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caderno direito penal 2 2020-1

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Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
 
Teoria geral do delito
Teoria bipartida- crime é ato típico e ilicitude 
(crime envolve a presença de dois 
elementos) 
 Teoria tripartida- crime é ato típico, ilicitude 
e culpabilidade (teoria majoritária) 
 Teoria quadripartida- conceito jurídico com 
4 elementos, fato típico, ilicitude, culpabilidade 
e punibilidade 
Crime 
 Conceito definido na lei de introdução ao 
CP Art. 1: 
“Considera-se crime a infração penal que a lei 
comina pena de reclusão ou de detenção, 
quer isoladamente, quer alternativa ou 
cumulativamente com a pena de multa; 
contravenção, a infração penal a que a lei 
comina, isoladamente, pena de prisão simples 
ou de multa, ou ambas, alternativa ou 
cumulativamente.”. 
Conceito bipartido de 
Infração penal 
 
Crime – delito- punido por reclusão (regime 
inicial fechado, semiaberto ou aberto) ou 
detenção (cujos regimes de cumprimento 
não podem ser fechados, apenas aberto ou 
semiaberto, com possibilidade de regressão 
para regime fechado). 
Contravenção- punida com prisão simples 
(regime semiaberto ou aberto, não cabe 
regressão para regime fechado) 
Portanto o Brasil adora o conceito bipartido 
de infração penal, e conceito tripartido de 
crime/delito. 
Crimes ou delitos- elementos do crime: 
Fato típico 
• Conduta 
• Resultado 
• Nexo de causalidade 
• Tipicidade 
fato típico é o princípio da legalidade 
materializado 
Ex: matar alguém 
 Ilicitude ou antijuridicidade, o 
conceito de elementos do crime é dado no 
conceito de excludente de ilicitude: 
• Não está em legítima defesa 
• Estado de necessidade 
• Estrito cumprimento de um dever legal 
• Exercício regular de um direito 
•Consentimento do ofendido (causa 
supralegal) 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
Culpabilidade 
• Imputabilidade 
• Potencial consciente da ilicitude 
• Exigibilidade de conduta diversa 
Características do modelo 
positivista do séc. XIX. 
(esses teóricos não explicavam muito bem a 
questão da tentativa) 
• Desenvolvimento do conceito clássico de 
delito (sob a influencia desse modelo de 
descoberta de direito como pensamento 
científico) 
• Influencia do método analítico de estudo. 
• Avaliação do que o sujeito causou e não o 
que ele teve intenção que causar. 
 
Modelo neoclássico ou 
neokantista 
Por mais que a experiência funcione como 
ponto de partida o conhecimento se dá pela 
racionalização. 
Introdução de elementos valorativos no 
campo da tipicidade 
 
Conceito de delito no 
finalismo 
• Ação humana como elemento central do 
conceito de crime 
 
• Conduta humana passada pelo querer agir, 
ou seja, a exteriorização de uma vontade de 
agir livre e consciente. 
• Distinção entre tipos dolosos e culposos, 
esses elementos já não são mais partes da 
culpabilidade e sim da ação. 
• A culpabilidade agora é normativa 
• A tipicidade passa a ser subjetiva e 
objetiva (analise do que o sujeito causou e o 
que este queria causar) 
Conceito analítico de crime ou 
estratificado 
Crime como fato típico, ilícito e culpável. 
Modifica a teoria do delito, mas mantém os 
sub elementos dessa perspectiva de crime. 
Influencia grande do causalismo no CP 
brasileiro 
Evolução dogmática do crime 
→ 
• Violação à lei penal – análise do crime sob 
um aspecto formal/ doutrinário 
• Fato típico+ ilícito+ culpável- análise sob um 
aspecto formal/ analítico (analise no caso, 
tripartidária) 
• Violação a bens jurídicos fundamentais - 
análise sob aspecto material. 
Informações preliminares 
1- Antes de 1906 não existia uma teoria geral 
do crime, cada crime era analisado de por si, 
o juiz poderia analisar de acordo com sua 
própria técnica 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
2- não existia uma fórmula unitária para 
análise do ato potencialmente criminoso cada 
juiz julgava de acordo com o que ele 
acreditava ser crime ou não, não existia um 
modelo que o guiava, o grau de 
discricionariedade do juiz era muito grande 
3- a teoria geral do crime gera uma relação 
de segurança jurídica entre Estado-juiz e 
pessoa julgada 
4-corrente positiva da ciência: surgem teorias 
físicas, químicas, matemáticas (ex: evolução 
da espécie, estudo dos gases, Newton, etc.). 
desenvolvimento da ciência positiva, que pode 
ser estudada em laboratório, dentro de um 
esquema. 
Como as “ciências do espírito” (filosofia, 
história, direito) são desvalorizadas por não 
poderem ser provadas empiricamente. 
Em resposta surge o que chamamos de 
“positivismo jurídico”- que se configura na 
tentativa de adaptar ao direito as técnicas 
científicas. Isso oi feito com a criação de 
critérios que se aplicariam somente ao direito. 
O direito criava o seu próprio positivismo, a 
sua própria cientificidade. 
Os juristas estudam o crime em partes, pois 
as ciências da época estudavam as coisas 
dividindo as coisas e parte, tentando estudar 
as partes para chegar ao todo. O direito 
tentou adaptar essa técnica para o próprio 
direito. 
Criação de um método científico: método 
analítico do crime. Juízes de locais distintos 
conseguem julgar de modo semelhante pois 
agora possuem um norte para se basearem. 
A teoria clássica do crime surge nesse 
embate, uma tentativa de criar uma teoria 
metodológica do crime. 
Teoria clássica (Aspecto 
formal-analítico) 
Modo de pensar o crime → “observar e 
descrever” 
O crime como “SER” e não como “DEVER-
SER”. Não existe aqui a interpretação, apenas 
a observação e descrição. 
Dividiu o crime em duas forças: 
• Força física: conduta que gera um resultado 
Ex: um cidadão dirigindo uma charrete perde 
o controle e mata uma criança 
• Força moral: força para que haja um crime, 
força psicológica (dolo e culpa) 
CRIME: AÇÃO DOLOSA + CULPABILIDADE 
(DOLO E CULPA) 
Aqui ainda não existia o fato típico, isso ocorre 
na segunda fase. 
Estrutura analítica do crime = INJUSTO 
PENAL- representa a força física (leões ou 
ameaças a lesões ao bem jurídico) + 
culpabilidade- representação da força moral 
(dolo ou culpa) + punibilidade 
Obs.: a impunibilidade é um pressuposto do 
crime (se a pessoa é maior, menos, possui 
alguma doença mental) 
) 
→ Beling: cria o tipo penal (ele não concebia 
o direito penal sem o princípio da legalidade, 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
 
o tipo penal é o princípio penal dentro da 
teoria do crime) 
O tipo penal tem que vir antes da punição e 
o sujeito deve conhecer essa norma. 
Tipo penal: é a descrição de uma conduta 
penalmente relevante 
Com a criação do tipo penal temos a 
separação do TIPO e da ILICITUDE, que é 
chamado de antijuridicidade: fato típico + ilícito 
Imputabilidade: pressuposto 
Estrutura analítica do crime 
CRIME = FATO TÍPICO + ANTIJURÍDICO + 
CULPÁVEL (DOLO E CULPA) 
OBS: a imputabilidade era Pressuposto e não 
elemento da culpabilidade. 
Como os causalistas da teoria clássica (1 e 2 
fase) entendiam o conceito de ação? 
R: Conduta é uma enervação muscular, 
conduta para essa pessoa é um movimento, 
não existe uma análise psicológica, apenas o 
físico, que ganha vida com dolo e culpa. 
Como os causalistas da teoria clássica 
entendem a relação entre fato típico e a 
antijuridicidade? 
 
R: Para eles o fato típico nada indicava em 
relação a antijuridicidade- teoria acromática 
do tipo. O tipi não significava nada, nenhuma 
relação com a ilicitude, uma coisa não indica 
nada em relação a outra. 
 
Teoria normativa psicológica, 
causal normativa, mista, 
neoclássica ou kantiana. 
Culpabilidade como reprovabilidade (Frank e 
Mezger)- Teoria normativa 
Qual a filosofia por traz disso? 
Filosofia neokantiana. Essa teoria neokantiana 
traz a ideia de que o crime não é só uprocesso de análise e descrição, é necessário 
analisar, compreender e valorar. 
Crime como “DEVER-SER” 
Diferença entre “ciências naturais” (análise do 
fenômeno) e “ciências do espírito” +analisar, 
interpretar e valorar o fenômeno) 
Essa nova ideia influencia em toda a estrutura 
do crime. 
*DOLO NORMATIVO: dolo com consciência 
da ilicitude (dolus malus), elemento valorativo 
adicionado. 
Ex: aluguel de imóvel e o inquilino não pagou, 
aí o dono do imóvel vai lá e tira o sujeito a 
força. 
Teoria clássica: ele praticou uma inervação 
muscular- tirou o cara a força- violou o bem 
jurídico, existe dolo ou culpa. 
Interpretando essa situação esse sujeito só 
praticou isso, pois este sujeito acreditava 
estar no seu direito (erro de direito, hoje 
chamado de erro de proibição), ele não tem 
consciência da ilicitude, ele acha estar agindo 
certo. 
Exigibilidade de conduta diversa: será que eu 
no lugar do autor agiria de modo diferente? 
Dois elementos normativos (interpretativos): 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
 
• Consciência da ilicitude 
• Exigibilidade de conduta diversa 
Ex: usuário que é coagido pelo traficante 
Ação continua sendo algo sem finalidade, 
mera enervação muscular (também é uma 
teoria mecânica da conduta) 
Como os causalistas da teoria neoclássica 
entendem a relação entre fato típico e 
antijuridicidade? 
1 teoria - Ratio Cognoscendi (Mayer): fato 
típico é indiciário da ilicitude (“onde há fumaça 
pode haver fogo”) - também chamada de 
teoria indiciária- não é fato típico quando 
ocorrerem as causas justificantes (legítima 
defesa, estado de necessidade, etc.) 
CRIME= FATO TÍPIO + ANTIJURÍDICO+ 
CULPÁVEL: imputabilidade, culpa ou dolo 
normativo- contido de consciência da ilicitude, 
além da exigibilidade de conduta diversa). 
2 teoria- A teoria dos elementos negativos 
do tipo penal (tipo total injusto) – Merkel e 
Frank 
Para essa teoria, tipo é um composto: fato 
típico + ilicitude (são a mesma realidade) 
→“Matar alguém desde que não justificado” 
(para eles o CP deveria ser escrito assim), 
matas alguém desde que não haja justa causa. 
Ao excluir a ilicitude exclui o próprio fato 
típico 
CRIME- FATO ANTIJURIDICAMENTE 
TÍPICO+ CULPÁVEL (IMPUTABILIDADE 
DOLO NORMATIVO) - (contido exigibilidade 
de conduta diversa- além da culpa) 
3 teoria- A Ratio Essendi (Mezger e Sauer): 
Pra eles o fato típico pertence a 
ilicitude. Eles entendiam que a ilicitude tinha 
duas partes: 
• Ilicitude formal- Ausência de excludentes 
• Ilicitude material- Danosidade social 
Ex: Ataque ao bom sentimento do povo 
alemão é ilícito, e por conseguinte é típico. 
CRIME= FATO ANTIJURÍDICO (que contém 
tipicidade) + CULPÁVEL (imputabilidade, culpa 
ou dolo normativo- contido na consciência de 
ilicitude, além da exigibilidade de conduta 
diversa). 
Teoria finalista – esquema 
subjetivo-objetivo (teoria 
normativa pura- Hellmuth von 
weber, alexander graf zu dohana 
e hans welzel) 
Capacidade de calcular mais ou menos a sua 
conduta- antecipação biocibernética. 
CONCEITO FINALISTA DE CONDUTA: o ser 
humano age sempre com a capacidade de 
enxergar o fim da conduta, a consequência 
automática disse é que dolo e culpa são 
elementos da conduta, portanto não 
pertence a culpabilidade. 
R: conduta é uma atividade final do ser 
humano (“a ação é vidente, a causalidade é 
cega”) 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
 
Como o finalismo concebe o fato típico e a 
antijuridicidade? 
O fato típico utiliza na maioria a teoria da Ratio 
Cognoscendi: teoria indiciára. 
Para a teoria finalista o dolo não é o “dolus 
malus”. 
Aqui o potencial psicológico sai do dolo e vai 
pro fato típico e fica apenas o potencial da 
consciência da ilicitude, ou seja, a consciência 
pura 
Modelo teórico do finalismo: ontologismo 
 Críticas às teorias finalistas: 
• O finalismo não desenvolveu um modelo 
mais adequado de nexo de causalidade 
• O finalismo é um modelo fechado que se 
esqueceu da justiça das suas concepções. 
Não importa aqui a justiça, apenas se encaixa 
ou não dentro da “fórmula” criada por eles. 
Pós finalismo: os modelos 
funcionalistas 
Funcionalismos 
São modelos que vão repensar o direito 
penal e a função analítica do crime a partir da 
seguinte pergunta: “qual a função do direito 
penal?” 
O uso do termo funcionalismos se dá pelo 
fato de que cada vertente traz uma resposta 
para essa pergunta.. 
Funcionalismo teleológico ou 
axiológico: 
Autor: Claus Roxin 
Aqui a finalidade do direito penal é proteger 
bens jurídicos. Aqui a intervenção penal só se 
legitima se estiver no efetivo cumprimento a 
função de proteção a bens jurídicos. 
O marco teórico de Roxin é uma análise 
político criminal que movem o sistema que 
vislumbrando uma proteção de valores e 
garantias fundamentais. 
O contexto em que o funcionalismo está 
inserido é a segunda guerra mundial, aqui o 
direito penal foi muito usado como 
instrumento de controle e punição da 
sociedade civil, e a partir disso a doutrina 
começa a repensar o direito penal e se de 
fato é para isso que ele serve. 
O principal objetivo aqui é limitar o direito 
penal e proteger valores e garantias 
fundamentais. 
Dentro dessa perspectiva teórica que serão 
construídos o princípio da insignificância ou 
bagatela, teoria da imputação objetiva. 
De acordo com Roxin o modelo funcionalista 
se coaduna com o modelo de estado 
democrático de direito visando não dar 
margem a modelos ditatoriais. 
Funcionalismo Sistêmico, 
Normativista Ou Radical 
Ele parte de uma orientação sistêmica, que 
tem muita influência do pensamento de 
Nicolas Luman, que diferencia sistemas 
autopoiéticos (sistemas que se retroalimentas, 
criam sua própria substância constitutiva) e 
sistemas alopoiéticos (sistemas que buscam 
fora do sistema o seu “combustível de 
sobrevivência”) 
 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
 
Jakobs identifica o direito como um sistema 
alopoiético, em que o “combustível” do direito 
é a própria estrutura normativa. 
Jakobs diz que é um erro pensarmos que o 
direito penal se enfraquece a cada delito que 
ocorre, na verdade ele fica mais forte a cada 
delito cometido, pois é nesse momento que 
o estado tem a capacidade de demonstrar a 
sua força através da pena, sendo esta avaliada 
de modo positivo. 
Para Jakobs a função do direito penal é 
garantir a estabilidade, aplicação e validade do 
próprio direito penal. 
Funcionalismo Reducionista 
ou contencionista 
Trabalhado por Eugêno Raul Zaffaroni 
Traz uma análise político-criminal, também 
tem por objetivo limitar a esfera de incidência 
do direito penal e pra Zaffaroni a função do 
direito penal é conter o estado de polícia. 
Diferente de Rofixin, Zaffaroni parte de uma 
visão deslegitimadora, para ele o estado de 
polícia é invasivo e violento então a função 
do direito penal seria reduzir a si próprio, 
contendo o poder punitivo estatal e o 
exercício da vingança privada. 
Esse modelo é minimalista. 
O estado se mantém como o titular do poder 
punitivo, não porque o poder punitivo é 
racional, mas para impedir a vingança privada. 
. 
O funcionalismo é algo que antecede o 
funcionalismo penal (que é uma forma de 
funcionalismo) 
Conceito: Vem da palavra função, vem da 
ideia de Durkeim de que a sociedade é 
dividida em funções. 
Estuda a função de cada elemento. 
 Modelo teórico que busca estudar os 
fins/funções do direito penal 
1-A função do direto penal é a de proteção a 
bens jurídicos- (roxin) 
Surge aqui um modelo chamado de 
normativismo teleológico funcional 
*fruto principal: teoria da imputação objetiva- 
esse é o modelo aplicado no Br (correção do 
estudo do nexo causal), princípio da 
insignificância (correção doestudo da 
adequação típica), etc. 
2-A função do direito penal é a de proteção 
a própria norma penal- (Jakobs) 
Surge aqui o normativismo funcionalista 
sistêmico: direito tem apenas uma função, 
proteger a própria norma (binômio 
lícito/ilícito) 
Para ele o direito penal não tem caráter 
político e sim prático, que é a proteção da 
norma, quando esta não é protegida acaba 
enfraquecendo. 
Segundo Jakobs, o direito penal n tem como 
função ressocializar preso, diminuir a 
criminalidade. 
• Fruto principal: Direito penal do inimigo, 
teoria da imputação objetiva 
→ Direito penal do inimigo: 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
 
Aquele que decide violar a norma (de um 
modo tão grave) se tornando o inimigo da 
sociedade. 
Ex: terrorista, criminosos contumazes, etc. 
CONSEQUÊNCIA: 
• O direito penal do cidadão: democrático, 
com princípios da legalidade, humanidade, etc. 
• Direito penal do inimigo: flexível, sem 
respeito ao princípio da legalidade, 
humanidade, tortura, etc. 
Teoria significativa da ação- Pós funcionalistas 
Tá sendo desenvolvida na Espanha pelo 
professor Vives Antón e no Brasil o professor 
Busato. 
O modelo filosófico parte da filosofia de 
Wittgenstein: linguagem não tem significado 
em si, as somente dentro de um contexto. 
O modelo teórico a ação comunicativo de 
Harbermans: há dois sistemas: 
• O sistema de sucesso: próprios processos 
sociais (trabalho, tecnologia, comunicação)- 
desenvolvimento da sociedade. 
• O sistema da vida: felicidade individual 
um não pode suplantar o outro, ou seja, o 
sistema de sucesso não pode estar acima do 
sistema da vida. 
Para Vives Antón a ação significa conduta 
dentro de um contexto normativo. A conduta 
para ele não é pré-jurídica, e sim existe a 
partir da norma. 
Obs: o tipo penal assa a ser chamado de tipo 
de ação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
 
A Conduta Punível: Teorias da ação, 
ausência de ação e omissão, sujeito da ação 
 
Conduta punível: 
O código penal não apresenta u conceito de 
conduta, o conceito foi construído 
doutrinariamente. Foi construído 
doutrinariamente o conceito de tipo de 
injusto (conduta típica e antijurídica), 
Quando falamos em conduta estamos nos 
referindo tanto a ação (conduta/ação positiva, 
tipo comissivo) quanto a omissão 
(ação/conduta negativa, tipos omissivos) 
O elemento básico dentro da perspectiva 
finalística de toda conduta criminal é a 
voluntariedade. Essa voluntariedade está 
presente tanto nos crimes dolosos quanto 
nos crimes culposos. 
A ausência absoluta da voluntariedade vai 
gerar como consequência a ausência da ação, 
excluindo-se a conduta (portanto não se 
falará em crime, seja ele doloso ou culposo) 
a exemplo dos seguintes casos: coação física 
irresistível (“vis absoluta”), força física 
irresistível da natureza, movimentos reflexos 
e estados de inconsciências. 
Coação física irresistível ou vis 
absoluta. 
Estamos diante de alguém que tem sua 
voluntariamente completamente anulada em 
virtude da conduta de outro alguém. 
Ex: A conduta de A exclui totalmente a 
voluntariedade do comportamento de B, 
causando a C um resultado lesivo. 
O sujeito “”B” não comete crime, nem doloso 
nem culposo,. por ausência de conduta e 
apenas “A” será responsabilizado.. 
OBS: a coação moral irresistível também é 
causa de exclusão do crime, porém sob outro 
fundamento: não haverá crime por ausência 
de culpabilidade (existência de uma relativa 
vontade., porém esta é viciada, não é livre, 
em virtude da coação); já na coação física 
irresistível não haverá crime por exclusão da 
própria conduta (não há nenhuma vontade). 
Força irresistível da natureza 
Uma força da natureza exclui completamente 
a voluntariedade e comportamento de A, que 
acaba por causar em B um resultado lesivo. 
Nesse caso A não comete crime em 
decorrência da ausência de conduta por força 
irresistível da natureza. 
Ex: Estamos fazendo uma trilha na chapada e 
somos surpreendidos por uma enchente, e 
no momento que o nível da água se eleva os 
corpos começam a ser arrastados e meu 
corpo se choca com o da pessoa B fazendo 
com que ele se lance contra uma pedra. Aqui 
não se responde por lesão corporal nem 
dolosa nem culposa.. 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
 
Movimentos reflexos 
São movimentos puramente somáticos, 
corpóreos dirigidos exclusivamente pelo 
sistema nervoso, portanto são desprovidos 
de qualquer voluntariedade ou controle, 
ficando completamente excluída a conduta 
do agente. 
EX: uma pessoa está tendo uma convulsão e 
outra coloca o dedo em sua boca pra tentar 
puxar a língua e sem querer a pessoa morde 
o dedo da outra, vindo a arrancá-lo. Não 
haverá aqui a responsabilização de lesão nem 
dolosa ou culposa. 
Atos dos estados de 
inconsciência 
Aqui estamos diante de movimentos dirigidos 
exclusivamente pelo inconsciente, portanto 
são desprovidos de qualquer voluntariedade 
ou controle, ficando excluída a conduta do 
agente. Não haverá crime, seja doloso, seja 
culposo.. 
Ex: Sonambulismo e hipnose. 
OBS: se dormindo, numa ação de 
sonambulismo, xingarmos ou lesionarmos 
alguém não poderemos ser responsabilizados 
por ser uma ação totalmente inconsciente. 
Sujeitos da conduta 
• Sujeito ativo: pessoa que pratica a conduta 
criminosa 
Em regra praticado pela pessoa humana, e 
como exceção a pessoa jurídica em caso de 
crimes ambientais. 
→ 
CF/88 Art. 225. Todos têm direito ao meio 
ambiente ecologicamente equilibrado, bem 
de uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida, impondo-se ao poder 
público e à coletividade o dever de defendê-
lo e preservá-lo para as presentes e futuras 
gerações. 
 § 3º As condutas e atividades consideradas 
lesivas ao meio ambiente sujeitarão os 
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a 
sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar 
os danos causados. 
LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998 
Art. 3º As pessoas jurídicas serão 
responsabilizadas administrativa, civil e 
penalmente conforme o disposto nesta Lei, 
nos casos em que a infração seja cometida 
por decisão de seu representante legal ou 
contratual, ou de seu órgão colegiado, no 
interesse ou benefício da sua entidade. 
Parágrafo único. A responsabilidade das 
pessoas jurídicas não exclui a das pessoas 
físicas, autoras, coautoras ou partícipes do 
mesmo fato. 
OBS: para considerar a pessoa jurídica como 
sujeito ativo é necessário que “a infração seja 
cometida por decisão de seu representante 
legal ou contratual, ou de seu órgão 
colegiado, no interesse ou benefício da sua 
entidade.”. (requisitos cumulativos). 
 
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Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
 
Para os que defendem a responsabilidade 
penal da pessoa jurídica teremos aqui uma 
divisão interna, pois existem os que acredita 
que outras responsabilizações penais além 
dos crimes ambientais seriam possíveis 
desde que por lei e restritas a matéria de 
ordem econômica, ordem financeira e 
economia popular, que é o que está referido 
no parágrafo 5° Art. 173 da CF. E dentre 
esses mesmos que defende a 
responsabilidade penal da pessoa jurídica 
existe outra linha, que são os que vão dizer 
que a lei ordinária vai poder versar sobre 
qualquer responsabilização penal da pessoa 
jurídica independente da matéria, então não 
precisaria ficar restrita as condições do 
parágrafo 5°, Art. 173 CF. 
Independente da divergência interna hoje só 
tem lei ordinária versando sobre matéria de 
responsabilidade penal da pessoa jurídica em 
crime ambiental. 
Essa discussão é enquantoa pessoa jurídica 
como sujeito ativo do crime, enquanto sujeito 
passivo não é necessário previsão legal. 
Art. 173 CF. § 5º A lei, sem prejuízo da 
responsabilidade individual dos dirigentes da 
pessoa jurídica, estabelecerá a 
responsabilidade desta, sujeitando-a às 
punições compatíveis com sua natureza, nos 
atos praticados contra a ordem econômica e 
financeira e contra a economia popular. 
→ Dupla imputação, concurso necessário ou 
imputação simultânea: 
Consiste na exigência de que para ser 
denunciada a pessoa jurídica por um crime 
ambiental, a pessoa física seja denunciada 
também. 
Hoje o STF e o STJ não aplicam a teoria não 
aplica a exigência da imputação simultânea. 
• Sujeito passivo: titular do bem jurídico 
atingido pela conduta criminosa. (pode ser um 
ser humano, nos crimes contra a pessoa, ou 
o estado, a exemplo dos crimes contra a 
administração pública, eventualmente 
também poderá ser a coletividade, como os 
crimes contra a saúde pública, e a pessoa 
jurídica, como é o caso de um supermercado 
sujeito de um roubo., ou seja, crimes contra 
o patrimônio) 
O crime é tradicionalmente entendido como 
sendo uma ação humana. Então o sujeito 
ativo do crime tradicionalmente é qualquer 
pessoa humana que tenha capacidade de 
conduta, que possa ter ainda que 
minimamente voluntariedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
Crimes omissivos 
 
Tipos comissivos: 
→ Tipos incriminadores que descrevem um 
fazer 
EX: Furto 
 Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, 
coisa alheia móvel: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
Tipos omissivos 
→Tipos incriminadores que descrevem um 
não fazer 
EX: Omissão de socorro 
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando 
possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança 
abandonada ou extraviada, ou à pessoa 
inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave 
e iminente perigo; 
 Pena - detenção, de um a seis meses, ou 
multa. 
Omissão própria/ pura: 
 
• Dever geral de solidariedade 
 
Omissão imprópria/ crimes 
comissivos por omissão 
→ Tipo é comissivo (descreve um fazer), 
mas a conduta é omissiva. (descreve um não 
fazer). 
 
Para que o tipo comissivo seja aplicado a um 
comportamento omissivo, necessariamente 
precisamos estar diante de uma “omissão 
penalmente relevante”, ou seja, um 
garantidor que, podendo agir, descumpriu o 
seu dever. 
Omissão penalmente 
relevante 
Art. 13 - O resultado, de que depende a 
existência do crime, somente é imputável a 
quem lhe deu causa. Considera-se causa a 
ação ou omissão sem a qual o resultado não 
teria ocorrido. 
(...) 
 Relevância da omissão 
§ 2º - A omissão é penalmente relevante 
quando o omitente devia e podia agir para 
 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
 
evitar o resultado. O dever de agir incumbe a 
quem: (GARANTIDORES OU GARANTES) 
 tenha por lei obrigação de cuidado, proteção 
ou vigilância; 
de outra forma, assumiu a responsabilidade de 
impedir o resultado; 
 com seu comportamento anterior, criou o 
risco da ocorrência do resultado. 
Consequência jurídica do garantidor que, 
podendo agir, omite-se, descumprindo o seu 
dever de garante: responde como se tivesse 
comissivamente causado o resultado que ele 
não impediu (“omissão imprópria” ou 
“comissivo por omissão”) 
 EXEMPLO: 
 
 
• S = SALVA-VIDAS 
• B1 = BANHISTA 1 
• B2 = BANHISTA 2 
Situação 1: S e B1 veem B2 se afogando e 
nada fazem. B2 morre. 
R: S responde por crime comissivo por 
omissão e o B1 por crime omissivo próprio 
Situação 2: S e B1 estão conversando 
distraídos e não veem B2 se afogando e nada 
fazem. B2 morre. 
R: S responde por Homicídio culposo por 
omissão impropria 
B1 n responde por nada, pois não havia dolo 
nele 
Situação 3: S e B1 veem B2 se afogando e 
nada fazem. B2 é salvo por um terceiro 
banhista, sobrevivendo ao incidente. 
R: S responde por Tentativa de homicídio por 
omissão imprópria 
OBS: os crimes omissivos próprios ou puros 
não admitem tentativa, ao contrário da 
omissão imprópria, que admite a forma 
tentada. 
 
O nexo de não impedimento (Quando se 
trata dos garantidores)- responsabilização do 
sujeito por não ter impedido o resultado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
 
Relação de causalidade: teoria da 
equivalência das condições, concausas. 
Nexo de causalidade- vínculo que conecta a 
conduta ao resultado. Significa dizer que a 
gente estará provando que aquele resultado 
se deu da conduta que pretendemos imputar. 
CP. Art. 13 - O resultado, de que depende a 
existência do crime, somente é imputável a 
quem lhe deu causa. Considera-se causa a 
ação ou omissão sem a qual o resultado não 
teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11. 7.1984) 
Teoria da causalidade 
adequada: 
Para essa teoria causa é somente o evento 
suficientemente adequado (evento 
necessário) para a produção de um 
determinado resultado. 
Teoria da relevância jurídica: 
Causa aqui é a condição relevante para a 
produção do resultado. Essa teoria foi muito 
influenciada pelo pensamento neokantista., e 
não adota um conceito muito restritivo de 
causa e é também um conceito pouco 
objetivo. 
Teoria da equivalência dos 
antecedentes causais/teoria da 
conditio sine qua non (Teoria 
da condição sem a qual não): 
 A teoria vai analisar todos os eventos 
passados, e independente de ser relevante 
ou suficiente para causar o resultado equivale 
ao status de causa. 
A identificação das causas pela teoria da 
equivalência dos antecedentes causais é feita 
pelo juízo hipotético de eliminação, e o 
grande problema dessa teoria é o regresso 
ao infinito. Hoje os excessos que seriam 
promovidos por essa teoria são resolvidos 
fora do exame da causalidade, como por 
exemplo, a análise do dolo e da culpa. 
A teoria adotada pelo Código Penal brasileiro 
é a teoria da equivalência dos antecedentes 
causais. 
Teoria da imputação objetiva 
Essa teoria não é adotada pelo código mas os 
tribunais já começam a abrir espaço para 
essa teoria. 
Ela não é de fato uma teoria, e sim uma 
sistematização de várias teorias, consagrada 
por Claus Roxin. 
Essa teoria não veio com o objetivo de violar 
o princípio da responsabilidade subjetiva, para 
ela o crime é composto de parcela subjetiva, 
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Caderno direito penal 2- 2020.2 
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mas também possui aspectos de ordem 
objetiva. 
Tem por objetivo restringir a imputação 
penal a partir do exame de elementos 
objetivos do caso concreto, em paralelo aos 
exames subjetivos do caso concreto. 
O ponto de partida dela é a análise do risco, 
o sujeito precisa ter causado um risco 
proibido. 
Essa teoria vai impor a prognose póstuma 
objetiva, que seria olhar o fato passado e a 
partir daí ver se essa situação era nociva. 
1° filtro de imputação diminuição do risco- não 
haverá imputação delitiva se a conduta do 
agente foi praticada para a diminuição de 
outro risco maior. 
Ex: para tirar alguém das ferragens de um 
carro que estava prestes a explodir amputa-
se um membro, para evitar o suicídio damos 
um empurrão na pessoa pra dentro de casa. 
2° filtro de imputação risco juridicamente 
relevante- não haverá a imputação delitiva 
se a conduta do agente não chegou a causar 
um risco juridicamente relevante. Ficam 
excluídos da imputação os resultados que 
estão fora do domínio da vontade humana.. 
Ex: alguém que compra uma passagem de 
avião pra alguém torcendo que o avião caia. 
3° filtro, esfera de proteção da norma- Não 
haverá imputação delitiva quando a conduta 
não chega a violar a finalidade protetiva da 
norma. 
Uma pessoa está grávida e resolve assistirum 
jogo o campeonato e por um pico de 
pressão ocorreu um aborto espontâneo. 
Filtro do aumento do risco permitido- não 
haverá imputação delitiva se o agente 
aumenta um risco que, entretanto, já era 
permitido pelo ordenamento jurídico. 
Ex: pincel fabricado com pelo animal, que não 
teve o procedimento de desinfecção e uma 
pessoa veio a óbito, mas é provado que a 
desinfecção não seria eficiente o suficiente 
para impedir a morte, pois a bactéria do pelo 
do animal era resistente. 
 Filtro da auto colocação em perigo- não 
haverá imputação diante da auto colocação 
em perigo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
 
Concausas 
É quando mais de um evento causal concorre 
para a mesma prática criminosa/ mesmo 
resultado.. 
Elas podem ser classificadas como 
absolutamente independente e Relativamente 
independente 
Absolutamente independentes 
São aquelas em que vamos identificar que 
aquele evento causal não contribuiu e nada 
para a produção do resultado. 
Elas podem ser: 
• Preexistentes: Ocorre antes da conduta do 
agente 
Exemplo: João vai atirar contra José ele 
morre, mas ele não morreu por causa do 
disparo de João e sim porque ingeriu veneno. 
• Concomitantes: Ocorre simultaneamente à 
conduta do agente 
João dispara um tiro contra José e no 
mesmo instante Maria também disparou um 
tiro contra José e ambos n sabem da conduta 
um do outro. Um tiro atinge a cabeça e outro 
o ombro. O tiro que matou o autor responde 
por homicídio doloso consumado. O tiro do 
que acertou no ombro responde por 
tentativa de homicídio. 
• Supervenientes: A causa ocorre 
posteriormente à conduta do agente e com 
ela não guarda relação alguma de 
dependência 
Exemplo: Sujeito A da um tiro no sujeito B, e 
posteriormente o prédio que o Sujeito B esta 
desaba e todos que estavam no prédio 
morreram.. 
Caso seja provado que B só não saiu do 
prédio porque foi baleado seriam concausas 
relativamente independentes. 
Relativamente independentes 
São aquelas conectadas na sua origem, vão 
geram um reforço no processo causal.. O 
resultado virá a partir da soma das causas. 
• Preexistentes: a conduta já existia antes do 
comportamento do agente, mas quando 
conjugada numa relação de complexibilidade 
produz o resultado. 
Exemplo: Sujeito A é hemofílico e querendo 
mata-lo, e tendo noção da doença, eu dou 
uma facada numa localidade que em situação 
comum não seria capaz de matar alguém 
saudável, mas sim alguém hemofílico. Aqui 
temos uma soma de esforços para a morte 
do sujeito. 
• Concomitantes: é a causa que ocorrendo 
numa relação de simultaneidade do agente 
conjugada com a mesma é também 
considerada produtora do resultado 
 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
 
Exemplo: Na expectativa de matar C, A e B, 
um sem saber da conduta do outro, colocam 
2 gotas de veneno cada um na bebida de C, 
e a perícia constata que 3 gotas são 
suficientes para ocasionar a morte. Aqui eles 
respondem por homicídio doloso. E se for 
considerado como absolutamente 
independentes eles responderiam como 
tentativa de homicídio. 
• Supervenientes: A concausa ocorre 
posteriormente a conduta do agente e com 
ela tem ligação 
Exemplo: A envenena B, que tem certeza 
que vai morrer, não querendo esperar a 
morte chegar, atira em si mesmo. 
Art. 13 paragrafo CP 
§ 1º - A superveniência de causa 
relativamente independente exclui a 
imputação quando, por si só, produziu o 
resultado; os fatos anteriores, entretanto, 
imputam-se a quem os praticou. (Incluído pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Imagem tempo 1: 36h 
Quando avaliarmos o nexo de causalidade X 
concausa relativamente independente 
superveniente o sistema de responsabilização 
será: 
• Quando a concausa superveniente Não 
rompe o nexo: mantem-se o somatório das 
concausas e a todas será imputada a 
consumação do resultado final. Significa que a 
concausa superveniente está dentro de um 
desdobramento relativamente comum. 
*Quando a concausa superveniente rompe o 
nexo de causalidade significa que a concausa 
por si só produziu o resultado de modo que 
a concausa anterior somente poderemos 
imputar, no máximo, a tentativa 
 A ruptura do nexo de causalidade se verifica 
quando percebemos que essa concausa 
superveniente está fora de um 
desdobramento causal comum 
A dá um tiro em B que por isso será 
conduzido ao hospital, e lá o hospital pega 
fogo e todos morrem. Aqui temos o 
rompimento do nexo de causalidade, e o 
sujeito que deu o tiro será punido por 
tentativa de homicídio. 
Erros médicos muito grosseiros rompem o 
nexo de causalidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
 
Tipicidade 
Para tratar de tipicidade é preciso 
primeiramente diferenciar tipicidade formal e 
material 
Tipicidade formal/ legal 
: Correspondência de um fato da vida e um 
tipo incriminador, independentemente do 
grau de lesividade dessa conduta. 
Tipicidade material 
 Leva em consideração o grau de lesão ao 
bem jurídico tutelado pela norma penal. Aqui 
estamos diante de uma conduta 
materialmente atípica, pois, por exemplo, 
num furto de uma caixa de fósforo, não 
existe aqui a possibilidade disso afetar de 
modo significativo no patrimônio da pessoa 
lesada. 
• No primeiro momento Tipicidade = 
Tipicidade formal/legal 
• Num segundo momento Tipicidade = 
Tipicidade formal/ legal e tipicidade material. 
Não houve uma substituição do conceito de 
tipicidade formal pelo material, é necessário 
que haja uma conjugação desses conceitos 
para que se caracterize um crime. 
Existe outra noção de tipicidade introduzida 
por Zaffarini, que é a teoria da tipicidade 
conglobante. 
Aqui ele analisa que o direito penal muitas 
vezes é interpretado de maneira 
desconectada do ordenamento jurídico, 
portanto a tipicidade também seria 
desconectada. A sua preocupação é o fato 
de um mesmo dispositivo não poder abrigar 
mandamentos contraditórios entre si. 
A base de pensamento dessa teoria propõe 
que o conceito de tipicidade não pode estar 
afastado do ordenamento como um todo do 
ordenamento jurídico, ele deve ser 
examinado de modo conglobante. 
A partir dessa perspectiva ele constrói o 
conceito de anti normatividade., que não se 
confunde com o conceito de antijuridicidade. 
• Antijuridicidade: é o mesmo que ilicitude, a 
ilicitude é um elemento autônomo do 
conceito bipartido de crime. Quanto ao seu 
conteúdo, ele é dado por exclusão, ou seja, 
o legislador não se ocupa de dizer o que é 
ilícito. Todos os atos típicos são também em 
princípio ilícitos, a menos que incidam para o 
caso alguma excludente de ilicitude .( estado 
de necessidade, legitima defesa, estrito 
cumprimento de um dever legal, exercício 
regular de um direito, ou consentimento do 
ofendido). 
• Anti normatividade: é a conduta contrária ao 
ordenamento como um todo, e não apenas 
aos tipos incriminadores. Diante disso ele 
propõe a ideia de excludentes de anti 
normatividade, que seria toda conduta 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
 
estimulada ou comandada pelo ordenamento 
jurídico como um todo terá excluída sua anti 
normatividade e como consequência será 
uma conduta atípica.. 
Os nossos tribunais atualmente trabalham 
com essa ideia de tipicidade material. 
Conceitos importantes 
Tipo: molde abstrato que descreve a conduta 
criminosa 
Atipicidade relativa:: Não se encaixa 
Atipicidade absoluta: A conduta não é 
classificada como um tipo penal. 
Subsunção: enquadramento da conduta a 
essa moldura normativa 
Tipicidade imediata: existe quando essa 
subsunçãoé direta, não exige nenhuma outra 
norma. 
Tipicidade mediata: A incidência depende de 
outra norma jurídica, uma norma extensiva 
que vai gerar a ampliação da figura típica 
Tipicidade Objetiva 
A tipicidade se divide em tipicidade objetiva, 
formada pela tipicidade formal e pela 
tipicidade material, e tipicidade subjetiva. 
Elementos Objetivos: subdivididos entre 
elementos descritivos e normativos, são 
necessários para que uma conduta seja 
considerada formalmente típica. 
A) Descritivos: também chamados de 
elementos objetivos propriamente ditos, 
descrevem os aspectos materiais da conduta 
que são perceptíveis pelos sentidos e 
compreendidos independente de qualquer 
juízo de valor. Eles podem estar relacionados 
a coisa, lugar, tempo, modo de execução, 
objetos, etc. 
B) Normativos: exigem do intérprete um 
juízo de valor, podendo ser expressos por 
meio de termos jurídicos – aqueles que 
precisam de definição por outra norma 
(como “funcionário público”) – ou 
extrajurídicos – aqueles relacionados a 
aspectos subjetivos (como a palavra 
indevidamente) ou expressões culturais, as 
quais dependem dos costumes das pessoas 
do local em que a lei está inserida (como o 
que é considerado ato obsceno). Os tipos que 
contém elementos normativos são chamados 
de anormais. 
Tipicidade subjetiva 
elementos Subjetivos: tratam da intenção do 
agente que causa mal injusto a partir de sua 
conduta. 
A) Geral: ocorre quando o agente quer e 
prevê o resultado (dolo) ou quando concorre 
para o resultado em razão de conduta 
negligente, imprudente oi imperita (culpa). 
 B) Elementos subjetivos especiais: também 
chamados de elementos subjetivos do injusto 
ou dolo específico, estão previstos em alguns 
crimes. Eles são intenções específicas do 
agente, distintas do dolo, que precisam ser 
verificados para a ocorrência do tipo, ligados 
ao estado anímico do agente que, ao praticar 
o fato, possui uma finalidade particular. O tipo 
indica o especial motivo de agir do autor do 
delito. Na falta da finalidade específica, o ato é 
atípico. 
Ex: No furto, previsto no art. 155, do CP, o 
dolo está ligado à vontade do agente em 
“subtrair coisa alheia móvel”. Já o elemento 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
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subjetivo especial encontra-se na expressão 
“para si ou para outrem”. 
Tipos penais dolosos 
Os tipos penais dolosos são a regra no direito 
penal são a regra... 
Dolo é composto por dois elementos 
essenciais, elemento volitivo (vontade), e u 
elemento cognitivo (consciência). Portanto, é 
a consciência e vontade de realização da 
conduta descrita no tipo incriminador. 
• Teoria da vontade: teoria clássica do dolo, 
por ela, o dolo é o fato de possuir a vontade 
do resultado 
• Teoria do assentimento: o conceito de dolo 
abarca também o consentimento com o 
resultado. Contempla também a figura do dolo 
eventual 
• Teoria da representação: atua dolosamente 
o sujeito que prevê o resultado como 
provável 
• Dolo natural X dolo normativo: 
Dolo natural é o dolo que contém como 
elemento essencial a vontade e a consciência 
do fato. 
Dolo normativo, além da vontade, ele agrega 
também a consciência da ilicitude, ou seja, só 
age com dolo aquele que além de desejar o 
resultado, ele sabe que o resultado é 
criminalizado pelo direito. Hoje a dogmática 
geral trabalha com o dolo natural. 
• Dolo genérico X Dolo específico 
Dolo genérico se caracteriza pela vontade e 
consciência de produção do resultado 
descrito no tipo incriminador 
Dolo especifico, o legislador vincula a 
expressão do verbo a um especial fim de 
agir, expressos através de expressões como 
“para fim de”, “a fim de”. 
• Dolo direto X dolo eventual: 
 O dolo direto está muito relacionado a ideia 
de vontade, o agente quer o resultado, a sua 
conduta está dirigida a esse elemento final. Ele 
se desdobra em duas subespécies- dolo 
direto de 1 grau, que se verifica quando a 
conduta do agente se volta para aquele 
resultado específico, o agente diretamente 
tem por objetivo aquele resultado já o dolo 
direto de 2 grau, ou dolo necessário/dolo de 
consequências necessárias, também existe a 
vontade, entretanto aqui a vontade do 
aguente somente existe porque ele 
compreende que aquele resultado é uma 
consequência necessária para que ele alcance 
o seu objetivo principal. 
 Dolo eventual existe quando o agente não 
quer diretamente a realização do crime, 
porém, aceita como possível ou provável a 
sua prática, portanto estamos diante de 
alguém que assumiu o risco de produzir o 
resultado., portanto prevê o resultado e 
antecipadamente o aceita, O sentimento do 
agente é traduzido por uma indiferença a 
realização do resultado (“tanto faz”) 
Tipo penal culposo 
É a exceção. legal. Nos termo do Art. 18 CP 
no diz em seu parágrafo único no diz que o 
crimes em regra são dolosos, a menos que 
o legislador faça menção expressa da culpa 
Art. 18, inciso II 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
 
“.Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Crime doloso (Incluído pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 I - doloso, quando o agente quis o resultado 
ou assumiu o risco de produzi-lo;(Incluído pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Crime culposo (Incluído pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 
II - culposo, quando o agente deu causa ao 
resultado por imprudência, negligência ou 
imperícia. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 
 Parágrafo único - Salvo os casos expressos 
em lei, ninguém pode ser punido por fato 
previsto como crime, senão quando o pratica 
dolosamente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)” 
Nos crimes culposos o sujeito não deseja o 
resultado realizado. 
Nos crimes culposos vai existir uma 
contradição entre o resultado desejado X 
resultado realizado 
Elementos do crime culposo: (Esses 
elementos são cumulativos) 
• Existência de um tipo culposo 
• Inobservância de um dever e cuidar 
(negligência. Imprudência ou imperícia) 
Tanto a negligência quando a imprudência 
dizem respeito a cuidados do cotidiano 
Imprudência é a prática de uma conduta ativa 
inobservado o dever de cautela (“culpa in 
faciendo ou in committendo”) 
Negligência- O sujeito não fez o que deveria 
ter feito.. Conduta se manifesta por meio de 
não fazer. (culpa in ommittendo) 
Imperícia é uma forma especial de 
inobservância de dever de cautela., pois se 
projeta para peritos, ou seja, aqueles que 
estão no exercício de arte, profissão ou 
ofício. 
O simples erro profissional justificável não 
configura por si só com a imperícia, podendo 
se tratar de um acidente perdoável/ 
escusável, para que se fale em imperícia é 
indispensável que tenha havido a má 
aplicação das regras e princípios 
recomendados pela ciência para o exercício 
da arte, profissão ou ofício. 
• Resultado- Art. 18, CP, inciso II 
No crime culposo a ocorrência do resultado 
é indispensável 
• Nexo causal- é necessário provar que 
aquele resultado resultou da inobservância 
daquela conduta 
• Inexigibilidade de conduta diversa 
• Previsibilidade objetiva do resultado 
Obs: previsibilidade objetiva não se confunde 
com previsibilidade subjetiva. Analisar 
previsibilidade subjetiva seria verificar se o 
agente efetivamente previu que ele poderia 
vir a causar resultado lesivo. Já quando 
falamos em previsibilidade objetiva, significa 
valorar se o resultado era o não 
objetivamente previsível, portanto, a 
previsibilidade objetiva não leva em conta o 
 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
 
ponto de vista do sujeito da conduta, mas sim 
a valoração feita por um observador 
ATENÇÃO: Significa dizer que se estamos 
diante de um resultado que objetivamente 
falando seja absolutamenteimprevisível, por 
consequência exclui-se o crime culposo. 
Não é o CP que estabelece essa 
diferenciação, e sim a doutrina. 
• Culpa consciente/culpa com previsão/culpa 
com representação: aqui estamos diante da 
existência da previsibilidade subjetiva. Na culpa 
consciente o agente previu o resultado, mas 
mesmo assim por estar convicto de que o 
resultado com ele não ocorrerá, atua 
deixando de observar o os cuidados 
necessários, 
• Dolo eventual X culpa consciente 
Culpa inconsciente/Culpa sem representação 
Agente atuou sem prever o resultado. “culpa 
ex ignorantia” 
• Culpa imprópria/ má assimilação 
É uma culpa com intenção/vontade que se 
funda em um erro, uma má interpretação da 
realidade. 
• Culpa Temerária, também chamada de 
culpa gravíssima. São situações em que há 
uma culpa grosseira, uma inobservância do 
dever de cuidado. Em alguns casos pode 
gerar um aumento de pena, como ocorre 
em Portugal. No Brasil não há esse previsão 
ais gravosa no CP. Mas o código de trânsito 
brasileiro prevê um aumento de pena em 
negligências grosseiras. 
Observações sobre crime 
culposo: 
Não se admite a compensação de culpas no 
direito penal, portanto, não se fala em culpa 
da vítima como fundamento para exclusão da 
responsabilidade do autor. 
Crimes Preterdolosos 
Os crimes preterdolosos são espécie do 
gênero “crime qualificado pelo resultado”. O 
crime preterdoloso se caracteriza por ser 
uma conduta subjetivamente complexa 
marcada pela existência de dolo na conduta 
antecedente e culpa no resultado 
consequente. Pelo fato de possuírem a culpa 
na sua fórmula subjetiva ele não admite 
tentativa. A exemplo do crime de lesão 
corporal seguida de morte. 
Art. 129, parágrafo 3°. 
Homicídio doloso X lesão 
corporal seguida de morte 
No homicídio doloso existe o desejo que a 
morte ocorra, na lesão corporal seguida de 
morte a morte derivou de culpa 
Homicídio Culposo X lesão 
corporal seguida de morte 
No homicídio culposo não há por parte do 
agente dolo de causar lesão nenhuma. Já na 
lesão corporal seguida de morte, o sujeito 
tem dolo de lesionar, mas tem culpa no 
resultado morte. 
 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
 
Erro de tipo 
Erro de tipo é a falsa representação da 
realidade ou algum objeto. O erro de tipo é 
sempre um erro de FATO. O erro de tipo 
sempre exclui o dolo 
• Essencial 
Recai sobre circunstâncias elementares do 
tipo, circunstâncias fáticas que se agreguem 
tipo incriminador. 
Exemplo 1: X enterra Y vivo achando que 
estava morto. 
Exemplo 2: Sujeito quer matar um animal, 
atira achando que o matou, mas acaba 
matando uma pessoa 
Exemplo 3: X se confunde e leva para casa 
a mala de Y supondo que era sua. 
Exemplo 4: X pratica ato libidinoso ou 
conjunção carnal com Y achando que este 
teria 15 anos e não 13. 
 Invencível//Justificável/escusável 
Afasta tanto o dolo quanto a culpa, tornando 
o ato absolutamente atípico. 
Vencível, justificável, inescusável 
Art. 20 CP.. 
O erro afasta o dolo, mas permite que o 
agente seja punido a titulo de culpa se houver 
previsão legal do respectivo tipo culposo. 
Chamamos o erro de evitável permitindo 
assim a punição por crime culposo quando 
verificamos que o erro derivou da 
desatenção, da inobservância de um dever 
de cautela/ cuidado. 
• Discriminante putativa por erro de tipo 
Descriminar (tornar aquilo um indiferente 
penal) Putativo (significa o imaginário, algo que 
está apenas na mente do agente em virtude 
de uma má interpretação dos fatos 
OBS: As excludentes de ilicitude quando reais 
excluem ilicitude. Já nas descriminantes 
putativas, como se trata de um erro de tipo, 
exclui-se a tipicidade. 
Art. 20, parágrafo 1° 
Falar em discriminante putativa significa falar 
que o agente pensava estar em uma situação 
de estado de necessidade, legítima defesa, 
estrito cumprimento de um dever legal ou 
exercício regular de direito. 
Consequências penais: 
 Invencível/justificável/escusável 
 Vencível, justificável, inescusável 
Semelhante ao que ocorre no erro de tipo 
essencial evitável e inevitável. 
• Acidental 
É aquele que não afasta o dolo e a culpa, não 
torna lícita a ação criminosa, tendo em 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
 
vista que recai apenas sobre elementos 
acessórios, acidental, não essencial, do fato ou 
erro no movimento de sua execução. Como 
a estrutura essencial do tipo incriminador 
estará perfeitamente preenchida, não exclui 
dolo nem culpa, mantendo-se a punição. 
 Erro sobre a pessoa (“erro in persona”) 
O erro não recai sobre qualquer elementar, 
circunstância ou outro elemento do tipo, mas 
sim á identificação da vítima o que não 
acarreta a modificação na classificação do 
crime cometido pelo agente 
Art. 20, parágrafo 3° CP. 
 Erro sobre a execução (“Aberratio ictus”) 
Ocorre quando, por acidente ou erro no uso 
dos meios, o agente ao invés de atingir a 
pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa 
diversa 
Art. 73 CP e Art. 70 CP 
A consequência jurídica é a mesma do erro 
sobre a pessoa. A diferença é que no erro 
sobre a pessoa o agente confunde as vítimas, 
enquanto na aberratio ictus houve um 
acidente na execução. 
 Resultado diverso do pretendido (“Aberratio 
criminis”/ “aberratio delicti”) 
Ocorre quando fora dos casos de acidente ou 
erro na execução do crime, sobrevier 
resultado diverso ao pretendido. 
Art. 74 CP 
A consequência jurídica é que o agente será 
responsabilizado pela forma culposa do crime 
contra a pessoa. 
 
Exemplo: Agente quer atingir coisas (quebrar 
vidraça), mas atinge uma pessoa 
Duas espécies de erro de tipo acidental: 
Não estão previstas no CP 
• Erro sobre o objeto:(error in objecto) 
Ocorre quando o agente, agindo com 
vontade livre e consciente de praticar uma 
conduta que saber ser penalmente ilícita, 
comete erro quanto à qualidade do objeto. 
OBS: o erro sobre o objeto é irrelevante, o 
agente será responsabilizado, já que agiu 
com vontade e consciência e praticar um 
crime 
OBS: o erro sobre o objeto é irrelevante, o 
agente será responsabilizado, já que agiu 
com vontade e consciência de praticar um 
crime. 
• Erro sobre a causa (aberratio causae) 
 O erro reside na causa do resultado. 
OBS: o erro sobre a causa é irrelevante, o 
agente será responsabilizado, já que agiu 
com vontade e consciência de praticar o 
resultado, apenas se equivocando quanto à 
causa do resultado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
 
Iter criminis 
Trata-se do percurso para a realização do 
crime, que vai da cogitação à consumação. 
Só cabe para crimes dolosos. 
Cogitação: momento de ideação do delito, ou 
seja, quando o agente tem a ideia de praticar 
o crime. Ase exclusivamente interna. O DP 
não pune a cogitação por si só. 
Preparação: é a fase de exteriorização da 
ideia de crime, através de atos, que começam 
a materializar a perseguição ao alvo idealizado, 
configurando uma verdadeira ponte entre a 
fase interna e a execução. O agente se cerca 
de meios, elementos oi instrumentos que irão 
viabilizara execução futura de um crime. 
ATENÇÃO: NÃO são puníveis, em regra, os 
atos meramente preparatórios. 
Excepcionalmente, diante da relevância da 
conduta, o legislador precisa criar um tipo 
especial, prevendo punição para preparação 
de certos delitos, embora, nesses casos, 
exista autonomia do crime preparatório. 
Ato executório: Fase da realização da 
conduta designada pelo núcleo da figura 
típica, constituída, como regra, de atos 
idôneos e unívocos para chegar ao resultado, 
mas também daqueles que representam atos 
imediatamente anteriores a esses, desde que 
se tenha certeza do plano concreto do autor 
Estamos falando de conduta que,de forma 
inequívoca geram lesão ou perigo concreto 
de lesão ao bem jurídico. 
Consumação: é o momento da conclusão do 
delito, reunindo todos os elementos do tipo 
penal. 
Art. 14, inciso I 
Tentativa:- inciso 14, inciso II e parágrafo único. 
Exaurimento: é a fase de consumação da 
conduta designada pelo núcleo da figura típica 
construída, como regra, de atos idôneos e 
unívocos para chegar ao resultado, mas 
também daqueles que representarem atos 
imediatamente anteriores a esses, desde que 
se tenha certeza do plano concreto do autor. 
Classificação dos crimes 
quanto ao resultado 
Crime material: só se consuma com o 
resultado naturalístico 
Exemplo: Homicídio, Art. 121. , Roubo- Art. 157, 
Estelionato- Art. 171. 
Crime Formal/ Crimes de consumação 
antecipada: Não exigem a produção do 
resultado naturalístico para que o crime seja 
consumado, ainda que seja possível que ele 
ocorra. Se o resultado naturalístico vier a 
ocorrer, será considerado mero exaurimento. 
Exemplo: Ameaça- Art. 147; Corrupção 
passiva. - Art. 317 
Os crimes formais admitem tentativa, desde 
que se tratem de crime plurissubsistentes. 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
 
Espécies de tentativa 
Art. 1, inciso II. 
Para que haja tentativa é necessário que o 
crime esteja ao menos na fase de execução 
e se o crie não for consumado. Essa não 
consumação se deveu a algo alheio a vontade 
do agente. Portanto, a tentativa não se 
confunde com a desistência voluntária (Art. 15) 
e arrependimento eficaz. 
A tentativa é causa de diminuição de pena e 
norma de extensão 
As espécies de tentativa a doutrina vai analisar 
quão próxima ou distante o 
Tentativa branca/incruenta: Ocorre quando o 
agente não consegue lesar minimamente o 
bem jurídico visado 
Tentativa cruenta/ vermelha: o agente lesiona 
minimamente/ parcialmente o bem jurídico 
visado 
Tentativa perfeita/ acabada/ crime falho: 
ocorre quando o agente esgota todos os 
meios que tinha a seu dispor a fim de alcançar 
a consumação da infração penal, que 
somente não ocorre por conta de 
circunstâncias alheias a sua vontade 
Tentativa imperfeita/ inacabada: Ocorre 
quando o agente é interrompido durante a 
prática dos atos de execução, não chegando 
a fazer tudo aquilo que intencionava para 
chegar à consumação do delito (“quero 
prosseguir, mas não posso, não consigo”) 
Desistência voluntária 
Art. 15. (parte inicial) 
O agente interrompe voluntariamente os atos 
de execução, impedindo, por ato seu, a 
consumação da infração penal, razão pela 
qual a desistência voluntária é também 
conhecida por tentativa abandonada. 
Basta haver “voluntariedade”(ou seja, o 
agente não será forçado física ou 
psicologicamente), não se exigindo 
“espontaneidade” (ou seja, a ideia não precisa 
ter partido do agente) 
Consequência jurídica: O agente só 
responderá pelos atos já praticados (pela 
forma consumada daquilo que ele 
efetivamente causou) 
Formula de Frank: 
Tentativa imperfeita: “quero prosseguir, mas 
não posso” 
Desistência voluntária: “posso prosseguir, mas 
não quero” 
Arrependimento eficaz 
Crimes que não admitem 
tentativa: 
 Contravenções penais 
Lei de contravenções Art. 4º Não é punível 
a tentativa de contravenção. 
 Crimes habituais: crime não se refere ao ato 
em si, mas o hábito do ato 
Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, 
a profissão de médico, dentista ou 
farmacêutico, sem autorização legal ou 
excedendo-lhe os limites: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
 
Parágrafo único - Se o crime é praticado 
com o fim de lucro, aplica-se também multa. 
 Crimes preterdolosos e crimes culposos 
 Crimes unissubsistentes 
A inexistência se traduz, necessariamente 
em um único ato, não sendo possível o seu 
fracionamento no “iter criminis” 
Ex: injúria verbal 
 Crimes omissivos próprios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
 Crimes impossíveis
Conceito 
Crime impossível de se consumar e diante 
dessa impossibilidade o legislador opta por 
não punir a tentativa. 
Pode também ser chamado de tentativa 
inidônea, tentativa inadequada ou quase crime. 
Art. 17 CP 
Teorias 
Analisa a responsabilidade do agente com 
base na sua vontade. Basta a manifestação da 
vontade da prática delituosa para se 
configurar, ao menos, uma tentativa 
Vai avaliar os meios e objetos que foram ou 
poderiam ser alcançados da prática delitiva. 
• Teoria objetiva pura: se o meio era absoluta 
ou relativamente ineficaz ou o objeto era 
absoluta ou relativamente impróprio. 
• Teoria objetiva temperada: Analisa o grau 
da ineficácia e o grau da impropriedade para 
analisar se o sujeito deve ou não ser 
imputado. Teoria adotada pelo Brasil 
 
Absoluta ineficácia do 
meio X absoluta 
impropriedade do objeto 
Absoluta ineficácia do meio: O agente 
está meio ou absolutamente ineficaz é 
aquele que jamais levaria o agente a uma 
situação delitiva, mesmo que utilizado em 
excesso. 
Ex: matar alguém com arma de 
brinquedo 
ATENÇÃO: A eficácia ou ineficácia do 
meio é pesada a partir do resultado que 
se desejava produzir 
Obs: Na ineficácia relativa o meio utilizado 
possui certa potencialidade lesiva, ainda 
que reduzida por alguma razão, a 
exemplo de abortivos passados da 
validade 
Absoluta ineficácia do objeto: Objeto 
corresponde a pessoa ou coisa sobre a 
qual recai a conduta criminosa 
Objeto absolutamente impróprio é aquele 
que não se enquadra no tipo 
incriminador., tratando-se de bem ou 
valor que não está tutelado pela norma 
penal respectiva 
Exemplo: Matar uma pessoa morta 
 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
 
Crime impossível X delito 
putativo 
Delito putativo: Não está contida em nenhum 
tipo penal, a conduta não corresponde a 
nenhuma figura criminalizada na legislação 
Jurisprudência 
Súmula 145 STF 
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/ar
tigos/697151351/sumula-567-do-stj-anotada-
crime-impossivel 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/697151351/sumula-567-do-stj-anotada-crime-impossivel
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/697151351/sumula-567-do-stj-anotada-crime-impossivel
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/697151351/sumula-567-do-stj-anotada-crime-impossivel
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
ilicitude/Antijuridicidade 
Conceito 
 Relação de antagonismo, de contrariedade 
entre a conduta do agente e o ordenamento 
jurídico. De acordo com a teoria da “ratio 
cognoscendi” a tipicidade funciona como 
indício de ilicitude (ou seja, toda conduta típica 
é também, em princípio, ilícita- a menos que 
incida, no caso, alguma excludente de ilicitude) 
Art. 23 CP 
Excesso Punível 
O excesso, doloso ou culposo, sempre será 
punível, diante disso, impõe-se ao intérprete 
uma valoração da proporcionalidade da 
conduta diante das circunstâncias fáticas 
apresentadas. 
Definição legal 
O legislador apenas definiu o estado de 
necessidade e a legítima defesa. Não houve 
uma definição específica para o estrito 
cumprimento do dever legal e o exercício 
regular de direito, tarefa que coube a doutrina 
e a jurisprudência. Quanto aos conceitosdefinidos em lei questiona-se se estão 
vinculados somente elementos de ordem 
objetiva ou se também agregarão um 
requisito da ordem subjetiva. 
Estado de necessidade 
Art. 24 
“É o sacrifício de um interesse juridicamente 
protegido, para salvar de perigo atual e 
inevitável o direito do próprio agente ou de 
terceiro, desde que outra conduta, nas 
circunstâncias concretas, não fosse 
razoavelmente exigível (NUCCI)” 
 
• PERIGO
Risco ao bem jurídico: pessoas, animais, coisa. 
Ex: Incêndio acidental, naufrágio, pandemia, 
fome, seca 
• ATUAL 
Está acontecendo 
• CAUSADOR DOLOSO DO RISCO 
Não poderá alegar estado de necessidade 
para salvar-se (sendo culposo poderá) 
• GARANTIDORES 
Não poderá alegar estado de necessidade 
para fugir do perigo 
• PONDERAÇÃO DE BENS JURÍDICOS 
Bem jurídico protegido X bem jurídico 
sacrificado 
ESTADO DE NECESSIDADE AGRESSIVO X DEFESIVO 
 
 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
 
• Defensivo: ocorre quando o agente pratica 
o ao necessário contra coisa ou animal do 
qual promana o perigo para o bem jurídico 
Exemplo: A, atacado por um cão bravo, vê-
se obrigado a matar o animal 
• Agressivo: ocorre quando o agente se volta 
contra pessoa ou coisa diversa daquele da 
qual provém o perigo para o bem jurídico 
Exemplo: para prestar socorro a alguém, o 
agente toma o veículo alheio, sem 
autorização do proprietário. 
ESTADO DE NECESSIDADE JUSTIFICANTE X ESTADO DE 
NECESSIDADE EXCULPANTE 
• Justificante: funciona coo causa de exclusão 
da ilicitude. põe que o bem jurídico protegido 
tenha um valor maior ou igual ao bem jurídico 
sacrificado 
• Exculpante: funciona como excludente de 
culpabilidade. Nesse caso, o bem jurídico 
protegido tem valor inferior ao bem jurídico 
sacrificado 
 
OBS: O CP brasileiro trabalha somente com o 
conceito de Excludente normativa justificante 
(portanto. Adotamos a teoria unitária do 
estado de necessidade), já o Código penal 
militar, todavia, trabalha tanto com o conceito 
de EM justificante quanto o de EM 
exculpante (portanto, o CPM adotou a teoria 
diferenciadora do EN, já que diferencia essas 
duas espécies. 
EXIGÊNCIA DO SACRIFÍCIO 
Em determinados casos, a ponderação do 
bem jurídico requer que, ao invés do titular 
do bem jurídico ao invés de enfrentar o 
perigo, suporte a lesão ao seu bem jurídico, 
pois a exigência do seu sacrifício se mostra 
mais razoável para o caso. Ou seja, se 
possível fugir do perigo em vez de enfrenta-
lo, a fuga se impõe. 
 
 
 
Legítima defesa 
Art. 25 
• INJUSTIÇA 
Estamos diante de um risco ao bem jurídico 
que partiu de uma conduta humana injusta 
• ATUALIDADE OU IMINÊNCIA 
Está acontecendo ou está prestes a 
acontecer 
• CONTRA DIREITO PRÓPRIO OU DE TERCEIRO 
Assim como no EN, também podemos falar 
em LD própria ou de terceiro 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
. 
• Utilização de meios necessários 
São os meios eficazes e suficientes para 
repelir/ afastar/fazer cessar a agressão injusta 
• Moderação 
Exige-se, portanto, uma proporcionalidade 
entre ação X reação para que se adita a tese 
de legítima defesa, ainda que não se exija 
uma medida de equivalência matemática 
OBS: Quanto ao elemento subjetivo, 
conforme já expusemos em tópico anterior, 
entendemos que deve existir também a 
vontade de se defender. 
 Ofendículos/ofendículas 
São mecanismos de predisposição de defesa 
Algumas correntes divergem quanto a 
natureza jurídica desses ofendículos uns as 
consideram como exercício regular de direito, 
enquanto outras o consideram como legítima 
defesa 
Legítima defesa X Fuga 
Não se impõe a fuga na legítima defesa, 
sempre será uma faculdade do agente fugir 
ou enfrentar a injusta agressão. 
Legítimas defesas 
simultâneas 
Não é possível falar e legítimas defesas reais 
simultâneas, já que a LD depende da 
exigência de uma injusta agressão contra a 
qual se coloca uma reação justa, legítima. 
OBS: a simultaneidade da LD só é possível 
quando um dos agentes atua em LD 
PUTATIVA (nesse caso terá a tipicidade de 
sua conduta excluída, enquanto o outro, ao 
atuar em LD, terá a incidência da excludente 
de ilicitude 
Legítimas defesas sucessivas 
Plenamente possível quando a vítima incorre 
em excesso, ocasião em que iremos 
identificar ia inversão de polos, na qual a vítima 
se transforma em agressor, e o agressor 
inicial se transforma em vítima.. Ambos 
responderão quanto às suas práticas 
ilícitas/injustas 
 
Obs: Parágrafo único Art. 25, CP. 
Estrito cumprimento de um 
dever legal 
Seu conceito não está previsto no CP. 
Trata-se da ação praticada em cumprimento 
de um dever imposto por lei, penal ou 
extrapenal, mesmo que cause lesão ao bem 
jurídico de terceiro. Pode-se vislumbrar, em 
diversos pontos do ordenamento pátrio, a 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
 
existência de deveres atribuídos a certos 
agentes que, em tese, podem configurar 
fatos típicos. 
EX: Art. 301 CPP. 
Exercício regular de direito 
É o desempenho de uma atividade ou a 
prática de uma conduta autorizada por lei, 
que torna ilícito um fato típico. Se alguém 
exercita um direito, previsto e autorizado de 
algum modo pelo ordenamento jurídico, não 
pode ser punido, como se praticasse um 
delito.. O que é ilícito em qualquer ramo do 
direito, há de ser também no direito penal 
Consentimento do ofendido 
Teoria dualista- diferencia acordo de 
consentimento., ambos são manifestações de 
autonomia 
Teoria monista – trabalha somente com a 
categoria consentimento. 
 
 
Acordo: quando o dissenso da vítima é uma 
elementar do tipo incriminador, o seu 
consenso será chamado de acordo, e, como 
efeito, excluirá a tipicidade. 
EX: Crime de violação de domicílio. Art. 150 
CP 
Consentimento ocorre diante do consenso da 
vítima nos tipos incriminadores cujo dissenso 
ou consenso são aspectos irrelevantes para 
fins de incidência do tipo incriminador. 
Aqui estamos diante, no consentimento, de 
uma excludente de tipicidade. 
 Roxin analisa o bem jurídico tutelado no tipo 
incriminador. 
 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
 
Bem jurídico aqui também é chamado de 
objeto jurídico ou integridade física. Esses 
conceitos não se confundem com a definição 
de objeto material, que é a pessoa ou coisa 
sobre a qual recai a conduta. 
Segundo Roxin, o bem jurídico deve ser 
pensado a luz da autonomia do titular. Se a 
conduta é praticada conforme consentimento 
válido do titular do bem jurídico, podemos 
dizer que a lesão somente se projeta contra 
o objeto material da conduta, mas não haverá 
lesão ao bem jurídico, uma vez que 
materialmente satisfeito nos termos da 
autonomia do sujeito que consentiu (portanto, 
Roxin defende que o consentimento válido 
exclui tipicidade material) 
• Capacidade para consentir 
(problema: O que é capacidade para o direito 
penal?) 
• Bem jurídico disponível (problema: Quais 
são os bens jurídicos disponíveis e 
indisponíveis?) 
• Precisa ter sido emanado livre de vícios 
(erro, fraude, coação e outros vícios 
negociais) 
• Consentimento dado antes ou durante a 
prática da conduta (OBS: Consentimento é 
revogável) 
• Conhecimento do agente acerca do 
consentimento ofertado (elemento subjetivo) 
• Consentimento não deve ofender moral e 
bons costumes (O que é moral? Quais são os 
costumes ditos “bons”) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
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Culpabilidade 
Conceito 
Corresponde a um juízo de reprovação da conduta, que 
irá impor uma valoração para a conduta do sujeito. 
Teoria psicológica 
É uma teoria sob a influência docausalismo. 
É chamada de teoria psicológica, pois “dolo” e “culpa” são 
tratados como elementos psicológicos, e, por sua vez, 
estavam situados dentro da culpabilidade. 
Teoria normativa ou normativo-
psicológica 
Teoria sob influência do causalismo e do neokantismo. 
Para os adeptos da teoria normativa, também chamada 
de normativo-psicológica “dolo” e “culpa” são mantidos 
como elementos psicológicos dentro da culpabilidade. 
Entretanto, além do aspecto psicológico da culpabilidade, 
eles inserem também o elemento normativo/ valorativo- 
consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta adversa. 
Teoria normativa pura 
Corresponde à consequência do finalismo enquanto 
marco pragmático 
Após as mudanças induzidas por Hans Welzel, os 
elementos psicológicos “dolo” e “culpa” são retirados da 
culpabilidade, esta deixa de ser psicológica, passando a 
ser puramente normativa/valorativa. Com isso, a 
tipicidade, antes puramente objetiva para os causalistas, 
passa a ser tanto objetiva quanto subjetiva (“tipos 
dolosos” e “tipos culposos”) 
Críticas funcionalistas 
• Necessidade de se pensar a culpabilidade a partir de 
uma perspectiva político-criminal, portanto examinando 
as finalidades da pena. A pena passa a deixar de ser 
pensada como pressuposto da pena, passando a ser 
entendida como fundamento/ limite da pena. 
• O livre-arbítrio como fundamento da 
reprovabilidade/juízo de censura passa a ser alvo de 
críticas. Contribuição da neurociência para criticar a 
concepção de “liberdade plena” 
Cocupabilidade 
• Crítica que parte do funcionalismo reducionista de 
Zaffaroni (minimalista radical-deslegitimador). Zaffaroni e 
Pierangeli trabalham o conceito de culpabilidade por 
vulnerabilidade, compreendo que em certos casos o 
estado deve ser criticamente visto como um 
“corresponsável” pelo delito, nas hipóteses em que o 
cometimento do crime está relacionado à situação de 
vulnerabilidade do agente, que repercute na redução do 
seu rol de oportunidades sociais e, consequentemente, 
na diminuição da sua autodeterminação. 
 
 
 
Excludente de culpabilidade 
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Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
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Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
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Daniela Portugal 
 
Com reação as excludentes legais, a gente notou que os 
primeiros elementos a serem analisados são a idade e o 
desenvolvimento mental e exigibilidade de conduta 
adversa. 
Exigibilidade de conduta diversa significa dizer que só se 
pode responsabilizar o agente quanto fica provado que 
o agente podia agir de outro modo. A pessoa tem a 
opção de agir licitamente e ilicitamente, e mesma escolhe 
agir de modo ilícito.. 
Com relação às hipóteses supralegais: 
Estado de necessidade exculpante 
 
Coculpabilidade 
Parte da ideia de que o estado tem uma série de 
responsabilidade para com os cidadãos, mas em muitos 
casos se omite, ocasionando situações de extrema 
vulnerabilidade e desproteção., essa situação ocasionada 
pode contribuir para que o sujeito pratique algum delito, 
tendo e vista isso, o estado é tido como um coculpado 
por esse delito. 
Motivo de consciência 
Segundo Roxin, a excludente de culpabilidade se refere 
ao motivo de consciência (liberdade religiosa) 
Segundo Roxin condutas fundamentadas no motivo de 
consciência não podem ser responsabilizados no campo 
da culpabilidade, estamos diante da exigibilidade de 
conduta adversa. 
Já Juarez Cirino dos Santos, analisa que o motivo de 
consciência será utilizado para excluir as tentativas 
criminosas, ou seja, as situações em que o resultado 
lesivo não ocorreu, mas situações em que não houver 
nenhuma outra solução o sujeito estará obrigado a agir 
ainda que contra o seu motivo de consciência religiosa 
sob pena de responsabilização penal 
O motivo de consciência não se confunde com motivo 
de convicção. O motivo de convicção são convicções 
pessoais não necessariamente pautadas em questões 
religiosas. 
Desobediência civil 
Desde que não sejam atos de violência. 
EX: ocupações 
RECAPTULANDO: 
Os elementos da culpabilidade são: 
• Imputabilidade 
• Exigibilidade de conduta adversa (sentido legal e 
supralegal) 
• Potencial consciência da ilicitude (erro de tipo e erro 
de proibição) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
Erro de proibição 
Diferenciação entre erro de tipo e erro 
de proibição: 
 • Erro de tipo é sempre uma má interpretação dos fatos 
• Erro de tipo inevitável afasta dolo e culpa 
• Erro de proibição é uma má interpretação do 
ordenamento jurídico. 
Se for um erro inevitável ele afasta a culpabilidade, e o 
erro de proibição evitável funciona como causa de 
diminuição de pena de 1/6 a 1/3 
O objetivo aqui é analisar se o sujeito tinha potencial 
consciência de que sua conduta era ilícita.. 
Art. 21 CP. 
Espécies de erro de proibição: 
• Erro de proibição direto: O agente acredita que 
aquela conduta é absolutamente atípica.. Desconhece 
que a conduta está tipificada no ordenamento. 
 Ex: Holandês que acha que o consumo da maconha é 
permitido no Brasil, quando em verdade não é. 
• Erro de proibição indireto (erro de permissão): O 
sujeito sabe que a conduta é tipificada enquanto crime 
no ordenamento jurídico, mas ele age por acreditar 
estar autorizado por uma causa de justificação. 
 EX: o médico sabe que matar alguém é crime, mas ele 
equivocadamente supõe que o ordenamento jurídico 
permite que ele pratique eutanásia a pedido da vítima, 
sendo que isso ainda é crime. 
Diferenciação entre discriminante putativa por erro de 
tipo de erro de tipo indireto: 
Discriminante putativa por erro de tipo: É um erro de 
fato, por má interpretação da realidade (erro de tipo 
permissivo). Nesse caso o agente supõe uma situação 
fática, que se existisse tornaria sua ação legítima. 
• Ex: supõe equivocadamente uma iminente agressão 
(legítima defesa putativa), supõe equivocadamente uma 
situação de perigo( estado de necessidade putativo), 
supõe equivocadamente uma autorização 
(consentimento putativo). 
Erro de proibição indireto não consiste numa má 
interpretação da realidade, mas sim do ordenamento 
jurídico. Esse erro também é chamado de erro de 
permissão (exclui culpabilidade) 
Para a teoria extremada da culpabilidade não há diferença 
entre de tipo permissivo e erro de permissão e todos 
os erros relacionados a justificantes sejam de fato ou de 
interpretação jurídica, serão erros que atrairão como 
efeito a exclusão da culpabilidade.. 
A teoria limitada diferencia essas duas espécies de erro.. 
A teoria que o Brasil adota é a limitada da culpabilidade. 
• Erro mandamental: Está relacionado aos crimes 
omissivos. Nesse caso, o sujeito deixa de agir, pois 
acreditava que o ordenamento não o obrigava a agir. Ou 
seja, ele desconhece o dever de agir que lhe é imposto. 
 
 
Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos 
Caderno direito penal 2- 2020.2 
Daniela Portugal 
Concurso de Pessoas 
Art. 29 CP. 
Crimes unissubjetivos 
São crimes de concurso eventual. Pode haver ou 
não concurso de pessoas, o crime pode ser 
praticado por um só sujeito. 
Crimes plurissubjetivos 
São crimes que para a existência da infração 
penal, necessariamente, precisam ser praticados 
por uma pluralidade de agentes. 
Ex: Art. 288 CP. 
Espécies de concurso de agente: 
• Coautoria 
• Participação 
Requisitos para o concurso de 
pessoas 
• Pluralidade

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