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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – Campus Barretos Programa de Bolsas Discente Modalidade Extensão Compostagem Orgânica - Relatório sobre Plano de Ação - Concepção do Pátio de Compostagem Docente responsável Prof. Me. Rogério Mendes Branco Discente Rhussel Marquetto Gonçalves do Patrocínio Barretos - SP Novembro de 2020 SUMÁRIO 1. COLETA DE MATERIAIS E TRIAGEM ........................................................... 4 1.1 Planejamento de coleta e triagem de materiais recicláveis ................................. 4 1.1.1 Setorização das cidades para a coleta ............................................................ 4 1.1.2 Construção de postos de armazenamento temporária e de triagem ........... 5 1.1.3 Estudo da logística de transporte ................................................................... 6 2. ETAPAS E METODOLOGIA PARA A IMPLANTAÇÃO ............................... 8 2.1 Análise da situação dos resíduos orgânicos na área do consórcio ...................... 8 2.2 Objetivos e metas para a compostagem .............................................................. 10 2.3 Localização do Terreno ........................................................................................ 11 2.4 Implantação ........................................................................................................... 12 3. ANÁLISE AO CONTEXTO LEGAL CONTEMPORÂNEO DOS PÁTIOS DE COMPOSTAGEM ....................................................................................................... 13 4. COMPOSIÇÃO FÍSICA E GERENCIAL REQUERIDA PARA A IMPLANTAÇÃO ......................................................................................................... 13 4.1 Compostagem natural ........................................................................................... 13 4.2 Compostagem mecânica ....................................................................................... 16 5. MÉTODOS ............................................................................................................ 16 5.1 Compostagem com revolvimento de leiras.......................................................... 16 5.1.1 Leiras estáticas com a aeração forçada ........................................................ 17 5.1.2 Compostagem em sistemas fechados – reatores .......................................... 18 5.2 Maturação das leiras de compostagem ............................................................... 18 5.3 Vantagens do processo .......................................................................................... 19 6. SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL, DRENAGEM DO LIXIVIADO E IMPERMEABILIZAÇÃO DO SOLO ....................................................................... 20 6.1 Impermeabilização com piso de argila ................................................................ 21 6.2 Impermeabilização com geomembrana sintética mais argila ........................... 22 6.3 Impermeabilização com piso de concreto ........................................................... 23 7. TRATAMENTO DE EFLUENTES .................................................................... 24 7.1 Tratamento da água de lavação dos recipientes de coleta e caixas de transbordo 24 8. MONITORAMENTO ........................................................................................... 26 9. OBRIGAÇÕES ...................................................................................................... 26 10. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 28 SUMÁRIO DE FIGURAS Figura 1 - Planejamento setorizado para coleta seletiva................................................... 5 Figura 2 - Caminhão utilizado para realizar a coleta ........................................................ 8 Figura 3 - Esquema de biodigestor utilizado no processo in – vessel ............................ 18 Figura 4 - Modelo de manejo com a manta de geomembrana com argila...................... 23 Figura 5 - Modelo de estação de tratamento de efluentes industriais ............................. 24 SUMÁRIO DE IMAGENS Imagem 1 - Processo de Prensa em galpão de triagem..................................................... 6 Imagem 2 - Modelo de coleta que poderá ser empregado ................................................ 7 Imagem 3 - Modelo de Eco Praça .................................................................................. 12 Imagem 4 - Revolvedor de leira em atividade ................................................................ 14 Imagem 5 - Modo manual de Revolvimento de leiras .................................................... 17 Imagem 6 - Modelo de leiras estáticas com aeração forçada ......................................... 17 Imagem 7 - Sumidouro de Monticello ............................................................................ 25 Imagem 8 - Valas de infiltração sendo instaladas .......................................................... 26 1. COLETA DE MATERIAIS E TRIAGEM 1.1 Planejamento de coleta e triagem de materiais recicláveis O estudo desta etapa será direcionado para a elaboração da setorização e do planejamento dos caminhos de coleta, estudando a logística do transporte e da frota, além de definir o local das unidades da admissão provisória dos resíduos e dos galpões de triagem como, seu dimensionamento, conhecimento sobre a operação interna e da fluência dos materiais, além de sugestão de roteiros operacionais na coleta e na triagem. Este planejamento visa também a organização (ou compromisso) de projetos das unidades e admissão de obras, reforma de instalações vivente, caso necessário manutenção da estrutura física, da frota, além de adquirir insumos requeridos, etc., portanto, tendo assim três atos principais (Setorização das cidades para a coleta, construção de postos de armazenamento temporário e de triagem e estudo da logística de transporte) que irão ser abordadas a seguir. 1.1.1 Setorização das cidades para a coleta Através do documento do Ministério do Meio Ambiente (MMA), esta etapa em questão se consiste em organizar as cidades em seções de coleta, sendo que os mesmos deverão ser dispostos como roteiros para que possa atender todos os domicílios, devendo conter postos de armazenamento provisório que permita atender aproximadamente 25 mil habitantes ou um raio de 1,5 km. A organização por seções permitirá determinar por meio de aproximação, a quantidade de resíduos a serem coletados, através da relação de densidade ocupacional urbana, consequentemente será possível definir quantos catadores (recomendável de arrecadação de resíduos em um dia de trabalho é de 160kg) irão ser envolvidos nesta etapa. Estes postos são locais em que ocorrerá a passagem dos resíduos, devendo conter espaço dedicados a recepção dos mesmos através da coleta seletiva, ficando lá até o momento de irem para os galpões de triagem, outros tipos de resíduos que não irão ser utilizados devem ser mantidos separados em ambientes adequados e retirados periodicamente para que não se acumulem. Por meio destes parâmetros descritivos a cima é possível caracterizar estes postos como de pequeno porte, incorporado à cidade sem que ocorra incômodos. Conforme é possível observar na Figura 1, um modelo (cidade de São Jorge do Ivaí) a ser seguido para este planejamento. Figura 1 - Planejamento setorizado para coleta seletiva Fonte: Ricardo M. Albertin (2011) < https://bit.ly/3pB7yub> Vale ressaltar em que cada município irá requerer um planejamento direcionado, pois em cada um irá mudar diversas características (topográficas, densidade ocupacional, córregos, tráfego intenso, etc.), sendo necessário estudar o ambiente para que possa vencer as barreiras impostas por tais características, sendo que em alguns casos se torna conveniente até o emprego de containers (devido à grande circulação de pessoas, eventos, etc.). Já em casos que existe conturbação, é recomendável realizar o compartilhamento de postos de armazenagem, com fim de racionalizar a implantação de instalações. 1.1.2 Construção de postos de armazenamento temporária e de triagem Por meio do mesmo documento utilizado anteriormente, preconiza-se para estes serviços o dever de serem proporcionais a setorização da coleta seletiva, concebendo ao menos um em cada seção, por determinação da Resolução Conama 307/2004.4 os pontos de entrega voluntária (PEVs) devem receber resíduos da construção civil e resíduos volumosos, em cada um destes postos é necessário antever locais para armazenamento temporário de resíduos da coleta seletiva, além de conter áreas como, administrativa, sanitários, copa e cozinha para catadores e funcionários incumbido da recepção dos resíduos. As unidades de triagem dos materiais coletados devem dispor de certa parte da área para que ocorra tal processo, assim sendo: 300 metros2 325 metros2 300 metros2 Municípios pequenos para que seja mais econômico nas etapas é valido centralizar regionalmente as atividades de prensagem e estocagem do material como é possível observar na Imagem 1 tal processo, sempre visando a otimização operacional. Imagem 1 - Processo de Prensa em galpão de triagem Fonte: Ministério do Meio Ambiente (2010) <https://bit.ly/3pBfMlW> 1.1.3 Estudo da logística de transporte Neste estudo foi apresentado dois métodos de coleta, para a execução da coleta de porta a porta podem ser utilizados carrinhos manuais, elétricos, motos com carreta adaptada, Kombi com modificação ou outros meios com características parecidas. Já veículos pesados deveram ser utilizados em áreas de alta densidade de produção (condomínios, prédios, áreas comerciais e etc.), o transporte dos postos de armazenamento temporário para os galpões de triagem deve ser feito por caminhões baú Processamento de 1 t/dia Galpão de Porte Pequeno Galpão de Porte Médio Galpão de Porte Grande ou com carroceria adaptada (os mais indicados), sempre tentando permanecer com uma velocidade média de 4km/h para a coleta e para o transporte até aos galpões de triagem de 40km/h em média. O volume à ser transportado varia de acordo com o tipo de veículo adotado, esta escolha deverá ser levada em consideração as condições topográficas e da logística necessária e a quantidade de veículos que irão circular dependerá da densidade populacional de cada seção até ao posto de armazenagem. O custo desta etapa será menor conforme a quantidade de material coletado aumentar em um determinado itinerário, pois assim aconteceria menos ociosidade, com isso é conveniente que o ritmo de implantação for de acordo com o processo de “universalização da seção”. Conforme pode ser observado na Imagem 2 e na Figura 2 os modelos que poderão ser empregados para a coleta e seu transporte. Imagem 2 - Modelo de coleta que poderá ser empregado Fonte: Brasil 247 (2015) < https://bit.ly/3fpo7V9> Figura 2 - Caminhão utilizado para realizar a coleta Fonte: Demaeq (2012) < https://bit.ly/3lRogD8> 2. ETAPAS E METODOLOGIA PARA A IMPLANTAÇÃO A implantação da compostagem pode ser dividida em duas fases: fase de planejamento (diagnóstico da atual situação, definição de objetivos e metas para vários prazos, definição de programas, projetos, da estrutura física e gerencial e etc.) e a fase de implantação (elaboração de projetos para realização de obras, aquisição de equipamentos e materiais, etc.). 2.1 Análise da situação dos resíduos orgânicos na área do consórcio De acordo com Gomes et al.; (2010) é preciso analisar o estudo do plano operacional, sendo que o mesmo deverá conter com a participação dos municípios e não somente do consorcio, o primeiro ato deverá ser executada pelo grupo técnico é reunir dados sobre a origem, volume, caracterização dos resíduos, formas de destino e disposição final e principais impactos, sendo identificados os gerados sujeitos a preparar estratégias de gerenciamento especifico, por meio da lei 12.305/2010 preconiza o planejamento para gerenciar os resíduos sólidos, mesmo os caracterizados como não perigosos remetendo à lei 11.445/2007 que afirma no Art. 6º. Art. 6º - O lixo originário de atividades comerciais, industriais e de serviços cuja responsabilidade pelo manejo não seja atribuída ao gerador pode, por decisão do poder público, ser considerado resíduo sólido urbano. De acordo com a PNRS caberá aos municípios definir o que julgam como “grande gerador”, entrando também no plano de gerenciamento próprio, não podendo ocorrer equiparados ao gerador domiciliar, em municípios com alta densidade populacional é estabelecido limite de quantidade para a coleta, caso a quantidade produzida ultrapasse a quantidade determinada, o responsável pelo resíduo fica incumbido de coletar e a prefeitura de apenas acompanhar o manejo. As pessoas que ficaram encarregadas da parte técnica deverá debater as estratégias para propor limites e quais devem ser eles, de forma com que a responsabilidade pelo manejo de resíduos não recaia sobre os munícipes, sendo somente responsabilidade do gerador. Além de ser adequado analisar as etapas de transição para essa circunstância, em virtude de que a longo prazo todos os resíduos orgânicos deverão ser compostados, dando conformidade ao Art. 36 da lei 12.305/2010. V - Implantar sistema de compostagem para resíduos sólidos orgânicos e articular com os agentes econômicos e sociais formas de utilização do composto produzido; VI - Dar disposição final ambientalmente adequada aos resíduos e rejeitos oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos. Através das definições iniciais, devem ser consideradas 3 diferentes fontes de resíduos, de acordo com as características logística de coleta de cada uma: Comércio e de serviços - feiras, mercados, restaurantes, etc., Residências; Manejo urbano - Poda, remoção de árvores e jardinagem pública e privada. As informações levantadas sobre os resíduos e os seus destinos finais executado pelos municípios deverão levar em consideração o planejamento das atividades operacionais dos consórcios, sendo eles, mapas das ruas e o cadastro dos usuários (necessário para indicar a localização dos geradores), se expressando importante para a organização e gestão dos serviços, os dados das atividades operacionais deverão estar georreferenciadas, devendo ser armazenado os mesmos em programas indicados pela escolha do sistema de georreferenciamento, para que não ocasione mais demora em sua implantação, vale ressaltar que há cobrança pela prestação dos serviços (conforme a lei 11.445/2007. Art.29). Há um estudo onde que o mesmo relata que a cobrança deste serviço com o IPTU não é o ideal, por conta do alto nível de inadimplência na arrecadação deste tributo, por conta disso é discutido no âmbito dos consórcios de se fazer a cobrança juntamente com outros tipos de serviços públicos para que não ocorra os mesmos problemas que o antigo método gerava. Expressa-se necessário a reunião de dados específicos de interesse da gestão neste cadastro, podendo utilizar o tal de cada município e se houver registro do próprio órgão de limpeza, caso não exista o mesmo, será preciso realizar um levantamento no local sendo uma ferramenta indispensável para uma boa gestão, vale ressaltar que a utilização do termo “economia” deverá ser utilizado no intuito para descriminar o gasto individual pelo serviço. 2.2 Objetivos e metas para a compostagem Antecedendo o planejamento operacional é necessário definir os objetivos a serem atingidos, pois com isso poderão direcionar opções diferentes quanto aos métodos a serem empregados, como exemplo: caso seja o intuito a produção de adubo para agricultura, a qualidade requerida deverá obedecer às diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Agricultura, seja qual for a intenção deverá obedecer alguns padrões estabelecidos para o tal fim. A discussão sobre os objetivos deverá ser muito bem articulados devendo emanar do plano intermunicipal ou microrregional, pois há circunstancias que extrapolam o nível operacional e com isso deve ser levado a pauta para discussão aos prefeitos e à população, tendo que ter em seu relatório de objetivos todos os dados que irão ser abordados ao longo do projeto, como os prováveis custos de investimento e de operação, além de apresentar alternativas sobre possíveis implicações. Referente as metas, seguindo a lei 12.305/2010 os municípios deverão estabelecer um sistema de compostagem para TODOS os resíduos sólidos orgânicos, na mesma lei relata que todos os resíduos deverão ser reaproveitados ou reciclados: VII - destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a disposição final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos; Objetivos provisórios necessitarão ser determinados pelo esquema operacional, sendo discutido juntamente com a etapa anterior, uma vez que, este processo não tem como ser realizado do dia para o outro, pois o mesmo deve ser de qualidade e conter destino para ele, além de auxiliar o dimensionamento de todo o sistema e orientar a introdução da compostagem no consórcio, a população deverá participar das reuniões (audiências públicas), sendo que as sugestões deverão ser preestabelecidas juntamente com os líderes dos setores relacionados, essa tática possibilita nas audiências ter sugestões mais consistente e negociáveis. Outro parâmetro a ser levado em consideração é o tempo necessário (em média 2 anos) para a inauguração das unidades, o início das atividades e como será implantado em cada município, enquanto corre as preparações as outras atividades devem progredir, como a estruturação do sistema de aproveitamento de resíduos verdes, equacionamento temporário do material não aproveitado pela compostagem, estudo particular para cada região, entre outras. 2.3 Localização do Terreno A localização do terreno é um fator limitante para o desempenho da estrutura como um todo, desde a parte inicial de coleta como a final de processamento de materiais, deve respeitar as etapas esperadas no projeto executivo de zoneamento ambiental e urbano pré-estabelecido posteriormente de cada município, além de não poder ultrapassar a quantidade estipulada de reciclagem dos resíduos orgânicos, agregado com as estruturas de apoio e deve ir de acordo com alguns parâmetros para a localização do mesmo: Reconhecimento de corpos hídricos e das áreas de preservação permanente (APP); Dimensões mínima para impedir inundações da área do pátio de compostagem; Distância mínima de águas subterrâneas; Impermeabilização do solo e drenagem da substancia lixiviada. As composteiras caseiras (residenciais, escolares, comunidades – menores de 0,5 t/dia), poderão ser feitas em áreas livres, porém deve capacitar as pessoas que irão operá- las devendo comunicar esta pratica por meio de um cadastro ambiental em conjunto ao órgão encarregado do município, por conta disso torna-se fácil o manejo da compostagem e com mínimo impacto urbano. Por conta do planejamento e da localização do pátio, o mesmo torna-se uma área educativa como uma Eco Praça (podendo ser ministrados oficinas e cursos, além de poder receber a população), após a experiência de ver todos os processos serem realizados sem impactos e com qualidade, possibilitará a transformação da imagem a respeito da gestão dos resíduos orgânicos, acontecendo uma valorização da reciclagem orgânica , englobando composteiras, espaço de educação ambiental, hortas agroecológicas, árvores comestíveis, viveiro de mudas entre outras práticas. Conforme pode-se observar na Imagem 3 um modelo de eco praça, implantada na cidade de João Pessoa. Imagem 3 - Modelo de Eco Praça Fonte: Madrilena Feitosa – Brasil de Fato (2019) <https://bit.ly/3fOuguq> 2.4 Implantação Finalizada a parte de planejamento inicia-se então a fase de introdução, com a preparação de planos das unidades de manejo dos resíduos entre outras etapas, nesta fase é onde acontece os diálogos de sociedade e negociações para a utilização do composto ou venda (devem ser começadas antes da operação, desde que, quem irá receber o material esteja ciente, pois implica em soluções de transporte), por fim o começo das atividades da coleta e das operações dos postos. A sensibilização dos geradores deverá acontecer com antecedência para tais serviços e as novas formas que deverão ser adotadas a partir de então, entretanto este período não pode ser muito distante até a execução da coleta, para que se evite descrença com o processo. Em situação de admissão, o grupo do consórcio deve prepara e lançar edital para proposta dos projetos, compras de materiais e ferramentas, seguindo o que foi definido no planejamento, este mesmo cuidado deve recair sobre a capacitação dos grupos de operação da coleta e das unidades, expressado como peça chave para uma boa sincronia entre o preparo do grupo e a conclusão das etapas finais da infraestrutura. 3. ANÁLISE AO CONTEXTO LEGAL CONTEMPORÂNEO DOS PÁTIOS DE COMPOSTAGEM Os critérios exigidos para os pátios de compostagem de pequeno porte, leva em contemplação os impactos ambientais, custos relacionados as etapas de licenciamento e outros parâmetros, porém a Resolução n° 13/2012 do CONSEMA constatou que ficou muito abrangente as quantidades diárias de resíduos sólidos orgânicos que irão ser tratada nos pátios (de 15,25 t/dia a 40 t/dia), sendo que a quantidade que irá ser tratada é diretamente relacionada com o tamanho da área de compostagem requerida, devendo se readequar de acordo com a realidade de cada município. Outro tópico que esta mesma resolução destaca é que existe diferença entre os métodos de compostagem (resíduo sólidos urbanos coletados de forma tradicional e segregados na fonte), pois em um não é eficiente na separação dos resíduos ocasionando a adversidade no resultado, gerando um composto de pouco valor agregado, entretanto o outro método que é o sugerido, proporciona maior visibilidade para a educação ambiental e aumenta a limpeza com isso garante uma qualidade de trabalho, ambiental e para os produtos gerados, agregando valor por seguir diretrizes do MAPA. 4. COMPOSIÇÃO FÍSICA E GERENCIAL REQUERIDA PARA A IMPLANTAÇÃO A administração integrada dos resíduos urbanos em um consórcio demandara por complexos que possibilitaram o manejo dos diversos tipos de resíduos, neste caso será necessário estipular a quantidade dirigidas para estes complexos levando por base um cálculo com foco na população, com caráter de responsabilidade pública sobre estes complexos. De acordo com os postos de atividade irão ser definidas quais tipos de compostagens (natural ou mecânica) irão ser empregadas, pois os métodos de condução são divergentes, a diante é apresentado os métodos de cada forma de compostagem. 4.1 Compostagem natural O método em questão visa a formação de adubo, através do descarte dos resíduos no formato de leiras, em um pátio impermeabilizado, pois ao decorrer do processo acontecerá a produção de chorume um subproduto da compostagem, requer aeração por revolvimentos das leiras (manual ou com máquinas – retroescavadeiras ou revolvedores de leiras (Imagem 4)), pátios dimensionados para a ocorrência da maturação (aprox.120 dias), devendo obedecer proporções de altura (não podem ser muito altas, pois os resíduos da base poderão ser compactados e pode comprometer a aeração) x largura x comprimento para cada método e para cada ferramenta, por isso é necessário a adaptação do projeto conforme o ambiente, pois assim será possível realizar o delineamento de processamento. Imagem 4 - Revolvedor de leira em atividade Fonte: Máquina Solo (2020) <https://bit.ly/39jw5ON> Como exemplo e exercício, partirá do princípio em que as leiras irão tolerar 1 tonelada de material orgânico e irão ser revolvidas manualmente, para que este cálculo seja possível será necessário que alguns parâmetros sejam arbitrados. Assim os resíduos irão ser dispostos em leiras de 1,2 x 1,2 (largura x altura), por ficar de forma triangular é possível calcular a área média, através do seguinte cálculo: Aseção = (1,2𝑥2) 2⁄ = 0,72 𝑚² Densidade dos resíduos como 550 kg/m³, sendo assim o volume da leira pode ser calculado: Volume da leira (V) = 1000 𝑘𝑔 550 𝑘𝑔 𝑚3 = 1,82 𝑚³ ⁄ Através dos dois dados obtidos é possível determinar o comprimento: Comp. = V/ Aseção = 1,82 𝑚³ 0,72 𝑚² = 2,53 𝑚 ⁄ Dimensões (Comprimento x Largura x Altura) = 2,53 𝑥 1,2 𝑥 1,2 = 3,04 𝑚² , como área da base; Para a segurança da operação deve-se admitir uma área com 10% a mais do que o calculado, para que não contenha riscos, como o processo de maturação demora 120 dias para a compostagem de 1 tonelada por dia, o pátio é preciso comportar ao menos 120 leiras ao mesmo tempo (requerendo 765 m²), devendo conter tais dimensões para isso ocorra: Área da leira = 3,04 m ²; Área de revolvimento = 3,04 m²; Área de circulação = 30,4 cm²; Área para as 120 leiras = 765 m²; Total por cada leira = 6,38 m² (área). A área administrativa deve existir com o intuito de armazenar todos os dados operacionais e outros documentos relativos à operação, deverá existir um galpão guardas as ferramentas e do composto, além de dispor um sistema de captação e tratamento de efluentes líquidos (fossa séptica + sumidouro ou lagoas de tratamento), sendo que esta unidade deverá estar situada na mesma gleba do aterro sanitário. Expressa-se interessante sempre buscar acumular funções de tratamento em uma mesmo posto, sendo que em populações menores do que 25 mil habitantes deverão conter implantado a estrutura denominada PEV Central (Ponto de Entrega Voluntaria de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos, prevista na Resolução Conama 307/2002) que poderá reunir também as atividades de recepção de resíduos. As atividades desenvolvidas nestes complexos são: Recepção e envio de material; Moagem de galhos e separação dos grossos; Construção e revolvimento de leiras; Avaliação de temperatura, de umidade das leiras – se necessário a rega; Limpeza do pátio; Peneiramento e ensacamento do composto; Controle de entrada/saída de materiais; Controles técnicos no tratamento dos efluentes e nos passos de compostagem; As etapas de fiscalizações de qualidade da técnica e do tratamento dos percolados pertencerá ao técnico qualificado, que pode ser neste caso o encarregado administrativo ou não, dependendo de sua competência, mediante a isso, é interessante em cidades a partir de 50 mil habitantes existir um encarregado nesta posição exclusiva, porém em cidades com menos de 50 mil habitantes o encarregado poderá ser um dos operadores e em casos de que a cidade contenha mais de 50 mil habitantes necessitará além do encarregado de um auxiliar. 4.2 Compostagem mecânica Este método é aconselhável para situações em que o processamento de resíduos supera 100 toneladas por dia, pois acelera a fase inicial através de ferramentas mecânicas (tambor), acontece a aeração no sentido contrário ao de entrada dos resíduos, neste método, fazendo de forma que acelere o processo, a temperatura e a umidade são controladas, permitindo com que esta fase aconteça de 7 a 20 dias, até a fase de bioestabilização estar completa, logo os resíduos são removidos da ferramenta e transportados ao pátio para a conclusão da etapa de humificação. 5. MÉTODOS 5.1 Compostagem com revolvimento de leiras Esta prática é comum em usinas de triagem e compostagem, baseia-se essencialmente em leiras piramidais, que são revolvidas completamente e constantemente, pois a sua estrutura não permite a manutenção de oxigênio em seu interior, o que causa rapidamente um colapso de oxigênio, começando o processo de fermentação. Devido à ausência de cobertura, expõe dificuldades quanto ao controle de moscas, por ocorrência da emissão de odores, por conta disso é mais utilizado em climas temperados, assim, é preciso maior distância de áreas verdes para que não gere impactos ao redor, por isso é fundamental o manejo constante. A Imagem 5 a seguir, apresenta um modelo de revolvimento de leiras. Imagem 5 - Modo manual de Revolvimento de leiras Fonte: O Tempo (2020) <https://bit.ly/366FkzI> 5.1.1 Leiras estáticas com a aeração forçada A técnica em questão requer de equipamentos para insuflação ou aspiração de ar no interior das leiras, através da Imagem 6 é possível observar este método, o interessante neste método é o maior fluxo de oxigenação no interior das leiras, permitindo um controle efetivo de odores e as etapas de decomposição dos materiais se encurtam, entretanto, para implantar este tipo de sistema irá requerer maior custo e a operação deverá ser cuidadosa para que não prejudique as estruturas de entrada de ar. Imagem 6 - Modelo de leiras estáticas com aeração forçada Fonte: Indústria e Comércio de Fertilizantes Especiais - EcoMark (2020) <https://bit.ly/33nyELE> Para que tenha pleno desempenho, as leiras precisam de materiais estruturantes (palha e serragem), pois serão estes materiais que permitiram o fluxo de oxigênio, devido as leiras serem estáticas e o revolvimento acontecer somente na camada superficial, tendo como consequência menor emissão de odores, está tática torna-se interessante para pátios em áreas urbanas e semiurbanas, mas sempre seguindo os parâmetros mínimos para que não ocasione impactos. 5.1.2 Compostagem em sistemas fechados – reatores Por meio de Inácio e Miller (2009), onde denominam também este método como in – vessel, requer alto investimento, porém permite o controle da qualidade do material, sendo indicado para o processamento de grandes volumes de resíduos, o equipamento é constituído por estruturas fechadas, normalmente em grandes cilindros, que por meio de rotação constante favorece a aeração desta massa, onde reduz o tempo da fase ativa, entretanto, necessita aproximadamente de 60 dias para a maturação do composto, possibilita também a automação dos processos e além de ser comumente empregado em países de clima temperado. A Figura 3 permite observar como é a aparência deste equipamento que é empregado neste método. Figura 3 - Esquema de biodigestor utilizado no processo in – vessel Fonte: Pramod K. Pandey (2016) <https://bit.ly/3mckBAa> 5.2 Maturação das leiras de compostagem O local para armazenagem do composto maturado deve conter cobertura, pois assim preservará por maior tempo as suas propriedades, quando somado as fases ativa com a de maturação é percorrido um período de 120 a 210 dias, sendo que este tempo pode variar mediante ao método adotado e o processamento, vale ressaltar que para o manuseio das leiras é preciso de profissionais qualificados e equipamentos adequados para que não ocorra comprometimento do sistema de drenagem do pátio. Segundo Kiehl (1998), uma forma de saber o grau de maturação do composto é por meio do indicador de condutividade elétrica (presença de sais), sendo que não pode extrapolar 4000 µs.m-1, pois ao decorrer do processo de maturação, a parte mineral total se eleva, em contrapartida a condutividade cai, então do começo até o meio a condutividade pode decair até em 50%. Outras opções de se saber o grau de maturação são, através da proporção de substancias húmicas (parcela de ácidos fúlvicos e húmicos) ou também pode ser por meio da respiração da biota. Quando não acontece de forma assertiva a humificação (mal curados – não amadurecidos o suficiente) e quando aplicados em plantas, o composto irá interferir no desenvolvimento vegetativo das mesmas, por aumentar a atividade microbiana do solo, podendo de induzir diversas deficiências minerais, ocasionando o comumente conhecido como imobilização. Portanto o composto liquido deve apresentar: Ausência de odores; Coloração escura é um indicativo de que a fase de maturação ocorreu de forma correta, já se apresentar coloração marrom ou amarela é que o processo está incompleto; E o composto sólido curado (humificado) deve apresentar: pH maior que 6,0; Relação Carbono/Nitrogênio (C/N) entre 10/1 a 15/1; Umidade final de 25% no máximo; Coloração escura; Consistência pastosa quando molhada; Ausência de odores. 5.3 Vantagens do processo De acordo com DO NASCIMENTO et al., (2005), lista algumas vantagens deste processo: Melhora a saúde do solo – pois a matéria orgânica (M.O) composta se liga às partes estruturais do solo (partículas – areia, silte e argila), melhorando a oxigenação do mesmo, deixando-o mais aerado; Aumenta a capacidade de infiltração de água e reduz a erosão; Complica a germinação de plantas daninhas; Aumenta a microbiodiversidade do solo, por conta do aumento da matéria orgânica, gerando como consequência uma menor incidência de doenças nas plantas; Estabiliza a temperatura e melhora os níveis de acidez; Método ambientalmente seguro; Eliminação de patógenos; Redução do odor; Matéria orgânica sendo aproveitada no setor agrícola e permitindo a rastreabilidade; Contém gastos em tratamento de efluentes. 6. SISTEMA DE DRENAGEM PLUVIAL, DRENAGEM DO LIXIVIADO E IMPERMEABILIZAÇÃO DO SOLO A condição determinante para o sistema de drenagem é o impedimento da água da chuva de outras localidades adentre nas áreas do pátio de compostagem, prevendo-se canaletas para intercepção delas, por conta disso as águas pluviais não sobrecarregam o volume que é incorporado ao lixiviado, que irão ser armazenados em caixas coletoras. O local de implantação das leiras, deve ser impermeabilizado para não acontecer problemas ambientais na área, métodos para a impermeabilização são: camada de argila, camada de geomembrana com a argila ou camada de concreto, permitindo com que o liquido percolado seja conduzido inteiramente para um sistema de captação para depois poder recircular, possibilitando ser utilizado como composto liquido. De acordo com a diretriz técnica NBR 8419 (ABNT, 1984), relacionado aos aterros sanitários e também sobre os pátios de compostagem, onde diz que tais estruturas não deverão ser erguidas em locais com probabilidade de inundação, sendo que o grau do solo deverá ser medido em períodos de maior precipitação pluviométrica, para que respeite a espessura mínima de 1,5 m de solo insaturado, na camada entre a superfície inferior do aterro e o mais alto nível do lençol freático, mediante a isso é explicado em subsequência deste tópico os três modelos de impermeabilização (com piso de argila, com piso de concreto e com geomembrana sintética associada à argila). 6.1 Impermeabilização com piso de argila Os locais onde serão implantados pátios de compostagem (pequenos portes) necessitam de um projeto de drenagem, com o intuito de captar o composto liquido oriundo e lixiviado durante a etapa de decomposição, sendo fundamental o dimensionamento das caixas coletoras, devendo levar em consideração as médias pluviométricas da região, além de dar a necessitada importância para a margem de segurança para a substância fique bem armazenada. Mediante a Prevedello (1996), onde relata que a utilização de material argiloso em cima da pilha de compostagem acaba diminuindo o problema de excesso de umidade, por conta da capilaridade do material, por conta dos poros que o mesmo apresenta. Através da classificação obtida pela Sociedade Internacional de Ciência do solo, os minerais de sílica que constituem a fração argila expressa dimensões menores que 2µm, proporcionando microporos com diâmetros menores que 50µm, sendo que estes demonstram a característica de reter a agua, escoando-a devido ao aparecimento do potencial mátrico1, que é um parâmetro do potencial total da água presente na argila. 1“Solo retém a água no seu espaço poroso com forças cujas intensidades aumentam conforme a quantidade de água nele diminui. Essas forças, por se manifestarem devido à presença da matriz do solo, são denominadas de forças mátricas. ” Segundo Inácio e Miller (2009), a construção de composteiras sobre substrato de argila expressam menor índice de umidade na zona da franja, favorecendo a saúde dos processos, através do ângulo químico, as cargas negativas das micelas coloidais dos minerais de argila irão proporcionar altos índices de Capacidade de Troca Catiônica (CTC), além de conter um coeficiente de permeabilidade (Kf) < 10’9 m/s, sendo que um Kf de ordem 10’10 m/s é considerada “impermeável” (como parâmetro de comparação um concreto sem fissuras apresenta o mesmo coeficiente com ordem 10’14m/s), condizendo que os minerais liberados por meio do processo de decomposição da M.O (K e P) não irão se perder, como acontece normalmente em pilhas de piso de concreto ou qualquer outro material impermeável. Entretanto, os íons de carga positiva ficaram detidos nas cargas negativas das micelas de argila, que posteriormente serão utilizadas no processo de decomposição, expressando apenas 10% do volume de resíduos associados à pilha. A adoção desta técnica permite conduzir para um único canal de drenagem a água da chuva e o liquido produzido durante o processo de compostagem (podendo ser utilizado o mesmo como adubo liquido – fertirrigação), o processo de recirculação da substancia permite manter a umidade ideal para as leiras e além de contribuir para a inoculação duradoura de mais bactérias, aumentando a velocidade de catalisação da decomposição. Recomenda-se conter uma camada de argila com permeabilidade ≤ 10’7 cm/s e com grossura suficiente para evitar a contaminação do solo ou os mananciais e com a inclinação adequada para o escoamento do mesmo, vale ressaltar que quando a área não estiver saturada e com profundidade maior que de 3 metros e a permeabilidade do solo for ≤10’7 cm/s não necessitará a impermeabilização. A norma NBR 8419 (ABNT,1984) preconiza que, a distância entre o aterramento e o lençol freático deve ser de 1,5m, para que não ocorra oscilações do nível das aguas, para assegurar a sua eficiência ambiental, pela correta captação da drenagem e impermeabilização de argila. Caso o manejo do pátio seja feito por maquinas, a drenagem deverá estar numa profundidade ≥ 50 cm, para não ocorrer influencias na estrutura durante o manejo, sendo que em pátios com manejos manuais este sistema deve estar pelo menos 30 cm de profundidade. 6.2 Impermeabilização com geomembrana sintética mais argila A técnica de impermeabilização com geomembrana mais à argila tem como vantagem de ser moldável ao terreno, o que se torna um ponto interessante para adoção da mesma, podem ser aplicados também em solos arenosos e em regiões em que o lençol freático é superficial, desde que respeite a distância mínima de 1,5m. Deve apresentar tais características: Deve conter espessura suficiente para comportar a capacidade das leiras; A espessura mínima que a mesma deve conter é de 1mm; Deve ser instalada em camadas compactadas de argila, com o propósito de evitar a sua desestruturação no manejo diário; Precisa ser instalada a pelo menos 30 cm de profundidade. A Figura 3 a seguir apresenta o modelo de como operar com a tal manta, apresentando também as etapas de execuções do mesmo. Figura 4 - Modelo de manejo com a manta de geomembrana com argila Fonte: Eng. Reinaldo R. Andrade (2018) <https://bit.ly/3muDBty> 6.3 Impermeabilização com piso de concreto A técnica de impermeabilização do solo com piso de concreto proporciona uma fundação mais sólida e permite a impermeabilização do lixiviado ao lençol freático, para o uso desta técnica é gerado um alto seu custo de implantação, porém esta técnica influencia no método de leiras estáticas com aeração passiva, pois acaba favorecendo a saturação da umidade na parte de baixo das leiras, fazendo com que aumente o liquido lixiviado, mas acaba prejudicando a aeração dela. Vale ressaltar que este composto lixiviado diminui a concentração de poluição (aferidos por meio da Demanda Biológica de Oxigênio – DBO e Demanda Química de Oxigênio – DQO) quando é lixiviado na camada superficial do solo, tendo ação semelhante a um filtro natural, fazendo com que esta substancia se infiltre lentamente pelos canais de drenagem. Há relatos de leiras com o processo retardado após o despejo dos materiais em aterros com piso das tais características, caso ocorra acumulo de líquidos nas laterais das leiras (“Franjas”), como indicador para tal fato expressa-se por meio do grande número de larvas de moscas. Este tópico não subtrai a possibilidade do uso desta técnica, porém salienta os cuidados que exigem a mesma, principalmente para os pequenos pátios de compostagem. 7. TRATAMENTO DE EFLUENTES O responsável pela unidade e os demais profissionais competentes com a fiscalização da operação deverão conter conhecimentos mais especificados sobre os processos de tratamento do chorume e dos efluentes do processo, que acontecem particularmente em períodos chuvosos. Conforme é possível observar na Figura 11 a estação de tratamento de efluentes industriais. Figura 5 - Modelo de estação de tratamento de efluentes industriais Fonte: Isen (2020) < https://bit.ly/39o2tzD> 7.1 Tratamento da água de lavação dos recipientes de coleta e caixas de transbordo A área que ocorrer a lavação dos recipientes de coleta deverá conter: Sistema de tratamento para tais efluentes, por este liquido apresentar alto teor de M.O em diversos pátios é passado por uma peneira preliminar (tratamento inicial), para evitar possíveis entupimentos ou sobrecargas de tratamento devido a partículas de grande dimensão; Lavação em área coberta, para que águas das chuvas não se junte ao composto, ocasionando saturação do sistema. O sistema de tratamento da água de lavação dos recipientes de coleta dos resíduos orgânicos deverá conter tais parâmetros iniciais: Gradeamento/peneiramento; Caixa de areia; Caixa de retenção de óleo; Seguidamente dos tratamentos iniciais, as aguas que foram utilizadas nos processos deverão ser depositadas em áreas preferivelmente de raízes, em conjunto com plantas de alto teor de evapotranspiração, pois irão utilizar tal substância para o seu desenvolvimento, caso não exista a possibilidade de ser adicionada em uma área com plantas com as características descritas, deve-se então como plano alternativo a infiltração das águas no solo ou as seguintes opções alternativas: Sumidouro; Valas de infiltração; Despejo em rede coletora de esgoto sanitário. Um profissional deve acompanhar a fase de teste de infiltração mediante à um projeto de teste, com todos os parâmetros estabelecidos. Tal sistema deverá responsabilizar-se pelo efluente lançado no ambiente, atendendo os padrões previstos pela legislação ambiental vigente (Resolução 430/2011 do Conselho Nacional do Meio Ambiente). A seguir as Imagens 7 (Sumidouro de Monticello) e 8 (Valas de infiltração) apresentará modelos de opções alternativas de tratamento de águas. Imagem 7 - Sumidouro de Monticello Fonte: Mdig (2007) < https://bit.ly/2J9EtWt> Imagem 8 - Valas de infiltração sendo instaladas Fonte: Eco fossa (2020) < https://bit.ly/36jtQZU> 8. MONITORAMENTO Os profissionais selecionados para realizarem o monitoramento da operação serão obrigados a ministrarem um modulo especifico das análises de qualidade do composto e de efluentes, com a participação dos técnicos que irão se envolver nos processos para se capacitarem sobre o monitoramento, devendo ser extrapolado para as variáveis dos processos, partindo da geração dos resíduos (desde o domiciliar até os grandes), percorrendo a eficiência dos programas de educação ambiental e da capacitação da equipe, acompanhamento evolutivo da população e dos custos, produtividade e etc., para que isso aconteça será necessário desenvolver uma capacitação sobre as variáveis intervenientes do processo, além de definir e analisar indicadores, qualidade e a certificação ambiental com intuito de agregar mais confiança e credibilidade com a população. 9. OBRIGAÇÕES A Política Nacional de Resíduos Sólidos prenuncia que a obrigação pelo caminho que os resíduos irão tomar, deverá ser dividida entre todos os que fizeram parte do ciclo produtivo dos produtos, cabendo aos municípios estabelecerem regras aos grandes geradores, que precisarão dar um destino ambientalmente responsável aos seus resíduos. A PNRS determina também a atribuição de deveres a população em realizar as separações corretas dos resíduos e direciona-los para a coleta seletiva, sendo que a mesma define também que cabe ao Estado antever, por meio do Plano Estadual de Gestão de Resíduos Sólidos, áreas que sejam ideais para a localização dos postos de tratamento dos resíduos. Os Municípios após implantarem o sistema de compostagem, conseguirão privilegiar a organização e o funcionamento das cooperativas, além das outras formas de associações de catadores. Lei nº 12.305/2010 Art. 36. No âmbito da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, cabe ao titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, observado, se houver, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos: I - Adotar procedimentos para reaproveitar os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos; II - Estabelecer sistema de coleta seletiva; III - articular com os agentes econômicos e sociais medidas para viabilizar o retorno ao ciclo produtivo dos resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos; IV - Realizar as atividades definidas por acordo setorial ou termo de compromisso na forma do § 7o do art. 33, mediante a devida remuneração pelo setor empresarial; V - Implantar sistema de compostagem para resíduos sólidos orgânicos e articular com os agentes econômicos e sociais formas de utilização do composto produzido; VI - Dar disposição final ambientalmente adequada aos resíduos e rejeitos oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos. § 1o Para o cumprimento do disposto nos incisos I a IV do caput, o titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos priorizará a organização e o funcionamento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda, bem como sua contratação. § 2o A contratação prevista no § 1o é dispensável de licitação, nos termos do inciso XXVII do art. 24 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993. 10. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, Reginaldo R.. GEOSSINTÉTICOS NA CONSTRUÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS. 2018. Disponível em: http://diprotecgeo.com.br/blog/geossinteticos-na-construcao-de-aterros-sanitarios/. Acesso em: 10 nov. 2020. BRASIL. Assembleia Legislativa. Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010. Disposições Gerais: DO OBJETO E DO CAMPO DE APLICAÇÃO. Brasília, 2010. Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=636. Acesso em: 10 nov. 2020. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE – MMA. MANUAL PARA IMPLANTAÇÃO DE COMPOSTAGEM E DE COLETA SELETIVA NO ÂMBITO DE CONSÓRCIOS PÚBLICOS. Brasília: Ministério do Meio Ambiente – Mma, 2010. 75 p. Disponível em: https://www.mma.gov.br/estruturas/srhu_urbano/_arquivos/3_manual_implantao_comp ostagem_coleta_seletiva_cp_125.pdf. Acesso em: 10 nov. 2020. OLIVEIRA, Emídio Cantídio Almeida de. Compostagem. 2008. 20 f. 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