidade de sua atuação. No ambiente do trabalho, por exemplo, temos comportamentos comuns, modos particulares de nos comunicarmos, resolvermos problemas, expressarmos alegria, lidarmos com o ócio, etc. A personalidade muda? Pode ser aprendida? Sim, a moderna psicologia entende que a personalidade pode variar com o tempo. Apenas o seu núcleo mais profundo que tem dificuldades de mudança, o temperamento/caráter. Nenhum tipo ou traço de personalidade é bom ou mau isoladamente. Esse julgamento, incluindo o julgamento do EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 29 comportamento certo e errado, depende do contexto em que o trabalhador se insere. Toda personalidade possui virtudes e defeitos, não sendo possível sempre eleger um tipo ideal de personalidade para o ambiente de trabalho. Porém, existe um traço de personalidade que é bem valorizado: a capacidade de adaptação. Isso significa que pessoas com maior capacidade de adaptação aos contextos laborais diversos, têm menores desajustes interpessoais e maior capacidade de adequação aos ambientes organizacionais. Entender os tipos de personalidade que existem nas organizações e nas equipes é fundamental tanto para gerenciar conflitos quanto para organizar equipes. A liderança, por exemplo, é uma capacidade interpessoal que é entendida como um traço de personalidade. Apesar das modernas teorias entenderem a liderança como situacional, se não houver uma pessoa no grupo com habilidades sociaispara desempenhar minimamente tal papel, o grupo ficará sem um líder. O comportamento humano em equipes é muito mais amplo e complexo que apenas a integração de talentos. É possível, portanto, que vejamos uma pessoa tecnicamente brilhante com dificuldades interpessoais ou perplexidade diante do comportamento de terceiros. As relações interpessoais ocorrem na relação de duas ou mais pessoas e seus efeitos são constantemente apresentados mesmo quando estamos sozinhos. Esses efeitos abrangem desde a aprendizagem até a motivação ou as doenças laborais causadas por relações de trabalho não-sadias. Assim, quando o relacionamento humano é positivo nas organizações, temos harmonia, motivação, melhor clima organizacional, produtividade e eficácia. Por outro lado, quando as relações interpessoais não são adequadas, podemos ter quadros de assédio moral, desmotivação, sobrecarga de trabalho, perda de sentido do trabalho, etc. Como podemos perceber, muito da personalidade expressa no ambiente do trabalho e do comportamento eficaz está relacionada com as habilidades sociais (interpessoais) do indivíduo. Aqui precisamos diferenciar dois tipos de comportamento, o receptivo e o defensivo. O comportamento receptivo ocorre quando o sujeito está aberto para as sugestões alheias. É aquele naturalmente aberto, solícito, prestativo, objetivo, claro, sem rodeios, indo direto ao ponto da necessidade do atendido. O sujeito percebe e aceita possibilidades que a maioria das pessoas ignora ou rejeita prematuramente e somente após esse exercício de empatia que emite julgamento sobre a ideia. Por outro lado, temos o comportamento defensivo. Nesse tipo de comportamento, a pessoa percebe uma ameaça ou pressente um ataque a si. Em função disso, mesmo prestando atenção à mensagem, dedica parte apreciável das energias a defender-se e a proteger-se. Essa defesa pode ocorrer tanto pela emissão de comportamentos agressivos quanto passivos. Esse tipo de atitude defensiva resulta em uma relação de desconfiança interpessoal que afeta o ambiente de trabalho e qualidade do mesmo. Além disso, favorece a exclusão de ideias EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 30 potencialmente produtivas e pode ser sinônimo de agressividade no contexto organizacional. Além desses dois tipos de comportamento temos algum outro? Sim, temos o comportamento assertivo. Esse é o comportamento eficaz. Nesse tipo de comportamento ocorre a comunicação afirmativa onde nos colocamos empaticamente no ambiente interpessoal, de modo a respeitar as ideias alheias e a se expor sem agressividade. A ideia central aqui é o compartilhamento de posturas com o mínimo de ruído e de invasão do espaço alheio. Esse é um tipo de comportamento que vai além da postura receptiva, pois os sujeitos dedicam-se a negociação clara e sem barreiras de seus pontos de vista. Empatia e Compreensão Mútua A compreensão mútua ocorre nos relacionamentos onde as partes compreendem adequadamente os valores, deficiências e virtudes do outro. No ambiente do trabalho esse tipo de compreensão é fundamental para a solução de problemas interpessoais e a manutenção da motivação no ambiente de trabalho. Quando há compreensão mútua as pessoas comunicam-se melhor e conseguem resolver conflitos de modo saudável. Temos outro nome para a compreensão mútua? Sim: empatia. Esse conceito está ligado à capacidade de colocar-se no lugar do outro, mediante sentimentos e situações vivenciadas. Ela implica em certo grau de compartilhamento emocional - um pré-requisito para realmente compreender o mundo interior do outro. Mas, existe alguma diferença entre a empatia e a compreensão mútua? Tecnicamente sim, podemos ver a empatia como uma ação pessoal e unilateral onde um sujeito se coloca no lugar do outro. Na compreensão mútua temos a empatia em todas as direções, e é, assim, um fenômeno multilateral. Entrevista psicológica. A entrevista não consiste em "aplicar" instruções, mas em investigar a personalidade do entrevistado, ao mesmo tempo que nossas teorias e instrumentos de trabalho. Bleger EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 31 Teremos, a seguir, aqui um verdadeiro tratado sobre a entrevista psicológica. Fundamentalmente, qualquer candidato, para qualquer banca e qualquer concurso deve saber não só o que é entrevista psicológica e as suas características, mas onde ela é aplicada, quais as suas possibilidades e as técnicas de entrevista. Assim, tentarei organizar da forma mais objetiva possível esse tópico. Conceitos Iniciais Não vejo melhor maneira de começar esse conteúdo do que citar uma das mais brilhantes e claras passagens que me deparei na organização dos conteúdos de hoje: A entrevista é a técnica que permite o acesso às representações mais pessoais dos sujeitos: história, conflitos, representações, crenças, sonhos, fantasmas, acontecimentos vividos, etc. É um instrumento insubstituível no domínio das ciências humanas e ainda no domínio da Psicologia, em que há que tentar compreender a origem de diferentes psicopatologias. Com efeito, só o paciente nos pode dizer “onde” e “como” sofre; há portanto, que escutá-lo. Descrevemos a entrevista segundo os vários modelos teóricos vigentes, e é unânime entre todas as correntes, que a entrevista é uma “conversa” profunda entre duas pessoas num contexto especifico. A eficácia de qualquer tratamento ou procedimento psicológico está diretamente relacionada com a qualidade da entrevista. Sugerimos um modelo de entrevista e na última parte do presente estudo, enfatizamos os fenómenos do campo relacional que se processam durante qualquer tipo de entrevista. A entrevista é uma técnica sui generis, que nos permite aceder ao mundo privado de outro ser humano. A entrevista é o meio pela qual o entrevistador tenta perceber e sentir o Outro. Fonte: http://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0031.PDF Como você percebeu, conceituar entrevista psicológica é um processo fácil. A entrevista psicológica é um processo bidirecional (interação entre duas ou mais pessoas), com o propósito previamente fixado no qual uma delas procura saber o que acontece com a outra, o entrevistado. Entrevista à Processo bidirecional de comunicação, com propósito definido, onde o entrevistador levanta dados acerca do entrevistado. Desse modo, a entrevista é uma técnica de investigação científica em psicologia, sendo um instrumento fundamental do método clínico, mas que não se restringe a esse. Podemos dizer que a entrevista é um método de avaliação psicológica que se assemelha ao método científico, aonde o entrevistador vai formulando uma série de hipóteses com o desenrolar da entrevista. Os objetivos da entrevista podem ser: 1) EBSERH – Professor Alyson Barros Psicologia Hospitalar www.psicologianova.com.br | 32 reconstituir a história do sujeito (anamnese); 2) sondar seus conhecimentos (argüição oral); 3) avaliar suas aptidões para uma aprendizagem (orientação) ou um emprego (seleção); 4) contribuir para o psicodiagnóstico e indicação do tratamento de pessoas com distúrbios psicológicos (entrevista inicial ou preliminar). E o que falam os outros autores? Fundamentalmente, a entrevista é definida como uma técnica de levantamento de dados que pode ser aplicada nas mais diferentes áreas da psicologia. Em algumas raras exceções, seu objetivo maior é a condução de um caso, como na perspectiva rogeriana por exemplo. Sua aplicabilidade ultrapassa o campo clínico, e atinge tanto a psicologia organizacional, quanto a psicologia forense, escolar, dos esportes, infantil, social, neuropsicologia, psicopedagogia, etc. Dependendo da área, teremos características próprias. Mas, o que é realmente a entrevista psicológica? Vejamos brevemente quatro grandes definições do que é a entrevista psicológica.
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