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CAPÍTULO 3. Teoria de Grupos Abstratos 93 Iπ4 = π4 π2π4 = π3 π3π4 = π6 π4π4 = π5 π5π4 = I π6π4 = π2 Iπ5 = π5 π2π5 = π6 π3π5 = π2 π4π5 = I π5π5 = π4 π6π5 = π3 Iπ6 = π6 π2π6 = π5 π3π6 = π4 π4π6 = π3 π5π6 = π2 π6π6 = I. Portanto, as condições de clausura, associatividade e existência da identidade são satisfeitas. Os elementos inversos são os seguintes: I−1 = I π−1 2 = π2 π−1 3 = π3 π−1 4 = π5 π−1 5 = π4 π−1 6 = π6. A condição de existência dos elementos inversos foi verificada. As ordens dos elementos de S3 são: |I| = 1 |π2| = 2 |π3| = 2 |π4| = 3 |π5| = 3 |π6| = 2. Assim, os períodos de S3 são: I, {π2, I} , {π3, I} , {π4, π5, I} , {π6, I} . Finalmente, a tabela de multiplicação de grupo é: ◦ I π2 π3 π4 π5 π6 I I π2 π3 π4 π5 π6 π2 π2 I π4 π3 π6 π5 π3 π3 π5 I π6 π2 π4 π4 π4 π6 π2 π5 I π3 π5 π5 π3 π6 I π4 π2 π6 π6 π4 π5 π2 π3 I Observe como o teorema do rearranjo é obedecido pela tabela acima. 3.2.3.2 NOTAÇÃO DE CICLOS Como o número total de operações de permutação possíveis em um conjunto de n objetos é igual a n!, a ordem do grupo Sn cresce muito rapidamente com n. A notação de ciclos dos ope- radores π ∈ Sn simplifica a identificação das operações possíveis e também facilita a construção de seus subgrupos. TRANSPOSIÇÕES. Uma transposição é uma permutação que atua somente sobre dois obje- tos do conjunto χ, com a qual estes objetos têm suas posições trocadas no ordenamento original de χ, mantendo os demais objetos fixos. Dado o conjunto χ de n objetos, a transposição (mk) (m, k 6 n) troca a posição do m-ésimo objeto pela posição do k-ésimo objeto, e vice-versa. Esta notação simplifica a representação do operador de permutação quando este realiza somente uma transposição. Ou seja, se π = ( 1 2 · · ·m · · · k · · · n 1 2 · · · k · · ·m · · · n ) , pode-se escrever π = (mk) . A composição de transposições entre (mk) e (r`) (com m, k, r, ` 6 n) pode ser representada por (mk) ◦ (r`) ou, simplesmente, (mk) (r`), sempre mantendo a convenção direita → esquerda na ordem das permutações. É possível verificar que o grupo Sn pode ser completamente gerado através de composições das n− 1 transposições (12), (13), . . . , (1n). Se uma permutação consistir em um número par de transposições, ela é denominada uma permutação par. Se consistir em um número ímpar, é chamada de permutação ímpar. A compo- sição de duas permutações pares ou ímpares resulta em uma permutação par, ao passo que a composição de uma permutação par com uma permutação ímpar resulta em uma permutação ímpar. Exemplo 3.3. Os elementos de S3 definidos no exemplo 3.2 podem ser construídos pelas trans- posições (12) e (13) da seguinte maneira: π1 = (12) (12) π2 = (12) (13) (12) π3 = (12) π4 = (12) (13) π5 = (13) (12) π6 = (13) . Portanto, π1 = I, π4 e π5 são permutações pares, enquanto que π2, π3 e π6 são permutações ímpares. Autor: Rudi Gaelzer – IF/UFRGS Início: 05/2013 Impresso: 8 DE DEZEMBRO DE 2022 94 3.2. Grupos finitos CICLOS. Dados o conjunto de n objetos χ = {χ1, . . . , χn} e o grupo simétrico Sn, composto por todas as permutações de χ. Uma particular permutação aplicada a χ é denominada um ciclo se esta atua sobre um subconjunto σ ⊆ χ, permutando as posições dos elementos de σ de uma maneira cíclica, mantendo os demais elementos de χ \ σ fixos. O conjunto σ é denominado a órbita do ciclo. Dado o grupo Sn, de ordem n!, um determinado elemento π ∈ Sn pode ser representado genericamente, na notaçao de Cauchy, por π = ( 1 2 · · · i · · · n p1 p2 · · · pi · · · pn ) . Define-se agora a operação π (i) = pi, a qual indica que a i-ésima posição no ordenamento de χ passa a ser ocupada pelo objeto que estava na posição pi. Ou seja, π (1) = p1, π (2) = p2, . . . , π (n) = pn. Um ciclo de extensão k (ou ciclo-k) é uma permutação π ∈ Sn para a qual existe um elemento x ∈ χ tal que os únicos elementos movidos pela permutação são x, π (x), π2 (x), . . . , πk (x) = x. Como exemplo, observa-se que a permutação ψ ∈ S5 dada por ψ = ( 1 2 3 4 5 4 2 1 3 5 ) , contém um ciclo de extensão 3, uma vez que, dado χ = {1, 2, 3, 4, 5}, χ ψχ7−→ {4, 2, 1, 3, 5} ψ 2χ7−→ {3, 2, 4, 1, 5} ψ 3χ7−→ {1, 2, 3, 4, 5} . Ou seja, ψ (1) = 4, ψ2 (1) = ψ (4) = 3, ψ3 (1) = ψ (3) = 1 ψ (3) = 1, ψ2 (3) = ψ (1) = 4, ψ3 (3) = ψ (4) = 3 ψ (4) = 3, ψ2 (4) = ψ (3) = 1, ψ3 (4) = ψ (1) = 4. Observa-se que somente os objetos 1, 3 e 4 são permutados por ψ e de uma maneira cíclica, sendo os objetos 2 e 5 mantidos fixos. Para escrever um operador π na notação de ciclos, o procedimento é o seguinte: 1. Selecione um objeto qualquer x ∈ χ, abra parênteses e escreva: (x 2. Trace então a órbita de x, i. e., escreva os valores das aplicações sucessivas de π: ( xπ (x) π2 (x) . . . 3. Repita o procedimento até obter novamente x; feche então o parênteses sem repetir o valor. Para um ciclo-k resulta então: ( xπ (x) . . . πk−1 (x) ) . 4. Reinicie o procedimento com um elemento y ∈ χ que não esteja na órbita de x; ou seja:( xπ (x) . . . πk−1 (x) ) ( y . . . 5. Repita até que todos os elementos de χ resultem escritos em ciclos. Empregando este procedimento, o operador ψ acima é denotado, na notação de ciclos, por ψ = (143) = (431) = (314). O ordenamento dos termos no operador pode ser alterado de forma cíclica. Na notação de ciclos, a ação πχ corresponde à troca cíclica nas posições dos objetos em χ de acordo com a ordem indicada por π, no sentido direita 7−→ esquerda; ou seja, π = ( p1 99p2 �� · · · �� pn �� ) . Por exemplo, a ação de ψ = (143) resulta em ψχ = ( 1 ==4 �� 3 �� ) {1, 2, 3, 4, 5} = {4, 2, 1, 3, 5} . Um ciclo deve ter uma extensão k > 2, pois k = 1 significa que o objeto não é trocado de lugar. Entretanto, para a permutação ψ acima, pode-se acrescentar os símbolos (2) e (5), ψ = Autor: Rudi Gaelzer – IF/UFRGS Início: 05/2013 Impresso: 8 DE DEZEMBRO DE 2022 1 Sistemas de Coordenadas Curvilíneas Ortogonais 1.1 Coordenadas curvilíneas 3 Teoria de Grupos Abstratos 3.2 Grupos finitos 3.2.3 O Grupo simétrico bold0mu mumu SnSnlraiseSnSnSnSn 3.2.3.2 Notação de ciclos