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CAPÍTULO – I: NÚMEROS REAIS E FUNÇÕES
I.1 – Números Reais `` Resenha Histórica``
Recordemos que denota o conjunto dos números naturais,
* +.
Este conjunto aparece das necessidades naturais de contagem do homem. No
entanto, revelou – se insuficiente para a operação de subtracção entre números
naturais, motivado essencialmente pelas necessidades de comércio do homem.
Por exemplo , que é impossível resolver em . Assim nasceu o
conjunto dos números inteiros que para além dos naturais, contem o zero ( ) e
os inteiros negativos. Denotamos este conjunto por , e temos:
* +
Os conjuntos dos números seguintes aparecem também pela impossibilidade de
resolver equações no conjunto prévio. Assim, o conjunto dos números racionais
, surge pela impossibilidade de resolver equações como: , no
conjunto .
O conjunto contém, pois, todos os números inteiros, bem como todas as
fracções positivas ou negativas. Por fim, o conjunto dos números reais ,
aparece pela impossibilidade de resolver equações que envolvem potências no
conjunto . Exemplo: . A solução desta equação é a dizima infinita
não periódica que se denota por √
. Estes números não podem
ser escritos como fracções.
Depois do conhecimento ter sido adquirido e difundido, o prosseguimento do
raciocínio anterior, leva – nos a questionar sobre a impossibilidade de resolver
equações do tipo , logo, para resolver temos de a considerar num
novo conjunto de números, o conjunto dos números Complexos .
Os números reais representam – se numa recta horizontal, orientada da esquerda
para a direita e que se denomina por eixo numérico. O zero ( ) é esboçado a
meio deste eixo, ficando os números negativos a esquerda e os positivos a direita.
Para fazer a correspondência de cada ponto do eixo numérico a um número
racional, tem que se fixar uma unidade de medida.
Exemplo: Desenhar a recta ou eixo numérico.
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I.2 – Desigualdades
A representação geométrica dos números reais suger que este podem ser
ordenados. Usando os símbolos usuais; maior, maior ou igual, menor, menor ou
igual ( ).
Exemplo: Se e e , então ; no eixo coordenado
temos que está à esquerda de
Para todo temos: ou , ou , ou .
a) Desigualdades lineares
O conjunto solução de será:
1. Se ,
, 0
0
2. Se ,
, 1
1
b) Desigualdade quadrática
Sejam : equação do segundo grau
descriminante e raizes reais da equação, com
( ).
O conjunto solução de uma desigualdade quadrática, depende do sinal de e de
.
1. Quando
a) Se , , - - , ,
, , -
b) Se , , , -
, - - , ,
2. Quando
a) Se , ,
, * +
3
b) Se , , * +
,
3. Quando
a) Se , ,
, * +
b) Se , , * +
,
Exercícios
Encontre o conjunto solução das seguintes desigualdades:
a) f)
b) g)
c) h)
d) g)
e)
I.3 – Valor absoluto
No conjunto dos números reais, definimos o módulo ou valor absoluto de um
número como sendo a distância desse número à origem. Analiticamente definimos
o módulo ou valor absoluto de um número , do seguinte modo:
| | 2
Propriedades dos módulos
Os módulos gozam das seguintes propriedades:
1. | | ; * +
2. | | | | | |
3. | | | | | |
4
4. |
|
| |
| |
,
Da desigualdade decorrem as seguintes propriedades:
a) | | ; * +
b) | | ; * +
Exercícios: Determinar as soluções para cada situação.
1. | |
2. | | | |
3. | |
4. |
|
I.4 – Classificação de Funções em .
I.4.1 – Definição
Chama – se função, a uma correspondência em que cada de ( ) se
faz corresponder a um único de ( ), onde e são os conjuntos de
partida e chegada respectivamente.
Representar o esquema
é o conjunto de partida e ao mesmo tempo domínio.
é o conjunto de chegada que pode ou não ser o contradomínio.
O.B.S: O contradomínio é aquele em que todos os seus elementos servem de
imagem aos elementos do conjunto domínio.
O.B.S: Nem sempre todos elementos do conjunto de chegada servem de imagem
aos elementos do conjunto domínio, logo tais conjuntos não se pode chamar de
contradomínio.
Ex:
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I.4.2 – Função real de variável real
Uma função é dita real e de variáveis reais, quando o domínio e o contradomínio
estão contidos no conjunto dos números reais ( ).
Uma função nestas condições, designa – se por ( ), onde é a variável
independente e é a variável dependente.
Se o domínio e o contradomínio são os conjuntos reais e , logo e
.
I.4.3 – Função par
Uma função é denominada de função par, se cumpre com a condição
( ) ( ) e graficamente a curva desta representa uma simetria com
relação ao eixo dos .
Ex: ( ) , representar graficamente
I.4.4 – Função impar
Uma função é denominada de função impar, se cumpre com a condição
( ) ( ) e graficamente a curva desta representa uma simetria em
relação a origem do sistema de coordenadas rectangulares.
Ex: , representar graficamente
I.4.5 – Função injectora
As funções em que, de diferentes elementos de obtém – se diferentes elementos
de , denominam – se funções injectoras.
Notação:
( ) ( ) ( ) ( )
Ex: ( ) ; em
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Contra ex: ( ) , não é injectora porque se e ,
obtém – se ( ) e ( ) . Logo
I.4.6 – Função sobrejectiva
As funções em que, todos elementos de do conjunto de chegada servem de
imagem aos elementos do conjunto domínio (partida), denominam – se funções
sobrejectiva.
Ex: ( ) ; em
Contra ex: ( ) , em não é sobrejectiva porque nem todos
elementos do conjunto chegada servem de imagem ao domínio, por exemplo
não pertencem a imagem.
I.4.7 – Função bijectora
As funções que são simultaneamente injectoras e sobrejectivas, denominam – se
funções bijectivas ou bijectoras.
Ex: ( ) ; em
I.4.8 – Composição de funções
Uma função é dita composta se a sua variável independente for uma função, isto é
, ( )-
Nas operações com a composição de aplicação de funções, verifica – se as
seguintes propriedades:
, propriedade ante – comutativa;
( ) ( ) , propriedade associativa;
, é porque é inversa de e vice – versa.
Ex: Sejam as funções ( ) , ( ) e ( )
.
1. Determina as seguintes composições:
a) b) c) d) e) f)
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2. Demonstra as igualdades:
a) ( ) ( ) b) ( ) ( )
RESOLUÇÃO:
1.a) ( )
I.4.9 – Função Inversa
Uma determinada função ( ) admite uma função inversa( ),
se o domínio e o contradomínio da função ( ) forem respectivamente e
, a sua função inversa irá admitir como domínio o conjunto e o contradomínio
o conjunto , isto é : ( ) em
( ) em
Nota: Para a determinação da função inversa de uma determinada função, deve –
se ter em conta os seguintes procedimentos:
Permutar ou trocar as variáveis por e por ;
Isolar em função de .
O.B.S: Para comprovar se uma função é inversa da outra, deve – se pautar pela
composição de duas aplicações inversas uma da outra que resulta na função
identidade. Tal composição é comutativa, isto induz a escrever:
( ) ( ) ( ) ( )
Uma função é dita identidade se cada elemento transforma – se em se próprio, isto
é quando o domínio e o contradomínio são iguais, ou seja ( ) .
Ex: Determina as funções inversas das seguintes funções:
a) ( ) b) ( ) c) ( ) d) ( )
e) ( ) f) ( ) g) ( ) ( )
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h) ( )
RESOLUÇÃO:
a) ( ) , logo permutando as variáveis teremos:
, isolando teremos; , então: ( ) é a
inversa procurada de ( ) e vice – versa.
Comprovação pela composição de aplicações de funções, isto é
( ) ( ) , teremos:
( ) ( )
, no entanto as funções a cima são inversas uma da outra.
2. Defina o domínio e o contradomínio das funções dadas bem como das suas
inversas.
a) ( ) ; em ´´o domínio e o contradomínio estão definidos em ´´
( ) ; em
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TEMA I. SUCESSÕES NUMERICAS. LIMITES E PROPRIEDADES
Definição (Sucessão), se a cada número natural ( ) se faz corresponder a um
número real ( ) por uma regra determinada, então ao sistema de números reais
ordenados , , , ………, denomina – se sucessão numérica ou
simplesmente sucessão
A cada (número), chama –se termo ou elemento da sucessão, com o qual
denota – se o termo geral da sucessão.
Exemplo: ;
;
;
; …………….;
; ; ; …………….;
; ; ; …………….;
Logo, as sucessões apresentadas nos exemplos anteriores são crescentes,
constantes e decrescentes respectivamente.
As sucessões sendo conjuntos de números reais podem ser limitadas ou não.
Exemplo: , se
Definição (Sucessão infinitamente grande), uma sucessão é dita infinitamente
grande se para cada número real positivo ( ), encontra – se um número natural
( ), tal que , e os elementos desta sucessão satisfazem a desigualdade:
| |
Exemplo:
Nota: Nem toda a sucessão não limitada é infinitamente grande, analise o seguinte
exemplo: ( )
Definição (Sucessão infinitamente pequena ou infinitesimal), a sucessão é
infinitesimal se para cada número real estritamente positivo , encontra –se
um número natural ( ), tal que para , os termos da sucessão satisfazem
a desigualdade | | .
Exemplo:
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Definição (Sucessão Covergente), a sucessão é dita convergente se existe um
número real , tal que para qualquer que seja o número real estritamente positivo
, encontra –se um número natural ( ), tal que, se , então os
termos desta sucessão satisfazem a desigualdade | | .
Exemplo: Pela definição analisa a convergência da sucessão
Definição (Sucessão Divergente), uma sucessão não convergente é dita
divergente.
Exemplo: ( )
OBS: toda a sucessão infinitamente grande é divergente
Nota: Se a sucessão é infinitamente grande, simbolicamente escreve – se:
Nota(2): Se a sucessão é convergente, escreve – se
Nota(3): Se a sucessão é infinitamente pequena ou infinitesimal, então:
Exercícios:
1. Diga se as sucessões são infinitamente grandes ou pequenas
a)
b)
c) ( )
d)
2. Pela definição de sucessão convergente os seguintes limites
a)
b)
c)
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d)
I.2. CALCULO DE LIMITES DE SUCESSÕES
Teorema: o limite de uma sucessão convergente é único – Teorema da unicidade
do limite (TUL).
Demonstração: suponhamos o contrário, que existe e , limites da sucessão
convergente , sendo . Se é limite de , então pela definição
qualquer vizinhança de , contem quase todos os termos de . Mais se
também é limite de , então pela definição qualquer vizinhança de , contem
quase todos os termos de , o que é uma contradição com o facto de que quase
todos os termos estarem já em qualquer vizinhança de . Logo o suposto é falso
e se cumpre o teorema.
Propriedades aritméticas dos limites de sucessões
Exemplo:
( )
( )
( )
( )
( )
( )
, ( )
Obs: Sendo e sucessões convergentes
( )
.
/
√
√
.
/
, isto porque se .
/
,
se .
/
,……….. se .
/
, Logo, nota – se que a sucessão é limitada para todo se pertencente
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aos números naturais, aproximando – se de um número irracional designado por
euler que representa – se por
Nota: .
/
√
, pois que : seja √
se
√
, se √
………, se √
, então: √
Nota:
{
Exercícios
Calcula os seguintes limites:
a)
l)
√
b)
m)
.
/
c)
n)
.
/
√
d)
.
/ o)
.
/
e)
√
p)
.
/
f)
√
q)
.
/
g)
√ √
r)
√
h)
√
s)
√( )
i)
( √ )
t)
j)
√ u)
√( )
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k)
√ √ v)
√
I.3. LIMITES DE FUNÇÕES DE VARIAVEL REAL
Definição: seja ( ) uma função de variável real, e constantes
quaisquer, diz – se que ( ) tende para quando tende para , se a toda
sucessão de variável tendente para corresponde a uma sucessão de valor de
( ) tendente para . Simbolicamente escreve – se:
( )
Exemplo: Calcula os seguintes limites
1.
2.
3.
√ √
Teorema sobre limites de funções
1. Uma função ( ) não pode tender simultaneamente para dois limites
diferentes, quando é dada uma única tendência (Teorema da Unicidade do Limite -
TUL)
2. O limite de uma sucessão constante é o valor desta mesma constante.3. Se duas funções ( ) e g( ) tendem para limites finitos e quando
tende para , então verifica – se :
( ( ) ( ))
( )
( )
( ( ) ( ))
( )
( )
.
( )
( )
/
( )
( )
,
( )
, ( )- (
( ))
√ ( )
√
( )
Exercícios. Calcula os seguintes limites:
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a)
d)
b)
e)
√
( )
c)
√
f)
( )
Infinitésimos
Uma função ( ) é um infinitésimo ou infinitesimal em , se:
( )
Exemplo: ( ) , é um infinitésimo em , isto é:
Seja ( ) e ( ) duas funções infinitesimais em , diz – se que:
1. As funções ( ) e ( ) têm a mesma ordem de magnitude se :
( )
( )
,
Em particular, se , então as funções ( ) e ( ) são infinitésimos
equivalentes.
2. A função ( ) é um infinitésimo de ordem superior à ( ) se:
( )
( )
Exemplo: sendo ( ) e ( ) , infinitésimos em
, analisa a ordem de magnitude.
Solução -
( )
( )
Logo, as funções ( ) e ( ) têm a mesma ordem de magnitude (OM)
Exemplo (2): sendo ( ) ( ) e ( ) ( ), funções infinitesimais
em , analisa a ordem de magnitude.
OBS: Alguns Infinitésimos equivalentes em
Em pode – se obter as seguintes equivalências:
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( ) , ( ) , ( ) , ,
( )
Nota: Pode – se obter infinitésimos equivalentes a uma soma, desfazendo os
infinitésimos de ordem superior.
Exemplo: Calcula
Infinitos
Definição: A função ( ) é um infinito em se
( )
Exemplo: ( )
é um infinito em , já que
Seja ( ) e ( ) duas funções infinitas em , diz – se que:
1. As funções ( ) e ( ) têm a mesma ordem de magnitude se
( )
( )
Com , em particular se então as funções ( ) e ( )
são equivalentes.
2. A função ( ) é de ordem inferior a ( ) se:
( )
( )
Exemplo: As funções ( ) e ( ) , são infinitos
quando tende para , pois que
, logo a função
( ) é de ordem inferior ( ).
Nota: Pode – se obter infinitos equivalentes a uma soma, desfazendo as funções
infinitas de ordem inferior.
Exercícios
Calcula os seguintes limites
a)
h)
√
b)
( )
( )
i)
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c)
( )
( )
j)
√
√
d)
( )
√ ( )
k)
√ √ √
√
e)
( )
√ √ ( )
l)
√
√
f)
√√
m)
√ ( )
√ ( )
( )
g)
√
n)
√ √
Limites Laterais
Ao se determinar o limite de uma função ( ) quando tende para , nem
sempre este limite existe, e mesmo que não exista é importante analisar o
comportamento ou o que se passa na vizinhança deste ponto ( ).
As vizinhanças do ponto ( ) são: ( ) e ( ) , vizinhança a
esquerda e a direita respectivamente.
Os limites laterais indicam – se por:
( )
( )
( ), limite lateral direito.
( )
( )
( ), limite lateral esquerdo
Exemplo, Calcular os limites laterais das seguintes funções:
1. ( )
, em
2. ( ) {
3. ( ) {
( )
( )
4. ( )
, em
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Função Contínua
Definição: Uma função ( ) é contínua num ponto se e somente se (sse) o
limite da função no ponto é igual ao valor da função nesse ponto, isto é:
( ) ( )
Da definição decorre que a função ( ) só é contínua se :
Existe ( ) e é finita
Existe o limite de ( )
Obs: Se uma das condições não se verificar, então a função é dita descontínua.
Ponto de Descontinuidade
Seja a função ( ) definida numa vizinhança do ponto , escepto possivelmente
no próprio ponto . O ponto é de descontinuidade da função ( ) nos
seguintes casos:
1.A função ( ) não está definida no ponto
2.A função está definida no ponto , mais que:
a) Não existe limite da função ( ).
b)Existe limite da função ( ), mais é diferente do valor da função no ponto, ou
seja:
( ) ( )
Classificação dos pontos de descontinuidade.
Seja um ponto de descontinuidade da função ( ), então:
Se existe limite da função ( ) mas, ou a função ( ) não está definida
no ponto , ou ainda
( ) ( ) , então é chamado ponto de
descontinuidade evitável.
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Se no ponto de descontinuidade os limites laterais forem diferentes ou
seja:
( )
( ) , então é ponto de descontinuidade
essencial do primeiro grau (salto finito).
Se no ponto de descontinuidade não existe pelo menos um dos limites
laterais, então é ponto de descontinuidade essencial do segundo grau
(salto infinito).
Exercícios
1.Analisar a continuidade das funções e em caso de descontinuidade classifica- as.
a) ( )
, em
b) ( ) {
c) ( ) {
( )
2. Para que valores de a funções dadas são contínuas?
a) ( ) {
b) ( ) {
( )
( )
3.Determina e para que a função dada seja contínua.
( ) {
( )
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TEMA II. CALCULODIFERENCIAL DE FUNÇÕES DE UMA VARIAVEL
II.1.Derivada de uma função num ponto (Significado Geométrico e Físico da
derivada)
Consideremos uma recta definida na forma , em que é o
coeficiente angular da recta e a ordenada na origem. Sendo ainda ( ) e
( ) dois pontos quais queres da recta, conforme a figura:
No triângulo , pode – se verificar que:
, então
Definição: Chama – se coeficiente angular ou declive de uma recta, a razão entre a
diferença das ordenadas de dois pontos quais queres da recta e a correspondente
diferença entre as abcissas, ou seja
Exemplo: Calcula os declives das seguintes rectas;
a) b) c) d)
Resolução, a partir da recta acha – se dois pontos quais queres,
isto é atribuindo dois valores arbitrários a variável independente , obtendo assim
os pontos desejados e de seguida substitui – se na definição
,
encontrando assim o declive. Outro sim a partir da definição ,
sabendo que é o coeficiente angular obtém – se facilmenteo declive.
Seja ( ) uma função contínua em - , .
Na figura a baixo, consideremos a curva representativa da função ( ).
Na figura verifica – se que:
1. O seguimento ̅̅ ̅̅ , acréscimo ou incremento de
2. O seguimento ̅̅ ̅̅ ( ) ( ) , acréscimo ou
incremento que resulta da função ( ).
Assim pode – se obter o declive da secante a curva que passa pelos pontos e
̅̅ ̅̅
( ) ( )
(1)
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Fazendo em (1) (2)
Substituindo a expressão (2) em (1) vem:
̅̅ ̅̅
( ) ( )
( ) ( )
(3)
Nota: Se o ponto tender para o ponto , então vai tender para , logo
tenderá para zero ( ) , isto é: a recta secante tenderá a recta tangente, passando
apenas pelo ponto .
O limite da tangente à curva no ponto , é dado pelo limite da razão incremental
desde que este limite exista, quando ( ) .
Definição: Chama – se derivada da função ( ) em relação a no ponto
, ao limite se existir do quociente entre o acréscimo da função ( ) e do
acréscimo da variável ( ) , no ponto , quando ( ) , ou seja
( ) ( )
Neste caso o valor deste limite denomina – se derivada da função no ponto e
denota – se por ( ) , então pela definição escreve – se:
( )
( ) ( )
ou simplesmente ( )
( ) ( )
Exemplo: Calcula as derivadas das seguintes funções aplicando a definição
1. ( ) 2. ( ) 3. ( ) 4. ( ) 5. ( )
6. ( )
7. ( ) √
Solução(1): A partir da definição ( )
( ) ( )
substituindo a
função na definição, vem ( )
PROPRIEDADES
Teorema (relação entre continuidade e derivada): Se a função ( ) é derivável no
ponto , então é contínua em .
Nota: O recíproco nem sempre é valido.
Exemplo: ( ) | | , . A função é contínua em pois que.
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( ) | | e | | | | , mais
( )
( ) ( )
| | | |
__ Se | | , logo:
( )
| | | |
__ Se | | ( ) , logo:
( )
| | | |
Então o
( ) ( )
, não existe, o que significa que ( ) não é
derivável.
22
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I.INTRODUÇÃO AO CÁLCULO INTEGRAL
I.I – PRIMITIVA DE UMA FUNÇÃO
Definição: seja ( ) uma função definida num intervalo . Diz-se que a
função ( ) éuma primitiva da função ( ) em , se: ( ) ( ), para
todo o
Ex: ( )
, é uma primitiva da função ( ) , pois que
( ) ( )
As funções ( )
e ( )
, também são primitivas
de ( )
Em geral uma função admite uma infinidade de primitivas sobre um
intervalo.
Calcula as primitivas das seguintes funções:
a) ( ) b) ( ) c) ( )
d) ( )
e) ( )
f) ( ) g) ( )
I.2.INTEGRAL INDEFINIDA
24
Definição: Chama-se integral indefinida da função ( ), à toda a
expressão ( ) , em que ( ) é a função primitiva de ( ) e uma
constante qualquer, isto é .
A integral indefinida denota-se por: ∫ ( ) ( )
Da definição de integral indefinida, decorre que: ∫ ( ) ( ) , só
e só se ( ) ( ).
Obs: Assim o processo de integrar se reduz a descobrir uma função
conhecendo apenas sua derivada; usando a tabela de derivadas, obtemos
uma lista de integrais chamadas imediatas. Esta lista p+ode ser
comprovada derivando cada resultado da integral e consultando a tabela
de derivada. Ex: Na tabela de derivada temos:
( ( ))
; então, ∫
( )
I.3.REGRAS DE INTEGRAÇÃO IMEDIATA
As integrais indefinidas gozam das seguintes regras:
1. ∫ 2. ∫
( )
3. ∫
( )
4. ∫ ( ) ( )
5. ∫
( ) 6. ∫ 7. ∫ ( ) ( )
8. ∫ ( ) ( ) 9 . ∫ ( ) ( )
10. ∫ ( ) ( ) ( ) 11 . ∫ ( ) ( ) ( )
Teorema: (Linearidade): Sejam e primitivas de e , respectivamente,
num intervalo e , . Então, é uma primitiva de ,
e ∫( ( ) ( )) ∫ ( ) ∫ ( )
Teorema: Se e são primitivas de ( ) num certo intervalo, então
é uma constante neste intervalo.
Exercícios.
Calcular as seguintes integrais:
a) ∫ b) ∫ c) ∫
d) ∫ e) ∫( )
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f) ∫( ) g) ∫ h) ∫√ ( ) i) ∫( )( )
j) ∫ . ( )
/ k) ∫( ) l) ∫
m) ∫
√
n) ∫ .√
√
/
o) ∫ √
p) ∫ q) ∫
r) ∫
√
s) ∫(√ )( √ ) t) ∫
u) ∫
√
v) ∫ .
( )
/ x) ∫( ) y) ∫
√
w) ∫ (√
√
) z) ∫
1.4-METODOS DE INTEGRAÇÃO
1.4.1 METODO DE SUBSTITUIÇÃO
Quando se necessita calcular a integral de uma função e não se sabe de imediato a sua
primitiva, efectua – se nessa integral a mudança de variável, isto é: sendo ∫ ( ) , e
fazendo ( ) e ( ) , tem-se: ∫ ( ) ∫ , ( )- ( )
Nota: Usualmente escolhe-se a mudança de variável na forma ( ) em vez de
( )
Exemplos:
Calcula as seguintes integrais:
1. ∫
2. ∫ ( ) 3. ∫
4. ∫ ( ) 5. ∫
√
6. ∫( ) 7. ∫( ) 8. ∫
( )
9. ∫
( )
( ) ( )
10. ∫
11. ∫
12. ∫
( ( ))
13. ∫
14. ∫
.
/
15. ∫ ( ) ( )
1.4.1.1- ALGUNS CASOS DE SUBSTITUIÇÕES
26
Se o integrando só contém a função ( ), a sua substituição será:
( ) {
( )
Se o integrando tem a forma ( ) ( ), onde pelo menos um dos
e é impar, sendo , tem-se:
∫ ( ) ( ) ∫ ( ) ( )
∫ ( ) ( ) ( ) ∫ ( ) ( ( )) ( ) , Fazendo as
substituições, teremos ( ) ( )
Dado o integrando ( ) ( ), em que e são números não
negativos e pares, onde e , ( )
( )
e
( )
( )
, teremos as seguintes substituições:
∫ ( ) ( )
∫ ( ) ( ) ∫(
( )
)
(
( )
)
Se o integrando contem o radical do tipo √ , faz-se ( )
Se o integrando contem o radical do tipo √ , faz-se ( )
Se o integrando contem o radical do tipo √ , faz-se ( )
Integrandos que apresentam expressões do tipo:
1. ∫
2. ∫
3. ∫
√
4. ∫
√
Exemplos:
Calcula:
a). ∫
( )
( )
b). ∫
( )
( )
c). ∫ ( ) ( )
d) ∫ ( ) ( ) 1. ∫ ( ) 2. ∫
( ) ( )
3. ∫
√
4. ∫
√
5. ∫
√
6. ∫
a). ∫
b). ∫
c). ∫
√
d) .∫
√
e) ∫
√f). ∫
1.4.2-METODO DE INTEGRAÇÃO POR PARTES
Sejam ( ) e ( ), funções deriváveis num certo intervalo . Sabe-se que a derivada
do produto de duas funções é dada por:
27
, ( ) ( )- ( ) ( ) ( ) ( ) ou equivalente a
( ) ( ) , ( ) ( )- ( ) ( ). Integrando ambos membros:
∫ ( ) ( ) ∫, ( ) ( )- ∫ ( ) ( ) ;
∫ ( ) ( ) ( ) ( ) ∫ ( ) ( ) .
Fazendo: {
( )
( )
e {
( )
( )
, logo:
∫ ∫
Exemplos:
Calcula as integrais:
a) ∫ b) ∫( ) ( ) c) ∫ ( ) d) ∫ ( )
e) ∫
f) ∫ ( ) g) ∫ ( ) ( ) ( )
h) ∫ ( ) i) ∫( ) ( ) j) ∫ k) ∫
l) ∫ .
/ m) ∫ ( )
Esquema integral de funções elementares (LIATE): L- Logaritmica, I- Inversa, A-
Algébrica, T- Trigonométrica e E- Exponencial
O esquema consiste em:
1. Escolher entre as duas funções que aparecem sob o sinal de integral como a:
- a função cuja letra inicial de caracterização posiciona - se mais na esquerda do ano
grama.
2. Para a formação do diferencial, a função cuja letra inicial d caracterização
posiciona – se mais a direita no anograma.
Concluindo, deve caracterizar – se pela letra mais próxima de , e pela letra mais
próxima de .
Exemplos: 1. ∫ ( ) 2
( ) 2. ∫ ( ) {
( )
O.B.S: Quando a função integranda envolve só um tipo de função nas definidas pelo
LIATE, a escolha é aleatória não interessa o anograma.
28
II. INTEGRAL DEFINIDA
II.1. DEFINIÇÃO
Considera a função ( ), continua e positiva num intervalo limitado e fechado, cujos
extremos são , -, conforme a figura:xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Dividindo o intervalo , - em intervalos; , de
amplitude não necessariamente todas iguais.
Seja , o maior dos intervalos, considerando um ponto em cada um dos intervalos ;
tais que , -.
Multiplicando o comprimento de cada um dos intervalos pelo valor que a função toma num ponto
de cada um dos intervalos, obteremos um somatório que representaremos por:
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Ou seja: ∑ ( ) ( )
.
Fazendo tender para infinito ( ), o número de intervalos também tenderá para infinito e
consequentemente a amplitude de cada intervalo tenderá para zero ( ).
O limite do somatório ( ∑), isto é a soma de infinitas parcelas representa – se por ∫ , que se
denomina integral, e escreve – se:
∑ ( ) ( )
∫ ( ) ∫ ( )
( )
29
A integral ( ), chama – se integral definida entre e , onde e são os limites de
integração, inferior e superior respectivamente
II.2. PROPRIEDADES
Sejam e primitivas de e , respectivamente, num intervalo e , . Então,
é uma primitiva de , e ∫ ( ( ) ( ))
∫ ( )
∫ ( )
(teorema da linearidade)
O sinal da integral muda quando trocamos os limites de integração:
∫ ( )
∫ ( )
Para três números arbitrários , e , verifica – se:
∫ ( )
∫ ( ) ∫ ( )
, sendo
Se ( ) é uma primitiva da função continua ( ), então:
∫ ( )
( ) ( ), Teorema fundamental do calculo
A integral definida será igual a zero ( ) se os limites de integração forem iguais.
∫ ( )
( ) ( )
Exemplos.
1.Calcula:
a) ∫
b) ∫
c) ∫ ( )
d) ∫ ( )
e) ∫
f) ∫
g) ∫ ( )
h) ∫ ( )
i) ∫ .
/
2.Dada a função ( ) , calcula a integral nos intervalos indicados:
, -, , - e , -.
II.3. METODOS
Os métodos das integrais definidas são os mesmos vistos nas integrais indefinidas (método de
integração por substituição e o método de integração por partes)
II.3.1. Método de substituição: Se ( ), então ( ) ; logo:
∫ , ( )- ( ) ∫ ( )
( )
( )
II.3.2. Método de integração por partes:
30
∫ ( ) ( ) ( ) ( ) ∫ ( )
( )
Exemplos:
Calcula: a) ∫ √
b) ∫
c) ∫
√
d) ∫ ( )
e) ∫ ( ) ( )
f) ∫
√
√
g) ∫ ( )
II.4. CALCULO DE ÁREAS
O cálculo da área de uma região plana pode ser feito via integral definida.
Teorema: A área de uma região plana definida pelo gráfico das funções continuas ( )
e ( ) e pelas rectas e é: ( ) ∫ , ( ) ( )-
.
Observações:
1. Se ( ) e ( ) , , - , então:
( ) ∫ ( )
, onde *( ) ⁄ ( )+
fg .
Exemplo: Calcula a área da função limitada pelo gráfico ( ) no intervalo , -.
2. Se ( ) e ( ) , , - , então:
( ) ∫ ( )
, onde *( ) ⁄ ( ) +
Fg.
3. Se ( ) ( ), , - , então:
( ) ∫ , ( ) ( )-
, onde: *( ) ⁄ ( ) ( )+
Fg.
Exemplo: ( ) e ( )
4. Se ( ) ( ), , e ( ) ( ), , então : ,
onde: *( ) ⁄ ( ) ( )+ e
*( ) ⁄ ( ) ( )+
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( ) ∫, ( ) ( )- ∫, ( ) ( )-
Fg
Nota: seja ( ) uma função tal que ( ) ( ), exemplo a função ( ), tem – se
que ∫ ( ) ∫ ( )
, para qualquer outro tipo de simetria pode – se proceder da
mesma forma
Exercícios
Calcula a área limitada pelos gráficos das funções nas respectivas restrições:
a) ( ) , com o eixo dos
b) ( ) e ( )
c) ( )
d) e
e) e
f) ( ) ( ), em, -
g) ( )
h) ( ) , com o eixo dos em, -
i) , com o eixo dos
j) , com o eixo dos
k) e