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Ortodontia três 5 ano 2023 Ortodontia Universidades Lusíada de Lisboa 50 pag. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 1 SEBENTA TEÓRICA DE ORTODONTIA III AULA 1: Diagnóstico, lista de problemas, objetivos e plano de tratamento 23/09/2022 Introdução o É muito importante estabelecer um bom diagnóstico pois só assim conseguimos verificar uma lista de problemas, objetivos e criar um bom plano de tratamento o O diagnóstico e o plano de tratamento tem sofrido uma evolução ao longo dos anos o O paradigma de Angle regeu a forma de estar na ortodontia durante muitas décadas o O paradigma dos tecidos moles corresponde a uma nova visão da ortodontia – uma visão mais progressista Paradigma de Angle vs Paradigma dos Tecidos Moles Paradigma de Angle Paradigma dos tecidos moles Objetivo de tratamento primário Oclusão dentária ideal Proporção e adaptação ideais dos tecidos moles Objetivo de tratamento secundário Relação maxilar Oclusão funcional Relação tecidos duros vs tecidos moles Uma relação ideal esquelética/dentária proporciona tecidos moles ideais Tecidos moles ideais proporciona uma relação esquelética/dentária ideal Prioridades do diagnóstico Modelos de gesso, cefalometria Exame clínico dos tecidos moles Abordagem terapêutica Obter uma relação esquelética e dentária ideal e consequentemente os tecidos moles ficaram equilibrados Determinar a relação ideal dos tecidos moles e de seguida colocar os maxilares e os dentes de forma a obter a relação ideal dos tecidos moles o O paradigma de Angle dava muita importância aos problemas sagitais o Hoje em dia queremos proporcionar uma boa adaptação dos tecidos moles e proporcionais o Atualmente damos mais importância à função – oclusão funcional O diagnóstico e o plano de tratamento ortodôntico deve: o Reconhecer as várias características de uma má oclusão e de uma deformação dentofacial, incluindo os problemas e as características positivas das relações Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 2 dentofaciais do paciente (devemos perceber também o que está bem – por exemplo nas classes III achamos que esta é de responsabilidade mandibular mas muitas vezes é a maxila que está atrófica) o Definir a natureza do problema, incluindo se possível a causa/etiologia o Elaborar uma estratégia de tratamento baseada na especificidade das necessidades e desejos individuais o Permitir uma estratégia de tratamento ao paciente ou aos seus familiares de forma que eles consigam compreender na totalidade as ramificações da decisão Diagnóstico: 1. Anamnese 2. Exame clínico - Estático - Dinâmico 3. Modelos de estudo e montagem em articulador – análise de modelos 4. Registo fotográfico – análise estética 5. Imagiologia radiográfica – diagnóstico radiográfico, cefalometria o Este conjunto de 5 pontos leva a um bom resumo de diagnóstico o Um bom resumo de diagnóstico traduz-se numa lista de problemas Seguindo esta ordem: Lista de problemas Objetivos do tratamento Opções terapêuticas (discutir com o paciente) Plano de tratamento generalizado Sequência de tratamento – deve ser definida antes do tratamento propriamente dito (podendo ser necessária alteração) Tratamento Monitorização e avaliação – perceber como as coisas estão a correr; pode ser necessário alterar objetivos Resumo do Diagnóstico Resumo 3D do diagnóstico: o Certifica que todos os registos de diagnóstico são cuidadosamente considerados o Cada caixa inclui um tipo específico de problemas o Permite de imediato ter uma noção da gravidade do caso o Facilita a elaboração pormenorizada de uma lista de problemas Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 3 o Permite de uma forma mais clara avaliar efeitos colaterais da correção de um problema sobre outros, antes de elaborar uma lista de objetivos o Assegura de uma forma sistematizada que todos os fatores e possibilidades inerentes a um caso são considerados antes de estabelecer um plano de tratamento Nota: a partir deste resumo 3D conseguimos perceber todos os problemas do paciente, sendo que este o divide segundo os vários planos do espaço Lista de problemas 1. Motivo da consulta 2. Problemas médico/dentários significativos 3. Estéticos 4. Esqueléticos - Sagital: - Vertical: - Transversal: 5. Dentários - Sagital: - Vertical: - Transversal: Objetivos do tratamento Nem para todos os problemas a sua correção é um objetivo de tratamento ➢ Podem não ser corrigíveis (ex.: deformação facial do masséter – não é corrigível) ➢ Pode o paciente não estar motivado para os corrigir ➢ Podem ser um falso problema Na elaboração dos objetivos do tratamento deve-se ter em consideração que: o Ao motivo da consulta deve ser dada uma prioridade extrema o Apesar dos objetivos do tratamento serem definidos antes do plano de tratamento, por vezes têm de ser revistos durante este o Sempre que for previsível que um objetivo possa ser difícil atingir, o paciente deve ter conhecimento de forma a não lhe criar falsas expectativas o Objetivos gerais são insuficientes, só a definição de objetivos específicos é que contém a informação necessária para elaborar um plano de tratamento que permita maximizar os resultados (ser específico quando os definimos) Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 4 Objetivos gerais: o São aqueles que podem ser aplicados a qualquer paciente ortodôntico independentemente da má oclusão que apresente Exemplo: ✓ Melhorar a estética facial ✓ Estabelecer a normoclusão molar e canina ✓ Criar um trespasse horizontal e vertical ideal ✓ Corrigir o apinhamento ✓ Fazer coincidir as linhas médias dentárias ✓ Estabelecer uma guia canina ✓ Ausência de interferência na lateralidade no lado de não trabalho ✓ Conservar a saúde das ATM ✓ Conservar a saúde periodontal Objetivos específicos: o São aqueles que requerem um conhecimento especial e proporciona a informação necessária para realizar um plano de tratamento o Podem ser obtidos através da resposta a algumas questões: 1. É preciso restringir ou protair o maxilar superior? 2. É preciso controlar ou inibir o crescimento vertical do maxilar superior? 3. O maxilar superior precisa de ser expandido? Disjunção palatina ou expansão dentoalveolar? Quantos mm queremos expandir? 4. O que é que deve acontecer à mandíbula? É de esperar um crescimento normal? Qual é a direção do crescimento esperada? É necessário alterar o crescimento sagital e/ou vertical? 5. Que alterações são necessárias na posição incisiva? Têm de ser retraídos ou protruídos e quanto? É necessárioalterar a angulação e em que grau? Onde devem ser colocados no sentido vertical e que movimento é necessário? 6. Que alterações são necessárias na posição molar? O que é de esperar do crescimento normal? Qual a direção e a quantidade de alterações necessárias? NOTA: Um dos erros mais comuns nas consultas de ortodontia são os objetivos do tratamento serem inapropriados Objetivos do tratamento: 1. Objetivos médico/dentários 2. Estéticos Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 5 3. Esqueléticos - Sagital: - Vertical: - Transversal: 4. Dentários - Sagital: - Vertical: - Transversal: 5. (campo de texto) Opções Terapêuticas Existem 3 tipos de tratamento: • Tratamento ortodôntico – dente a dente • Tratamento ortopédico – alteramos o crescimento dos maxilares • Tratamento cirúrgico Portanto para definir um plano de tratamento temos de perceber os nossos limites NOTA: Em pacientes adultos cujo crescimento já acabou não é possível tratamento ortopédico. 15 12 7 No sentido sagital, ortodonticamente conseguimos avançar o incisivo superior até 7 mm, ortopedicamente até 12 mm e cirurgicamente até 15 mm O incisivo inferior já conseguimos menos movimentação. Ortodonticamente conseguimos chegar até aos 2 mm, ortopedicamente até aos 5 mm e cirurgicamente até aos 25 mm. No sentido transversal, os movimentos também não são simétricos, por vezes conseguimos mais movimentação para vestibular do que para palatino Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 6 Opção terapêutica 1: (incluindo o tempo de tratamento previsto) Opção terapêutica 2: (incluindo o tempo de tratamento previsto) Opção terapêutica 3: (incluindo o tempo de tratamento previsto) Plano de tratamento generalizado • Tratamento intercetivo/Tratamento auxiliar/Tratamento ortodôntico integral/TOCO • Sem extrações/ com extrações • Expansão maxilar/ sem expansão maxilar • Com modificações de crescimento/ sem modificações de crescimento • Ancoragem esquelética: sim/não • (possibilidade de ir acrescentando linhas adicionais para texto livre) □ Arco reto modificado □ .018 □ Ligáveis □ MEAW modificada □.022 □Autoligáveis □ Outra: _____ □ Bidimensional Sequência de tratamento Maxila Mandíbula … … … … … … Devemos planear cronologicamente os passos do nosso tratamento. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 7 AULA 2: Aparatologia Ortodôntica 30/09/2022 o O potencial eruptivo do dente também influência a posição dentária na boca. o A mudança do sistema de forças altera a posição dentária ao longo da vida. Formas de ativação (para alteração da posição dentária): o Aplicação direta de uma força sobre os dentes. • Aplicação de uma força nova que não existia anteriormente → vai alterar o equilíbrio existente o Modificação e redireccionamento • Exemplo: afastar o lábio faz com que este deixe de realizar pressão nos dentes e estes inclinam no sentido anterior Classificação dos dispositivos ortodônticos 1. Aparelhos ativos: Têm a capacidade de gerar forças e transmitir essas forças aos dentes/e ou maxilares. Têm incorporados na sua estrutura um ou mais sistemas de forças 2. Aparelhos passivos: Não têm capacidade de produzir forças, não têm na sua constituição base um sistema de forças. Na maioria, os aparelhos passivos não geram forças e não movimentam dentes (aparelhos de contenção, mantedores de espaço). Utilizam seletivamente as forças biológicas para alterar o equilíbrio ou tentam preservar a estabilidade. Exemplo: Lip Bumber, Aparelho de Frankel,… NOTA: Quando fazemos expansão, não necessitamos de depois pôr um aparelho de contenção, porque o próprio aparelho de expansão vai fazer a contenção (passa de aparelho ativo para aparelho passivo). Depois de atingirmos a expansão que queremos, deixamos de ativar o aparelho e este funciona como contenção (durante 6 meses) APARELHOS DE CONTENÇÃO: Após aparelho ortodôntico ativo, como por exemplo a placa de Hawley, que é superior e que não tem elementos ativos, só retentivos, geralmente é um arco vestibular 3. Aparelhos fixos: Produzem forças, são colados ou cimentados, o paciente não os consegue remover 4. Aparelhos removíveis: Paciente remove, para higienizar, ativar, etc… Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 8 História 1728 – Europa 1860 – EUA Entre 1728 - 1860 Pierre Fauchard 1677 - 1761 Emersem C. Angell 1822-1905 Pai da Medicina Dentária 1º aparelho descrito: Aparelho Bandelete Um arco promovia a expansão da arcada. E possuía ainda uns fios que atavam aos dentes e puxavam-nos para a forma da arcada. Foi usado muitos anos e retomado no ano seguinte por Fox (inglês) para descruzar mordidas anteriores. Fauchard promoveu ainda a técnica de desgaste entre os dentes (IPS, streping). Disjuntor palatino Levava a uma expansão esquelética do maxilar Neste período aparecem uma série de aparelhos removíveis feitos em metais preciosos (ouro e platina), borracha, chumbo, … Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 9 1866 – EUA 1881 - Europa 1909 - Europa 1920 – EUA Norman Kingsley 1829 - 1913 Walter Coffin 1853 - 1916 Emil Herbst 1872 - 1940 George Crozat 1894 - 1966 Pai da ortodontia norte-americana Começou a preocupar-se com as discrepâncias esqueléticas entre maxilares. Desenvolveu um aparelho que promovia um salto de oclusão Desenvolveu um aparelho de expansão, este expande mais dento -alveolarmente A mola de Coffin (feita de materiais preciosos) foi mais tarde aplicada noutros aparelho Possui uma mola telescópica que promove avanço mandibular. Este aparelho é a base para todos os aparelhos funcionais fixos Aparelho removível totalmente feito em ligas preciosas. Promovia a expansão dos maxilares (dento-alveolar) Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 10 1928 – EUA1936 – Europa 1938 – Europa Edward H. Angle 1855 - 1930 Viggo Andresen 1870 - 1960 Martin Schvarz 1997 - 1963 Pai da ortodontia moderna O ensino ortodôntico iniciou-se por Angle. Como ainda não existiam técnicas adesivas eram usadas bandas 1º - semelhante ao aparelho bandelete. Arco externo com ligaduras que puxam os dentes para a linha de oclusão 2º - Bandas com tubos, arcos e pinos. Já havia controlo de torque/radicular 3º - Arco encaixava na vertical Desenvolveu o ativador de Andresen. Este é feito em vulcanite e funcionava como um propulsor mandibular Consolidou os aparelhos de expansão com parafuso e ganchos de Adams Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 11 1950 – Europa 1966 – Europa 1982 – Europa Wilhelm Babers 1893 - 1973 Roff Frankel 1908 - 2001 William J. Clark o Nos EUA, entre 1925 e 1965, a ortodontia era baseada quase exclusivamente em aparelhos fixos. o Na Europa, os aparelhos fixos estavam pouco desenvolvidos, sendo a ortodontia centrada em aparelhos removíveis. PORQUÊ? o A influência de Angle e a sua visão dogmática da oclusão teve menos impacto na Europa do que nos EUA; o A implementação de estados-sociais na Europa fez com que a ortodontia fosse mais transversal a toda a população; o Na Europa os dentistas generalistas faziam ortodontia enquanto que nos EUA não acontecia; o Menor disponibilidade de metais preciosos na Europa em particular durante as guerras. Aparelho funcional – propulsor da mandibula Usa mola de Coffin Aparelho muco suportado. Funciona através da mudança de equilíbrio – Aparelho passivo Aparelho funcional, mas em vez de ser em mono bloco é bi bloco Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 12 Aparelhos Removíveis Aparentes vantagens o Reduzem o tempo de cadeira – são feitos em laboratório e podem ser ativados fora da boca o Podem ser removidos por questões sociais o Facilitam a higiene dentária Principais desvantagens o O resultado depende da cooperação do paciente – só funciona se o paciente usar o tempo necessário o Dificuldade em gerar movimentos complexos Limitações o Retenção: Manter-se na posição em que foi projetada durante todo o tratamento o Colaboração: O aparelho só funciona se estiver em boca o Arcada inferior razoavelmente alinhada - Têm pouca amplitude de ação - Não conseguem grandes movimentações dentárias - Necessitam que a mandíbula esteja numa boa posição - É mais fácil tolerar um aparelho removível superior do que um inferior Tipos de aparelhos: o Aparelho removível biomecânico o Aparelho removível funcional o Alinhadores transparentes Aparelho Removível Biomecânico Componentes (placa ativa): o Base de suporte: armação ou estrutura o Elementos de retenção o Elementos ativos: parafuso de expansão, elásticos, molas, arcos Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 13 Elementos de retenção: São fundamentais para o aparelho ter estabilidade em boca. O mais eficaz é o gancho de Adams Elementos ativos: o Parafusos – usados quando precisamos de fazer expansões o Mola de Coffin – pode expandir as arcadas o Arco vestibular - é um elemento muito característico dos aparelhos removíveis, pode ser um elemento ativo e retentivo (único elemento com 2 funções) o Molas de protrusão – há vários desenhos o Molas digitais – movimentam dentes no sentido mésio-distal, mas estatisticamente fazem mais movimentos de inclinação Gancho em delta Gancho Adams Gancho em bola Gancho em Seta Gancho em C Parafusos Mola de Coffin Arco vestibular Molas de protrusão Mola digital Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 14 Aparelho Removível Biomecânico de Expansão Produz uma força pesada com decadência rápida, por isso devemos fazer: o Ativação lenta (1/4 mm por semana) o Grande retenção Aparelho Removível Biomecânico com Molas o Produzem forças suaves e continuas o Geram essencialmente movimentos de inclinação Aparelho Removíveis Funcionais Por definição a ortopedia funcional altera a atividade postural dos músculos do complexo craniofacial, promovendo alterações nas relações esqueléticas e dentárias ↓ Alteração da postura da mandíbula ↓ Mordida de construção Expansão Anterior (sagital) Expansão da pré-maxila Vestibularizar os incisivos por exemplo em mordida cruzada anterior com mola de protrusão, também pode ser um parafuso de expansão Expansão Posterior (transversal) Simétrica ou não, do canino para trás. Nos adultos só conseguimos fazer expansão através da movimentação dento-alveolar Alteram a posição da mandíbula em relação à maxila, sempre que temos um aparelho que altera a posição espacial da mandibula em relação à maxila, falamos em aparelho funcional. Colocam-se entre as duas arcadas ou em redor dos processos dentoalveolares e influenciam sobretudo a função dos músculos oro-faciais, o desenvolvimento dento- alveolar e o crescimento da mandibula em relação à maxila. No fundo, promovem e influenciam o crescimento do esqueleto facial, influenciando esse crescimento ao nível das suturas e dos côndilos. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 15 (por exemplo: num paciente classe II faz-se o registo de mordida já com a mandíbula avançada) Podemos dividir os aparelhos funcionais em 4 grupos: 1. Dento-suportados passivos - Não possuem nada ativo - Reposicionam a mandíbula Bionator: - Serve para corrigir as retrognatias mandibulares - Apresenta mordida construída, define-se uma nova mordida, e faz com que a boca avance com a mordida construída - Tem sempre plano oclusal, apresentam ecrãs vestibulares que afastam a musculatura do contacto com a dentição levando ao aumento da dimensão transversal da arcada Twin Block: - Blocos gémeos, um superior e outro inferior, que têm dois blocos que se interpõem entre a maxila e a mandíbula, relacionam-se num plano, que obriga a mandíbula a avançar quando fecha (mordida construída) - Tem um aparelho de expansão maxilar, pois à medida que a mandíbula avança, a maxila tem que expandir. Vai-se desgastando progressivamente o bloco maxilar, para promover a erupção passiva controlado dos molares inferioresaté ocluir em classe I e termos a discrepância ântero-posterior corrigida Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 16 2. Dento-suportados ativos - Semelhantes aos anteriores mas possuem alimentos ativos como: molas, arco vestibular,… 3. Tecidos-suportados Frankel: - Os mais conhecidos são os Frankel II (classe II) e III (classe III) - Não está apoiado em dentes - Afasta tecidos do contacto com os dentes, e cria um desequilíbrio de forças 4. Híbridos - Mistura dos dento-suportados com os tecido-suportados - Usados em situações de assimetria Alinhadores Transparentes o Posicionador (1945) - Por exemplo: usado depois do tratamento ortodôntico, se fosse necessário a alteração de algum dente - Por fezes usado ainda como contenção o Essix (1993) - Usado essencialmente como contenção o Invisalign (1997) - Criado por estudantes - Fazem-se set ups em que os dentes se vão movimentando gradualmente e são feitos alinhadores com base nestes Funcionais Removíveis Monobloco Funcionais Removíveis Bibloco Exemplo: Bionater Exemplo: Twin block Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 17 o Spark o Cleartek o ClearCorrect o 3M Clarity o … NOTA: Cada alinhador vai promover um grau de movimento, após 3 semanas/15 dias é feita a troca de alinhador. Funcionam à base de “empurrar” dentes. Aparelho Fixo vs alinhadores APARELHO FIXO ALINHADORES Força “Puxa” e “empurra” dentes “Empurra” dentes “Engagemet” Arco dentro bracket: Quanto mais espesso for o arame melho o “engagement” Plástico à volta do dente: Quanto mais plástico envolver a dente melhor o “engagement” Quanto maior for o dente, maior o “engagement” Ancoragem Ancoragem recíproca: Terceira lei de Newton Ancoragem segmentar pode ser pré-determinada Sequência de passos 1. Obtenção de registos e impressão ou digitalização das arcadas 2. Submissão do caso e envio ou upload dos registos 3. É elaborado um plano de tratamento virtual - Recentemente é possível adicionar um CBCT ao plano de tratamento para ver o comportamento das raízes 4. Revisão dos planos de tratamento 5. Aprovação 6. Confeção dos alinhadores 7. Colagem de acessórios e início do tratamento - Quando mais redondo for o dente ou mais pequeno, menos eficiente é o alinhador. Por vezes é necessário aumentar a superfície do dente Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 18 Vantagens dos alinhadores o Estética o Conforto o O facto de ser removível facilita a higiene - No entanto se não for feita uma boa escovagem as bactérias ficam num ambiente sem saliva e podem surgir mais cáries o Diminuição de consulta de urgência o Diminuição do tempo de cadeira; o Proteção nos bruxómanos; o Uso dos alinhadores para branqueamento; o Os softwares associados permitem prever várias opções terapêuticas e podem ser instrumentos de motivação dos pacientes Principais desvantagens dos alinhadores o Exigem uma importante cooperação do paciente; o Alguns movimentos são pouco previsíveis: - Extrusão de dentes anteriores (sendo a intrusão também) - Rotações severas - Movimentos radiculares extensos (translação, torque....) o A intercuspidação final está dificultada - Incompatibilidade com pacientes com problemas articulares Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 19 AULA 3: Aparatologia Ortodôntica II 08/10/2022 Aparelhos Fixos Existem 2 tipos de aparelhos fixos: o Aparelho fixo multibracket o Aparelhos fixos auxiliares ✓ Aparelho fixo multibracket Vantagens: o São menos dependentes da cooperação do paciente (não há a questão de serem removíveis) o Permitem um controlo tridimensional do movimento ortodôntico – conseguimos movimentar os dentes nos 3 planos do espaço com muito mais controlo sendo que nos removíveis isto é muito complexo o Têm a capacidade de gerar movimentos complexos o É mais previsível Evolução: o A maioria dos aparelhos fixos derivam da altura de Angle, no entanto, agora são melhores o A introdução de aletas permitiu um controlo automático das rotações – quanto mais afastadas estiverem as aletas maior será o controlo rotacional o Existência de 2 dimensões de sulcos de brackets - .022x.028 e .018x.025 o Técnicas de adesão (já não são necessárias bandas) o Introdução de brackets pré-ajustados (inicialmente não tinham informação no seu interior e eram iguais para todos os dentes; hoje em dia têm informação e são individualizados para cada dente) Componentes do aparelho fixo multibracket: 1. Elementos passivos: Brackets Tubos Elementos de fixação Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 20 Auxiliares 2. Elementos ativos: Arcos Ligaduras Molas Elásticos Brackets: o Principal componente do aparelho ortodôntico fixo o Aletas/asas – normalmente são 4 (quantas mais aletas o bracket tiver maior será o controlo da rotação) o Sulco – onde se inserem os arcos, tem 2 dimensões o Ganchos (opcional) – o professor só pede ganchos nos caninos mas há quem peça nos pré-molares Os brackets podem ser: → Metálicos: aço inoxidável ou titânio - A maior parte são de aço inoxidável mas hoje em dia começam a ser cada vez mais comercializados brackets de titânio (o professor só coloca brackets de titânio) Titânio VS Aço inoxidável: o Diminui o risco de alergias (pois o aço inoxidável tem níquel na sua constituição) o Não interferem com ressonâncias magnéticas (o aço inoxidável aquece) o Menor risco de falha da adesão dentária (apesar de terem a mesma resistência, a rigidez do titânio é melhor pelo que absorve mais a força mastigatória, não se descolando tanto) o Maior fricção – desprezável, sem significado clínico na prática Brackets estéticos: o Normalmente de plástico Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 21 Principais problemas dos brackets estéticos: o Fácil pigmentação e descoloração o Desgastam-se pelo uso e têm pouca resistência o Pouca estabilidade dimensional o Grande resistênciaao deslizamento → Surgiram depois brackets em plástico mas com sulco metálico para facilitar o deslizamento Principais problemas: o Fácil pigmentação e descoloração o Desgastam-se pelo uso Brackets estéticos: o Brackets em cerâmica, normalmente feitos em alumina o Podem ser monocristalinos ou policristalinos – os policristalinos tendem a fraturar mais o Não pigmentam o Mais estáveis tridimensionalmente Problemas dos brackets em cerâmica: o Fraturas da cerâmica – a adesão é muito maior nos brackets em cerâmica porque são mais rígidos o Fratura do esmalte na descolagem o O contacto de dentes com brackets em cerâmica pode levar a desgaste do esmalte Nota: o professor evita colocar brackets de cerâmica no maxilar inferior uma vez que os dentes tendem a ser mais pequenos no bloco anterior; os metálicos são mais pequenos o que é vantajoso pois quanto mais juntos estiverem os brackets mais pequena será a secção, desenvolvendo-se forças mais pesadas Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 22 Por ordem decrescente de resistência ao deslizamento: 1. Plástico 2. Cerâmica 3. Sulco revestido a metal 4. Metálicos Tubos: o São idênticos aos brackets mas fechados o Têm uma tampa o São mais utilizados nos molares posteriores Constituídos por: o Tubo principal (convertível ou não) o Tubo auxiliar o Tubo extra-oral – para introdução de aparelhos extra-orais o Ganchos Nota: nos molares precisamos de uma maior área para controlar as rotações e como os tubos são maiores não precisamos de ligaduras – é mais estável Sistemas pré-ajustados: o A partir da altura de Andrews começaram a ter pré-informação o As informações tentam colmatar as dobras que teríamos de fazer (1ª, 2ª e 3ª ordem) Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 23 ✓ Compensações de dobras de 1ª ordem - Por um exemplo um incisivo lateral tem de estar mais atrás que um canino ou que um incisivo central (por ser um dente maior) para que estejam alinhamos - Anteriormente era necessário fazer uma dobra para que ficassem ao mesmo nível - Muda-se a espessura do bracket e assim o dente fica mais para dentro ou mais para fora consoante seja necessário ✓ Compensações de dobras de 2ª ordem - Segundo Andrews, todos os dentes têm angulações diferentes (isto é, comprimento mésio-distal diferente) - Com os brackets convencionais (sem informação) tínhamos de fazer dobras para dar angulações - Os brackets atuais já têm a angulação necessária a cada dente ✓ Compensações de dobras de 3ª ordem - Tem a ver com a inclinação vestíbulo-lingual de cada dente, ou seja, o torque - Anteriormente tínhamos de dobrar o arame mas agora o bracket já vem com a inclinação suficiente para dar o torque - Quando introduzimos o arco no sulco do bracket este deforma mas depois volta ao normal Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 24 Prescrições: → Os valores mudam consoante o autor → A prescrição também pode ser individualizada (através de scanner ou moldes), em que se verifica o torque necessário a dar a cada dente Espessura do sulco: Principais vantagens do sulco com .018x.025: o Controlo de torque preciso o Não desenvolve forças tão pesadas o Os acabamentos são feitos com arcos mais finos o que facilita a manipulação o Permite colocar arcos de preenchimento total Principais vantagens do sulco com .022 x .028: o Mais opções na seleção de arcos o Maior facilidade na inserção inicial dos arcos Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 25 o O deslizamento está facilitado Nota: por exemplo na medida .018x.025, 018 corresponde à altura do sulco e 025 é a profundidade do mesmo Sistemas linguais: o Objetivo estético o Tem vindo a decrescer o seu uso o Mais incómodo e traumatizante para o paciente o Os brackets estão muito próximos, especialmente no bloco anterior inferior, o que faz com que a secção de arame seja menor e consequentemente a força gerada seja maior – a força pode ser até 3 vezes mais forte o Também são utilizados arcos mais finos o que leva a um menor controlo do torque o Não há brackets stardardizados para cada dente; têm de ser adaptados com compósito ou têm de ser feitos brackets individuais para cada paciente o Os arcos não são retos Elementos de fixação – bandas: o No passado usava-se bastante o Podem ter brackets ou tubos soldados o Podem ter acessórios por lingual (o que constitui uma vantagem) – por exemplo ganchos Indicações: o Dentes sujeitos a forças de mastigação elevadas o Necessidade de tubo extra-oral para aplicação de forças intermitentes elevadas o Necessidade de colocar elementos linguais o Dentes em que a adesão pode estar comprometida o Dentes com coroas clínicas pequenas Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 26 Elementos de fixação – base de adesão: o Retenção no interior do bracket para reter o compósito o Existem variadas bases de brackets o Fazemos profilaxia com pedra pomes e escova, para desengordurar o dente realizamos ataque ácido, lavamos e secamos e aplicamos bond (que não se polimeriza) e depois colocamos a pasta na base do bracket e retiramos o excesso Auxiliares passivos: o Arcos - Podem ser pré-formados ou em varetas; a torre serve para conformar e dar forma ao arco, no entanto, em vareta é mais barato - Podem ser de várias secções e espessuras - No início do tratamento devem utilizar-se arcos redondos e de calibre baixo e depois um que preencha o sulco do bracket Nota: existem vários tipos de materiais que podem ser utilizados; - níquel-titânio é mais utilizado na fase de alinhamento e nivelamento - aço inoxidável na fase de trabalho e deslizamentos - TMA para arcos de trabalho e molas - nas fases de acabamento utiliza-se TMA ou aço Ligaduras – elásticas: Ligaduras – metálicas: Kobayashi – usados quando queremos adicionar ganchos no brackets Indicações das ligaduras metálicas: o Introduzir o arco no fundo do sulco do bracket o Evitar e/ou corrigir rotações o Quando existe um risco elevado de desinserção ou quebra das ligaduras elásticas Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermarkOrtodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 27 Ligaduras – brackets autoligáveis: o Brackets com portas que não precisam de ligadura o Ativos – a porta faz pressão sobre o arco o Passivos – o sulco fica com aquela dimensão o Não é muito bom porque as portas se estragam o Não há evidência de que sejam melhores o São mais caros Molas o Podem ser de aço inoxidável ou de NiTi o O NiTi promove forças contínuas mais prolongadas o O aço inoxidável tem maior cadência das forças o Normalmente utiliza-se NiTi Elásticos – cadeias: o Várias utilidades o Grande cadência da força o A força baixa significativamente e rapidamente Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 28 Elásticos – intermaxilares: Aparelhos fixos auxiliares ✓ Correção transversal ✓ Correção sagital Correção transversal o Arcos palatinos - Quad-Helix → tem 4 hélices; boas características; consegue fazer expansão esquelética até aos 8 anos, depois apenas dento-alveolar; os braços permitem movimentar mais um lado do que o outro; permite descruzar mordidas anteriores - Barra transpalatina → pode fazer expansão mas é muito ligeira; muito usada como pontos de ancoragem ou para desrrodar molares o Disjuntores palatinos - Utilizam-se em pacientes mais velhos - Hirax → apoiado em bandas nos pré-molares - Haas → acrílico no palato para ajudar a fazer expansão do palato - Colado → sem acrílico, feito à medida e colado Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 29 Correção sagital o Ação mandibular - Herbest → propulsor mandibular fixo o Ação maxilar - Pendulum → distaliza molares e restantes dentes da arcada - Carrierre → mesmo sistema mas com elásticos o Ação maxilar – tração extra-oral Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 30 AULA 4 e 5: Ortodontia Intercetiva 21/10/2022 Introdução o A ortodontia intercetiva corresponde a uma 1ª fase de tratamento o A 1ª fase de tratamento normalmente pressupõe uma 2ª fase O que é a ortodontia intercetiva? o É um tratamento ortodôntico ou ortopédico que pode ser realizado em dentição decídua ou mista, sendo mais comum na dentição mista precoce Porque é que é raro iniciar o tratamento na dentição decídua: o Movimentar incisivos e caninos decíduos pode acelerar a reabsorção radicular e esfoliação precoce o A movimentação de qualquer dente decíduo tem pouco efeito sobre o local de erupção dos dentes permanentes o A modificação do crescimento em idades muito precoces é perdida com o crescimento, retomando o paciente ao padrão de crescimento original Objetivos do tratamento intercetivo: o Corrigir desequilíbrios esqueléticos, dento-alveolares e/ou funcionais existentes ou em desenvolvimento o Melhorar o ambiente oral para facilitar o estabelecimento da dentição definitiva (como por exemplo melhorar hábitos de higiene oral) o Facilitar a 2ª fase de tratamento Considerações: ✓ Quase sempre é necessária uma 2ª fase de tratamento no início da dentição permanente mesmo que o tratamento intercetivo tenha sido apropriado e efetivo ✓ O tratamento intercetivo por norma é realizado com aparelhos removíveis ou aparelhos fixos parciais – atenção: os aparelhos parciais são essencialmente para dentes definitivos, isto é, não colocamos brackets ou bandas em dentes decíduos pois vai acelerar a esfoliação ✓ Aparelhos parciais apresentam um maior risco de fratura e de criar lesões traumáticas nos pacientes ✓ O controlo de ancoragem é mais difícil e limitado, isto porque os dentes a que podemos recorrer como fontes de ancoragem são apenas os molares definitivos Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 31 ✓ Os movimentos efetuados devem evitar o contacto com os dentes não erupcionados ✓ Deve ser evitado o uso de mecânicas inter-arcadas (qualquer elástico tem efeitos adversos) ✓ Frequentemente é recomendado contenção entre o fim do tratamento intercetivo e o início da dentição permanente (manter Nota 1: nem sempre está indicado tratamento intercetivo! O custo-benefício tem de ser avaliado Nota 2: devemos evitar tratamentos prolongados (saturação e cooperação do paciente); é importante uma pausa entre a 1ª e a 2ª fase → O objetivo é evitar que problemas na dentição possam dar origem a adaptações funcionais (crescimento mandibular por exemplo), às quais se irá seguir uma transformação morfológica de todo o sistema → Quando temos os dentes definitivos em boca (11-12 anos, dependendo da maturidade e do sexo) → Há alguns casos em que é vantajoso intervir precocemente e há os casos que adiamos para a fase final do crescimento (cirúrgicos) → Será uma abordagem precoce feita na dentição definitiva ou mista, porque iniciar na dentição decídua tem alguns problemas, movimentar caninos e incisivos decíduos leva à esfoliação precoce, por outro lado a movimentação de um dente decíduo tem pouco efeito no que vai acontecer aos permanentes Dentição decídua – os problemas são comuns, sobretudo porque os arcos dentários são em muitos casos incongruentes (forma e tamanho) e a intercuspidação ambígua → A intercuspidação é ambígua porque quando os dentes estão a erupcionar são guiados para a sua posição por condicionantes locais ou ambientais como: Força da língua Força dos orbiculares da boca e do bucinador → Este tipo de forças estão muito relacionados com a deglutição e respiração Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 32 Podemos dividir a ortodontia intercetiva em 2 tipos de problemas: os problemas moderados e os severos; normalmente os severos são esqueléticos (classe II esquelética ou mordida aberta) Nota: Deve ser feita uma pausa entre a 1ª e a 2ª fase do tratamento uma vez que são tratamentos que causam algum cansaço e o paciente pode perder a motivação Problemas Moderados Mordidas cruzadas funcionais Mordidas abertas Problemas de erupção Problemas de espaço Inserção baixa do freio labial superior Mordida Cruzada Posterior Unilateral Funcional (MCPUF) o O paciente quando fecha a boca devia a mandíbula para um dos lados, com o objetivo de fechar em intercuspidação máxima (MIC) o Normalmente a mordida cruzada é unilateral o Quando a boca estáaberta as linhas médias dentárias são coincidentes o Quando fecha existe um desvio ✓ Timing de intervenção: no momento em que é diagnosticada – é importante intervir pois caso contrário devido aos estímulos a mandíbula tende a crescer mais de um lado do que do outro Excepção: se os primeiros molares permanentes estão previstos de erupcionar nos próximos 6 meses ✓ Opções terapêuticas: - Expansão maxilar - Desgastes seletivos – se existir uma interferência e por esse motivo o doente não conseguir fechar corretamente - Elásticos cruzados (só tem interesse quando a mordida cruzada é assimétrica; o prof não usa muito) Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 33 Mordida Cruzada Anterior Funcional (MCAF) o Resulta de uma erupção palatina dos incisivos superiores por: - Desenvolvimento lingual dos gérmenes - Trauma - Presença de supranumerários - Falta de espaço o Lateralidade limitada o Os incisivos bloqueiam o normal crescimento – surgem por uma interferência ao nível dos mesmos o O trajeto eruptivo dos incisivos, principalmente superiores, torna-se demasiado vertical o Possíveis acrescentos nos inferiores fazem com que o paciente avance o Menos frequente o O sistema apercebe-se disso e reposiciona a mandíbula, em busca de uma posição que lhe permita uma maior eficácia funcional e uma melhor estabilidade oclusal → por vezes a mandíbula reposiciona-se numa posição mais anterior (estabelecendo-se esta mordida cruzada anterior) ✓ Timing de intervenção: no momento em que é diagnosticada – dentição mista precoce Está indicado o tratamento precoce porque: o Limitam a função o Limitar o normal crescimento maxilar o Promovem recessões gengivais ✓ Opções terapêuticas: - Guias de mordida - Aparelho removível com molas de protrusão (imagem superior) - Arco palatino com braços anteriores (imagem intermédia) - Aparelhos fixos parciais (2x4) (imagem inferior) – chamam- se dois por quatro porque tem 4 apoios na secção anterior (incisivos) e 2 na posterior (1os molares) Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 34 Mordida Aberta Dento-Alveolar o No caso de serem esqueléticas são muito difíceis de tratar o Estão relacionadas com hábitos parafuncionais e com hábitos de sucção não nutritivos (dedo, chupeta, etc) ✓ Timing de intervenção: no momento em que é diagnosticada ✓ Opções terapêuticas: - Motivação para que o doente deixe o hábito (o dedo ainda é mais difícil que a chupeta) - Lembretes e dificultadores de aplicação do hábito - Aparatologia ortodôntica - Se o problema for apenas dento alveolar pode haver auto correção sem necessidade de intervenção se o hábito for retirado Atraso na esfoliação de dentes decíduos: o O dente permanente deve substituir o decíduo quando ¾ da sua raíz está formada. Quando não existe esfoliação do dente decíduo a sua extração deve ser considerada, principalmente na presença de sintomatologia o Quando um dente permanente inicia a emergência na boca e o decíduo não apresenta mobilidade, a extração do decíduo deve ser considerada o Um dente permanente que erupcionou fora da linha da arcada, após a extração do decíduo e na presença de espaço, frequentemente sofre um alinhamento espontâneo Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 35 o É muito frequente nestes casos os dentes permanentes inferiores erupcionarem por lingual dos decíduos Erupção ectópica: o O dente desvia-se do trajeto eruptivo levando à reabsorção de dentes adjacentes → Incisivos laterais - Normalmente têm falta de espaço e levam à reabsorção dos caninos decíduos que esfoliam precocemente → Primeiros molares permanentes superiores Opções terapêuticas no caso dos primeiros molares: - Reabsorção da raíz inferior a 1-1.5 mm → atitude espectativa - Reabsorção moderada da raíz distal → fio de cobre - Reabsorção severa da raíz distal → distalização do molar permanente - Reabsorção envolvendo as 2 raízes → estração do dente decíduo → recuperação do espaço → mantedor de espaço → Caninos permanentes superiores Consequências: - Inclusão do canino (mais comum no superior do que no inferior) - Reabsorção radicular do incisivo lateral contíguo Timing de intervenção: quando diagnosticada a erupção ectópica, entre os 10 e os 13 anos Dentes Supranumerários o Consequências: - Apinhamento ou diastemas - Impedir a erupção normal de outros dentes Dentes decíduos anquilosados o Quando um dente se encontra em infra-oclusão devemos suspeitar de anquilose Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 36 o Podem atrasar a erupção do dente definitivo mas normalmente o dente nasce normalmente Apinhamento incisivo ligeiro a moderado o Normalmente ocorre nos incisivos inferiores mas não requer intervenção precoce Mordida cruzada unitária Está indicado tratamento precoce porque: o Limitam a função – tanto em termos de lateralidade como de protrusão o Limitam o normal crescimento dos maxilares o Promovem recessões gengivais ✓ Opções terapêuticas - Aparelho removível com molas de protrusão (pouco controlo) - Aparelho fixo parcial (2x4) Nota: ocorre com bastante frequência nos incisivos laterais superiores e incisivos inferiores Esfoliação precoce de dentes decíduos por falta de espaço Unilateral: ✓ Opções terapêuticas: - Recuperar o espaço → recuperar a simetria → manter o espaço A recuperação do espaço pode ser feita através de expansão do maxilar superior ou proinclinação e/ou protrusão incisiva Depois devemos manter o espaço com mantedor Bilateral: ✓ Opções terapêuticas - Perda de espaço ligeira: manutenção do espaço ou atitude espectativa - Perda de espaço moderada: recuperar o espaço → mantedor de espaço - Perda de espaço severa: ponderar extrações seriadas Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 37 Espaço insuficiente para erupção dos incisivos laterais → Por discrepância dento-maxilar ✓ Opções terapêuticas: - Criar espaço → esperar pela erupção dos incisivos laterais → Por migração distal dos incisivos centrais ✓ Opções terapêuticas → esperar pela erupção dos incisivos laterais Perda de espaço posterior localizada Consequência de: o Extração ou perda precoce de dente decíduo posterior o Perda de estrutura dentária de dentes decíduo posterior ✓ Opções terapêuticas: -Recuperar o espaço → manter o espaço Inserção baixa do freio labial superior ✓ Timing de intervenção: não está indicada antes dos 9-10 anos Problemas Severos Apinhamento severo Problemas esqueléticos - Transversais - Sagitais - Verticais Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 38 Apinhamento severo ✓ Opções terapêuticas - Recuperar o espaço (DDM <10 mm) - Extrações seriadas (DDM > 10 mm) Ordem das extrações seriadas: 1º Caninos decíduos 2º Primeiros molares decíduos 1ºs Pré-molares Quando percebemos que há falta de espaço nas classes I ou II ligeira, devemos extrair os caninos e os primeiros molares decíduos de modo a acelerar o processo de erupção dos 1os molares definitivos. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 39 AULA 6: Problemas Transversais 28/10/2022 ✓ A maior parte dos problemas transversais estão concentrados principalmente num défice do maxilar ✓ O maxilar inferior é menos influenciado por fatores ambientais, enquanto que o maxilar superior é muito influenciado por estes ✓ O maxilar superior está muito relacionado com a parte respiratória do paciente, ou seja, está dependente também das vias aéreas e pode ser facilmente afetado ✓ Normalmente cresce menos do que o suposto Défice Maxilar o Idade e maturação do paciente o Protocolo de ativação o Dispositivos de expansão o Indicações o Estabilidade e contenção ✓ Primeiro é necessário percebermos se estamos perante um problema esquelético ou dentoalveolar Endoalveolia – a dimensão transversal está normal; ocorre apenas inclinação indevida dos dentes e dos seus alvéolos (normalmente encontram-se palatinizados), podendo levar a uma mordida cruzada Nestes casos pretendemos fazer uma expansão dentoalveolar Endognatia – o maxilar superior encontra-se mais estreito do que o normal; normalmente existe uma compensação e os dentes estão vestíbulo-inclinados para tentar compensar o défice transversal do maxilar (os inferiores encontram-se lingualizados) Às vezes existem tantas compensações que o paciente pode nem apresentar uma mordida cruzada, mas nota-se um défice na dimensão transversal do mesmo – requer expansão esquelética Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 40 ✓ Em termos genéricos a expansão maxilar tem sido dividida em 3 categorias: 1. Expansão passiva - Aparelho de Frankel, Lip-Bumper (afastam os tecidos moles dos contactos com os dentes) Não há nenhum aparelho ativo que promova a expansão Vamos aproveitar as forças intrínsecas, por exemplo da língua Se afastarmos as bochechas e os lábios (forças extrínsecas) – o que vai funcionar é a língua 2. Expansão ortodôntica (expansão dento-alveolar) - Quad-Helix Usamos arcos linguais como o Quad-Helix Vamos fazer uma força direta sobre os dentes Mas esta força não tem efeito esquelético – apenas movimenta os dentes para vestibular Normalmente este movimento é acompanhado de alguma inclinação uma vez que a força é aplicada fora do centro de resistência do dente (não há movimento de translação puro) Depois esta inclinação tem de ser corrigida ou compensada 3. Expansão ortopédica (expansão esquelética) Aqui estamos a falar de uma abertura da sutura média palatina e de mais algumas suturas vizinhas ou circundantes do osso maxilar Aqui pretendemos abrir a sutura e aumentar o maxilar Normalmente são forças mais pesadas Normalmente temos menos inclinação dos dentes (embora haja alguma) Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 41 → O tipo de expansão depende do tipo de problema que o paciente apresenta → O grau de expansão dentária/esquelética depende: - Da idade e nível de maturação do paciente - Protocolo de ativação (força aplicada) - Características do dispositivo de expansão Estas 3 parâmetros definem se a expansão que se vai dar vai ser mais esquelética ou dentoalveolar Idade e nível de maturação do paciente Estudo clássico: o A sutura média palatina apresenta evidência de crescimento até aos 16 anos no sexo feminino e até aos 18 anos no sexo masculino – é uma média o Durante o desenvolvimento pós natal a morfologia da sutura média palatina vai-se alterando, podendo ser dividida em 3 estágios: forma de Y, sinuosa e interdigitada Idades precoces – forma de Y (sutura praticamente aberta) Outro estudo: o O encerramento da sutura média palatina e das suturas transversais pode ocorrer antes dos 15 anos, mas em alguns indivíduos um marcado grau de encerramento não se verifica antes da 3ª década de vida (grande variabilidade) o Existe uma grande variação entre indivíduos quanto ao início e evolução do encerramento das suturas, mas também entre suturas e mesmo entre partes da mesma sutura o O fecho da sutura média palatina ocorre de oral para nasal e de posterior para anterior Quanto maiores forem as interdigitações maior será a dificuldade em abrir a sutura Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 42 Protocolos de ativação o Expansão palatina rápida 0.50 mm ou mais de ativação por dia (2 ativações por dia) – porque cada volta que damos ao parafuso são cerca de 0.25mm, logo temos de dar duas voltas 4.5-9kg de pressão ao nível da sutura o Expansão palatina semi-rápida 0.25 mm de ativação por dia (1 ativação por dia) – apenas 1 volta diária Forças mais suaves o Expansão palatina lenta 1 mm da ativação por semana (1 ativação de 2 em 2 dias) 1-2kg de pressão ao nível da sutura Aparelhos removíveis de expansão e arcos linguais são considerados aparelhos de expansão lenta (geram forças entre 450 e 900 gramas) Exemplos: arcos linguais como Quad-Helix Forças ainda mais suaves O que é que é melhor? Expansão rápida ou lenta? Quanto maior a idade do paciente mais difícil se torna a abertura da sutura palatina média Em alguns pacientes há uma resposta positiva à abertura da sutura média palatina pós crescimento Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III AnaClara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 43 o Quer na expansão lenta quer na expansão rápida os resultados são praticamente os mesmos o Considera-se que tanto numa como noutra, no final, vamos ter 50% de expansão esquelética e 50% de expansão dentoalveolar o Tudo isto é dependente da idade do paciente e do aparelho que estamos a utilizar o O grau de expansão a que chegamos no final é idêntico o A forma como a expansão é feita é diferente Expansão rápida - No início temos uma grande expansão esquelética e pouca expansão dentoalveolar - As forças pesadas abrem rapidamente a sutura - Grande componente esquelética que vai decrescendo - Com forças elevadas minimiza-se o movimento dentário e a força é transferida para a sutura - Há sempre formação de diastema na linha média, e depois começa a fechar por criação de osso - O fecho do diastema ocorre pela combinação da recidiva esquelética com a tensão das fibras gengivais Expansão lenta - A componente esquelética vai aumentando - Há expansão esquelética e dentoalveolar - As fibras transeptais ocorre mais lentamente e não costuma haver formação de diastema por essa razão - A velocidade da abertura da sutura é igual à velocidade de formação de osso Expansão palatina rápida Abertura da sutura Hemorragias e fluidos tecidulares Com forças elevadas minimiza-se o movimento dentário e a força é transferida para a sutura Cria-se um diastema na linha média – quanto mais rápida for a abertura maior será o diastema Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 44 Novo osso preenche o espaço da sutura Expansão palatina lenta Velocidade de abertura da sutura Velocidade de formação de osso → É possível abrir a sutura média palatina quer por expansão palatina quer por expansão lenta → O índice de expansão esquelética/dentoalveolar é idêntica em ambas as formas de expansão → A maturidade esquelética deverá ser levada em conta Inicia-se a recidiva esquelética O fecho do diastema ocorre pela combinação da recidiva esquelética com a tensão das fibras gengivais Ausência de diastema na linha média Protocolos de Ativação VS Maturidade Dentária Dentição decídua ou mista precoce → expansão palatina lenta (porque as suturas estão pouco consolidadas – não se justificam forças pesadas pois podem provocar distorções faciais especialmente a nível nasal) Dentição mista tardia ou permanente precoce → expansão palatina lenta, semi-rápida ou rápida (depende se queremos mais ou menos efeito esquelético) Dentição permanente no final do crescimento → expansão palatina semi-rápida ou rápida (quando queremos efeito esquelético temos de usar forças mais pesadas) Adultos jovens → expansão palatina rápida ? (forças mais pesadas mas nem sempre resulta) Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 45 Aparelhos removíveis de expansão o Aparelho de Schwarz Maxilar Ativação de 0.25 mm por semana (1 volta) É considerado uma expansão lenta Não pode ser mais rápida pois o aparelho iria desinserir Vantagens - Permite acoplar outros elementos ao aparelho (molas de protrusão, molas digitais, etc) - Permite expansões assimétricas – depende do local onde colocamos o parafuso Desvantagens - Exige cooperação no uso e na ativação - Não permite taxas de ativação superiores pois a retenção é crítica - desinserção Indicações: normalmente utilizamos em crianças de idade mais precoce o Quad-Helix (arco de expansão palatino) Ativação de 1 molar (meio de cada lado) É considerada uma expansão lenta Vantagens - Muito versátil - Conforto para o paciente - Permite corrigir a rotação molar porque consoante o grau de expansão podemos fazer rotações - Permite uma expansão assimétrica quer sagital quer transversal - Muito eficaz no tratamento da endoalveolia - Em endognatias só mesmo em crianças muito pequenas em que as suturas ainda estão abertas Desvantagens - Só é expectável efeitos esqueléticos em pacientes de idade precoce - Favorecem a inclinação vestibular dos dentes posteriores (porque as forças são aplicadas fora do centro de resistência – temos de tentar controlar) Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 46 Indicações: principalmente em crianças; com os adultos é mais complicado Notas: ✓ Foram comparados os efeitos esqueléticos e dentários, na dentição mista, de 3 dispositivos de expansão (aparelho removível, Quad-Helix e expansão rápida com Hirax) ✓ Todos os 3 tipos de aparelhos produziram expansão esquelética e dentoalveolar na dentição mista ✓ Haas, Hirax e Quad-Helix produziram resultados similares Expansores fixos com parafuso (disjuntores palatinos) Hirax e Haas o Vantagens: Permitem diferentes graus de ativação, de lenta a rápida – conforme as voltas dadas ao parafuso Minimiza os efeitos de inclinação vestibular dos dentes posteriores – porque são mais rígidos o Desvantagens: Mais volumosos que os arcos palatinos Quando bandados a sua colocação nem sempre é fácil Não indicada a sua utilização em pacientes de idade precoce e com ativações rápidas, devido ao risco de distorção das estruturas faciais - O Haas é menos previsível porque também faz força no palato e pode provocar inflamação devido à ineficaz higiene oral entre o acrílico o Expansor colado – não permite o uso simultâneo com aparelho fixo integral; não são apoiados em bandas; são feitos planos de mordida em acrílico que cobrem Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 47 os dentes; dá jeito quando não temos coroas clínicas grandes ou quando queremos um controlo vertical – no caso dos dolicofaciais - Num dolicofacial os dentes posteriores tendem a extruir e assim o acrílico vai contornar esta situação Coadjuvantes do tratamento ortodôntico fixo integral o Expansão dento-alveolar - Arcos expansivos (podemos fazer expansão dentoalveolar) - Arcos de Mulligan (arco expandido que entra dentro do arco principal provocando expansão) → O problema é quando o doente já tem as suturas fechadas, ou seja, é um paciente adulto Expansão cirurgicamente assistida (SARPE) o Hirax (apoio em bandas) - Vamos utilizar um aparelho de apoio em bandas, mas na prática faz-se uma cirurgia em que se abre a sutura média palatina e mais algumas suturas posteriores - Assim liberta-se o maxilar para que estepossa fazer expansão esquelética Nota: existe sempre tendência a formarem-se diastemas anteriores e não posteriores o Distração osteogénica (apoio ósseo) - É igual ao anterior mas há um apoio submucoso Expansão implanto-suportada (MARPE) o Expansão apoiada em ancoragem temporária, neste caso, micro- implantes e apoiada em dentes o Aproveitam as ancoragens esqueléticas – não vai existir o efeito adverso da força ser aplicada apenas nos dentes o É uma alternativa à SARPE – no entanto em adultos é mais complexa e não se deve arriscar Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 48 Expansão associada à cirurgia ortognática o Em pacientes que necessitam de cirurgia ortognática (por exemplo numa classe III severa), associamos um grau de expansão durante a cirurgia o Le Fort I Segmentada – casos cirúrgicos em que é vantajoso só uma fase cirúrgica; o maxilar fica solto e podemos movimentá-lo nos 3 planos do espaço; podemos segmentar o maxilar Expansão com técnicas de terapia ortodôntica cirurgicamente facilitada (SFOT) o Corticotomias - Fazem-se cortes corticalmente em vestibular - Vamos entre cada raíz fazer um corte - Perdemos a cortical – que iria criar mais resistência - Muito utilizadas para acelerar o tratamento ortodôntico - Grande vantagem: em pacientes em que os dentes estão no limite do osso e queremos fazer uma pequena expansão Indicações da expansão maxilar o Todos os problemas transversais o Correção de mordidas cruzadas posteriores uni ou bilaterais, dentárias e/ou esqueléticas, funcionais ou verdadeiras o Correção de mordidas cruzadas anteriores associadas a desvios funcionais ou a oclusão traumática o Eliminação do apinhamento por aumento do comprimento da arcada o Correção da inclinação axial dos dentes posteriores - Principalmente nos casos em que não há mordidas cruzadas mas há um défice do maxilar superior - Mas para os verticalizarmos iriamos provocar uma mordida cruzada - Por esse motivo temos de fazer uma expansão previamente Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 49 o Luxação das suturas circun-maxilares para facilitar a protação esquelética maxilar durante o tratamento com máscara facial o Facilitador da correção da distoclusão o Redução da resistência nasal – melhorias significativas por aumento das cavidades nasais o Correção de corredores vestibulares aumentados Estabilidade e contenção o Sobrecorrigir – devemos sobrecorrigir porque há sempre algum grau de recidiva (expandir até à vertente vestibular da cúspide palatina superior contactar ou chegar à ponta da cúspide vestibular inferior) o Contenção durante 4 meses Défice Mandibular → Neste caso é mais complicado porque apesar de também haver uma sutura da linha média, esta posiciona-se antes do nascimento → O máximo que podemos fazer é uma expansão dentoalveolar → Aqui o tratamento passa muito por verticalizar dentes Aparelhos removíveis e fixos de expansão - Como se fosse um Hirax mas inferior Distração osteogénica Cortar o osso, colocar um distrator e depois vai abrindo e sendo preenchido por osso posteriormente Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Ortodontia III Ana Clara Pimenta & Catarina Freire 2022/2023 50 o Limitações Maior expansão anterior do que posterior Os côndilos rodam ligeiramente, mas não se movem lateralmente (mas normalmente é bem tolerado) Excesso transversal o Pode ser maxilar ou mandibular ✓ Maxila – barras transpalatinas para tentar controlar a dimensão vertical ao nível dos molares ✓ Mandíbula – arcos linguais (o controlo é limitado porque há flexibilidade dos arcos) Document shared on www.docsity.com Downloaded by: mariana-santos-09v (mari.gatashow@hotmail.com) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark