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PRÁTICAS INTEGRATIVAS EM SAÚDE PÚBLICA

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ATENEU – UNIATENEU
CURSO DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS: SAÚDE PÚBLICA
PROMOÇÃO DA SAÚDE
DOCENTE: DAIANA DE JESUS MOREIRA
DISCENTE: JOICE BATISTA DE OLIVEIRA
FORTALEZA/CE
ABRIL/2024
PROMOÇÃO DA SAÚDE
O conceito de Saúde está ligado à economia, status social, política e cultural de cada indivíduo. Contudo, este conceito muda de acordo com a época, lugar, classe social, aspectos de valores individuais, concepções científicas, religião e filosofia de vida que podem apresentar conceitos diferentes de um indivíduo para o outro do que pode ser e é saúde. 
No dia 7 de abril de 1948, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou uma carta de princípios onde dizia que “saúde é o estado do mais completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de enfermidade”. Este novo conceito de saúde abrange a biologia humana, o meio ambiente e o estilo de vida social, conceito este, que também está ligado ao campo de saúde, que foi formulado em 1974 por Marc Lalonde em “Informe Lalonde”, ex-titular do Ministério da Saúde e do Bem-estar do Canadá que além de abranger os aspectos anteriores, incluiu a organização dos serviços de saúde, que teve motivação política, técnica e econômica para enfrentar o aumento do custo da saúde naquela época. Ou seja, saúde seria: 
· Biologia humana: genética e função humana. 
· Meio ambiente: natural e social. 
· Estilo de vida: comportamento individual que pudesse afetar a saúde. 
· Organização dos serviços de saúde: ações e atividades organizadas especificamente para possibilitar a governabilidade e o gerenciamento das redes que promovem a saúde, incluindo instâncias, processos e instrumentos de gestão.
Já em 1977, devido ao conceito amplo que a OMS trouxe, a mesma recebeu duras críticas quanto à complexidade do que é saúde, já que fora visto como algo inatingível, sendo assim, Christopher Boorse disse: “saúde é ausência de doença”. 
Devemos levar em consideração também a Carta de Ottawa que fora apresentada na I Conferência Internacional sobre Promoção à Saúde, realizada em Ottawa no ano de 1986 no qual passou a ser referência em promoção à saúde em todo o mundo devido aos seus conjuntos de valores, tais como: vida, saúde, solidariedade, equidade, democracia, cidadania, desenvolvimento, participação e ação conjunta, dentre outros valores que poderiam e podem contribuir para uma promoção melhor da saúde e da qualidade de vida. Nesta Carta de Ottawa também fora apresentada as seguintes estratégias que auxiliam no melhor desenvolvimento à promoção da saúde: 
1. Implementação de políticas públicas saudáveis: fazer a verificação de renda, proteção ambiental, trabalho e agricultura para que assim possa ser sugerido ações legislativas, fiscais e organizacionais visando a diminuição das desigualdades sociais e à melhoria da qualidade de vida. 
1. Criação de ambientes favoráveis à saúde do indivíduo: promover ações que monitorem as mudanças das áreas tecnológicas, do trabalho, produção de energia e urbanização da área em que vivem. 
1. Reorientação dos serviços de Saúde: isto propõe mudanças na formação dos profissionais e nas atitudes das organizações do serviço de saúde para que possam focar na melhoria da saúde e não na doença do indivíduo. 
1. Reforçando a ação comunitária: trazer o empoderamento comunitário na promoção à saúde implementando ações e recursos na comunidade que possam intensificar a auto-ajuda e o apoio social para o desenvolvimento da participação popular nos assuntos de saúde. 
1. Desenvolvimento de habilidades pessoais: capacitar pessoas para o desenvolvimento pessoal e social mediante a promoção de informações, educação para melhoria da saúde.
Pensando em todos estes pontos apresentados por Lalonde e na Carta de Ottawa, abaixo será apresentado alguns exemplos de ações de promoção à saúde e melhoria da qualidade de vida seja ela físico e/ou mental do indivíduo: 
· Incentivo a atividade física e dieta; 
· Ações de educação sexual e reprodutiva; 
· Apresentar à comunidade estratégias de combate a doenças crônicas como tabagismo, sedentarismo e outros; 
· Políticas e ações voltadas para a melhoria da saúde mental; 
· Comunicação e anúncios de serviços públicos, feiras de saúde, campanhas na mídia e boletins informativos; 
· Educar e/ou intervir sobre dieta e nutrição para combater a desnutrição ou obesidade; 
· Iniciativas público ou privada para ações educativas (cursos, treinamentos e grupos de apoio) e de comunicação que visam promover condições, estilos de vida, comportamentos e ambientes saudáveis; 
· Orientar ou reorientar os serviços de saúde, trazendo desenvolvimento para os modelos de atenção que estimulem a prevenção de doenças e promoção à saúde; 
· Rodas de conversas com a comunidade para a orientação e promoção dessas ações, entre outros exemplos. 
Todavia, como fora citado anteriormente nos quatro pilares de Lalonde e na Carta de Ottawa, saúde também está ligado ao Estado e suas contribuições. Visto que essa ligação têm suas obrigações para com a saúde pública, “o sistema de saúde nacional deve estar inteiramente integrado no processo de desenvolvimento social e econômico do país, processo este do qual a saúde é causa e consequência”. Deste modo, a saúde é um dever do Estado. Por isso, em nossa Constituição Federal de 1988, artigo 196, diz que: “A saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação”.
Para finalizar, devemos ressaltar que essas estratégias de promoção à saúde e à qualidade de vida não são somente um dever do Estado. Devemos pensar no conjunto Estado, sociedade, setores públicos e privados e profissionais adequados para promoverem uma ação conjunta para a melhoria da saúde pública. Promover a saúde é um dever de todos. 
REFERÊNCIAS
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-me-exercitar/noticias/2021/o-que-significa-ter-saude
Heidmann, I. T., Almeida, M. C. P. D., Boehs, A. E., Wosny, A. D. M., & Monticelli, M. (2006). Promoção à saúde: trajetória histórica de suas concepções. Texto & Contexto-Enfermagem, 15, 352-358.
Segre, M., & Ferraz, F. C.. (1997). O conceito de saúde. Revista De Saúde Pública, 31(5), 538–542.
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