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Cenários para Investigação Humanidades e Matemática em Contexto (102)

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ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS | 201
desconto em alguns itens e aumento em outros. Isso ocorre 
porque o IPCA é obtido a partir de uma média ponderada.
Atividades (p. 51) 
Para o desenvolvimento das atividades desta seção, es-
tão indicadas a seguir respostas e orientações.
 1. a) Espera-se que os estudantes percebam, com base na 
observação do título da charge e na fala do dragão, 
que os valores que influenciaram a alta da taxa de 
inflação no mês de outubro de 2017 foram o preço 
da energia elétrica e o preço do botijão de gás.
 b) Espera-se que os estudantes respondam que, em 
relação aos preços dos demais bens e produtos uti-
lizados para determinar a inflação do país, o preço 
da energia elétrica e do botijão de gás variou mais, 
apresentando um aumento que provocou a alta da 
média do IPCA, índice oficial de inflação no país.
 2. Resposta pessoal. Além da pesquisa por informações so-
bre o período, pode-se pedir aos estudantes que retomem 
a imagem da página 49 da manifestação de integrantes 
do Movimento Donas de Casa, em Minas Gerais, como 
forma de identificar que a vida naquela época era mar-
cada pelo aumento constante dos preços de produtos 
e serviços. Com a hiperinflação, toda a população sofria, 
mas os mais pobres eram mais atingidos por seus impac-
tos. Depois de diversas políticas econômicas com vistas 
a acabar com a alta de preços, durante a presidência de 
Itamar Franco e sob o comando do então ministro da 
Fazenda Fernando Henrique Cardoso, foi implantado o 
Plano Real. Nesse contexto, o governo aumentou impos-
tos, cortou gastos (principalmente nas áreas da saúde 
e da educação) e subiu as taxas de juros, ocasionando 
queda na produção e desemprego. No entanto, com 
esses sacrifícios, a hiperinflação chegou ao fim.
O professor de História pode solicitar aos estudantes que 
conversem com pessoas mais velhas de sua família que vi-
venciaram momentos da economia no Brasil marcados por 
escassez de produtos nos supermercados, aumento diário 
de preços, etc.
Oriente-os a questionar sobre o que essas pessoas se 
lembram daqueles períodos de economia instável e também 
quais mudanças econômicas mais marcaram o seu interlo-
cutor nos contextos da inflação ao longo dos anos.
Peça que registrem as respostas e, depois, elaborem um 
pequeno texto comparativo com os resultados obtidos na 
atividade 2, da página 51 do Livro do Estudante.
Por fim, organize uma roda de conversa para que os es-
tudantes troquem ideias sobre a influência da economia no 
cotidiano das pessoas e das famílias nas últimas décadas.
Antes da conversa, é importante orientar os estudantes 
a levar anotadas as perguntas a partir das quais pretendem 
conduzir o diálogo a fim de que ele seja organizado e pau-
tado em temas bem definidos. Ao ter contato com pessoas 
mais velhas que vivenciaram outros momentos da economia 
no Brasil, espera-se que os estudantes compreendam e re-
flitam sobre o impacto da economia no dia a dia a partir de 
experiências pessoais mais próximas da sua realidade.
Leitura ativa (p. 52) 
Sugere-se que o professor de História ou Sociologia e o de 
Matemática conduzam o trabalho com essa seção que favo-
rece o desenvolvimento de aspectos da competência geral 7.
 1. Resposta pessoal. Exemplo de afirmação possível: 
Além da substituição de produtos de alimentação, 
vestuário e transporte por aplicativo, por causa dos 
avanços tecnológicos, no bem-estar da população 
também houve a inclusão de novos produtos ligados 
a comunicação, despesa pessoal e habitação. Para sa-
ber mais, acesse: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/
lentes-doc/26571-40-anos-ipca-inpc.html#:~:text=Cria 
do%20em%20mar%C3%A7o%20de%201979,sal%C3%A 
1rios%2C%20chegou%20pouco%20tempo%20depois. 
Acesso em: 15 set. 2020.
 2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes concluam 
que a cesta de bens e serviços com base na qual o IPCA 
é calculado difere da cesta de bens e serviços consumida 
em sua residência, pois os hábitos de consumo variam de 
uma família para outra, bem como a renda familiar mensal.
 � Tributos e proteção social (p. 53) 
O professor de Geografia ou Sociologia pode, em par-
ceria com o de Matemática, abordar a discussão desse tó-
pico. Como forma de enriquecer a discussão, os professores 
podem levar para a sala de aula notas fiscais de supermer-
cados e solicitar que os estudantes, em grupo, analisem o 
impacto dos impostos no consumo cotidiano. Nesse caso, 
as notas fiscais dispõem de informações sobre impostos fe-
derais e estaduais, além do valor retido no preço de cada 
item comprado. Serão favorecidas as habilidades 
EM13CHS101, EM13CHS103 e EM13CHS106.
Essa proposta pode ser utilizada para discutir as duas 
categorias de impostos, os diretos e os indiretos. No caso da 
análise das notas fiscais de supermercados, são caracteriza-
dos como impostos indiretos por estarem embutidos nos 
preços dos itens consumidos. Já os impostos diretos estão 
relacionados àqueles extraídos diretamente da renda do ci-
dadão, como o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) 
que será abordado mais adiante no capítulo.
De onde vem o dinheiro dos 
benefícios previdenciários (p. 53) 
Sugere-se que esse subtópico seja trabalhado pelos pro-
fessores de Sociologia e de Matemática, favorecendo o de-
senvolvimento, portanto, das habilidades EM13MAT104, 
EM13CHS501 e EM13CHS606.
Um ponto importante nesse subtópico é ressaltar aos es-
tudantes a diferença entre salário bruto e salário líquido, de 
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forma a compreender como os tributos impactam no valor 
a receber e, consequentemente, no poder aquisitivo e no con-
sumo da população. No entanto, deve-se conduzir a discus-
são de modo que eles também entendam o papel social des-
ses tributos na distribuição, bem como acesso a serviços 
básicos. Essa também é uma oportunidade para que os jovens 
conheçam um pouco mais sobre os benefícios previdenciá-
rios: seus tipos, como são financiados e como são pagos.
Quanto você paga sobre o que você 
ganha? (p. 55) 
O professor de Sociologia em parceria com o de Mate-
mática podem conduzir a abordagem crítica desse subtó-
pico, favorecendo o desenvolvimento, portanto, das habili-
dades EM13MAT104 e EM13CHS606.
O professor de Matemática pode analisar com os estu-
dantes a tabela Cálculo mensal do IRPF: Tabela de incidência 
mensal vigente em 2020 e o exemplo apresentado sobre co-
mo se calcula o valor do IRPF. Em seguida, considere, este 
outro exemplo em que outras condições são consideradas 
para o perfil da pessoa cujo cálculo do IRPF será feito a fim 
de que aos estudantes seja apresentada proposta de amplia-
ção do tema.
Um trabalhador cujo salário mensal, em maio de 2020, 
era de R$ 10 000,00, com dois dependentes e sem nenhum 
outro vencimento a receber, como horas extras, e nenhuma 
outra dedução a descontar, teve descontado apenas o valor 
máximo da contribuição previdenciária, que, em maio de 
2020, era R$ 713,09. Sabendo que, nesse ano, a dedução men-
sal por dependente era R$ 189,59, a dedução para os dois 
dependentes do trabalhador do exemplo era R$ 379,18.
Nesse caso, o valor base B de cálculo do IRPF é obtido 
subtraindo a contribuição previdenciária e a dedução dos 
dois dependentes:
B 5 10 000 2 713,09 2 379,18 5 8 907,73
A alíquota a correspondente a esse valor base B era de 27,5% 
em maio de 2020, pois 8 907,73 é valor acima de R$ 4 664,68. 
Então, o valor da parcela a deduzir d do IRPF era R$ 869,36.
Logo, o valor I do IRPF retido desse trabalhador era, apro-
ximadamente:
I 5 (B ? a) 2 d
I 5 (8 907,73 ? 27,5%) 2 869,36
I 5 (8 907,73 ? 0,275) 2 869,36 ‰ 1 580,27
O professor de Matemática pode propor aos estudantes 
utilizar o simulador de alíquota efetiva sugerido no boxe 
+ Repertório, explorando diferentes situações sobre cálculos 
mensais. Esse simulador é interativo, tem acesso público epossibilita a qualquer cidadão com acesso a internet simular 
cálculos de IRPF. Para simular a situação anterior, por exemplo:
• Digita-se 10 000,00 no campo “Rendimentos tributáveis”
• Digita-se 713,09 no campo “Previdência oficial”.
• Digita-se 2 no campo “Dependentes”.
• Não se preenche os campos “Pensão alimentícia” e “Ou-
tras deduções”.
Em “Total de deduções”, o simulador mostrará o valor 
R$ 1 092,27. O professor pode perguntar aos estudantes co-
mo esse valor foi obtido. Espera-se que eles respondam que 
corresponde à soma da contribuição previdenciária e da de-
dução de dependentes. A base de cálculo é obtida ao sub-
trair o “Total de deduções” dos “Rendimentos tributáveis”.
O simulador indica a alíquota efetiva, que corresponde 
à parcela, em porcentagem, de Imposto de Renda que inci-
de de modo efetivo, real, sobre os rendimentos dos cidadãos.
O professor de Matemática pode explorar neste tópico 
que o valor do IRPF pode ser calculado de modo semelhan-
te ao utilizado para o cálculo da contribuição previdenciária 
para que os estudantes exercitem a curiosidade, investigando, 
criando soluções que se apliquem a mais de uma situação.
Leitura ativa (p. 56) 
O professor de Geografia ou Sociologia pode conduzir 
o trabalho com essa seção cujas atividades contribuem pa-
ra o desenvolvimento de alguns aspectos das habilidades 
EM13CHS103, EM13CHS205, EM13CHS402, EM13CHS502, 
EM13CHS606 e EM13LGG303.
 a) Durante a pesquisa, espera-se que os estudantes con-
firmem que a carga tributária do Brasil é compatível 
com a de outros países desenvolvidos. Se comparado 
aos países da Organização para a Cooperação e De-
senvolvimento Econômico (OCDE), por exemplo, o 
Brasil arrecada menos ao tributar a renda e mais por 
intermédio de tributos indiretos sobre bens e serviços. 
Nesse sentido, paga-se mais ao consumir do que ao 
receber valores, por isso no Brasil os mais pobres pagam 
proporcionalmente mais tributos do que os mais ricos.
 b) Espera-se que os estudantes opinem considerando 
que, além dos mais pobres arcarem com maior carga 
tributária em relação à sua renda, a elevada alíquota 
sobre bens e serviços gera aumento nos preços que 
dificulta o consumo de produtos e serviços princi-
palmente dessas camadas da população.
 c) Resposta pessoal. A ideia é estimular os estudantes 
(em grupos ou individualmente) a fazer uso pedagó-
gico de novas tecnologias, assegurando-lhes a análise 
crítica e também o uso consciente dessas tecnologias. 
Ao convidá-los a gravar os vídeos sugeridos na ativi-
dade, procure descobrir quais são os equipamentos e 
aplicativos por eles utilizados para a gravação e para 
a edição de vídeos. Oriente-os a priorizar o uso de 
aplicativos de uso livre (gratuito) na atividade. Re-
comenda-se sugerir aos estudantes a criação de um 
roteiro para o vídeo antes da gravação. É importante 
avaliar a síntese dos dados realizada pelos estudantes, 
verificando se o vídeo de 60 segundos cumpre com 
o objetivo de resumir as reflexões produzidas nos 
itens a e b. Dessa forma, ao utilizarem ferramentas 
digitais para produzir conteúdo de modo autoral 
comunicando ideias com base na linguagem audio-
visual, é favorecido o desenvolvimento de aspectos 
das competências gerais 4 e 5.
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