Text Material Preview
MOTIVO O Motivo Manifesto O paciente veio encaminhando por um médico da instituição que já o acompanhava a meses por causa de seus transtornos asmáticos. Mas devido afecção asmática e pelo seu atual recrudescimento de ataques, ou seja sua doença estava em constantes piora. Havia alterações em seus transtornos asmáticos tornando-se cada vez mais graves. Também houve relatos da parte de seus pais dizendo ser muito variável a conduta de seu filho, em alguns momentos razoável e submissa outras explosivas e agressiva, sobretudo com o irmão a quem domina, por meio de seu papel de doente. Sendo assim seu médico o encaminhou ao departamento psiquiátrico infantil do serviço pediátrico para uma investigação. MOTIVO LATENTE O psiquiatra encaminhou o paciente pois não havia uma outra forma de tratar seus sintomas manifestos com fármacos pois se tratava de sintomas originários de suas emoções, manipulados por fatores vividos em seu cotidiano, sintomas que envolve o termos da psicopatologia que classifica a explicação para as modificações do seu modo de vida, do comportamento e da personalidade do paciente, ocasionando o seu sofrimento em sua psique. O paciente possuí sentimentos de incapacidade, não consegue resolver sozinho ou forma eficaz os problemas, se sente inferior, sendo explícito a sua baixa autoestima. O complexo de inferioridade aparentemente se originou na sua infância nas situações traumáticas de “rejeição” quando o mesmo não encontrou na família acolhimento para satisfazer sua necessidade fisiológica de suprir seu desejo de se alimentar. Após suas crises de saúde a família optava por atitudes “frias” para “resolver” o evento, não esteve entre ações para se desenvolver emocionalmente na dor. Após o seu acidente com o caminhão o pai teve um comportamento de superproteção com desejo modelo de um filho jogador de futebol, e logo na fase seguinte desenvolveu um sentimento de insegurança. O fator de inferioridade orgânica faz que o paciente se sinta inferior por conta de seu aspecto físico devido o acidente, e acabou transferindo isso inconscientemente para outros âmbitos da sua vida, dando espaço para outros tipos de patologias, consequentemente originadas de suas emoções. Outro ponto importante percebido é o princípio de depressão, pelo fato da ausência de prazer em coisas que antes ele fazia bem. O paciente tem grande oscilação de humor e de pensamentos, que podem culminar em comportamentos de regressão que incita alterações fisiológicas em seu corpo, porta de entrada para mais doenças. Apresenta, além de sensação de infelicidade crônica e prostração (debilidade física, fraqueza, abatimento, moleza) baixas no sistema de imunidade como mostra seus históricos nos maiores episódios de seus problemas inflamatórios e infecciosos, como foi descrito pelo paciente nas entrevistas terapêuticas. ENTREVISTA Na Entrevista inicial, foi percebido que o entrevistado não havia sido informado sobre o motivo de estar ali. Diante da insistência, associa sua ida ao consultório aos problemas de saúde que vem enfrentando. Relata sobre sua falta de ar e acerca de detalhes de um acidente ocorrido quando o mesmo tinha quatro anos de idade, onde foi atropelado por um caminhão. A quantidade de detalhes demonstra como foi traumática e dolorosa a experiência vivida. Fala sobre sua paralisia (poliomielite) que acarretou em uma internação, em vários meses de repouso e frequência em um centro de reabilitação. Diz estar, no momento, “mais ou menos” bem por estar com os sapatos, protetores e botas, demonstrando consciência sobre sua condição física. Apesar de consciente sobre a doença, triste, possivelmente por tê-la. Relata não andar de bicicleta por tem medo, uma Insegurança possivelmente gerada por sua baixa estima e pelo acidente vivido. É observado que ele gosta de ler livros, de Bárbaros e filmes de cowboys, podendo ocorrer uma certa identificação e admiração pelos personagens por sua coragem e valentia. Apresenta um bom desempenho escolar, visto que disse ter passado todos os anos. Tem muitos amigos. Na família mesmo sendo fruto de uma gestação não planejada e aparentemente não acompanhada, relata ter um bom relacionamento com seu pai e durante a entrevista relembra momentos de brincadeiras com ele. No desenho livre, apresentou dificuldades para decidir que cores usava, mostrando insegurança em tomar decisões. Em certos momentos nota-se impaciente e insatisfeito com o que estava desenhando, mostrando-se muito exigente e cobrando perfeição em tudo o que faz. Enquanto desenha o irmão relata que se o mesmo visse o desenho, iria mata-lo, demonstrando sentimento de inferioridade perante o irmão e ao mesmo tempo uma possível relação conflituosa. Desenha a família de maneira detalhada, o pai bem colorido, confirmando seu afeto pelo mesmo. Quando perguntado se estava na cena retratada, nega se desenhar, alegando que sairia feio, demonstrando sua baixa estima devido a sua imagem corporal e o seu sentimento de inferioridade perante outras pessoas. DIAGNÓSTICO O paciente apresenta um quadro depressivo, ao mesmo tempo, os resultados são compatíveis com a presença de transtorno de ansiedade. Apresenta angustia e medo da morte além de sensação de impotência frente a traumas sofridos. Os relatos de crises asmáticas demonstram um comportamento de transferência e pedido de auxilio, sua dependência representam seu medo do abandono. O entrevistado apesar de apresentar uma boa adaptabilidade, se recuperando bem dos traumas vividos e conseguindo superá-los, se recolocando junto às novas necessidades, demonstra em fatores como baixa autoestima e sensação de desesperança, além dos traços de sentimento de culpa sobre sua situação e conflitos causados por comparações com o irmão.