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TEMA 4 
Para que serve a participação política?
Há vários mecanismos que, junto ao exercício do voto e à eleição de nossos re-
presentantes, podem aproximar a população da participação nas decisões políticas: 
consultas populares diretas, como referendos e plebiscitos, e discussões coletivas em 
espaços públicos com direito à participação de todos que quiserem. Normalmente, 
as pessoas participam desses fóruns públicos como integrantes de algum movimento 
político-social organizado. 
Após o fim da ditadura civil-militar no Brasil (1964-1985), a abertura democráti-
ca tornou possível aos cidadãos brasileiros organizarem-se politicamente, principal-
mente após a promulgação da Constituição de 1988. Movimentos político-sociais 
vêm se organizando desde então e se tornando permanentes, porque permanente 
é a necessidade de defesa dos direitos dos cidadãos e das liberdades individuais 
em um país como o Brasil, onde as elites que concentram a riqueza nacional estão 
sempre prontas a agir de forma autoritária, alegando “nacionalismo” e “patriotismo”.
Hoje existem no país várias organizações e movimentos que, graças aos direitos 
constitucionais de organização, promovem lutas pelas mais diferentes e importan-
tes causas, como a reforma agrária, a reforma urbana, a preservação ambiental, a 
agroecologia, o antimachismo e em favor dos direitos das mulheres, o antirracismo 
e a antiLGBTQI+ fobia, para citar alguns dos mais importantes.
referendo: tema ou questão 
levado à consulta pública, para 
que a população aceite ou 
rejeite uma matéria já pronta.
plebiscito: tema ou questão 
levado à consulta pública 
antes que o Congresso tenha 
elaborado uma matéria a 
respeito.
Exemplos de movimentos sociais: 
1. Manifestação dos Trabalhadores 
Rurais Sem Terra (MST) em Valinhos 
(SP), 2020, em protesto contra a morte 
de um de seus integrantes, atropelado 
em uma manifestação; 2. Movimento 
dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) 
em São Paulo (SP), 2020, para cobrar a 
aceleração dos projetos de construção de 
habitações da prefeitura; 3. Manifestação 
do Movimento LGBTQI+ no Rio de 
Janeiro (RJ), 2018, contra a prefeitura da 
cidade, que proibiu uma Mostra sobre 
temática LGBT. 4. Manifestação do 
Movimento Negro em São Paulo (SP), 2019, em 
protesto contra a morte de um músico negro 
alvejado pelo exército no Rio de Janeiro.
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Os professores de Filoso� a e de Sociologia são indicados, prioritariamente, 
para o trabalho deste segmento.
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Explorando Professor, no Manual você encontra orientações sobre estas atividades.
tendência totalitária: 
propensão ao 
totalitarismo, termo que 
começou a ser utilizado 
para definir ditaduras de 
partido único durante 
as primeiras décadas 
do século XX, como o 
fascismo italiano. Para 
Hannah Arendt (1906- 
-1975), filósofa estudiosa 
do fenômeno, ele visa 
destruir os grupos e as 
instituições que formam 
as relações humanas, 
isolando-nos de nossas 
capacidades, das 
relações políticas e da 
vida pública. Com essa 
finalidade, combina uma 
ideologia que prescinde 
da verificação dos fatos e 
faz uso da experiência do 
terror, com a perseguição 
a inimigos reais e 
inventados.
1. Você se interessa por política? Leia a seguir o trecho de um texto do jurista e 
professor de Direito Dalmo de Abreu Dallari sobre o desinteresse político. De-
pois, reúna-se com os colegas e responda às questões.
Desinteresse político: a quem interessa?
Quando alguém diz que não se interessa por política, acreditando que pode 
cuidar exclusivamente de seus interesses particulares e que estes nada têm a 
ver com as atividades políticas, está revelando falta de consciência. Na realidade 
não existe quem não sofra as consequências das decisões de governo, que são 
essencialmente políticas. Manter-se alheio à política é uma forma de dar apoio 
antecipado e incondicional a todas as decisões do governo, o que é, em última 
análise, uma posição política. Por aí se vê o engano de quem acredita que pode 
manter-se fora da política, sem nenhuma relação com ela. [...] 
O desinteresse pregado por motivos táticos é baseado na intenção de afastar o 
povo das decisões políticas. Os grupos de tendência totalitária, que desejam de-
cidir sozinhos, sem interferência do povo, procuram desestimular a participação 
política. Através de um trabalho de propaganda tentam difundir a ideia de que o 
povo não pode e não quer perder tempo com problemas políticos.
Paralelamente à divulgação de ideias visando desestimular a participação po-
lítica, os grupos que tomam um governo e querem evitar que o povo exija pro-
cedimentos democráticos e honestos costumam forçar a mudança das leis para 
concentrar em suas mãos a maior soma possível de poderes.
DALLARI, Dalmo de Abreu. O que Ž participa•‹o pol’tica. São Paulo: Brasiliense, 2010. p. 84-85. (Coleção 
Primeiros passos).
•	 De acordo com o texto, qual seria o resultado de nos mantermos alheios à 
política? Você concorda com o ponto de vista do autor? Reúna-se em grupo 
com os colegas e debatam essa questão. Eles têm opiniões semelhantes ou 
diferentes da sua? Procure amparar seus argumentos em experiências concre-
tas e ouça os colegas com atenção e respeito.
2. Além do voto em eleições que ocorrem a cada dois anos, que outras formas 
de participação política podemos exercer? Como podemos participar de de-
cisões que dizem respeito à vida de todos? 
	 Em grupo, realize uma pesquisa sobre esse tema. Cada grupo deve 
apresentar e discutir suas conclusões com a turma.
3. Em grupo, escolham um movimento político-social 
importante no Brasil. Façam uma pesquisa sobre o 
movimento escolhido, procurando entender como 
ele surgiu e qual o motivo de sua luta. Ao final, pro-
duzam um relatório escrito que apresente as con-
clusões da pesquisa.
As discussões públicas têm 
impacto direto em nossa 
vida cotidiana.
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