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Relatório de compostagem - Concepção do pátio

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo 
– Campus Barretos 
 
 
 
 
 
 
 
Programa de Bolsas Discente Modalidade Extensão 
Compostagem Orgânica - 
Relatório sobre Plano de Ação - Concepção do Pátio de Compostagem 
 
 
 
Docente responsável 
Prof. Me. Rogério Mendes Branco 
Discente 
Rhussel Marquetto Gonçalves do Patrocínio 
 
 
Barretos - SP 
Novembro de 2020 
SUMÁRIO 
 
1. COLETA DE MATERIAIS E TRIAGEM ........................................................... 4 
1.1 Planejamento de coleta e triagem de materiais recicláveis ................................. 4 
1.1.1 Setorização das cidades para a coleta ............................................................ 4 
1.1.2 Construção de postos de armazenamento temporária e de triagem ........... 5 
1.1.3 Estudo da logística de transporte ................................................................... 6 
2. ETAPAS E METODOLOGIA PARA A IMPLANTAÇÃO ............................... 8 
2.1 Análise da situação dos resíduos orgânicos na área do consórcio ...................... 8 
2.2 Objetivos e metas para a compostagem .............................................................. 10 
2.3 Localização do Terreno ........................................................................................ 11 
2.4 Implantação ........................................................................................................... 12 
3. ANÁLISE AO CONTEXTO LEGAL CONTEMPORÂNEO DOS PÁTIOS DE 
COMPOSTAGEM ....................................................................................................... 13 
4. COMPOSIÇÃO FÍSICA E GERENCIAL REQUERIDA PARA A 
IMPLANTAÇÃO ......................................................................................................... 13 
4.1 Compostagem natural ........................................................................................... 13 
4.2 Compostagem mecânica ....................................................................................... 16 
5. MÉTODOS ............................................................................................................ 16 
5.1 Compostagem com revolvimento de leiras.......................................................... 16 
5.1.1 Leiras estáticas com a aeração forçada ........................................................ 17 
5.1.2 Compostagem em sistemas fechados – reatores .......................................... 18 
5.2 Maturação das leiras de compostagem ............................................................... 18 
5.3 Vantagens do processo .......................................................................................... 19 
6. SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL, DRENAGEM DO LIXIVIADO E 
IMPERMEABILIZAÇÃO DO SOLO ....................................................................... 20 
6.1 Impermeabilização com piso de argila ................................................................ 21 
6.2 Impermeabilização com geomembrana sintética mais argila ........................... 22 
6.3 Impermeabilização com piso de concreto ........................................................... 23 
7. TRATAMENTO DE EFLUENTES .................................................................... 24 
7.1 Tratamento da água de lavação dos recipientes de coleta e caixas de transbordo
 24 
8. MONITORAMENTO ........................................................................................... 26 
9. OBRIGAÇÕES ...................................................................................................... 26 
10. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 28 
 
 
 
SUMÁRIO DE FIGURAS 
Figura 1 - Planejamento setorizado para coleta seletiva................................................... 5 
Figura 2 - Caminhão utilizado para realizar a coleta ........................................................ 8 
Figura 3 - Esquema de biodigestor utilizado no processo in – vessel ............................ 18 
Figura 4 - Modelo de manejo com a manta de geomembrana com argila...................... 23 
Figura 5 - Modelo de estação de tratamento de efluentes industriais ............................. 24 
 
SUMÁRIO DE IMAGENS 
Imagem 1 - Processo de Prensa em galpão de triagem..................................................... 6 
Imagem 2 - Modelo de coleta que poderá ser empregado ................................................ 7 
Imagem 3 - Modelo de Eco Praça .................................................................................. 12 
Imagem 4 - Revolvedor de leira em atividade ................................................................ 14 
Imagem 5 - Modo manual de Revolvimento de leiras .................................................... 17 
Imagem 6 - Modelo de leiras estáticas com aeração forçada ......................................... 17 
Imagem 7 - Sumidouro de Monticello ............................................................................ 25 
Imagem 8 - Valas de infiltração sendo instaladas .......................................................... 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. COLETA DE MATERIAIS E TRIAGEM 
 
1.1 Planejamento de coleta e triagem de materiais recicláveis 
O estudo desta etapa será direcionado para a elaboração da setorização e do 
planejamento dos caminhos de coleta, estudando a logística do transporte e da frota, além 
de definir o local das unidades da admissão provisória dos resíduos e dos galpões de 
triagem como, seu dimensionamento, conhecimento sobre a operação interna e da 
fluência dos materiais, além de sugestão de roteiros operacionais na coleta e na triagem. 
Este planejamento visa também a organização (ou compromisso) de projetos das unidades 
e admissão de obras, reforma de instalações vivente, caso necessário manutenção da 
estrutura física, da frota, além de adquirir insumos requeridos, etc., portanto, tendo assim 
três atos principais (Setorização das cidades para a coleta, construção de postos de 
armazenamento temporário e de triagem e estudo da logística de transporte) que irão ser 
abordadas a seguir. 
 
1.1.1 Setorização das cidades para a coleta 
Através do documento do Ministério do Meio Ambiente (MMA), esta etapa em 
questão se consiste em organizar as cidades em seções de coleta, sendo que os mesmos 
deverão ser dispostos como roteiros para que possa atender todos os domicílios, devendo 
conter postos de armazenamento provisório que permita atender aproximadamente 25 mil 
habitantes ou um raio de 1,5 km. 
A organização por seções permitirá determinar por meio de aproximação, a 
quantidade de resíduos a serem coletados, através da relação de densidade ocupacional 
urbana, consequentemente será possível definir quantos catadores (recomendável de 
arrecadação de resíduos em um dia de trabalho é de 160kg) irão ser envolvidos nesta 
etapa. Estes postos são locais em que ocorrerá a passagem dos resíduos, devendo conter 
espaço dedicados a recepção dos mesmos através da coleta seletiva, ficando lá até o 
momento de irem para os galpões de triagem, outros tipos de resíduos que não irão ser 
utilizados devem ser mantidos separados em ambientes adequados e retirados 
periodicamente para que não se acumulem. Por meio destes parâmetros descritivos a cima 
é possível caracterizar estes postos como de pequeno porte, incorporado à cidade sem que 
ocorra incômodos. Conforme é possível observar na Figura 1, um modelo (cidade de São 
Jorge do Ivaí) a ser seguido para este planejamento. 
Figura 1 - Planejamento setorizado para coleta seletiva 
 
Fonte: Ricardo M. Albertin (2011) < https://bit.ly/3pB7yub> 
Vale ressaltar em que cada município irá requerer um planejamento direcionado, 
pois em cada um irá mudar diversas características (topográficas, densidade ocupacional, 
córregos, tráfego intenso, etc.), sendo necessário estudar o ambiente para que possa 
vencer as barreiras
impostas por tais características, sendo que em alguns casos se torna 
conveniente até o emprego de containers (devido à grande circulação de pessoas, eventos, 
etc.). Já em casos que existe conturbação, é recomendável realizar o compartilhamento 
de postos de armazenagem, com fim de racionalizar a implantação de instalações. 
 
1.1.2 Construção de postos de armazenamento temporária e de triagem 
Por meio do mesmo documento utilizado anteriormente, preconiza-se para estes 
serviços o dever de serem proporcionais a setorização da coleta seletiva, concebendo ao 
menos um em cada seção, por determinação da Resolução Conama 307/2004.4 os pontos 
de entrega voluntária (PEVs) devem receber resíduos da construção civil e resíduos 
volumosos, em cada um destes postos é necessário antever locais para armazenamento 
temporário de resíduos da coleta seletiva, além de conter áreas como, administrativa, 
sanitários, copa e cozinha para catadores e funcionários incumbido da recepção dos 
resíduos. 
As unidades de triagem dos materiais coletados devem dispor de certa parte da 
área para que ocorra tal processo, assim sendo: 
 300 metros2 
 325 metros2 
 300 metros2 
 
Municípios pequenos para que seja mais econômico nas etapas é valido centralizar 
regionalmente as atividades de prensagem e estocagem do material como é possível 
observar na Imagem 1 tal processo, sempre visando a otimização operacional. 
Imagem 1 - Processo de Prensa em galpão de triagem 
 
Fonte: Ministério do Meio Ambiente (2010) <https://bit.ly/3pBfMlW> 
 
1.1.3 Estudo da logística de transporte 
Neste estudo foi apresentado dois métodos de coleta, para a execução da coleta de 
porta a porta podem ser utilizados carrinhos manuais, elétricos, motos com carreta 
adaptada, Kombi com modificação ou outros meios com características parecidas. Já 
veículos pesados deveram ser utilizados em áreas de alta densidade de produção 
(condomínios, prédios, áreas comerciais e etc.), o transporte dos postos de 
armazenamento temporário para os galpões de triagem deve ser feito por caminhões baú 
Processamento de 1 t/dia 
Galpão de Porte 
Pequeno 
Galpão de Porte 
Médio 
Galpão de Porte 
Grande 
ou com carroceria adaptada (os mais indicados), sempre tentando permanecer com uma 
velocidade média de 4km/h para a coleta e para o transporte até aos galpões de triagem 
de 40km/h em média. 
O volume à ser transportado varia de acordo com o tipo de veículo adotado, esta 
escolha deverá ser levada em consideração as condições topográficas e da logística 
necessária e a quantidade de veículos que irão circular dependerá da densidade 
populacional de cada seção até ao posto de armazenagem. O custo desta etapa será menor 
conforme a quantidade de material coletado aumentar em um determinado itinerário, pois 
assim aconteceria menos ociosidade, com isso é conveniente que o ritmo de implantação 
for de acordo com o processo de “universalização da seção”. Conforme pode ser 
observado na Imagem 2 e na Figura 2 os modelos que poderão ser empregados para a 
coleta e seu transporte. 
Imagem 2 - Modelo de coleta que poderá ser empregado 
 
Fonte: Brasil 247 (2015) < https://bit.ly/3fpo7V9> 
Figura 2 - Caminhão utilizado para realizar a coleta 
 
Fonte: Demaeq (2012) < https://bit.ly/3lRogD8> 
 
2. ETAPAS E METODOLOGIA PARA A IMPLANTAÇÃO 
A implantação da compostagem pode ser dividida em duas fases: fase de 
planejamento (diagnóstico da atual situação, definição de objetivos e metas para vários 
prazos, definição de programas, projetos, da estrutura física e gerencial e etc.) e a fase de 
implantação (elaboração de projetos para realização de obras, aquisição de equipamentos 
e materiais, etc.). 
 
2.1 Análise da situação dos resíduos orgânicos na área do consórcio 
De acordo com Gomes et al.; (2010) é preciso analisar o estudo do plano 
operacional, sendo que o mesmo deverá conter com a participação dos municípios e não 
somente do consorcio, o primeiro ato deverá ser executada pelo grupo técnico é reunir 
dados sobre a origem, volume, caracterização dos resíduos, formas de destino e 
disposição final e principais impactos, sendo identificados os gerados sujeitos a preparar 
estratégias de gerenciamento especifico, por meio da lei 12.305/2010 preconiza o 
planejamento para gerenciar os resíduos sólidos, mesmo os caracterizados como não 
perigosos remetendo à lei 11.445/2007 que afirma no Art. 6º. 
Art. 6º - O lixo originário de atividades comerciais, industriais e de serviços cuja 
responsabilidade pelo manejo não seja atribuída ao gerador pode, por decisão do poder 
público, ser considerado resíduo sólido urbano. 
 
De acordo com a PNRS caberá aos municípios definir o que julgam como “grande 
gerador”, entrando também no plano de gerenciamento próprio, não podendo ocorrer 
equiparados ao gerador domiciliar, em municípios com alta densidade populacional é 
estabelecido limite de quantidade para a coleta, caso a quantidade produzida ultrapasse a 
quantidade determinada, o responsável pelo resíduo fica incumbido de coletar e a 
prefeitura de apenas acompanhar o manejo. 
As pessoas que ficaram encarregadas da parte técnica deverá debater as estratégias 
para propor limites e quais devem ser eles, de forma com que a responsabilidade pelo 
manejo de resíduos não recaia sobre os munícipes, sendo somente responsabilidade do 
gerador. Além de ser adequado analisar as etapas de transição para essa circunstância, em 
virtude de que a longo prazo todos os resíduos orgânicos deverão ser compostados, dando 
conformidade ao Art. 36 da lei 12.305/2010. 
V - Implantar sistema de compostagem para resíduos sólidos orgânicos e articular 
com os agentes econômicos e sociais formas de utilização do composto produzido; 
VI - Dar disposição final ambientalmente adequada aos resíduos e rejeitos oriundos 
dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos. 
 
Através das definições iniciais, devem ser consideradas 3 diferentes fontes de 
resíduos, de acordo com as características logística de coleta de cada uma: 
 Comércio e de serviços - feiras, mercados, restaurantes, etc., 
 Residências; 
 Manejo urbano - Poda, remoção de árvores e jardinagem pública e privada. 
As informações levantadas sobre os resíduos e os seus destinos finais executado 
pelos municípios deverão levar em consideração o planejamento das atividades 
operacionais dos consórcios, sendo eles, mapas das ruas e o cadastro dos usuários 
(necessário para indicar a localização dos geradores), se expressando importante para a 
organização e gestão dos serviços, os dados das atividades operacionais deverão estar 
georreferenciadas, devendo ser armazenado os mesmos em programas indicados pela 
escolha do sistema de georreferenciamento, para que não ocasione mais demora em sua 
implantação, vale ressaltar que há cobrança pela prestação dos serviços (conforme a lei 
11.445/2007. Art.29). Há um estudo onde que o mesmo relata que a cobrança deste 
serviço com o IPTU não é o ideal, por conta do alto nível de inadimplência na arrecadação 
deste tributo, por conta disso é discutido no âmbito dos consórcios de se fazer a cobrança 
juntamente com outros tipos de serviços públicos para que não ocorra os mesmos 
problemas que o antigo método gerava. 
Expressa-se necessário a reunião de dados específicos de interesse da gestão neste 
cadastro, podendo utilizar o tal de cada município e se houver registro do próprio órgão 
de limpeza, caso não exista o mesmo, será preciso realizar um levantamento no local 
sendo uma ferramenta indispensável para uma boa gestão, vale ressaltar que a utilização 
do termo “economia” deverá ser utilizado no intuito para descriminar o gasto individual 
pelo serviço. 
 
2.2 Objetivos e metas para a compostagem 
Antecedendo o planejamento operacional é necessário definir os objetivos a serem 
atingidos, pois com isso poderão direcionar opções diferentes quanto
aos métodos a serem 
empregados, como exemplo: caso seja o intuito a produção de adubo para agricultura, a 
qualidade requerida deverá obedecer às diretrizes estabelecidas pelo Ministério da 
Agricultura, seja qual for a intenção deverá obedecer alguns padrões estabelecidos para o 
tal fim. A discussão sobre os objetivos deverá ser muito bem articulados devendo emanar 
do plano intermunicipal ou microrregional, pois há circunstancias que extrapolam o nível 
operacional e com isso deve ser levado a pauta para discussão aos prefeitos e à população, 
tendo que ter em seu relatório de objetivos todos os dados que irão ser abordados ao longo 
do projeto, como os prováveis custos de investimento e de operação, além de apresentar 
alternativas sobre possíveis implicações. 
Referente as metas, seguindo a lei 12.305/2010 os municípios deverão estabelecer 
um sistema de compostagem para TODOS os resíduos sólidos orgânicos, na mesma lei 
relata que todos os resíduos deverão ser reaproveitados ou reciclados: 
VII - destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos que inclui a 
reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento 
energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do 
SNVS e do Suasa, entre elas a disposição final, observando normas operacionais 
específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a 
minimizar os impactos ambientais adversos; 
Objetivos provisórios necessitarão ser determinados pelo esquema operacional, 
sendo discutido juntamente com a etapa anterior, uma vez que, este processo não tem 
como ser realizado do dia para o outro, pois o mesmo deve ser de qualidade e conter 
destino para ele, além de auxiliar o dimensionamento de todo o sistema e orientar a 
introdução da compostagem no consórcio, a população deverá participar das reuniões 
(audiências públicas), sendo que as sugestões deverão ser preestabelecidas juntamente 
com os líderes dos setores relacionados, essa tática possibilita nas audiências ter sugestões 
mais consistente e negociáveis. 
Outro parâmetro a ser levado em consideração é o tempo necessário (em média 2 
anos) para a inauguração das unidades, o início das atividades e como será implantado 
em cada município, enquanto corre as preparações as outras atividades devem progredir, 
como a estruturação do sistema de aproveitamento de resíduos verdes, equacionamento 
temporário do material não aproveitado pela compostagem, estudo particular para cada 
região, entre outras. 
 
2.3 Localização do Terreno 
A localização do terreno é um fator limitante para o desempenho da estrutura 
como um todo, desde a parte inicial de coleta como a final de processamento de materiais, 
deve respeitar as etapas esperadas no projeto executivo de zoneamento ambiental e 
urbano pré-estabelecido posteriormente de cada município, além de não poder ultrapassar 
a quantidade estipulada de reciclagem dos resíduos orgânicos, agregado com as estruturas 
de apoio e deve ir de acordo com alguns parâmetros para a localização do mesmo: 
 Reconhecimento de corpos hídricos e das áreas de preservação permanente (APP); 
 Dimensões mínima para impedir inundações da área do pátio de compostagem; 
 Distância mínima de águas subterrâneas; 
 Impermeabilização do solo e drenagem da substancia lixiviada. 
As composteiras caseiras (residenciais, escolares, comunidades – menores de 0,5 
t/dia), poderão ser feitas em áreas livres, porém deve capacitar as pessoas que irão operá-
las devendo comunicar esta pratica por meio de um cadastro ambiental em conjunto ao 
órgão encarregado do município, por conta disso torna-se fácil o manejo da compostagem 
e com mínimo impacto urbano. Por conta do planejamento e da localização do pátio, o 
mesmo torna-se uma área educativa como uma Eco Praça (podendo ser ministrados 
oficinas e cursos, além de poder receber a população), após a experiência de ver todos os 
processos serem realizados sem impactos e com qualidade, possibilitará a transformação 
da imagem a respeito da gestão dos resíduos orgânicos, acontecendo uma valorização da 
reciclagem orgânica , englobando composteiras, espaço de educação ambiental, hortas 
agroecológicas, árvores comestíveis, viveiro de mudas entre outras práticas. Conforme 
pode-se observar na Imagem 3 um modelo de eco praça, implantada na cidade de João 
Pessoa. 
Imagem 3 - Modelo de Eco Praça 
 
Fonte: Madrilena Feitosa – Brasil de Fato (2019) <https://bit.ly/3fOuguq> 
 
2.4 Implantação 
Finalizada a parte de planejamento inicia-se então a fase de introdução, com a 
preparação de planos das unidades de manejo dos resíduos entre outras etapas, nesta fase 
é onde acontece os diálogos de sociedade e negociações para a utilização do composto ou 
venda (devem ser começadas antes da operação, desde que, quem irá receber o material 
esteja ciente, pois implica em soluções de transporte), por fim o começo das atividades 
da coleta e das operações dos postos. A sensibilização dos geradores deverá acontecer 
com antecedência para tais serviços e as novas formas que deverão ser adotadas a partir 
de então, entretanto este período não pode ser muito distante até a execução da coleta, 
para que se evite descrença com o processo. 
Em situação de admissão, o grupo do consórcio deve prepara e lançar edital para 
proposta dos projetos, compras de materiais e ferramentas, seguindo o que foi definido 
no planejamento, este mesmo cuidado deve recair sobre a capacitação dos grupos de 
operação da coleta e das unidades, expressado como peça chave para uma boa sincronia 
entre o preparo do grupo e a conclusão das etapas finais da infraestrutura. 
 
3. ANÁLISE AO CONTEXTO LEGAL CONTEMPORÂNEO DOS PÁTIOS 
DE COMPOSTAGEM 
Os critérios exigidos para os pátios de compostagem de pequeno porte, leva em 
contemplação os impactos ambientais, custos relacionados as etapas de licenciamento e 
outros parâmetros, porém a Resolução n° 13/2012 do CONSEMA constatou que ficou 
muito abrangente as quantidades diárias de resíduos sólidos orgânicos que irão ser tratada 
nos pátios (de 15,25 t/dia a 40 t/dia), sendo que a quantidade que irá ser tratada é 
diretamente relacionada com o tamanho da área de compostagem requerida, devendo se 
readequar de acordo com a realidade de cada município. 
Outro tópico que esta mesma resolução destaca é que existe diferença entre os 
métodos de compostagem (resíduo sólidos urbanos coletados de forma tradicional e 
segregados na fonte), pois em um não é eficiente na separação dos resíduos ocasionando 
a adversidade no resultado, gerando um composto de pouco valor agregado, entretanto o 
outro método que é o sugerido, proporciona maior visibilidade para a educação ambiental 
e aumenta a limpeza com isso garante uma qualidade de trabalho, ambiental e para os 
produtos gerados, agregando valor por seguir diretrizes do MAPA. 
 
4. COMPOSIÇÃO FÍSICA E GERENCIAL REQUERIDA PARA A 
IMPLANTAÇÃO 
A administração integrada dos resíduos urbanos em um consórcio demandara por 
complexos que possibilitaram o manejo dos diversos tipos de resíduos, neste caso será 
necessário estipular a quantidade dirigidas para estes complexos levando por base um 
cálculo com foco na população, com caráter de responsabilidade pública sobre estes 
complexos. 
De acordo com os postos de atividade irão ser definidas quais tipos de 
compostagens (natural ou mecânica) irão ser empregadas, pois os métodos de condução 
são divergentes, a diante é apresentado os métodos de cada forma de compostagem. 
 
4.1 Compostagem natural 
O método em questão visa a formação de adubo, através do descarte dos resíduos 
no formato de leiras, em um pátio impermeabilizado, pois ao decorrer do processo 
acontecerá a produção de chorume um subproduto da compostagem, requer aeração por 
revolvimentos das leiras (manual ou com máquinas – retroescavadeiras ou revolvedores 
de leiras (Imagem 4)),
pátios dimensionados para a ocorrência da maturação (aprox.120 
dias), devendo obedecer proporções de altura (não podem ser muito altas, pois os resíduos 
da base poderão ser compactados e pode comprometer a aeração) x largura x 
comprimento para cada método e para cada ferramenta, por isso é necessário a adaptação 
do projeto conforme o ambiente, pois assim será possível realizar o delineamento de 
processamento. 
Imagem 4 - Revolvedor de leira em atividade 
 
Fonte: Máquina Solo (2020) <https://bit.ly/39jw5ON> 
Como exemplo e exercício, partirá do princípio em que as leiras irão tolerar 1 
tonelada de material orgânico e irão ser revolvidas manualmente, para que este cálculo 
seja possível será necessário que alguns parâmetros sejam arbitrados. Assim os resíduos 
irão ser dispostos em leiras de 1,2 x 1,2 (largura x altura), por ficar de forma triangular é 
possível calcular a área média, através do seguinte cálculo: 
Aseção = 
(1,2𝑥2)
2⁄ = 0,72 𝑚² 
 Densidade dos resíduos como 550 kg/m³, sendo assim o volume da leira pode ser 
calculado: 
Volume da leira (V) = 
1000 𝑘𝑔
550
𝑘𝑔
𝑚3
= 1,82 𝑚³
⁄ 
 Através dos dois dados obtidos é possível determinar o comprimento: 
Comp. = V/ Aseção = 
1,82 𝑚³
0,72 𝑚² = 2,53 𝑚
⁄ 
Dimensões (Comprimento x Largura x Altura) = 2,53 𝑥 1,2 𝑥 1,2 = 3,04 𝑚² , como área 
da base; 
Para a segurança da operação deve-se admitir uma área com 10% a mais do que o 
calculado, para que não contenha riscos, como o processo de maturação demora 120 dias 
para a compostagem de 1 tonelada por dia, o pátio é preciso comportar ao menos 120 
leiras ao mesmo tempo (requerendo 765 m²), devendo conter tais dimensões para isso 
ocorra: 
 Área da leira = 3,04 m ²; 
 Área de revolvimento = 3,04 m²; 
 Área de circulação = 30,4 cm²; 
 Área para as 120 leiras = 765 m²; 
 Total por cada leira = 6,38 m² (área). 
A área administrativa deve existir com o intuito de armazenar todos os dados 
operacionais e outros documentos relativos à operação, deverá existir um galpão guardas 
as ferramentas e do composto, além de dispor um sistema de captação e tratamento de 
efluentes líquidos (fossa séptica + sumidouro ou lagoas de tratamento), sendo que esta 
unidade deverá estar situada na mesma gleba do aterro sanitário. Expressa-se interessante 
sempre buscar acumular funções de tratamento em uma mesmo posto, sendo que em 
populações menores do que 25 mil habitantes deverão conter implantado a estrutura 
denominada PEV Central (Ponto de Entrega Voluntaria de Resíduos da Construção Civil 
e Resíduos Volumosos, prevista na Resolução Conama 307/2002) que poderá reunir 
também as atividades de recepção de resíduos. As atividades desenvolvidas nestes 
complexos são: 
 Recepção e envio de material; 
 Moagem de galhos e separação dos grossos; 
 Construção e revolvimento de leiras; 
 Avaliação de temperatura, de umidade das leiras – se necessário a rega; 
 Limpeza do pátio; 
 Peneiramento e ensacamento do composto; 
 Controle de entrada/saída de materiais; 
 Controles técnicos no tratamento dos efluentes e nos passos de compostagem; 
As etapas de fiscalizações de qualidade da técnica e do tratamento dos percolados 
pertencerá ao técnico qualificado, que pode ser neste caso o encarregado administrativo 
ou não, dependendo de sua competência, mediante a isso, é interessante em cidades a 
partir de 50 mil habitantes existir um encarregado nesta posição exclusiva, porém em 
cidades com menos de 50 mil habitantes o encarregado poderá ser um dos operadores e 
em casos de que a cidade contenha mais de 50 mil habitantes necessitará além do 
encarregado de um auxiliar. 
 
4.2 Compostagem mecânica 
Este método é aconselhável para situações em que o processamento de resíduos 
supera 100 toneladas por dia, pois acelera a fase inicial através de ferramentas mecânicas 
(tambor), acontece a aeração no sentido contrário ao de entrada dos resíduos, neste 
método, fazendo de forma que acelere o processo, a temperatura e a umidade são 
controladas, permitindo com que esta fase aconteça de 7 a 20 dias, até a fase de 
bioestabilização estar completa, logo os resíduos são removidos da ferramenta e 
transportados ao pátio para a conclusão da etapa de humificação. 
 
5. MÉTODOS 
5.1 Compostagem com revolvimento de leiras 
Esta prática é comum em usinas de triagem e compostagem, baseia-se 
essencialmente em leiras piramidais, que são revolvidas completamente e 
constantemente, pois a sua estrutura não permite a manutenção de oxigênio em seu 
interior, o que causa rapidamente um colapso de oxigênio, começando o processo de 
fermentação. 
Devido à ausência de cobertura, expõe dificuldades quanto ao controle de moscas, 
por ocorrência da emissão de odores, por conta disso é mais utilizado em climas 
temperados, assim, é preciso maior distância de áreas verdes para que não gere impactos 
ao redor, por isso é fundamental o manejo constante. A Imagem 5 a seguir, apresenta um 
modelo de revolvimento de leiras. 
Imagem 5 - Modo manual de Revolvimento de leiras 
 
Fonte: O Tempo (2020) <https://bit.ly/366FkzI> 
 
5.1.1 Leiras estáticas com a aeração forçada 
A técnica em questão requer de equipamentos para insuflação ou aspiração de ar 
no interior das leiras, através da Imagem 6 é possível observar este método, o interessante 
neste método é o maior fluxo de oxigenação no interior das leiras, permitindo um controle 
efetivo de odores e as etapas de decomposição dos materiais se encurtam, entretanto, para 
implantar este tipo de sistema irá requerer maior custo e a operação deverá ser cuidadosa 
para que não prejudique as estruturas de entrada de ar. 
Imagem 6 - Modelo de leiras estáticas com aeração forçada 
 
Fonte: Indústria e Comércio de Fertilizantes Especiais - EcoMark (2020) <https://bit.ly/33nyELE> 
Para que tenha pleno desempenho, as leiras precisam de materiais estruturantes 
(palha e serragem), pois serão estes materiais que permitiram o fluxo de oxigênio, devido 
as leiras serem estáticas e o revolvimento acontecer somente na camada superficial, tendo 
como consequência menor emissão de odores, está tática torna-se interessante para pátios 
em áreas urbanas e semiurbanas, mas sempre seguindo os parâmetros mínimos para que 
não ocasione impactos. 
 
5.1.2 Compostagem em sistemas fechados – reatores 
Por meio de Inácio e Miller (2009), onde denominam também este método como 
in – vessel, requer alto investimento, porém permite o controle da qualidade do material, 
sendo indicado para o processamento de grandes volumes de resíduos, o equipamento é 
constituído por estruturas fechadas, normalmente em grandes cilindros, que por meio de 
rotação constante favorece a aeração desta massa, onde reduz o tempo da fase ativa, 
entretanto, necessita aproximadamente de 60 dias para a maturação do composto, 
possibilita também a automação dos processos e além de ser comumente empregado em 
países de clima temperado. A Figura 3 permite observar como é a aparência deste 
equipamento que é empregado neste método. 
Figura 3 - Esquema de biodigestor utilizado no processo in – vessel 
 
Fonte: Pramod K. Pandey (2016) <https://bit.ly/3mckBAa> 
5.2 Maturação das leiras de compostagem 
O local para armazenagem do composto maturado deve conter cobertura, pois 
assim preservará por maior tempo as suas propriedades, quando somado as fases ativa 
com a de maturação é percorrido um período de 120 a 210 dias, sendo que este tempo 
pode variar mediante ao método adotado e o processamento, vale ressaltar que para o 
manuseio das leiras é preciso de profissionais qualificados e equipamentos adequados 
para que não ocorra comprometimento do sistema de drenagem do pátio. 
 Segundo Kiehl (1998), uma forma de saber o grau de maturação do composto é 
por meio do indicador de condutividade elétrica (presença de sais), sendo que não pode 
extrapolar 4000 µs.m-1, pois ao decorrer do processo de maturação,
a parte mineral total 
se eleva, em contrapartida a condutividade cai, então do começo até o meio a 
condutividade pode decair até em 50%. Outras opções de se saber o grau de maturação 
são, através da proporção de substancias húmicas (parcela de ácidos fúlvicos e húmicos) 
ou também pode ser por meio da respiração da biota. 
Quando não acontece de forma assertiva a humificação (mal curados – não 
amadurecidos o suficiente) e quando aplicados em plantas, o composto irá interferir no 
desenvolvimento vegetativo das mesmas, por aumentar a atividade microbiana do solo, 
podendo de induzir diversas deficiências minerais, ocasionando o comumente conhecido 
como imobilização. Portanto o composto liquido deve apresentar: 
 Ausência de odores; 
 Coloração escura é um indicativo de que a fase de maturação ocorreu de forma 
correta, já se apresentar coloração marrom ou amarela é que o processo está 
incompleto; 
E o composto sólido curado (humificado) deve apresentar: 
 pH maior que 6,0; 
 Relação Carbono/Nitrogênio (C/N) entre 10/1 a 15/1; 
 Umidade final de 25% no máximo; 
 Coloração escura; 
 Consistência pastosa quando molhada; 
 Ausência de odores. 
5.3 Vantagens do processo 
De acordo com DO NASCIMENTO et al., (2005), lista algumas vantagens deste 
processo: 
 Melhora a saúde do solo – pois a matéria orgânica (M.O) composta se liga às 
partes estruturais do solo (partículas – areia, silte e argila), melhorando a 
oxigenação do mesmo, deixando-o mais aerado; 
 Aumenta a capacidade de infiltração de água e reduz a erosão; 
 Complica a germinação de plantas daninhas; 
 Aumenta a microbiodiversidade do solo, por conta do aumento da matéria 
orgânica, gerando como consequência uma menor incidência de doenças nas 
plantas; 
 Estabiliza a temperatura e melhora os níveis de acidez; 
 Método ambientalmente seguro; 
 Eliminação de patógenos; 
 Redução do odor; 
 Matéria orgânica sendo aproveitada no setor agrícola e permitindo a 
rastreabilidade; 
 Contém gastos em tratamento de efluentes. 
 
6. SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL, DRENAGEM DO LIXIVIADO E 
IMPERMEABILIZAÇÃO DO SOLO 
A condição determinante para o sistema de drenagem é o impedimento da água 
da chuva de outras localidades adentre nas áreas do pátio de compostagem, prevendo-se 
canaletas para intercepção delas, por conta disso as águas pluviais não sobrecarregam o 
volume que é incorporado ao lixiviado, que irão ser armazenados em caixas coletoras. 
O local de implantação das leiras, deve ser impermeabilizado para não acontecer 
problemas ambientais na área, métodos para a impermeabilização são: camada de argila, 
camada de geomembrana com a argila ou camada de concreto, permitindo com que o 
liquido percolado seja conduzido inteiramente para um sistema de captação para depois 
poder recircular, possibilitando ser utilizado como composto liquido. 
De acordo com a diretriz técnica NBR 8419 (ABNT, 1984), relacionado aos 
aterros sanitários e também sobre os pátios de compostagem, onde diz que tais estruturas 
não deverão ser erguidas em locais com probabilidade de inundação, sendo que o grau do 
solo deverá ser medido em períodos de maior precipitação pluviométrica, para que 
respeite a espessura mínima de 1,5 m de solo insaturado, na camada entre a superfície 
inferior do aterro e o mais alto nível do lençol freático, mediante a isso é explicado em 
subsequência deste tópico os três modelos de impermeabilização (com piso de argila, com 
piso de concreto e com geomembrana sintética associada à argila). 
 
6.1 Impermeabilização com piso de argila 
Os locais onde serão implantados pátios de compostagem (pequenos portes) 
necessitam de um projeto de drenagem, com o intuito de captar o composto liquido 
oriundo e lixiviado durante a etapa de decomposição, sendo fundamental o 
dimensionamento das caixas coletoras, devendo levar em consideração as médias 
pluviométricas da região, além de dar a necessitada importância para a margem de 
segurança para a substância fique bem armazenada. 
Mediante a Prevedello (1996), onde relata que a utilização de material argiloso 
em cima da pilha de compostagem acaba diminuindo o problema de excesso de umidade, 
por conta da capilaridade do material, por conta dos poros que o mesmo apresenta. 
Através da classificação obtida pela Sociedade Internacional de Ciência do solo, os 
minerais de sílica que constituem a fração argila expressa dimensões menores que 2µm, 
proporcionando microporos com diâmetros menores que 50µm, sendo que estes 
demonstram a característica de reter a agua, escoando-a devido ao aparecimento do 
potencial mátrico1, que é um parâmetro do potencial total da água presente na argila. 
1“Solo retém a água no seu espaço poroso com forças cujas intensidades aumentam 
conforme a quantidade de água nele diminui. Essas forças, por se manifestarem 
devido à presença da matriz do solo, são denominadas de forças mátricas. ” 
Segundo Inácio e Miller (2009), a construção de composteiras sobre substrato de 
argila expressam menor índice de umidade na zona da franja, favorecendo a saúde dos 
processos, através do ângulo químico, as cargas negativas das micelas coloidais dos 
minerais de argila irão proporcionar altos índices de Capacidade de Troca Catiônica 
(CTC), além de conter um coeficiente de permeabilidade (Kf) < 10’9 m/s, sendo que um 
Kf de ordem 10’10 m/s é considerada “impermeável” (como parâmetro de comparação 
um concreto sem fissuras apresenta o mesmo coeficiente com ordem 10’14m/s), 
condizendo que os minerais liberados por meio do processo de decomposição da M.O (K 
e P) não irão se perder, como acontece normalmente em pilhas de piso de concreto ou 
qualquer outro material impermeável. Entretanto, os íons de carga positiva ficaram 
detidos nas cargas negativas das micelas de argila, que posteriormente serão utilizadas no 
processo de decomposição, expressando apenas 10% do volume de resíduos associados à 
pilha. 
A adoção desta técnica permite conduzir para um único canal de drenagem a água 
da chuva e o liquido produzido durante o processo de compostagem (podendo ser 
utilizado o mesmo como adubo liquido – fertirrigação), o processo de recirculação da 
substancia permite manter a umidade ideal para as leiras e além de contribuir para a 
inoculação duradoura de mais bactérias, aumentando a velocidade de catalisação da 
decomposição. Recomenda-se conter uma camada de argila com permeabilidade ≤ 10’7 
cm/s e com grossura suficiente para evitar a contaminação do solo ou os mananciais e 
com a inclinação adequada para o escoamento do mesmo, vale ressaltar que quando a 
área não estiver saturada e com profundidade maior que de 3 metros e a permeabilidade 
do solo for ≤10’7 cm/s não necessitará a impermeabilização. 
A norma NBR 8419 (ABNT,1984) preconiza que, a distância entre o aterramento 
e o lençol freático deve ser de 1,5m, para que não ocorra oscilações do nível das aguas, 
para assegurar a sua eficiência ambiental, pela correta captação da drenagem e 
impermeabilização de argila. Caso o manejo do pátio seja feito por maquinas, a drenagem 
deverá estar numa profundidade ≥ 50 cm, para não ocorrer influencias na estrutura 
durante o manejo, sendo que em pátios com manejos manuais este sistema deve estar pelo 
menos 30 cm de profundidade. 
 
6.2 Impermeabilização com geomembrana sintética mais argila 
A técnica de impermeabilização com geomembrana mais à argila tem como 
vantagem de ser moldável ao terreno, o que se torna um ponto interessante para adoção 
da mesma, podem ser aplicados também em solos arenosos e em regiões em que o lençol 
freático é superficial, desde que respeite a distância mínima de 1,5m. Deve apresentar tais 
características: 
 Deve conter espessura suficiente para comportar a capacidade das leiras; 
 A espessura mínima que a mesma deve conter é de 1mm; 
 Deve ser instalada em camadas compactadas de argila, com o propósito de evitar
a sua desestruturação no manejo diário; 
 Precisa ser instalada a pelo menos 30 cm de profundidade. 
A Figura 3 a seguir apresenta o modelo de como operar com a tal manta, 
apresentando também as etapas de execuções do mesmo. 
Figura 4 - Modelo de manejo com a manta de geomembrana com argila 
 
Fonte: Eng. Reinaldo R. Andrade (2018) <https://bit.ly/3muDBty> 
 
6.3 Impermeabilização com piso de concreto 
A técnica de impermeabilização do solo com piso de concreto proporciona uma 
fundação mais sólida e permite a impermeabilização do lixiviado ao lençol freático, para 
o uso desta técnica é gerado um alto seu custo de implantação, porém esta técnica 
influencia no método de leiras estáticas com aeração passiva, pois acaba favorecendo a 
saturação da umidade na parte de baixo das leiras, fazendo com que aumente o liquido 
lixiviado, mas acaba prejudicando a aeração dela. Vale ressaltar que este composto 
lixiviado diminui a concentração de poluição (aferidos por meio da Demanda Biológica 
de Oxigênio – DBO e Demanda Química de Oxigênio – DQO) quando é lixiviado na 
camada superficial do solo, tendo ação semelhante a um filtro natural, fazendo com que 
esta substancia se infiltre lentamente pelos canais de drenagem. 
Há relatos de leiras com o processo retardado após o despejo dos materiais em 
aterros com piso das tais características, caso ocorra acumulo de líquidos nas laterais das 
leiras (“Franjas”), como indicador para tal fato expressa-se por meio do grande número 
de larvas de moscas. Este tópico não subtrai a possibilidade do uso desta técnica, porém 
salienta os cuidados que exigem a mesma, principalmente para os pequenos pátios de 
compostagem. 
 
7. TRATAMENTO DE EFLUENTES 
O responsável pela unidade e os demais profissionais competentes com a 
fiscalização da operação deverão conter conhecimentos mais especificados sobre os 
processos de tratamento do chorume e dos efluentes do processo, que acontecem 
particularmente em períodos chuvosos. Conforme é possível observar na Figura 11 a 
estação de tratamento de efluentes industriais. 
Figura 5 - Modelo de estação de tratamento de efluentes industriais 
 
Fonte: Isen (2020) < https://bit.ly/39o2tzD> 
 
7.1 Tratamento da água de lavação dos recipientes de coleta e caixas de 
transbordo 
A área que ocorrer a lavação dos recipientes de coleta deverá conter: 
 Sistema de tratamento para tais efluentes, por este liquido apresentar alto teor de 
M.O em diversos pátios é passado por uma peneira preliminar (tratamento inicial), 
para evitar possíveis entupimentos ou sobrecargas de tratamento devido a 
partículas de grande dimensão; 
 Lavação em área coberta, para que águas das chuvas não se junte ao composto, 
ocasionando saturação do sistema. 
O sistema de tratamento da água de lavação dos recipientes de coleta dos resíduos 
orgânicos deverá conter tais parâmetros iniciais: 
 Gradeamento/peneiramento; 
 Caixa de areia; 
 Caixa de retenção de óleo; 
Seguidamente dos tratamentos iniciais, as aguas que foram utilizadas nos 
processos deverão ser depositadas em áreas preferivelmente de raízes, em conjunto com 
plantas de alto teor de evapotranspiração, pois irão utilizar tal substância para o seu 
desenvolvimento, caso não exista a possibilidade de ser adicionada em uma área com 
plantas com as características descritas, deve-se então como plano alternativo a infiltração 
das águas no solo ou as seguintes opções alternativas: 
 Sumidouro; 
 Valas de infiltração; 
 Despejo em rede coletora de esgoto sanitário. 
Um profissional deve acompanhar a fase de teste de infiltração mediante à um 
projeto de teste, com todos os parâmetros estabelecidos. Tal sistema deverá 
responsabilizar-se pelo efluente lançado no ambiente, atendendo os padrões previstos 
pela legislação ambiental vigente (Resolução 430/2011 do Conselho Nacional do Meio 
Ambiente). A seguir as Imagens 7 (Sumidouro de Monticello) e 8 (Valas de infiltração) 
apresentará modelos de opções alternativas de tratamento de águas. 
Imagem 7 - Sumidouro de Monticello 
 
Fonte: Mdig (2007) < https://bit.ly/2J9EtWt> 
 
Imagem 8 - Valas de infiltração sendo instaladas 
 
Fonte: Eco fossa (2020) < https://bit.ly/36jtQZU> 
 
8. MONITORAMENTO 
Os profissionais selecionados para realizarem o monitoramento da operação serão 
obrigados a ministrarem um modulo especifico das análises de qualidade do composto e 
de efluentes, com a participação dos técnicos que irão se envolver nos processos para se 
capacitarem sobre o monitoramento, devendo ser extrapolado para as variáveis dos 
processos, partindo da geração dos resíduos (desde o domiciliar até os grandes), 
percorrendo a eficiência dos programas de educação ambiental e da capacitação da 
equipe, acompanhamento evolutivo da população e dos custos, produtividade e etc., para 
que isso aconteça será necessário desenvolver uma capacitação sobre as variáveis 
intervenientes do processo, além de definir e analisar indicadores, qualidade e a 
certificação ambiental com intuito de agregar mais confiança e credibilidade com a 
população. 
 
9. OBRIGAÇÕES 
A Política Nacional de Resíduos Sólidos prenuncia que a obrigação pelo caminho 
que os resíduos irão tomar, deverá ser dividida entre todos os que fizeram parte do ciclo 
produtivo dos produtos, cabendo aos municípios estabelecerem regras aos grandes 
geradores, que precisarão dar um destino ambientalmente responsável aos seus resíduos. 
A PNRS determina também a atribuição de deveres a população em realizar as separações 
corretas dos resíduos e direciona-los para a coleta seletiva, sendo que a mesma define 
também que cabe ao Estado antever, por meio do Plano Estadual de Gestão de Resíduos 
Sólidos, áreas que sejam ideais para a localização dos postos de tratamento dos resíduos. 
Os Municípios após implantarem o sistema de compostagem, conseguirão 
privilegiar a organização e o funcionamento das cooperativas, além das outras formas de 
associações de catadores. 
Lei nº 12.305/2010 
Art. 36. No âmbito da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos 
produtos, cabe ao titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de 
resíduos sólidos, observado, se houver, o plano municipal de gestão integrada de 
resíduos sólidos: 
I - Adotar procedimentos para reaproveitar os resíduos sólidos reutilizáveis e 
recicláveis oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos 
sólidos; 
II - Estabelecer sistema de coleta seletiva; 
III - articular com os agentes econômicos e sociais medidas para viabilizar o retorno 
ao ciclo produtivo dos resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos 
serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos; 
IV - Realizar as atividades definidas por acordo setorial ou termo de compromisso na 
forma do § 7o do art. 33, mediante a devida remuneração pelo setor empresarial; 
V - Implantar sistema de compostagem para resíduos sólidos orgânicos e articular 
com os agentes econômicos e sociais formas de utilização do composto produzido; 
VI - Dar disposição final ambientalmente adequada aos resíduos e rejeitos oriundos 
dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos. 
§ 1o Para o cumprimento do disposto nos incisos I a IV do caput, o titular dos serviços 
públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos priorizará a organização 
e o funcionamento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de 
materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda, bem 
como sua contratação. 
§ 2o A contratação prevista no § 1o é dispensável de licitação, nos termos do inciso 
XXVII do art. 24 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Gerais: DO OBJETO E DO CAMPO DE APLICAÇÃO. Brasília, 2010. Disponível em: 
http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=636. Acesso em: 10 nov. 
2020. 
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE – MMA. MANUAL PARA IMPLANTAÇÃO 
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https://www.mma.gov.br/estruturas/srhu_urbano/_arquivos/3_manual_implantao_comp
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OLIVEIRA, Emídio Cantídio Almeida de. Compostagem. 2008. 20 f. Tese (Doutorado) 
- Curso de Engenharia Agronômica, Solos e Nutrição de Plantas, Universidade de São 
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Envelopadas com o Sistema GORE® Cover. In: FRICKE, Klaus; PEREIRA, Christiane; 
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sólidos urbanos: transferência de experiência entre a Alemanha e o Brasil. 
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Disponível em: https://www.fapesc.sc.gov.br/boletim-tecnico-apresenta-propostas-de-
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