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A desigualdade de renda entre as áreas urbana e rural pode ser constatada em um estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que mostra grande disparidade nos Índices de Gini e no rendimento domiciliar per capita dessas áreas. Brasil: Desigualdade de renda rural e urbana – 2012-2019 Fonte: FGV publicado em Valor Econômico, 2019. Disponível em: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2019/09/19/ desigualdade-cresce-mais-no-meio-rural.ghtml. Acesso em: 18 set. 2020. Os dados consideram apenas a renda oriunda de trabalho remunerado no segundo semestre de cada ano. É desconsiderada qualquer renda proveniente de programas de transferência de renda ou aposentadorias, por exemplo. Observe os gráficos acima, sobre desigualdade de renda entre as áreas urbana e rural. 1. Qual era a diferença, em reais, do rendimento do- miciliar per capita entre as áreas urbana e rural no se- gundo trimestre (indicado por 2T nos eixos horizontais dos gráficos) de 2019? E no segundo trimestre de 2015? 2. Considerando o que você já estudou a respeito do Ín- dice de Gini ao longo deste capítulo, o que significam os dados apresentados so- bre o Índice de Gini da ren- da do trabalho per capita? PENSE+PENSE+ C a s a d e I d e ia s /A rq u iv o d a e d it o ra C e s a r D in iz /P u ls a r Im a g e n s A urbanização de favelas é uma das soluções para transformar aglomerações informais, com moradias precárias, em espaços integrados à cidade, dotados de infraestrutura de saneamento e equipamentos urbanos. Infelizmente, tais iniciativas têm acontecido de modo insuficiente para sanar o problema no país. Na imagem, vista aérea da comunidade de Paraisópolis em São Paulo (SP). No primeiro plano, é possível identificar conjuntos habitacionais do Projeto Nova Paraisópolis, parte do Programa Municipal de Urbanização de Favelas. Fotografia de 2020. 0,670 1 200 950 700 450 200 0,652 0,634 0,629 0,616 0,598 0,580 Índice de Gini da renda do trabalho per capita Rendimento domiciliar per capita — em reais 0,624 0,655 925,24 987,59 366,50328,67 981,41 345,43 Rural 0,591 2T 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2T 2T 2T 2T 2T 2T 2T 2T 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2T 2T 2T 2T 2T 2T 2T 0,593 0,613 Urbana Rural Urbana Mas, se as áreas mais urbanizadas apresentam redes de infraestrutu- ra mais desenvolvidas, por que nessas áreas também é possível identi- ficar desigualdade no acesso a serviços públicos? A favelização é uma possível resposta a essa pergunta. Segregação urbana e favelização Denomina-se favelização o processo de ocupação irregular de áreas não urbanizadas que, por serem irregulares, não contam com uma rede de infraestrutura que garanta serviços públicos básicos, por exemplo, saneamento básico. Esse tipo de ocupação costuma ocor- rer à medida que as cidades se expandem muito rapidamente e sem nenhum planejamento. Nessas áreas de ocupação irregular, em geral, o Estado encontra-se ausente, embora, como visto, seja o responsável pela prestação e fisca- lização de serviços públicos e de interesse coletivo, como saúde, educa- ção, saneamento básico, energia elétrica, segurança e, até mesmo, lazer. Logo, o processo de favelização, que já é decorrente de desigualda- des sociais – e, muitas vezes, também regionais –, acaba por gerar ainda mais desigualdade nas áreas urbanas. 121 VU_MAT_HUM_g21At_100a125_Cenario4_Desigualdades_LA.indd 121VU_MAT_HUM_g21At_100a125_Cenario4_Desigualdades_LA.indd 121 22/09/2020 19:4722/09/2020 19:47 Observe os mapas a seguir e, considerando a espacialização do analfabetismo por regiões, respon- da às perguntas. 7. ATIVIDADES NÃO ESCREVA NESTE LIVRO a) Onde se concentram as maiores e as menores taxas de analfabetismo de pessoas pretas? b) Quais das regiões brasileiras concentram as maiores taxas de analfabetismo de pessoas brancas e pessoas pretas? Que tal refl etir um pouco mais sobre as desigualdades regionais e de acesso a serviços públicos discutidas até aqui? Para tanto, reúna-se com dois ou três colegas e sigam as orientações. a) Elaborem duas perguntas abertas sobre os dados apresentados até este momento (não podem ser perguntas cujas respostas sejam apenas sim ou não). Em seguida, desenvolvam as respostas para as perguntas formuladas. Atenção: É importante que as perguntas não sejam nem muito amplas nem muito restritas; além dis- so, devem ser perguntas cujas respostas demonstrem o que o grupo descobriu por meio da análise dos dados. Fazer um brainstorming – anotando, in icialmente, todas as perguntas sem a preocupação de avaliar a qualidade delas – pode auxiliar no desenvolvimento desta atividade. Para avaliar a relevância das perguntas, é importante verifi car se as respostas a elas estão fundamentadas em suposições. Caso estejam, é sinal de que a pergunta ainda não está bem formulada. Refaçam o procedimento quantas vezes for necessário, de acordo com os critérios anteriores. b) Em uma roda de conversa com toda a turma, debatam o que pode ser feito para erradicar as desigualdades regionais do país. c) Pesquisem iniciativas públicas que buscam reduzir ou eliminar as desigualdades regionais do país. 8. V e s p u c io C a rt o g ra fi a /A rq u iv o d a e d it o ra Brasil: Analfa betismo por cor e raça (Branca) – 2010 Brasil: Analfabetismo por cor e raça (Preta) – 2010 Trópico de Capricórnio 50°O 0° Equador DF GO MG BA TO RJ ES MT PAAM RR AP MA CE RN PI AC RO MS RS SC PR SP PB PE AL SE OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO 0° 0 580 km Até 10,00 De 10,01 a 20,00 De 20,01 a 30,00 Acima de 30,00 Pessoas de 5 anos ou mais de idade (%) DF GO MG BA TO RJ ES MT PA AM RR AP MA CE RN PI AC RO MS RS SC PR SP PB PE AL SE 50°O 0° Equador OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO Trópico de Capricórnio 0 580 km Até 10,00 De 10,01 a 20,00 De 20,01 a 30,00 Acima de 30,00 Pessoas de 5 anos ou mais de idade (%) Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas geográfi co escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 114. 122 VU_MAT_HUM_g21At_100a125_Cenario4_Desigualdades_LA.indd 122VU_MAT_HUM_g21At_100a125_Cenario4_Desigualdades_LA.indd 122 22/09/2020 19:4722/09/2020 19:47