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Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Teoria geral do delito Teoria bipartida- crime é ato típico e ilicitude (crime envolve a presença de dois elementos) Teoria tripartida- crime é ato típico, ilicitude e culpabilidade (teoria majoritária) Teoria quadripartida- conceito jurídico com 4 elementos, fato típico, ilicitude, culpabilidade e punibilidade Crime Conceito definido na lei de introdução ao CP Art. 1: “Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.”. Conceito bipartido de Infração penal Crime – delito- punido por reclusão (regime inicial fechado, semiaberto ou aberto) ou detenção (cujos regimes de cumprimento não podem ser fechados, apenas aberto ou semiaberto, com possibilidade de regressão para regime fechado). Contravenção- punida com prisão simples (regime semiaberto ou aberto, não cabe regressão para regime fechado) Portanto o Brasil adora o conceito bipartido de infração penal, e conceito tripartido de crime/delito. Crimes ou delitos- elementos do crime: Fato típico • Conduta • Resultado • Nexo de causalidade • Tipicidade fato típico é o princípio da legalidade materializado Ex: matar alguém Ilicitude ou antijuridicidade, o conceito de elementos do crime é dado no conceito de excludente de ilicitude: • Não está em legítima defesa • Estado de necessidade • Estrito cumprimento de um dever legal • Exercício regular de um direito •Consentimento do ofendido (causa supralegal) Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Culpabilidade • Imputabilidade • Potencial consciente da ilicitude • Exigibilidade de conduta diversa Características do modelo positivista do séc. XIX. (esses teóricos não explicavam muito bem a questão da tentativa) • Desenvolvimento do conceito clássico de delito (sob a influencia desse modelo de descoberta de direito como pensamento científico) • Influencia do método analítico de estudo. • Avaliação do que o sujeito causou e não o que ele teve intenção que causar. Modelo neoclássico ou neokantista Por mais que a experiência funcione como ponto de partida o conhecimento se dá pela racionalização. Introdução de elementos valorativos no campo da tipicidade Conceito de delito no finalismo • Ação humana como elemento central do conceito de crime • Conduta humana passada pelo querer agir, ou seja, a exteriorização de uma vontade de agir livre e consciente. • Distinção entre tipos dolosos e culposos, esses elementos já não são mais partes da culpabilidade e sim da ação. • A culpabilidade agora é normativa • A tipicidade passa a ser subjetiva e objetiva (analise do que o sujeito causou e o que este queria causar) Conceito analítico de crime ou estratificado Crime como fato típico, ilícito e culpável. Modifica a teoria do delito, mas mantém os sub elementos dessa perspectiva de crime. Influencia grande do causalismo no CP brasileiro Evolução dogmática do crime → • Violação à lei penal – análise do crime sob um aspecto formal/ doutrinário • Fato típico+ ilícito+ culpável- análise sob um aspecto formal/ analítico (analise no caso, tripartidária) • Violação a bens jurídicos fundamentais - análise sob aspecto material. Informações preliminares 1- Antes de 1906 não existia uma teoria geral do crime, cada crime era analisado de por si, o juiz poderia analisar de acordo com sua própria técnica Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal 2- não existia uma fórmula unitária para análise do ato potencialmente criminoso cada juiz julgava de acordo com o que ele acreditava ser crime ou não, não existia um modelo que o guiava, o grau de discricionariedade do juiz era muito grande 3- a teoria geral do crime gera uma relação de segurança jurídica entre Estado-juiz e pessoa julgada 4-corrente positiva da ciência: surgem teorias físicas, químicas, matemáticas (ex: evolução da espécie, estudo dos gases, Newton, etc.). desenvolvimento da ciência positiva, que pode ser estudada em laboratório, dentro de um esquema. Como as “ciências do espírito” (filosofia, história, direito) são desvalorizadas por não poderem ser provadas empiricamente. Em resposta surge o que chamamos de “positivismo jurídico”- que se configura na tentativa de adaptar ao direito as técnicas científicas. Isso oi feito com a criação de critérios que se aplicariam somente ao direito. O direito criava o seu próprio positivismo, a sua própria cientificidade. Os juristas estudam o crime em partes, pois as ciências da época estudavam as coisas dividindo as coisas e parte, tentando estudar as partes para chegar ao todo. O direito tentou adaptar essa técnica para o próprio direito. Criação de um método científico: método analítico do crime. Juízes de locais distintos conseguem julgar de modo semelhante pois agora possuem um norte para se basearem. A teoria clássica do crime surge nesse embate, uma tentativa de criar uma teoria metodológica do crime. Teoria clássica (Aspecto formal-analítico) Modo de pensar o crime → “observar e descrever” O crime como “SER” e não como “DEVER- SER”. Não existe aqui a interpretação, apenas a observação e descrição. Dividiu o crime em duas forças: • Força física: conduta que gera um resultado Ex: um cidadão dirigindo uma charrete perde o controle e mata uma criança • Força moral: força para que haja um crime, força psicológica (dolo e culpa) CRIME: AÇÃO DOLOSA + CULPABILIDADE (DOLO E CULPA) Aqui ainda não existia o fato típico, isso ocorre na segunda fase. Estrutura analítica do crime = INJUSTO PENAL- representa a força física (leões ou ameaças a lesões ao bem jurídico) + culpabilidade- representação da força moral (dolo ou culpa) + punibilidade Obs.: a impunibilidade é um pressuposto do crime (se a pessoa é maior, menos, possui alguma doença mental) ) → Beling: cria o tipo penal (ele não concebia o direito penal sem o princípio da legalidade, Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal o tipo penal é o princípio penal dentro da teoria do crime) O tipo penal tem que vir antes da punição e o sujeito deve conhecer essa norma. Tipo penal: é a descrição de uma conduta penalmente relevante Com a criação do tipo penal temos a separação do TIPO e da ILICITUDE, que é chamado de antijuridicidade: fato típico + ilícito Imputabilidade: pressuposto Estrutura analítica do crime CRIME = FATO TÍPICO + ANTIJURÍDICO + CULPÁVEL (DOLO E CULPA) OBS: a imputabilidade era Pressuposto e não elemento da culpabilidade. Como os causalistas da teoria clássica (1 e 2 fase) entendiam o conceito de ação? R: Conduta é uma enervação muscular, conduta para essa pessoa é um movimento, não existe uma análise psicológica, apenas o físico, que ganha vida com dolo e culpa. Como os causalistas da teoria clássica entendem a relação entre fato típico e a antijuridicidade? R: Para eles o fato típico nada indicava em relação a antijuridicidade- teoria acromática do tipo. O tipi não significava nada, nenhuma relação com a ilicitude, uma coisa não indica nada em relação a outra. Teoria normativa psicológica, causal normativa, mista, neoclássica ou kantiana. Culpabilidade como reprovabilidade (Frank e Mezger)- Teoria normativa Qual a filosofia por traz disso? Filosofia neokantiana. Essa teoria neokantiana traz a ideia de que o crime não é só uprocesso de análise e descrição, é necessário analisar, compreender e valorar. Crime como “DEVER-SER” Diferença entre “ciências naturais” (análise do fenômeno) e “ciências do espírito” +analisar, interpretar e valorar o fenômeno) Essa nova ideia influencia em toda a estrutura do crime. *DOLO NORMATIVO: dolo com consciência da ilicitude (dolus malus), elemento valorativo adicionado. Ex: aluguel de imóvel e o inquilino não pagou, aí o dono do imóvel vai lá e tira o sujeito a força. Teoria clássica: ele praticou uma inervação muscular- tirou o cara a força- violou o bem jurídico, existe dolo ou culpa. Interpretando essa situação esse sujeito só praticou isso, pois este sujeito acreditava estar no seu direito (erro de direito, hoje chamado de erro de proibição), ele não tem consciência da ilicitude, ele acha estar agindo certo. Exigibilidade de conduta diversa: será que eu no lugar do autor agiria de modo diferente? Dois elementos normativos (interpretativos): Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal • Consciência da ilicitude • Exigibilidade de conduta diversa Ex: usuário que é coagido pelo traficante Ação continua sendo algo sem finalidade, mera enervação muscular (também é uma teoria mecânica da conduta) Como os causalistas da teoria neoclássica entendem a relação entre fato típico e antijuridicidade? 1 teoria - Ratio Cognoscendi (Mayer): fato típico é indiciário da ilicitude (“onde há fumaça pode haver fogo”) - também chamada de teoria indiciária- não é fato típico quando ocorrerem as causas justificantes (legítima defesa, estado de necessidade, etc.) CRIME= FATO TÍPIO + ANTIJURÍDICO+ CULPÁVEL: imputabilidade, culpa ou dolo normativo- contido de consciência da ilicitude, além da exigibilidade de conduta diversa). 2 teoria- A teoria dos elementos negativos do tipo penal (tipo total injusto) – Merkel e Frank Para essa teoria, tipo é um composto: fato típico + ilicitude (são a mesma realidade) →“Matar alguém desde que não justificado” (para eles o CP deveria ser escrito assim), matas alguém desde que não haja justa causa. Ao excluir a ilicitude exclui o próprio fato típico CRIME- FATO ANTIJURIDICAMENTE TÍPICO+ CULPÁVEL (IMPUTABILIDADE DOLO NORMATIVO) - (contido exigibilidade de conduta diversa- além da culpa) 3 teoria- A Ratio Essendi (Mezger e Sauer): Pra eles o fato típico pertence a ilicitude. Eles entendiam que a ilicitude tinha duas partes: • Ilicitude formal- Ausência de excludentes • Ilicitude material- Danosidade social Ex: Ataque ao bom sentimento do povo alemão é ilícito, e por conseguinte é típico. CRIME= FATO ANTIJURÍDICO (que contém tipicidade) + CULPÁVEL (imputabilidade, culpa ou dolo normativo- contido na consciência de ilicitude, além da exigibilidade de conduta diversa). Teoria finalista – esquema subjetivo-objetivo (teoria normativa pura- Hellmuth von weber, alexander graf zu dohana e hans welzel) Capacidade de calcular mais ou menos a sua conduta- antecipação biocibernética. CONCEITO FINALISTA DE CONDUTA: o ser humano age sempre com a capacidade de enxergar o fim da conduta, a consequência automática disse é que dolo e culpa são elementos da conduta, portanto não pertence a culpabilidade. R: conduta é uma atividade final do ser humano (“a ação é vidente, a causalidade é cega”) Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Como o finalismo concebe o fato típico e a antijuridicidade? O fato típico utiliza na maioria a teoria da Ratio Cognoscendi: teoria indiciára. Para a teoria finalista o dolo não é o “dolus malus”. Aqui o potencial psicológico sai do dolo e vai pro fato típico e fica apenas o potencial da consciência da ilicitude, ou seja, a consciência pura Modelo teórico do finalismo: ontologismo Críticas às teorias finalistas: • O finalismo não desenvolveu um modelo mais adequado de nexo de causalidade • O finalismo é um modelo fechado que se esqueceu da justiça das suas concepções. Não importa aqui a justiça, apenas se encaixa ou não dentro da “fórmula” criada por eles. Pós finalismo: os modelos funcionalistas Funcionalismos São modelos que vão repensar o direito penal e a função analítica do crime a partir da seguinte pergunta: “qual a função do direito penal?” O uso do termo funcionalismos se dá pelo fato de que cada vertente traz uma resposta para essa pergunta.. Funcionalismo teleológico ou axiológico: Autor: Claus Roxin Aqui a finalidade do direito penal é proteger bens jurídicos. Aqui a intervenção penal só se legitima se estiver no efetivo cumprimento a função de proteção a bens jurídicos. O marco teórico de Roxin é uma análise político criminal que movem o sistema que vislumbrando uma proteção de valores e garantias fundamentais. O contexto em que o funcionalismo está inserido é a segunda guerra mundial, aqui o direito penal foi muito usado como instrumento de controle e punição da sociedade civil, e a partir disso a doutrina começa a repensar o direito penal e se de fato é para isso que ele serve. O principal objetivo aqui é limitar o direito penal e proteger valores e garantias fundamentais. Dentro dessa perspectiva teórica que serão construídos o princípio da insignificância ou bagatela, teoria da imputação objetiva. De acordo com Roxin o modelo funcionalista se coaduna com o modelo de estado democrático de direito visando não dar margem a modelos ditatoriais. Funcionalismo Sistêmico, Normativista Ou Radical Ele parte de uma orientação sistêmica, que tem muita influência do pensamento de Nicolas Luman, que diferencia sistemas autopoiéticos (sistemas que se retroalimentas, criam sua própria substância constitutiva) e sistemas alopoiéticos (sistemas que buscam fora do sistema o seu “combustível de sobrevivência”) Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Jakobs identifica o direito como um sistema alopoiético, em que o “combustível” do direito é a própria estrutura normativa. Jakobs diz que é um erro pensarmos que o direito penal se enfraquece a cada delito que ocorre, na verdade ele fica mais forte a cada delito cometido, pois é nesse momento que o estado tem a capacidade de demonstrar a sua força através da pena, sendo esta avaliada de modo positivo. Para Jakobs a função do direito penal é garantir a estabilidade, aplicação e validade do próprio direito penal. Funcionalismo Reducionista ou contencionista Trabalhado por Eugêno Raul Zaffaroni Traz uma análise político-criminal, também tem por objetivo limitar a esfera de incidência do direito penal e pra Zaffaroni a função do direito penal é conter o estado de polícia. Diferente de Rofixin, Zaffaroni parte de uma visão deslegitimadora, para ele o estado de polícia é invasivo e violento então a função do direito penal seria reduzir a si próprio, contendo o poder punitivo estatal e o exercício da vingança privada. Esse modelo é minimalista. O estado se mantém como o titular do poder punitivo, não porque o poder punitivo é racional, mas para impedir a vingança privada. . O funcionalismo é algo que antecede o funcionalismo penal (que é uma forma de funcionalismo) Conceito: Vem da palavra função, vem da ideia de Durkeim de que a sociedade é dividida em funções. Estuda a função de cada elemento. Modelo teórico que busca estudar os fins/funções do direito penal 1-A função do direto penal é a de proteção a bens jurídicos- (roxin) Surge aqui um modelo chamado de normativismo teleológico funcional *fruto principal: teoria da imputação objetiva- esse é o modelo aplicado no Br (correção do estudo do nexo causal), princípio da insignificância (correção doestudo da adequação típica), etc. 2-A função do direito penal é a de proteção a própria norma penal- (Jakobs) Surge aqui o normativismo funcionalista sistêmico: direito tem apenas uma função, proteger a própria norma (binômio lícito/ilícito) Para ele o direito penal não tem caráter político e sim prático, que é a proteção da norma, quando esta não é protegida acaba enfraquecendo. Segundo Jakobs, o direito penal n tem como função ressocializar preso, diminuir a criminalidade. • Fruto principal: Direito penal do inimigo, teoria da imputação objetiva → Direito penal do inimigo: Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Aquele que decide violar a norma (de um modo tão grave) se tornando o inimigo da sociedade. Ex: terrorista, criminosos contumazes, etc. CONSEQUÊNCIA: • O direito penal do cidadão: democrático, com princípios da legalidade, humanidade, etc. • Direito penal do inimigo: flexível, sem respeito ao princípio da legalidade, humanidade, tortura, etc. Teoria significativa da ação- Pós funcionalistas Tá sendo desenvolvida na Espanha pelo professor Vives Antón e no Brasil o professor Busato. O modelo filosófico parte da filosofia de Wittgenstein: linguagem não tem significado em si, as somente dentro de um contexto. O modelo teórico a ação comunicativo de Harbermans: há dois sistemas: • O sistema de sucesso: próprios processos sociais (trabalho, tecnologia, comunicação)- desenvolvimento da sociedade. • O sistema da vida: felicidade individual um não pode suplantar o outro, ou seja, o sistema de sucesso não pode estar acima do sistema da vida. Para Vives Antón a ação significa conduta dentro de um contexto normativo. A conduta para ele não é pré-jurídica, e sim existe a partir da norma. Obs: o tipo penal assa a ser chamado de tipo de ação Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal A Conduta Punível: Teorias da ação, ausência de ação e omissão, sujeito da ação Conduta punível: O código penal não apresenta u conceito de conduta, o conceito foi construído doutrinariamente. Foi construído doutrinariamente o conceito de tipo de injusto (conduta típica e antijurídica), Quando falamos em conduta estamos nos referindo tanto a ação (conduta/ação positiva, tipo comissivo) quanto a omissão (ação/conduta negativa, tipos omissivos) O elemento básico dentro da perspectiva finalística de toda conduta criminal é a voluntariedade. Essa voluntariedade está presente tanto nos crimes dolosos quanto nos crimes culposos. A ausência absoluta da voluntariedade vai gerar como consequência a ausência da ação, excluindo-se a conduta (portanto não se falará em crime, seja ele doloso ou culposo) a exemplo dos seguintes casos: coação física irresistível (“vis absoluta”), força física irresistível da natureza, movimentos reflexos e estados de inconsciências. Coação física irresistível ou vis absoluta. Estamos diante de alguém que tem sua voluntariamente completamente anulada em virtude da conduta de outro alguém. Ex: A conduta de A exclui totalmente a voluntariedade do comportamento de B, causando a C um resultado lesivo. O sujeito “”B” não comete crime, nem doloso nem culposo,. por ausência de conduta e apenas “A” será responsabilizado.. OBS: a coação moral irresistível também é causa de exclusão do crime, porém sob outro fundamento: não haverá crime por ausência de culpabilidade (existência de uma relativa vontade., porém esta é viciada, não é livre, em virtude da coação); já na coação física irresistível não haverá crime por exclusão da própria conduta (não há nenhuma vontade). Força irresistível da natureza Uma força da natureza exclui completamente a voluntariedade e comportamento de A, que acaba por causar em B um resultado lesivo. Nesse caso A não comete crime em decorrência da ausência de conduta por força irresistível da natureza. Ex: Estamos fazendo uma trilha na chapada e somos surpreendidos por uma enchente, e no momento que o nível da água se eleva os corpos começam a ser arrastados e meu corpo se choca com o da pessoa B fazendo com que ele se lance contra uma pedra. Aqui não se responde por lesão corporal nem dolosa nem culposa.. Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Movimentos reflexos São movimentos puramente somáticos, corpóreos dirigidos exclusivamente pelo sistema nervoso, portanto são desprovidos de qualquer voluntariedade ou controle, ficando completamente excluída a conduta do agente. EX: uma pessoa está tendo uma convulsão e outra coloca o dedo em sua boca pra tentar puxar a língua e sem querer a pessoa morde o dedo da outra, vindo a arrancá-lo. Não haverá aqui a responsabilização de lesão nem dolosa ou culposa. Atos dos estados de inconsciência Aqui estamos diante de movimentos dirigidos exclusivamente pelo inconsciente, portanto são desprovidos de qualquer voluntariedade ou controle, ficando excluída a conduta do agente. Não haverá crime, seja doloso, seja culposo.. Ex: Sonambulismo e hipnose. OBS: se dormindo, numa ação de sonambulismo, xingarmos ou lesionarmos alguém não poderemos ser responsabilizados por ser uma ação totalmente inconsciente. Sujeitos da conduta • Sujeito ativo: pessoa que pratica a conduta criminosa Em regra praticado pela pessoa humana, e como exceção a pessoa jurídica em caso de crimes ambientais. → CF/88 Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê- lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998 Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato. OBS: para considerar a pessoa jurídica como sujeito ativo é necessário que “a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.”. (requisitos cumulativos). about:blank Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Para os que defendem a responsabilidade penal da pessoa jurídica teremos aqui uma divisão interna, pois existem os que acredita que outras responsabilizações penais além dos crimes ambientais seriam possíveis desde que por lei e restritas a matéria de ordem econômica, ordem financeira e economia popular, que é o que está referido no parágrafo 5° Art. 173 da CF. E dentre esses mesmos que defende a responsabilidade penal da pessoa jurídica existe outra linha, que são os que vão dizer que a lei ordinária vai poder versar sobre qualquer responsabilização penal da pessoa jurídica independente da matéria, então não precisaria ficar restrita as condições do parágrafo 5°, Art. 173 CF. Independente da divergência interna hoje só tem lei ordinária versando sobre matéria de responsabilidade penal da pessoa jurídica em crime ambiental. Essa discussão é enquantoa pessoa jurídica como sujeito ativo do crime, enquanto sujeito passivo não é necessário previsão legal. Art. 173 CF. § 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular. → Dupla imputação, concurso necessário ou imputação simultânea: Consiste na exigência de que para ser denunciada a pessoa jurídica por um crime ambiental, a pessoa física seja denunciada também. Hoje o STF e o STJ não aplicam a teoria não aplica a exigência da imputação simultânea. • Sujeito passivo: titular do bem jurídico atingido pela conduta criminosa. (pode ser um ser humano, nos crimes contra a pessoa, ou o estado, a exemplo dos crimes contra a administração pública, eventualmente também poderá ser a coletividade, como os crimes contra a saúde pública, e a pessoa jurídica, como é o caso de um supermercado sujeito de um roubo., ou seja, crimes contra o patrimônio) O crime é tradicionalmente entendido como sendo uma ação humana. Então o sujeito ativo do crime tradicionalmente é qualquer pessoa humana que tenha capacidade de conduta, que possa ter ainda que minimamente voluntariedade. Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Crimes omissivos Tipos comissivos: → Tipos incriminadores que descrevem um fazer EX: Furto Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Tipos omissivos →Tipos incriminadores que descrevem um não fazer EX: Omissão de socorro Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Omissão própria/ pura: • Dever geral de solidariedade Omissão imprópria/ crimes comissivos por omissão → Tipo é comissivo (descreve um fazer), mas a conduta é omissiva. (descreve um não fazer). Para que o tipo comissivo seja aplicado a um comportamento omissivo, necessariamente precisamos estar diante de uma “omissão penalmente relevante”, ou seja, um garantidor que, podendo agir, descumpriu o seu dever. Omissão penalmente relevante Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. (...) Relevância da omissão § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: (GARANTIDORES OU GARANTES) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. Consequência jurídica do garantidor que, podendo agir, omite-se, descumprindo o seu dever de garante: responde como se tivesse comissivamente causado o resultado que ele não impediu (“omissão imprópria” ou “comissivo por omissão”) EXEMPLO: • S = SALVA-VIDAS • B1 = BANHISTA 1 • B2 = BANHISTA 2 Situação 1: S e B1 veem B2 se afogando e nada fazem. B2 morre. R: S responde por crime comissivo por omissão e o B1 por crime omissivo próprio Situação 2: S e B1 estão conversando distraídos e não veem B2 se afogando e nada fazem. B2 morre. R: S responde por Homicídio culposo por omissão impropria B1 n responde por nada, pois não havia dolo nele Situação 3: S e B1 veem B2 se afogando e nada fazem. B2 é salvo por um terceiro banhista, sobrevivendo ao incidente. R: S responde por Tentativa de homicídio por omissão imprópria OBS: os crimes omissivos próprios ou puros não admitem tentativa, ao contrário da omissão imprópria, que admite a forma tentada. O nexo de não impedimento (Quando se trata dos garantidores)- responsabilização do sujeito por não ter impedido o resultado. Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Relação de causalidade: teoria da equivalência das condições, concausas. Nexo de causalidade- vínculo que conecta a conduta ao resultado. Significa dizer que a gente estará provando que aquele resultado se deu da conduta que pretendemos imputar. CP. Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11. 7.1984) Teoria da causalidade adequada: Para essa teoria causa é somente o evento suficientemente adequado (evento necessário) para a produção de um determinado resultado. Teoria da relevância jurídica: Causa aqui é a condição relevante para a produção do resultado. Essa teoria foi muito influenciada pelo pensamento neokantista., e não adota um conceito muito restritivo de causa e é também um conceito pouco objetivo. Teoria da equivalência dos antecedentes causais/teoria da conditio sine qua non (Teoria da condição sem a qual não): A teoria vai analisar todos os eventos passados, e independente de ser relevante ou suficiente para causar o resultado equivale ao status de causa. A identificação das causas pela teoria da equivalência dos antecedentes causais é feita pelo juízo hipotético de eliminação, e o grande problema dessa teoria é o regresso ao infinito. Hoje os excessos que seriam promovidos por essa teoria são resolvidos fora do exame da causalidade, como por exemplo, a análise do dolo e da culpa. A teoria adotada pelo Código Penal brasileiro é a teoria da equivalência dos antecedentes causais. Teoria da imputação objetiva Essa teoria não é adotada pelo código mas os tribunais já começam a abrir espaço para essa teoria. Ela não é de fato uma teoria, e sim uma sistematização de várias teorias, consagrada por Claus Roxin. Essa teoria não veio com o objetivo de violar o princípio da responsabilidade subjetiva, para ela o crime é composto de parcela subjetiva, Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal mas também possui aspectos de ordem objetiva. Tem por objetivo restringir a imputação penal a partir do exame de elementos objetivos do caso concreto, em paralelo aos exames subjetivos do caso concreto. O ponto de partida dela é a análise do risco, o sujeito precisa ter causado um risco proibido. Essa teoria vai impor a prognose póstuma objetiva, que seria olhar o fato passado e a partir daí ver se essa situação era nociva. 1° filtro de imputação diminuição do risco- não haverá imputação delitiva se a conduta do agente foi praticada para a diminuição de outro risco maior. Ex: para tirar alguém das ferragens de um carro que estava prestes a explodir amputa- se um membro, para evitar o suicídio damos um empurrão na pessoa pra dentro de casa. 2° filtro de imputação risco juridicamente relevante- não haverá a imputação delitiva se a conduta do agente não chegou a causar um risco juridicamente relevante. Ficam excluídos da imputação os resultados que estão fora do domínio da vontade humana.. Ex: alguém que compra uma passagem de avião pra alguém torcendo que o avião caia. 3° filtro, esfera de proteção da norma- Não haverá imputação delitiva quando a conduta não chega a violar a finalidade protetiva da norma. Uma pessoa está grávida e resolve assistirum jogo o campeonato e por um pico de pressão ocorreu um aborto espontâneo. Filtro do aumento do risco permitido- não haverá imputação delitiva se o agente aumenta um risco que, entretanto, já era permitido pelo ordenamento jurídico. Ex: pincel fabricado com pelo animal, que não teve o procedimento de desinfecção e uma pessoa veio a óbito, mas é provado que a desinfecção não seria eficiente o suficiente para impedir a morte, pois a bactéria do pelo do animal era resistente. Filtro da auto colocação em perigo- não haverá imputação diante da auto colocação em perigo. Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Concausas É quando mais de um evento causal concorre para a mesma prática criminosa/ mesmo resultado.. Elas podem ser classificadas como absolutamente independente e Relativamente independente Absolutamente independentes São aquelas em que vamos identificar que aquele evento causal não contribuiu e nada para a produção do resultado. Elas podem ser: • Preexistentes: Ocorre antes da conduta do agente Exemplo: João vai atirar contra José ele morre, mas ele não morreu por causa do disparo de João e sim porque ingeriu veneno. • Concomitantes: Ocorre simultaneamente à conduta do agente João dispara um tiro contra José e no mesmo instante Maria também disparou um tiro contra José e ambos n sabem da conduta um do outro. Um tiro atinge a cabeça e outro o ombro. O tiro que matou o autor responde por homicídio doloso consumado. O tiro do que acertou no ombro responde por tentativa de homicídio. • Supervenientes: A causa ocorre posteriormente à conduta do agente e com ela não guarda relação alguma de dependência Exemplo: Sujeito A da um tiro no sujeito B, e posteriormente o prédio que o Sujeito B esta desaba e todos que estavam no prédio morreram.. Caso seja provado que B só não saiu do prédio porque foi baleado seriam concausas relativamente independentes. Relativamente independentes São aquelas conectadas na sua origem, vão geram um reforço no processo causal.. O resultado virá a partir da soma das causas. • Preexistentes: a conduta já existia antes do comportamento do agente, mas quando conjugada numa relação de complexibilidade produz o resultado. Exemplo: Sujeito A é hemofílico e querendo mata-lo, e tendo noção da doença, eu dou uma facada numa localidade que em situação comum não seria capaz de matar alguém saudável, mas sim alguém hemofílico. Aqui temos uma soma de esforços para a morte do sujeito. • Concomitantes: é a causa que ocorrendo numa relação de simultaneidade do agente conjugada com a mesma é também considerada produtora do resultado Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Exemplo: Na expectativa de matar C, A e B, um sem saber da conduta do outro, colocam 2 gotas de veneno cada um na bebida de C, e a perícia constata que 3 gotas são suficientes para ocasionar a morte. Aqui eles respondem por homicídio doloso. E se for considerado como absolutamente independentes eles responderiam como tentativa de homicídio. • Supervenientes: A concausa ocorre posteriormente a conduta do agente e com ela tem ligação Exemplo: A envenena B, que tem certeza que vai morrer, não querendo esperar a morte chegar, atira em si mesmo. Art. 13 paragrafo CP § 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Imagem tempo 1: 36h Quando avaliarmos o nexo de causalidade X concausa relativamente independente superveniente o sistema de responsabilização será: • Quando a concausa superveniente Não rompe o nexo: mantem-se o somatório das concausas e a todas será imputada a consumação do resultado final. Significa que a concausa superveniente está dentro de um desdobramento relativamente comum. *Quando a concausa superveniente rompe o nexo de causalidade significa que a concausa por si só produziu o resultado de modo que a concausa anterior somente poderemos imputar, no máximo, a tentativa A ruptura do nexo de causalidade se verifica quando percebemos que essa concausa superveniente está fora de um desdobramento causal comum A dá um tiro em B que por isso será conduzido ao hospital, e lá o hospital pega fogo e todos morrem. Aqui temos o rompimento do nexo de causalidade, e o sujeito que deu o tiro será punido por tentativa de homicídio. Erros médicos muito grosseiros rompem o nexo de causalidade about:blank#art13 about:blank#art13 Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Tipicidade Para tratar de tipicidade é preciso primeiramente diferenciar tipicidade formal e material Tipicidade formal/ legal : Correspondência de um fato da vida e um tipo incriminador, independentemente do grau de lesividade dessa conduta. Tipicidade material Leva em consideração o grau de lesão ao bem jurídico tutelado pela norma penal. Aqui estamos diante de uma conduta materialmente atípica, pois, por exemplo, num furto de uma caixa de fósforo, não existe aqui a possibilidade disso afetar de modo significativo no patrimônio da pessoa lesada. • No primeiro momento Tipicidade = Tipicidade formal/legal • Num segundo momento Tipicidade = Tipicidade formal/ legal e tipicidade material. Não houve uma substituição do conceito de tipicidade formal pelo material, é necessário que haja uma conjugação desses conceitos para que se caracterize um crime. Existe outra noção de tipicidade introduzida por Zaffarini, que é a teoria da tipicidade conglobante. Aqui ele analisa que o direito penal muitas vezes é interpretado de maneira desconectada do ordenamento jurídico, portanto a tipicidade também seria desconectada. A sua preocupação é o fato de um mesmo dispositivo não poder abrigar mandamentos contraditórios entre si. A base de pensamento dessa teoria propõe que o conceito de tipicidade não pode estar afastado do ordenamento como um todo do ordenamento jurídico, ele deve ser examinado de modo conglobante. A partir dessa perspectiva ele constrói o conceito de anti normatividade., que não se confunde com o conceito de antijuridicidade. • Antijuridicidade: é o mesmo que ilicitude, a ilicitude é um elemento autônomo do conceito bipartido de crime. Quanto ao seu conteúdo, ele é dado por exclusão, ou seja, o legislador não se ocupa de dizer o que é ilícito. Todos os atos típicos são também em princípio ilícitos, a menos que incidam para o caso alguma excludente de ilicitude .( estado de necessidade, legitima defesa, estrito cumprimento de um dever legal, exercício regular de um direito, ou consentimento do ofendido). • Anti normatividade: é a conduta contrária ao ordenamento como um todo, e não apenas aos tipos incriminadores. Diante disso ele propõe a ideia de excludentes de anti normatividade, que seria toda conduta Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal estimulada ou comandada pelo ordenamento jurídico como um todo terá excluída sua anti normatividade e como consequência será uma conduta atípica.. Os nossos tribunais atualmente trabalham com essa ideia de tipicidade material. Conceitos importantes Tipo: molde abstrato que descreve a conduta criminosa Atipicidade relativa:: Não se encaixa Atipicidade absoluta: A conduta não é classificada como um tipo penal. Subsunção: enquadramento da conduta a essa moldura normativa Tipicidade imediata: existe quando essa subsunçãoé direta, não exige nenhuma outra norma. Tipicidade mediata: A incidência depende de outra norma jurídica, uma norma extensiva que vai gerar a ampliação da figura típica Tipicidade Objetiva A tipicidade se divide em tipicidade objetiva, formada pela tipicidade formal e pela tipicidade material, e tipicidade subjetiva. Elementos Objetivos: subdivididos entre elementos descritivos e normativos, são necessários para que uma conduta seja considerada formalmente típica. A) Descritivos: também chamados de elementos objetivos propriamente ditos, descrevem os aspectos materiais da conduta que são perceptíveis pelos sentidos e compreendidos independente de qualquer juízo de valor. Eles podem estar relacionados a coisa, lugar, tempo, modo de execução, objetos, etc. B) Normativos: exigem do intérprete um juízo de valor, podendo ser expressos por meio de termos jurídicos – aqueles que precisam de definição por outra norma (como “funcionário público”) – ou extrajurídicos – aqueles relacionados a aspectos subjetivos (como a palavra indevidamente) ou expressões culturais, as quais dependem dos costumes das pessoas do local em que a lei está inserida (como o que é considerado ato obsceno). Os tipos que contém elementos normativos são chamados de anormais. Tipicidade subjetiva elementos Subjetivos: tratam da intenção do agente que causa mal injusto a partir de sua conduta. A) Geral: ocorre quando o agente quer e prevê o resultado (dolo) ou quando concorre para o resultado em razão de conduta negligente, imprudente oi imperita (culpa). B) Elementos subjetivos especiais: também chamados de elementos subjetivos do injusto ou dolo específico, estão previstos em alguns crimes. Eles são intenções específicas do agente, distintas do dolo, que precisam ser verificados para a ocorrência do tipo, ligados ao estado anímico do agente que, ao praticar o fato, possui uma finalidade particular. O tipo indica o especial motivo de agir do autor do delito. Na falta da finalidade específica, o ato é atípico. Ex: No furto, previsto no art. 155, do CP, o dolo está ligado à vontade do agente em “subtrair coisa alheia móvel”. Já o elemento Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal subjetivo especial encontra-se na expressão “para si ou para outrem”. Tipos penais dolosos Os tipos penais dolosos são a regra no direito penal são a regra... Dolo é composto por dois elementos essenciais, elemento volitivo (vontade), e u elemento cognitivo (consciência). Portanto, é a consciência e vontade de realização da conduta descrita no tipo incriminador. • Teoria da vontade: teoria clássica do dolo, por ela, o dolo é o fato de possuir a vontade do resultado • Teoria do assentimento: o conceito de dolo abarca também o consentimento com o resultado. Contempla também a figura do dolo eventual • Teoria da representação: atua dolosamente o sujeito que prevê o resultado como provável • Dolo natural X dolo normativo: Dolo natural é o dolo que contém como elemento essencial a vontade e a consciência do fato. Dolo normativo, além da vontade, ele agrega também a consciência da ilicitude, ou seja, só age com dolo aquele que além de desejar o resultado, ele sabe que o resultado é criminalizado pelo direito. Hoje a dogmática geral trabalha com o dolo natural. • Dolo genérico X Dolo específico Dolo genérico se caracteriza pela vontade e consciência de produção do resultado descrito no tipo incriminador Dolo especifico, o legislador vincula a expressão do verbo a um especial fim de agir, expressos através de expressões como “para fim de”, “a fim de”. • Dolo direto X dolo eventual: O dolo direto está muito relacionado a ideia de vontade, o agente quer o resultado, a sua conduta está dirigida a esse elemento final. Ele se desdobra em duas subespécies- dolo direto de 1 grau, que se verifica quando a conduta do agente se volta para aquele resultado específico, o agente diretamente tem por objetivo aquele resultado já o dolo direto de 2 grau, ou dolo necessário/dolo de consequências necessárias, também existe a vontade, entretanto aqui a vontade do aguente somente existe porque ele compreende que aquele resultado é uma consequência necessária para que ele alcance o seu objetivo principal. Dolo eventual existe quando o agente não quer diretamente a realização do crime, porém, aceita como possível ou provável a sua prática, portanto estamos diante de alguém que assumiu o risco de produzir o resultado., portanto prevê o resultado e antecipadamente o aceita, O sentimento do agente é traduzido por uma indiferença a realização do resultado (“tanto faz”) Tipo penal culposo É a exceção. legal. Nos termo do Art. 18 CP no diz em seu parágrafo único no diz que o crimes em regra são dolosos, a menos que o legislador faça menção expressa da culpa Art. 18, inciso II Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal “.Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Crime doloso (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Crime culposo (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)” Nos crimes culposos o sujeito não deseja o resultado realizado. Nos crimes culposos vai existir uma contradição entre o resultado desejado X resultado realizado Elementos do crime culposo: (Esses elementos são cumulativos) • Existência de um tipo culposo • Inobservância de um dever e cuidar (negligência. Imprudência ou imperícia) Tanto a negligência quando a imprudência dizem respeito a cuidados do cotidiano Imprudência é a prática de uma conduta ativa inobservado o dever de cautela (“culpa in faciendo ou in committendo”) Negligência- O sujeito não fez o que deveria ter feito.. Conduta se manifesta por meio de não fazer. (culpa in ommittendo) Imperícia é uma forma especial de inobservância de dever de cautela., pois se projeta para peritos, ou seja, aqueles que estão no exercício de arte, profissão ou ofício. O simples erro profissional justificável não configura por si só com a imperícia, podendo se tratar de um acidente perdoável/ escusável, para que se fale em imperícia é indispensável que tenha havido a má aplicação das regras e princípios recomendados pela ciência para o exercício da arte, profissão ou ofício. • Resultado- Art. 18, CP, inciso II No crime culposo a ocorrência do resultado é indispensável • Nexo causal- é necessário provar que aquele resultado resultou da inobservância daquela conduta • Inexigibilidade de conduta diversa • Previsibilidade objetiva do resultado Obs: previsibilidade objetiva não se confunde com previsibilidade subjetiva. Analisar previsibilidade subjetiva seria verificar se o agente efetivamente previu que ele poderia vir a causar resultado lesivo. Já quando falamos em previsibilidade objetiva, significa valorar se o resultado era o não objetivamente previsível, portanto, a previsibilidade objetiva não leva em conta o Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal ponto de vista do sujeito da conduta, mas sim a valoração feita por um observador ATENÇÃO: Significa dizer que se estamos diante de um resultado que objetivamente falando seja absolutamenteimprevisível, por consequência exclui-se o crime culposo. Não é o CP que estabelece essa diferenciação, e sim a doutrina. • Culpa consciente/culpa com previsão/culpa com representação: aqui estamos diante da existência da previsibilidade subjetiva. Na culpa consciente o agente previu o resultado, mas mesmo assim por estar convicto de que o resultado com ele não ocorrerá, atua deixando de observar o os cuidados necessários, • Dolo eventual X culpa consciente Culpa inconsciente/Culpa sem representação Agente atuou sem prever o resultado. “culpa ex ignorantia” • Culpa imprópria/ má assimilação É uma culpa com intenção/vontade que se funda em um erro, uma má interpretação da realidade. • Culpa Temerária, também chamada de culpa gravíssima. São situações em que há uma culpa grosseira, uma inobservância do dever de cuidado. Em alguns casos pode gerar um aumento de pena, como ocorre em Portugal. No Brasil não há esse previsão ais gravosa no CP. Mas o código de trânsito brasileiro prevê um aumento de pena em negligências grosseiras. Observações sobre crime culposo: Não se admite a compensação de culpas no direito penal, portanto, não se fala em culpa da vítima como fundamento para exclusão da responsabilidade do autor. Crimes Preterdolosos Os crimes preterdolosos são espécie do gênero “crime qualificado pelo resultado”. O crime preterdoloso se caracteriza por ser uma conduta subjetivamente complexa marcada pela existência de dolo na conduta antecedente e culpa no resultado consequente. Pelo fato de possuírem a culpa na sua fórmula subjetiva ele não admite tentativa. A exemplo do crime de lesão corporal seguida de morte. Art. 129, parágrafo 3°. Homicídio doloso X lesão corporal seguida de morte No homicídio doloso existe o desejo que a morte ocorra, na lesão corporal seguida de morte a morte derivou de culpa Homicídio Culposo X lesão corporal seguida de morte No homicídio culposo não há por parte do agente dolo de causar lesão nenhuma. Já na lesão corporal seguida de morte, o sujeito tem dolo de lesionar, mas tem culpa no resultado morte. Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Erro de tipo Erro de tipo é a falsa representação da realidade ou algum objeto. O erro de tipo é sempre um erro de FATO. O erro de tipo sempre exclui o dolo • Essencial Recai sobre circunstâncias elementares do tipo, circunstâncias fáticas que se agreguem tipo incriminador. Exemplo 1: X enterra Y vivo achando que estava morto. Exemplo 2: Sujeito quer matar um animal, atira achando que o matou, mas acaba matando uma pessoa Exemplo 3: X se confunde e leva para casa a mala de Y supondo que era sua. Exemplo 4: X pratica ato libidinoso ou conjunção carnal com Y achando que este teria 15 anos e não 13. Invencível//Justificável/escusável Afasta tanto o dolo quanto a culpa, tornando o ato absolutamente atípico. Vencível, justificável, inescusável Art. 20 CP.. O erro afasta o dolo, mas permite que o agente seja punido a titulo de culpa se houver previsão legal do respectivo tipo culposo. Chamamos o erro de evitável permitindo assim a punição por crime culposo quando verificamos que o erro derivou da desatenção, da inobservância de um dever de cautela/ cuidado. • Discriminante putativa por erro de tipo Descriminar (tornar aquilo um indiferente penal) Putativo (significa o imaginário, algo que está apenas na mente do agente em virtude de uma má interpretação dos fatos OBS: As excludentes de ilicitude quando reais excluem ilicitude. Já nas descriminantes putativas, como se trata de um erro de tipo, exclui-se a tipicidade. Art. 20, parágrafo 1° Falar em discriminante putativa significa falar que o agente pensava estar em uma situação de estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento de um dever legal ou exercício regular de direito. Consequências penais: Invencível/justificável/escusável Vencível, justificável, inescusável Semelhante ao que ocorre no erro de tipo essencial evitável e inevitável. • Acidental É aquele que não afasta o dolo e a culpa, não torna lícita a ação criminosa, tendo em Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal vista que recai apenas sobre elementos acessórios, acidental, não essencial, do fato ou erro no movimento de sua execução. Como a estrutura essencial do tipo incriminador estará perfeitamente preenchida, não exclui dolo nem culpa, mantendo-se a punição. Erro sobre a pessoa (“erro in persona”) O erro não recai sobre qualquer elementar, circunstância ou outro elemento do tipo, mas sim á identificação da vítima o que não acarreta a modificação na classificação do crime cometido pelo agente Art. 20, parágrafo 3° CP. Erro sobre a execução (“Aberratio ictus”) Ocorre quando, por acidente ou erro no uso dos meios, o agente ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa Art. 73 CP e Art. 70 CP A consequência jurídica é a mesma do erro sobre a pessoa. A diferença é que no erro sobre a pessoa o agente confunde as vítimas, enquanto na aberratio ictus houve um acidente na execução. Resultado diverso do pretendido (“Aberratio criminis”/ “aberratio delicti”) Ocorre quando fora dos casos de acidente ou erro na execução do crime, sobrevier resultado diverso ao pretendido. Art. 74 CP A consequência jurídica é que o agente será responsabilizado pela forma culposa do crime contra a pessoa. Exemplo: Agente quer atingir coisas (quebrar vidraça), mas atinge uma pessoa Duas espécies de erro de tipo acidental: Não estão previstas no CP • Erro sobre o objeto:(error in objecto) Ocorre quando o agente, agindo com vontade livre e consciente de praticar uma conduta que saber ser penalmente ilícita, comete erro quanto à qualidade do objeto. OBS: o erro sobre o objeto é irrelevante, o agente será responsabilizado, já que agiu com vontade e consciência e praticar um crime OBS: o erro sobre o objeto é irrelevante, o agente será responsabilizado, já que agiu com vontade e consciência de praticar um crime. • Erro sobre a causa (aberratio causae) O erro reside na causa do resultado. OBS: o erro sobre a causa é irrelevante, o agente será responsabilizado, já que agiu com vontade e consciência de praticar o resultado, apenas se equivocando quanto à causa do resultado. Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Iter criminis Trata-se do percurso para a realização do crime, que vai da cogitação à consumação. Só cabe para crimes dolosos. Cogitação: momento de ideação do delito, ou seja, quando o agente tem a ideia de praticar o crime. Ase exclusivamente interna. O DP não pune a cogitação por si só. Preparação: é a fase de exteriorização da ideia de crime, através de atos, que começam a materializar a perseguição ao alvo idealizado, configurando uma verdadeira ponte entre a fase interna e a execução. O agente se cerca de meios, elementos oi instrumentos que irão viabilizara execução futura de um crime. ATENÇÃO: NÃO são puníveis, em regra, os atos meramente preparatórios. Excepcionalmente, diante da relevância da conduta, o legislador precisa criar um tipo especial, prevendo punição para preparação de certos delitos, embora, nesses casos, exista autonomia do crime preparatório. Ato executório: Fase da realização da conduta designada pelo núcleo da figura típica, constituída, como regra, de atos idôneos e unívocos para chegar ao resultado, mas também daqueles que representam atos imediatamente anteriores a esses, desde que se tenha certeza do plano concreto do autor Estamos falando de conduta que,de forma inequívoca geram lesão ou perigo concreto de lesão ao bem jurídico. Consumação: é o momento da conclusão do delito, reunindo todos os elementos do tipo penal. Art. 14, inciso I Tentativa:- inciso 14, inciso II e parágrafo único. Exaurimento: é a fase de consumação da conduta designada pelo núcleo da figura típica construída, como regra, de atos idôneos e unívocos para chegar ao resultado, mas também daqueles que representarem atos imediatamente anteriores a esses, desde que se tenha certeza do plano concreto do autor. Classificação dos crimes quanto ao resultado Crime material: só se consuma com o resultado naturalístico Exemplo: Homicídio, Art. 121. , Roubo- Art. 157, Estelionato- Art. 171. Crime Formal/ Crimes de consumação antecipada: Não exigem a produção do resultado naturalístico para que o crime seja consumado, ainda que seja possível que ele ocorra. Se o resultado naturalístico vier a ocorrer, será considerado mero exaurimento. Exemplo: Ameaça- Art. 147; Corrupção passiva. - Art. 317 Os crimes formais admitem tentativa, desde que se tratem de crime plurissubsistentes. Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Espécies de tentativa Art. 1, inciso II. Para que haja tentativa é necessário que o crime esteja ao menos na fase de execução e se o crie não for consumado. Essa não consumação se deveu a algo alheio a vontade do agente. Portanto, a tentativa não se confunde com a desistência voluntária (Art. 15) e arrependimento eficaz. A tentativa é causa de diminuição de pena e norma de extensão As espécies de tentativa a doutrina vai analisar quão próxima ou distante o Tentativa branca/incruenta: Ocorre quando o agente não consegue lesar minimamente o bem jurídico visado Tentativa cruenta/ vermelha: o agente lesiona minimamente/ parcialmente o bem jurídico visado Tentativa perfeita/ acabada/ crime falho: ocorre quando o agente esgota todos os meios que tinha a seu dispor a fim de alcançar a consumação da infração penal, que somente não ocorre por conta de circunstâncias alheias a sua vontade Tentativa imperfeita/ inacabada: Ocorre quando o agente é interrompido durante a prática dos atos de execução, não chegando a fazer tudo aquilo que intencionava para chegar à consumação do delito (“quero prosseguir, mas não posso, não consigo”) Desistência voluntária Art. 15. (parte inicial) O agente interrompe voluntariamente os atos de execução, impedindo, por ato seu, a consumação da infração penal, razão pela qual a desistência voluntária é também conhecida por tentativa abandonada. Basta haver “voluntariedade”(ou seja, o agente não será forçado física ou psicologicamente), não se exigindo “espontaneidade” (ou seja, a ideia não precisa ter partido do agente) Consequência jurídica: O agente só responderá pelos atos já praticados (pela forma consumada daquilo que ele efetivamente causou) Formula de Frank: Tentativa imperfeita: “quero prosseguir, mas não posso” Desistência voluntária: “posso prosseguir, mas não quero” Arrependimento eficaz Crimes que não admitem tentativa: Contravenções penais Lei de contravenções Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção. Crimes habituais: crime não se refere ao ato em si, mas o hábito do ato Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa. Crimes preterdolosos e crimes culposos Crimes unissubsistentes A inexistência se traduz, necessariamente em um único ato, não sendo possível o seu fracionamento no “iter criminis” Ex: injúria verbal Crimes omissivos próprios Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Crimes impossíveis Conceito Crime impossível de se consumar e diante dessa impossibilidade o legislador opta por não punir a tentativa. Pode também ser chamado de tentativa inidônea, tentativa inadequada ou quase crime. Art. 17 CP Teorias Analisa a responsabilidade do agente com base na sua vontade. Basta a manifestação da vontade da prática delituosa para se configurar, ao menos, uma tentativa Vai avaliar os meios e objetos que foram ou poderiam ser alcançados da prática delitiva. • Teoria objetiva pura: se o meio era absoluta ou relativamente ineficaz ou o objeto era absoluta ou relativamente impróprio. • Teoria objetiva temperada: Analisa o grau da ineficácia e o grau da impropriedade para analisar se o sujeito deve ou não ser imputado. Teoria adotada pelo Brasil Absoluta ineficácia do meio X absoluta impropriedade do objeto Absoluta ineficácia do meio: O agente está meio ou absolutamente ineficaz é aquele que jamais levaria o agente a uma situação delitiva, mesmo que utilizado em excesso. Ex: matar alguém com arma de brinquedo ATENÇÃO: A eficácia ou ineficácia do meio é pesada a partir do resultado que se desejava produzir Obs: Na ineficácia relativa o meio utilizado possui certa potencialidade lesiva, ainda que reduzida por alguma razão, a exemplo de abortivos passados da validade Absoluta ineficácia do objeto: Objeto corresponde a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa Objeto absolutamente impróprio é aquele que não se enquadra no tipo incriminador., tratando-se de bem ou valor que não está tutelado pela norma penal respectiva Exemplo: Matar uma pessoa morta Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Crime impossível X delito putativo Delito putativo: Não está contida em nenhum tipo penal, a conduta não corresponde a nenhuma figura criminalizada na legislação Jurisprudência Súmula 145 STF https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/ar tigos/697151351/sumula-567-do-stj-anotada- crime-impossivel https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/697151351/sumula-567-do-stj-anotada-crime-impossivel https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/697151351/sumula-567-do-stj-anotada-crime-impossivel https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/697151351/sumula-567-do-stj-anotada-crime-impossivel Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal ilicitude/Antijuridicidade Conceito Relação de antagonismo, de contrariedade entre a conduta do agente e o ordenamento jurídico. De acordo com a teoria da “ratio cognoscendi” a tipicidade funciona como indício de ilicitude (ou seja, toda conduta típica é também, em princípio, ilícita- a menos que incida, no caso, alguma excludente de ilicitude) Art. 23 CP Excesso Punível O excesso, doloso ou culposo, sempre será punível, diante disso, impõe-se ao intérprete uma valoração da proporcionalidade da conduta diante das circunstâncias fáticas apresentadas. Definição legal O legislador apenas definiu o estado de necessidade e a legítima defesa. Não houve uma definição específica para o estrito cumprimento do dever legal e o exercício regular de direito, tarefa que coube a doutrina e a jurisprudência. Quanto aos conceitosdefinidos em lei questiona-se se estão vinculados somente elementos de ordem objetiva ou se também agregarão um requisito da ordem subjetiva. Estado de necessidade Art. 24 “É o sacrifício de um interesse juridicamente protegido, para salvar de perigo atual e inevitável o direito do próprio agente ou de terceiro, desde que outra conduta, nas circunstâncias concretas, não fosse razoavelmente exigível (NUCCI)” • PERIGO Risco ao bem jurídico: pessoas, animais, coisa. Ex: Incêndio acidental, naufrágio, pandemia, fome, seca • ATUAL Está acontecendo • CAUSADOR DOLOSO DO RISCO Não poderá alegar estado de necessidade para salvar-se (sendo culposo poderá) • GARANTIDORES Não poderá alegar estado de necessidade para fugir do perigo • PONDERAÇÃO DE BENS JURÍDICOS Bem jurídico protegido X bem jurídico sacrificado ESTADO DE NECESSIDADE AGRESSIVO X DEFESIVO Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal • Defensivo: ocorre quando o agente pratica o ao necessário contra coisa ou animal do qual promana o perigo para o bem jurídico Exemplo: A, atacado por um cão bravo, vê- se obrigado a matar o animal • Agressivo: ocorre quando o agente se volta contra pessoa ou coisa diversa daquele da qual provém o perigo para o bem jurídico Exemplo: para prestar socorro a alguém, o agente toma o veículo alheio, sem autorização do proprietário. ESTADO DE NECESSIDADE JUSTIFICANTE X ESTADO DE NECESSIDADE EXCULPANTE • Justificante: funciona coo causa de exclusão da ilicitude. põe que o bem jurídico protegido tenha um valor maior ou igual ao bem jurídico sacrificado • Exculpante: funciona como excludente de culpabilidade. Nesse caso, o bem jurídico protegido tem valor inferior ao bem jurídico sacrificado OBS: O CP brasileiro trabalha somente com o conceito de Excludente normativa justificante (portanto. Adotamos a teoria unitária do estado de necessidade), já o Código penal militar, todavia, trabalha tanto com o conceito de EM justificante quanto o de EM exculpante (portanto, o CPM adotou a teoria diferenciadora do EN, já que diferencia essas duas espécies. EXIGÊNCIA DO SACRIFÍCIO Em determinados casos, a ponderação do bem jurídico requer que, ao invés do titular do bem jurídico ao invés de enfrentar o perigo, suporte a lesão ao seu bem jurídico, pois a exigência do seu sacrifício se mostra mais razoável para o caso. Ou seja, se possível fugir do perigo em vez de enfrenta- lo, a fuga se impõe. Legítima defesa Art. 25 • INJUSTIÇA Estamos diante de um risco ao bem jurídico que partiu de uma conduta humana injusta • ATUALIDADE OU IMINÊNCIA Está acontecendo ou está prestes a acontecer • CONTRA DIREITO PRÓPRIO OU DE TERCEIRO Assim como no EN, também podemos falar em LD própria ou de terceiro Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal . • Utilização de meios necessários São os meios eficazes e suficientes para repelir/ afastar/fazer cessar a agressão injusta • Moderação Exige-se, portanto, uma proporcionalidade entre ação X reação para que se adita a tese de legítima defesa, ainda que não se exija uma medida de equivalência matemática OBS: Quanto ao elemento subjetivo, conforme já expusemos em tópico anterior, entendemos que deve existir também a vontade de se defender. Ofendículos/ofendículas São mecanismos de predisposição de defesa Algumas correntes divergem quanto a natureza jurídica desses ofendículos uns as consideram como exercício regular de direito, enquanto outras o consideram como legítima defesa Legítima defesa X Fuga Não se impõe a fuga na legítima defesa, sempre será uma faculdade do agente fugir ou enfrentar a injusta agressão. Legítimas defesas simultâneas Não é possível falar e legítimas defesas reais simultâneas, já que a LD depende da exigência de uma injusta agressão contra a qual se coloca uma reação justa, legítima. OBS: a simultaneidade da LD só é possível quando um dos agentes atua em LD PUTATIVA (nesse caso terá a tipicidade de sua conduta excluída, enquanto o outro, ao atuar em LD, terá a incidência da excludente de ilicitude Legítimas defesas sucessivas Plenamente possível quando a vítima incorre em excesso, ocasião em que iremos identificar ia inversão de polos, na qual a vítima se transforma em agressor, e o agressor inicial se transforma em vítima.. Ambos responderão quanto às suas práticas ilícitas/injustas Obs: Parágrafo único Art. 25, CP. Estrito cumprimento de um dever legal Seu conceito não está previsto no CP. Trata-se da ação praticada em cumprimento de um dever imposto por lei, penal ou extrapenal, mesmo que cause lesão ao bem jurídico de terceiro. Pode-se vislumbrar, em diversos pontos do ordenamento pátrio, a Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal existência de deveres atribuídos a certos agentes que, em tese, podem configurar fatos típicos. EX: Art. 301 CPP. Exercício regular de direito É o desempenho de uma atividade ou a prática de uma conduta autorizada por lei, que torna ilícito um fato típico. Se alguém exercita um direito, previsto e autorizado de algum modo pelo ordenamento jurídico, não pode ser punido, como se praticasse um delito.. O que é ilícito em qualquer ramo do direito, há de ser também no direito penal Consentimento do ofendido Teoria dualista- diferencia acordo de consentimento., ambos são manifestações de autonomia Teoria monista – trabalha somente com a categoria consentimento. Acordo: quando o dissenso da vítima é uma elementar do tipo incriminador, o seu consenso será chamado de acordo, e, como efeito, excluirá a tipicidade. EX: Crime de violação de domicílio. Art. 150 CP Consentimento ocorre diante do consenso da vítima nos tipos incriminadores cujo dissenso ou consenso são aspectos irrelevantes para fins de incidência do tipo incriminador. Aqui estamos diante, no consentimento, de uma excludente de tipicidade. Roxin analisa o bem jurídico tutelado no tipo incriminador. Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Bem jurídico aqui também é chamado de objeto jurídico ou integridade física. Esses conceitos não se confundem com a definição de objeto material, que é a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta. Segundo Roxin, o bem jurídico deve ser pensado a luz da autonomia do titular. Se a conduta é praticada conforme consentimento válido do titular do bem jurídico, podemos dizer que a lesão somente se projeta contra o objeto material da conduta, mas não haverá lesão ao bem jurídico, uma vez que materialmente satisfeito nos termos da autonomia do sujeito que consentiu (portanto, Roxin defende que o consentimento válido exclui tipicidade material) • Capacidade para consentir (problema: O que é capacidade para o direito penal?) • Bem jurídico disponível (problema: Quais são os bens jurídicos disponíveis e indisponíveis?) • Precisa ter sido emanado livre de vícios (erro, fraude, coação e outros vícios negociais) • Consentimento dado antes ou durante a prática da conduta (OBS: Consentimento é revogável) • Conhecimento do agente acerca do consentimento ofertado (elemento subjetivo) • Consentimento não deve ofender moral e bons costumes (O que é moral? Quais são os costumes ditos “bons”) Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Culpabilidade Conceito Corresponde a um juízo de reprovação da conduta, que irá impor uma valoração para a conduta do sujeito. Teoria psicológica É uma teoria sob a influência docausalismo. É chamada de teoria psicológica, pois “dolo” e “culpa” são tratados como elementos psicológicos, e, por sua vez, estavam situados dentro da culpabilidade. Teoria normativa ou normativo- psicológica Teoria sob influência do causalismo e do neokantismo. Para os adeptos da teoria normativa, também chamada de normativo-psicológica “dolo” e “culpa” são mantidos como elementos psicológicos dentro da culpabilidade. Entretanto, além do aspecto psicológico da culpabilidade, eles inserem também o elemento normativo/ valorativo- consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta adversa. Teoria normativa pura Corresponde à consequência do finalismo enquanto marco pragmático Após as mudanças induzidas por Hans Welzel, os elementos psicológicos “dolo” e “culpa” são retirados da culpabilidade, esta deixa de ser psicológica, passando a ser puramente normativa/valorativa. Com isso, a tipicidade, antes puramente objetiva para os causalistas, passa a ser tanto objetiva quanto subjetiva (“tipos dolosos” e “tipos culposos”) Críticas funcionalistas • Necessidade de se pensar a culpabilidade a partir de uma perspectiva político-criminal, portanto examinando as finalidades da pena. A pena passa a deixar de ser pensada como pressuposto da pena, passando a ser entendida como fundamento/ limite da pena. • O livre-arbítrio como fundamento da reprovabilidade/juízo de censura passa a ser alvo de críticas. Contribuição da neurociência para criticar a concepção de “liberdade plena” Cocupabilidade • Crítica que parte do funcionalismo reducionista de Zaffaroni (minimalista radical-deslegitimador). Zaffaroni e Pierangeli trabalham o conceito de culpabilidade por vulnerabilidade, compreendo que em certos casos o estado deve ser criticamente visto como um “corresponsável” pelo delito, nas hipóteses em que o cometimento do crime está relacionado à situação de vulnerabilidade do agente, que repercute na redução do seu rol de oportunidades sociais e, consequentemente, na diminuição da sua autodeterminação. Excludente de culpabilidade Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Com reação as excludentes legais, a gente notou que os primeiros elementos a serem analisados são a idade e o desenvolvimento mental e exigibilidade de conduta adversa. Exigibilidade de conduta diversa significa dizer que só se pode responsabilizar o agente quanto fica provado que o agente podia agir de outro modo. A pessoa tem a opção de agir licitamente e ilicitamente, e mesma escolhe agir de modo ilícito.. Com relação às hipóteses supralegais: Estado de necessidade exculpante Coculpabilidade Parte da ideia de que o estado tem uma série de responsabilidade para com os cidadãos, mas em muitos casos se omite, ocasionando situações de extrema vulnerabilidade e desproteção., essa situação ocasionada pode contribuir para que o sujeito pratique algum delito, tendo e vista isso, o estado é tido como um coculpado por esse delito. Motivo de consciência Segundo Roxin, a excludente de culpabilidade se refere ao motivo de consciência (liberdade religiosa) Segundo Roxin condutas fundamentadas no motivo de consciência não podem ser responsabilizados no campo da culpabilidade, estamos diante da exigibilidade de conduta adversa. Já Juarez Cirino dos Santos, analisa que o motivo de consciência será utilizado para excluir as tentativas criminosas, ou seja, as situações em que o resultado lesivo não ocorreu, mas situações em que não houver nenhuma outra solução o sujeito estará obrigado a agir ainda que contra o seu motivo de consciência religiosa sob pena de responsabilização penal O motivo de consciência não se confunde com motivo de convicção. O motivo de convicção são convicções pessoais não necessariamente pautadas em questões religiosas. Desobediência civil Desde que não sejam atos de violência. EX: ocupações RECAPTULANDO: Os elementos da culpabilidade são: • Imputabilidade • Exigibilidade de conduta adversa (sentido legal e supralegal) • Potencial consciência da ilicitude (erro de tipo e erro de proibição) Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Erro de proibição Diferenciação entre erro de tipo e erro de proibição: • Erro de tipo é sempre uma má interpretação dos fatos • Erro de tipo inevitável afasta dolo e culpa • Erro de proibição é uma má interpretação do ordenamento jurídico. Se for um erro inevitável ele afasta a culpabilidade, e o erro de proibição evitável funciona como causa de diminuição de pena de 1/6 a 1/3 O objetivo aqui é analisar se o sujeito tinha potencial consciência de que sua conduta era ilícita.. Art. 21 CP. Espécies de erro de proibição: • Erro de proibição direto: O agente acredita que aquela conduta é absolutamente atípica.. Desconhece que a conduta está tipificada no ordenamento. Ex: Holandês que acha que o consumo da maconha é permitido no Brasil, quando em verdade não é. • Erro de proibição indireto (erro de permissão): O sujeito sabe que a conduta é tipificada enquanto crime no ordenamento jurídico, mas ele age por acreditar estar autorizado por uma causa de justificação. EX: o médico sabe que matar alguém é crime, mas ele equivocadamente supõe que o ordenamento jurídico permite que ele pratique eutanásia a pedido da vítima, sendo que isso ainda é crime. Diferenciação entre discriminante putativa por erro de tipo de erro de tipo indireto: Discriminante putativa por erro de tipo: É um erro de fato, por má interpretação da realidade (erro de tipo permissivo). Nesse caso o agente supõe uma situação fática, que se existisse tornaria sua ação legítima. • Ex: supõe equivocadamente uma iminente agressão (legítima defesa putativa), supõe equivocadamente uma situação de perigo( estado de necessidade putativo), supõe equivocadamente uma autorização (consentimento putativo). Erro de proibição indireto não consiste numa má interpretação da realidade, mas sim do ordenamento jurídico. Esse erro também é chamado de erro de permissão (exclui culpabilidade) Para a teoria extremada da culpabilidade não há diferença entre de tipo permissivo e erro de permissão e todos os erros relacionados a justificantes sejam de fato ou de interpretação jurídica, serão erros que atrairão como efeito a exclusão da culpabilidade.. A teoria limitada diferencia essas duas espécies de erro.. A teoria que o Brasil adota é a limitada da culpabilidade. • Erro mandamental: Está relacionado aos crimes omissivos. Nesse caso, o sujeito deixa de agir, pois acreditava que o ordenamento não o obrigava a agir. Ou seja, ele desconhece o dever de agir que lhe é imposto. Sara Vitória Conceição Gonzaga Santos Caderno direito penal 2- 2020.2 Daniela Portugal Concurso de Pessoas Art. 29 CP. Crimes unissubjetivos São crimes de concurso eventual. Pode haver ou não concurso de pessoas, o crime pode ser praticado por um só sujeito. Crimes plurissubjetivos São crimes que para a existência da infração penal, necessariamente, precisam ser praticados por uma pluralidade de agentes. Ex: Art. 288 CP. Espécies de concurso de agente: • Coautoria • Participação Requisitos para o concurso de pessoas • Pluralidade
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