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Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
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MÓDULO DE: 
 
DESIGNER INSTRUCIONAL 
 
 
 
 
 
 
AUTORIA: 
 
BEATRIZ CHRISTO GOBBI 
 
 
 
 
 
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Módulo de: Designer Instrucional 
Autoria: Beatriz Christo Gobbi 
 
Primeira edição: 2008 
 
 
CITAÇÃO DE MARCAS NOTÓRIAS 
 
Várias marcas registradas são citadas no conteúdo deste módulo. Mais do que simplesmente listar esses nomes 
e informar quem possui seus direitos de exploração ou ainda imprimir logotipos, o autor declara estar utilizando 
tais nomes apenas para fins editoriais acadêmicos. 
Declara ainda, que sua utilização tem como objetivo, exclusivamente na aplicação didática, beneficiando e 
divulgando a marca do detentor, sem a intenção de infringir as regras básicas de autenticidade de sua utilização 
e direitos autorais. 
E por fim, declara estar utilizando parte de alguns circuitos eletrônicos, os quais foram analisados em pesquisas 
de laboratório e de literaturas já editadas, que se encontram expostas ao comércio livre editorial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Todos os direitos desta edição reservados à 
ESAB – ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL LTDA 
http://www.esab.edu.br 
Av. Santa Leopoldina, nº 840/07 
Bairro Itaparica – Vila Velha, ES 
CEP: 29102-040 
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Apresentação 
Este curso pretende discutir o processo de Design Instrucional. 
A proposta é a de pensar o Design Instrucional – DI nos novos espaços de aprendizagem 
decorrentes da educação a distância, nos quais se manifestam diferentes formas de 
representação e comunicação do pensamento e novas relações com o conhecimento. 
Trata-se de um curso teórico, quanto ao seu conteúdo explícito, que pretende fornecer um 
espaço para discussões e troca de experiências entre os alunos e o tutor. É importante que 
você execute as atividades complementares, tire suas dúvidas, junto ao tutor, participe do 
fórum ou chat, com outros alunos, e enriqueça sua própria experiência de curso. 
 
Objetivo 
O presente curso tem como objetivo capacitar o aluno a utilizar os conceitos do Design 
Instrucional em sua prática profissional de modo que os benefícios proporcionados pela 
metodologia de DI sejam compreendidos. 
 
Ementa 
Educação a distância: modelos e implicações para o DI; O que é DI; Breve histórico do DI; 
Paradigmas de Aprendizagem e Design Instrucional; Modelo de DI 
 
 
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Sobre o Autor 
Beatriz Christo Gobbi 
Graduada e Mestre em Administração pela Universidade do Espírito Santo e pela 
Universidade Federal de Lavras, respectivamente. Com experiência no desenvolvimento de 
pesquisa e orientação de trabalhos científicos, atua na docência do ensino superior e pós-
graduação. 
 
 
 
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SUMÁRIO 
UNIDADE 1 ........................................................................................................... 8 
Introdução .......................................................................................................... 8 
UNIDADE 2 ......................................................................................................... 10 
Educação a distância: modelos e implicações para o DI ................................ 10 
UNIDADE 3 ......................................................................................................... 16 
O que é DI ........................................................................................................ 16 
UNIDADE 4 ......................................................................................................... 20 
Breve histórico do DI ........................................................................................ 20 
UNIDADE 5 ......................................................................................................... 26 
Paradigmas de Aprendizagem e Design Instrucional – parte I ....................... 26 
UNIDADE 6 ......................................................................................................... 31 
Paradigmas de Aprendizagem e Design Instrucional – parte II ...................... 31 
UNIDADE 7 ......................................................................................................... 37 
Paradigmas de Aprendizagem e Design Instrucional – parte III ..................... 37 
UNIDADE 8 ......................................................................................................... 43 
Modelo de DI .................................................................................................... 43 
UNIDADE 9 ......................................................................................................... 46 
Análise .............................................................................................................. 46 
UNIDADE 10 ....................................................................................................... 51 
Análise .............................................................................................................. 51 
UNIDADE 11 ....................................................................................................... 58 
Análise dos aprendizes .................................................................................... 58 
UNIDADE 12 ....................................................................................................... 64 
Análise da tarefa de aprendizagem ................................................................. 64 
 
 
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UNIDADE 13 ....................................................................................................... 69 
Análise da tarefa de aprendizagem ................................................................. 69 
UNIDADE 14 ....................................................................................................... 75 
Análise da tarefa de aprendizagem ................................................................. 75 
UNIDADE 15 ....................................................................................................... 78 
Análise da tarefa de aprendizagem ................................................................. 78 
UNIDADE 16 ....................................................................................................... 82 
Análise da tarefa de aprendizagem ................................................................. 82 
UNIDADE 17 ....................................................................................................... 91 
O Planejamento da instrução ........................................................................... 91 
UNIDADE 18 ....................................................................................................... 94 
Planejamento da Instrução: mídias e estratégias instrucionais ...................... 94 
UNIDADE 19 ....................................................................................................... 98 
Planejamento da Instrução: mídias e estratégias instrucionais ...................... 98 
UNIDADE 20 ..................................................................................................... 102 
Planejamento da Instrução: mídias e estratégias instrucionais .................... 102 
UNIDADE 21 ..................................................................................................... 105 
Planejamento e desenvolvimento da Instrução ............................................. 105 
UNIDADE 22 ..................................................................................................... 111 
Planejamentoda Instrução: mídias e estratégias instrucionais .................... 111 
UNIDADE 23 ..................................................................................................... 116 
Planejamento da Instrução: mídias e estratégias instrucionais .................... 116 
UNIDADE 24 ..................................................................................................... 119 
Planejamento da Instrução: mídias e estratégias instrucionais .................... 119 
UNIDADE 25 ..................................................................................................... 124 
Planejamento da Instrução: mídias e estratégias instrucionais .................... 124 
UNIDADE 26 ..................................................................................................... 127 
Planejamento da Instrução: mídias e estratégias instrucionais .................... 127 
 
 
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UNIDADE 27 ..................................................................................................... 131 
Planejamento da Instrução: mídias e estratégias instrucionais .................... 131 
UNIDADE 28 ..................................................................................................... 144 
Desenvolvimento e Implantação da solução de instrução ............................ 144 
UNIDADE 29 ..................................................................................................... 146 
Avaliação da instrução ................................................................................... 146 
UNIDADE 30 ..................................................................................................... 152 
Considerações Finais ..................................................................................... 152 
GLOSSÁRIO ..................................................................................................... 153 
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 154 
Bibliografia sobre DI ....................................................................................... 155 
 
 
 
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UNIDADE 1 
Objetivos: apresentar o módulo de Design Instrucional com a sua ementa e objetivos e fazer 
a introdução da temática 
Introdução 
A disseminação do uso da tecnologia de 
informação e comunicação associada à 
necessidade de formação continuada dos 
indivíduos da sociedade do conhecimento 
vem provocando o incremento da utilização 
da educação a distância (EAD). 
Esse novo formato educacional remodela o tradicional processo de ensino-aprendizagem, 
modificando papéis, métodos, pressupostos filosóficos, formas de produção e disseminação 
do conhecimento o que gera novos desafios e perspectivas para a educação. 
 
 
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Nesse contexto, surge um espaço de discussões relacionadas às conexões entre educação 
a distância e tecnologias de informação e comunicação – TIC. Entre os inúmeros pontos, 
questões como o planejamento, o desenvolvimento e a utilização sistemática de métodos, 
técnicas e atividades de ensino para projetos educacionais apoiados por tecnologias passam 
a ganhar proeminência. 
A nossa proposta é a de pensar o Design Instrucional – DI nos novos espaços de 
aprendizagem decorrentes da educação a distância, nos quais se manifestam diferentes 
formas de representação e comunicação do pensamento e novas relações com o 
conhecimento. 
Posto isto, o presente curso tem como objetivo capacitar o aluno a utilizar os conceitos 
relacionados ao Design Instrucional em sua prática profissional de modo que os benefícios 
proporcionados pela metodologia de DI sejam compreendidos. 
 
 
 
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UNIDADE 2 
Objetivos: Apresentar algumas características dos cursos à distancia, focando no ensino on-
line e iniciar a discussão sobre o DI 
Educação a distância: modelos e implicações para o DI 
Você já observou e refletiu sobre as diferenças entre 
os cursos que realizamos? Você já percebeu as 
diferentes propostas pedagógicas, as diversas 
estratégias didáticas adotadas, os diferenciados 
pressupostos filosóficos dos cursos ofertados? 
Para Souza (2006), entre os atributos que constituem 
o Design Instrucional, a abordagem pedagógica de EAD impacta diretamente na forma que o 
curso será concebido, planejado e executado. O entendimento dos pressupostos do curso, 
suas características e filosofia são essenciais para o início do trabalho do designer 
instrucional. Essas diferenças estão ainda relacionadas à teoria de aprendizagem adotada, o 
que discutiremos mais adiante. 
Então, nesta unidade teremos a oportunidade de perceber e diferenças entre alguns tipos de 
cursos à distancia, sem a pretensão de esgotar o tema. Nesse primeiro momento, o objetivo 
é que você a partir dessas diferenças reflita sobre a dinâmica diferenciada do processo de 
ensino-aprendizagem. Então, vamos lá! 
Para Peters (apud SOUZA, 2006), a variedade de conceitos que se tem de EAD se 
transformou historicamente, e alguns destes conceitos se cristalizaram em modelos já 
institucionalizados. O autor distingue sete modelos de educação a distância, dos mais 
tradicionais, ainda presentes nos dias de hoje, aos mais recentes que surgiram dentro da 
evolução da tecnologia e das mídias: 
 
 
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Modelo de EAD Características 
1. Modelo de 
Preparação para o 
Exame 
A universidade limita a fazer exames, conferir graus mas se abstém de 
ensinar; o aluno ensina a si mesmo 
2. Modelo de 
Educação por 
Correspondência 
É o mais antigo de todos, é a “preparação para o exame” mais o ensino 
regular. Com textos didáticos, tarefas prescritas e levadas ao aluno por 
meio de correspondência regular 
3. Modelo Multimídia 
(de massa) 
Desenvolvido nos anos 60; uso mais ou menos integrado do rádio, 
televisão e material impresso. Amplamente difundido pelas 
universidades abertas 
4. Modelo de 
Educação a distância 
em Grupo 
Uso de mídias (rádio e TV) para transmitir palestras proferidas por 
professores, assistidas por um grupo de alunos que fazem notas e 
discutem durante a aula, sem o uso de material impresso. 
5. Modelo de Aluno 
Autônomo 
Professores orientam os alunos sem aulas expositivas; os alunos 
organizam a aprendizagem, assumem as suas tarefas, determinam os 
seus objetivos, selecionam os conteúdos e decidem as mídias a serem 
utilizadas. 
6. Modelo de 
Educação a distância 
baseada na Web 
Alunos têm acesso aos programas didáticos e bancos de dados remotos 
disponibilizados na Web. Trabalham on-line ou off-line; participam de 
encontros com tutores e alunos e realizam projetos 
7. Modelo de Sala de 
Aula estendido 
tecnologicamente 
O professor dá aulas em uma sala de aula (estúdio) da faculdade e as 
aulas ou instruções são transmitidas para duas ou mais salas de aula 
por meio de cabo, satélite ou videoconferências. É interativo e ocorre em 
tempo real 
 
 
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Quadro 1 - Modelos de Educação a distância 
Fonte: Peters apud Souza (2006) 
Pelos modelos expostos podemos perceber que a utilização da EAD pode implicar em maior 
ou menor separação espacial e temporal, maior ou menor interação face a face, maior ou 
menor interatividade, maior ou menor utilização de Tecnologia de Informação e 
Comunicação, maior ou menor conexão em rede, etc. 
Para Peters a escolha do modelo depende de vários fatores (econômicos, infra estrutura, 
filosóficos, etc.) e que qualquer que seja a decisão, não se deve esquecer que a educação a 
distância é sui generis e exige abordagens que diferem dos formatos tradicionais da 
educação. 
No Brasil,para Moran (2008), o modelo de EAD que mais cresce combina a aula com o 
atendimento on-line: teleaulas por satélite ao vivo, tutoria presencial e apoio da Internet. 
Nesse modelo, as aulas são ao vivo para dezenas ou centenas de telesalas, 
simultaneamente, onde em cada uma há uma turma de até cinquenta alunos, que assistem a 
essas aulas sob a supervisão de um tutor local e realiza algumas atividades complementares 
na sala. Há alguma interação entre alunos e professores através de perguntas mandadas via 
chat e que podem ser respondidas ao vivo via teleconferência, depois de passarem por um 
filtro de professores auxiliares ou tutores. Essas aulas são complementadas nas salas com 
atividades supervisionadas por um tutor presencial e outras, ao longo da semana, orientadas 
por um tutor on-line. 
Para o autor, é um modelo muito atraente, porque combina mobilidade com a tradição de 
aprender com o especialista. Principalmente para pessoas mais simples assusta menos e 
induz a pensar que educação a distância depende ainda da informação do professor. As 
atividades a distância, se bem feitas, conferem autonomia aos alunos, e, se combinadas com 
atividades colaborativas, podem compor um conjunto de estratégias combinadas muito 
interessantes e dinâmicas. O problema está na massificação, na manutenção de tutores 
generalistas mal pagos e tutores on-line sobrecarregados. 
 
 
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Outro modelo a distância predominante é via redes, mais conhecido como educação on-line, 
onde o aluno se conecta a uma plataforma virtual e lá encontra materiais, tutoria e colegas 
para aprender com diferentes formas de organização da aprendizagem: umas mais focadas 
em conteúdos prontos e atividades até chegarmos a outras mais focadas em pesquisa, 
projetos e atividades colaborativas, onde há alguns conteúdos, mas o centro é o 
desenvolvimento de uma aprendizagem ativa e compartilhada. 
O foco em projetos colaborativos se desenvolve com rapidez e traz um dinamismo novo para 
a EAD. Há cursos que se apóiam em cases, em análise de situações concretas ou em jogos, 
o que lhes conferem muito dinamismo, participação e ligação grande com o mercado. 
Para Moram, hoje há muitas opções diferentes de estudos on-line e a tendência é termos 
ainda o on-line com muitas mais opções audiovisuais, interativas, fáceis de acessar e 
gerenciar e a custos bastante baixos. O autor classifica os cursos em: cursos on-line 
assíncronos; cursos on-line com períodos preestabelecidos, subdivididos e centrado em 
conteúdos e modelo de colaboração entre os participantes e, ainda, os cursos híbridos. 
Os cursos on-line assíncronos são baseados em conteúdos prontos e algum grau de tutoria, 
em que os alunos se inscrevem a qualquer momento. O termo assíncrono significa que no 
processo de comunicação a mensagem que é emitida por uma pessoa é recebida e 
respondida mais tarde pelas outras, como exemplo, podemos citar o correio eletrônico, fórum 
e lista de discussão. Em outras palavras, o processo de interação não acontece no momento 
de emissão da comunicação. Há o mesmo tipo de cursos, com mais interação. Os alunos 
participam de grupos, de debates como parte das estratégias de aprendizagem. Combinam 
atividades individuais e de grupo e têm também uma orientação mais permanente. 
O segundo tipo de curso é o on-line com períodos preestabelecidos. Ele começa em data 
prevista e vai até o final com a mesma turma, como acontece em muitos cursos presenciais 
atualmente. Dentro desse formato, há dois modelos básicos, com variáveis: 
O primeiro deles é o modelo centrado em conteúdos, no qual o que é importante é a 
compreensão de textos, a capacidade de selecionar, de comparar e de interpretar ideias e 
 
 
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análise de situações. Esses conteúdos podem estar disponíveis no ambiente virtual do curso 
e também em textos impressos ou em CDs que os alunos recebem. Geralmente há tutores 
para tirar dúvidas e alguma ferramenta de comunicação assíncrona como o fórum. 
O segundo modelo de cursos com períodos preestabelecidos pode ser entendido como 
modelo de colaboração entre os participantes. Combinam leituras, atividades de 
compreensão individuais, produção de textos individuais, discussões em grupo, pesquisas e 
projetos em grupo, produção de grupo e tutoria bastante intensa. 
Nos cursos on-line que começam em períodos certos, com tempos predeterminados é mais 
fácil formar grupos, trabalhar com módulos. O conteúdo do curso e as atividades em parte 
estão preparados, mas dependem muito da qualidade e integração do grupo, da 
colaboração. É mais focado em colaboração do que em leitura de textos. O importante neste 
grupo são as discussões, o desenvolvimento de projetos e as atividades colaborativas. O 
curso em parte está pronto e em parte é construído por cada grupo. Uma variável deste 
modelo inclui alguns encontros ao vivo, que podem ser para aulas expositivas, ou para tirar 
dúvidas ou para apresentação de pesquisas. É um curso on-line, mas semipresencial. 
Já o modelo híbrido on-line pode ter atividades síncronas e assíncronas. As atividades 
síncronas são aquelas em que todos participam ao mesmo tempo, como por exemplo, o chat 
e a videoconferência. É mais adequado para estudantes iniciantes, em fase de formação e 
progressivamente é possível diminuir os tempos síncronos, na medida em que os alunos vão 
adquirindo maior autonomia. 
 Os cursos mais individualizados e assíncronos, nos quais o aluno se inscreve quando acha 
conveniente e segue o ritmo que lhe parecer melhor (dentro de certos limites), são mais 
indicados para alunos mais adultos e com bastante experiência profissional. O on-line atual 
mais assíncrono e personalizado é para pessoas mais adultas, com experiência e que 
precisam de flexibilidade e têm motivação e autodisciplina. 
Para Moran, no Brasil a tendência é caminhamos para o on-line mais audiovisual, com 
plataformas com todos os recursos integrados, audiovisuais e interativos. O on-line mais 
 
 
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colaborativo pode ajudar a alunos que têm dificuldade de concentração, de gerenciamento 
do tempo com a criação de grupos para pesquisa, atividades colaborativas e também com o 
acompanhamento de professores orientadores de aprendizagem. Se cada aluno tiver seu 
orientador se sentirá mais seguro, terá a quem recorrer. A combinação de atividades em 
grupo e de orientação personalizada é um dos caminhos para que realmente a educação on-
line avance. 
 
Vimos no texto alguns tipos de cursos a distância. Entendemos a EAD como atividade 
pedagógica caracterizada por um processo de ensino aprendizagem realizado por 
mediação docente e com a utilização de recursos didáticos sistematicamente organizados 
e com o suporte de tecnologia de informação e comunicação, sem a frequência 
obrigatória de alunos e professores. Direcionamos atenção para os cursos on-line, ou 
seja, os cursos que são desenvolvidos a partir do uso da internet. Vimos que há cursos 
que exigem maior ou menor interatividade, com período de formação de turmas, com 
mais flexibilidade, com maior ou menor número de atividades colaborativas, maior ou 
menor uso de tecnologia de informação e comunicação, cursos que exigem mais 
autonomia dos aprendizes, etc. Agora pense na sua experiência como discente. É a sua 
primeira experiência num curso a distância? Quais características você identifica no curso 
da ESAB? E os outros cursos, quais características eles apresentavam? 
Esse é um primeiro exercício para sua reflexão. 
 
 
 
 
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UNIDADE 3 
Objetivos: Apresentar o Design Instrucional, envidenciando suas características e 
importância. 
O que é DI 
Tendo discutido sobre as diferenças entre as abordagens 
pedagógicas de cursosa distância, partiremos agora para o 
entendimento do Design Instrucional. 
Design Instrucional ou DI pode ser entendido como “a ação 
intencional e sistemática de ensino, que envolve o 
planejamento, o desenvolvimento e a utilização de métodos, 
técnicas, atividades, materiais, eventos e produtos 
educacionais em situações didáticas específicas, a fim de 
facilitar a aprendizagem humana a partir dos princípios de aprendizagem e instrução 
conhecidos” (FILATRO, 2007, p. 65). 
Para Tractenberg (2007), essa metodologia se distingue de outras formas de criação de 
materiais educacionais pelo seu caráter metódico e cuidadoso aplicado aos processos de 
análise, planejamento, desenvolvimento e avaliação. Sua prática se orienta por resultados de 
pesquisas principalmente na área de Educação, Psicologia e Comunicação. Trata-se de uma 
abordagem sistêmica, que pondera múltiplos fatores que afetam e/ou podem ser afetados 
pela implementação de uma iniciativa de educação ou treinamento. 
Para esse autor, o DI possui 4 propósitos básicos: 
 Criar processos e materiais didáticos efetivos, isto é, que atinjam seus objetivos 
pedagógicos; 
 
 
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 Que estes materiais e processos sejam eficientes, consumindo o menor tempo 
possível; 
 Que sejam agradáveis para os aprendizes, e 
 Que sejam viáveis em seu custo-benefício. 
Para Filatro (2007), quando o DI se refere à produção de materiais instrucionais – no formato 
tradicional ou em sua versão on-line – aproxima-se do sistema de entrega de conteúdos que 
caracteriza a imprensa, os meios editoriais, a publicidade e recentemente a mídia eletrônica. 
No entanto, a autora afirma que o conceito de Design Instrucional não se restringe ao 
tratamento, publicação e entrega da informação e o diferencia da ciência da informação, 
como demonstrado no quadro 2 adiante: 
 Ciência da informação Design Instrucional 
Definição 
Organização, seleção e 
apresentação de informações 
para a recuperação rápida e 
precisa. 
Uso de estratégias de aprendizagem 
testadas para projetar atividades de 
aprendizagem que permitam a 
construção de habilidades e 
conhecimentos. 
Propósito 
Apresentar a informação de 
modo claro e efetivo. 
Otimizar a construção de habilidades e 
conhecimentos conforme definida 
pelos objetivos de aprendizagem. 
Origens 
Teoria da comunicação, design 
da mensagem e pesquisa sobre 
a interface homem-computador. 
Psicologia, ciência da computação, 
engenharia, educação e negócios. 
Resultados 
desejados 
Informação facilmente acessível 
e útil. 
Habilidades demonstráveis e 
conhecimento construído pelo aluno. 
Estratégias de Interface de navegação e Estratégias de demonstração 
 
 
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design ferramentas de recuperação de 
informação 
orientadas empiricamente, prática 
orientada, prática não orientada e 
avaliação. 
Escopo do 
conhecimento 
Definido por especialistas de 
conteúdo e designers da 
informação. 
Orientado pelo conjunto de habilidades 
e resultados de aprendizagem 
desejados. 
Sequenciamento 
Sob o controle do usuário; baixa 
previsibilidade de quais nós de 
informação serão visitados. 
Varia do controle total pelo sistema até 
o controle total pelo aluno, 
dependendo dos resultados de 
aprendizagem desejados. 
Medidas de 
eficiência 
O tempo necessário para 
recuperar a informação desejada.
O tempo necessário para que o aluno 
domine o conteúdo. 
Medidas de 
efetividade 
Uma informação complexa se 
torna mais facilmente navegável 
e compreensível 
O aluno demonstra domínio sobre o 
conteúdo e transfere a aprendizagem 
para outras situações. 
Quadro 2 - Diferenças entre Ciência da Informação e Design Instrucional 
Fonte: adaptado de Filatro (2007) 
 
O Design Instrucional apresenta ainda seguintes vantagens (SMITH e RAGAN apud 
TRACTENBERG, 2007): 
 Situa o foco do processo de ensino-aprendizagem no aluno; 
 Integra o trabalho de designers instrucionais, designers gráficos, instrutores, gerentes e 
outros profissionais através de um processo de trabalho sistemático; 
 Facilita o desenvolvimento de soluções alternativas às práticas usuais em um 
determinado campo de ensino; 
 
 
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 Leva à convergência dos objetivos, atividades e avaliações. 
O DI pode ser utilizado por qualquer pessoa que precise criar alguma forma de instrução. 
Sua prática não está restrita aos designers instrucionais, profissionais especializados em 
todas as etapas dessa metodologia. Bem como sendo uma construção, Design Instrucional 
também é um campo da teoria e prática dentro do domínio da tecnologia instrucional. O DI 
pode ser aplicado em muitos ambientes, incluindo escolas, colégios e universidades, 
empresas, organizações militares e agências governamentais. 
 
Agora que você já entendeu o que é o Design Instrucional leia o texto Domínios, 
Competências e Padrões de Desempenho do Design Instrucional (DI) (The Instructional 
Design (ID) Domains, Competencies and Performance Statements) da International Board 
of Standards for Training, Performance and Instruction (IBSTPI) - Tradução de Hermelina 
P. Romiszowski 
 
 
 
 
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UNIDADE 4 
Objetivos: Evidenciar o histórico do Design Instrucional 
Breve histórico do DI 
O DI atualmente é utilizado principalmente na Europa e nos 
Estados Unidos onde teve sua origem. Como anteriormente 
relatado, os seus princípios são originados da educação, 
psicologia, ciência cognitiva, teoria de sistemas, filosofia, 
antropologia e teoria organizacional. 
Reiser (2001) apresenta um panorama sobre a história do DI 
que nos ajuda a compreender a integração de todos os seus 
elementos teóricos e as práticas atuais. Para o autor, o Design Instrucional ganha impulso 
significativo durante a II Guerra Mundial. Nesse período, um grande número de psicólogos e 
educadores foi chamado pelo exército dos EUA para realizar pesquisas e desenvolver 
materiais de treinamento com fins militares. 
Robert Gagné e Leslie Briggs, Jonh Flanagan, dentre outros, passaram a pesquisar meios 
mais efetivos de planejar a instrução. Esses pesquisadores tiveram significativa influência 
sobre o modo com o qual os materiais de educação e treinamento vinham sendo 
desenvolvidos. 
Seus trabalhos se baseavam em princípios derivados de pesquisas na área da 
aprendizagem e do comportamento humano. Também usavam seus conhecimentos sobre 
avaliação e testagem para verificar as competências dos indivíduos mais capazes de se 
beneficiarem de um determinado programa de treinamento. 
Depois da II Guerra Mundial, ao final da década de 40 e ao longo da década de 50, muitos 
destes psicólogos continuaram a trabalhar em pesquisas nessa área. Desenvolveram uma 
 
 
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série de abordagens novas para a análise, desenvolvimento e avaliação de materiais 
didáticos que foram resumidas na obra “Psychological Principles in System Development”, 
editada por Gagné em 1962. 
Nesse período, e até meados da década de 60, começou o movimento da instrução 
programada, influenciada pela obra de Skinner “The Science of Learning and the Art of 
Teaching”. Nela são descritos os requisitos necessários para a aprendizagem humana e são 
especificadas as características de materiais instrucionais efetivos. Esses materiais, 
chamados de “instrução programada”, deviam apresentar a instrução em pequenos passos, 
exigir respostas abertas para perguntas frequentes, fornecer feedback imediato e permitir 
que o aprendiz seguisse seu próprio ritmo. Além disso, como cada passo na instrução era 
pequeno, assim os aprendizes responderiam corretamente às questões e receberiam um 
reforço positivo pelo feedback recebido. 
Nesseperíodo, Skinner e outros autores já utilizavam processos empíricos no 
desenvolvimento da instrução programada para a resolução de problemas de instrução: 
analisavam conteúdos e os reduziam a objetivos específicos de aprendizagem, criavam os 
passos necessários para atingir os objetivos, e aplicavam procedimentos para avaliação dos 
resultados e revisão dos materiais. 
 
A popularização dos objetivos comportamentais 
Em 1962 Robert Mager publicou “Preparing Objectives for Programmed Instruction” que 
vendeu até hoje mais de um milhão e meio de exemplares. O livro explora a forma de 
escrever objetivos que correspondam aos comportamentos desejados por parte dos 
aprendizes, as condições sob as quais tais comportamentos devem ser realizados e os 
critérios de avaliação dos mesmos. Tal forma de redigir objetivos instrucionais, contendo os 
três elementos continua em uso por muitos designers instrucionais. 
Outra contribuição foi a Benjamim Bloom, em meados da década de 1950, com a publicação 
da obra “Taxonomy of Educational Objectives”, na qual formulou a taxionomia dos objetivos 
 
 
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educacionais com base em três domínios de aprendizagem: cognitivo (que trata da 
recuperação do conhecimento e do desenvolvimento de habilidades intelectuais), afetivo 
(que descreve a mudança nos interesses, atitudes e valores) e psicomotor (que inclui os 
sentidos humanos). 
 
Domínios de aprendizagem, análise de tarefa e eventos instrucionais. 
Outro importante marco no desenvolvimento do DI ocorreu com a publicação de “The 
Conditions of Learning”, por Robert Gagné em 1965, onde descreveu cinco domínios ou tipos 
de objetivos de aprendizagem: informação verbal, habilidades intelectuais, habilidades 
psicomotoras, atitudes e estratégias cognitivas. Cada um desses domínios requer condições 
específicas para que se possa promover a aprendizagem. 
O trabalho de Gagné mostrou que dentro do âmbito da aprendizagem de habilidades 
intelectuais, as habilidades específicas possuem uma relação hierárquica, isto é, para que se 
possa aprender uma habilidade complexa é preciso assimilar aquelas mais simples com as 
quais têm relação. 
Partindo de tal premissa, Gagné desenvolveu a “análise de tarefa instrucional”, processo 
onde um objetivo maior é decomposto em unidades de aprendizagem. Com isso torna-se 
possível verificar a hierarquia dos domínios de aprendizagem envolvidos, e então garantir 
que ao longo da instrução o aluno domine os prerequisitos necessários antes de chegar a 
objetivos mais complexos. 
 
O Sputnik e a avaliação formativa 
Em 1957, quando a União Soviética lançou o Sputnik, primeiro satélite orbital, os Estados 
Unidos decidiram investir milhões no ensino de Matemática e Ciências, com o objetivo de se 
equiparar à educação Soviética. 
 
 
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Os materiais didáticos desenvolvidos com esses fundos foram criados por especialistas e 
produzidos sem a realização de testes com estudantes. Anos mais tarde verificou-se que os 
materiais não eram efetivos. Scriven (apud REISES, 2001) indicou a necessidade realizar 
testes junto aos alunos antes da produção final dos materiais. Ele deu a esse processo o 
nome de “avaliação formativa, em contraste com a “avaliação somativa” que, segundo ele, 
seria a avaliação dos materiais instrucionais após sua implementação. 
 
Os primeiros modelos de Design Instrucional 
No início da década de 60 diversos conceitos como a análise de tarefa, a definição de 
objetivos comportamentais e o uso de pretestes foram ligados para formar métodos coesos 
de desenvolvimento instrucional. 
Ao final da década de 70, já se contava mais de 40 modelos diferentes de DI. Nesse período 
o interesse pelo processo se disseminou por vários setores: as forças armadas aplicaram o 
DI ao treinamento militar, enquanto nas universidades foram criados centros de 
desenvolvimento instrucional para auxiliar professores a melhorar suas aulas. Também 
criaram cursos de Design Instrucional em nível de bacharelado. Muitas organizações da 
indústria e comércio perceberam o valor do DI na melhoria dos processos de treinamento e 
começaram a utilizá-lo. Países como a Coréia do Sul, Libéria e Indonésia viram no DI 
benefícios para a solução de seus problemas educacionais e criaram organizações para 
capacitar profissionais nessa área. 
 
Década de 80: Crescimento e o novo direcionamento 
Na década de 80 o DI continuou a se expandir no comércio, na indústria e nas forças 
armadas. Contudo, sua influência nas escolas e universidades se revelou reduzida pois os 
centros de desenvolvimento instrucional entraram em crise, sendo fechados ou tiveram suas 
verbas limitadas. 
 
 
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Nesse período houve interesse da aplicação dos princípios do cognitivismo ao DI. Surge 
também o interesse no uso de computadores para fins instrucionais. Muitos profissionais 
voltaram sua atenção para essa área, e criaram novos modelos para desenvolver instrução 
interativa com a nova mídia. Além disso, os computadores começaram a ser utilizados para 
automatizar tarefas de planejamento instrucional como a redação de objetivos gerais, 
objetivos específicos, itens de avaliação etc. 
 
Anos 90: novas direções 
Nos anos 90 a difusão do construtivismo influenciou o DI. Os princípios instrucionais 
associados ao construtivismo indicam aos aprendizes que: a) resolvam problemas 
complexos e realistas; b) trabalhem em conjunto para a solução desses problemas; c) 
examinem os problemas a partir de múltiplas perspectivas; d) assumam sua autonomia sobre 
o processo de aprendizagem ao invés de serem recipientes passivos da instrução, e e) 
tornem-se conscientes de seu papel na construção do conhecimento. Tais orientações 
começaram a fazer parte das soluções de educação e treinamento propostas a partir desse 
período. 
A utilização de sistemas computacionais se intensifica e altera o trabalho dos designers 
instrucionais. Esses sistemas de informação foram projetados para oferecer ajuda a 
trabalhadores que desempenham determinadas tarefas, no momento e no formato em que 
são necessárias. 
Alguns programas possuem bases de dados relacionadas ao trabalho (no formato de 
simulações ou tutoriais), outros oferecem automatização de tarefas ou ainda “consultoria 
especializada” para determinadas atividades. Associada a estes sistemas, a gestão do 
conhecimento está entre as tendências mais recentes no campo da gestão de RH e Design 
Instrucional. Bases de dados, intranets, e software para comunicação e cooperação entre 
grupos permitem às organizações documentar e disseminar o conhecimento explícito e tácito 
existente com o objetivo de melhorar a performance de seus funcionários. 
 
 
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Ao disponibilizar informações pertinentes no momento certo, os sistemas reduzem a 
necessidade de treinamento. Desse modo, alguns profissionais voltaram sua atenção para o 
planejamento de sistemas de apoio, ao invés de programas de treinamento. 
Dentre as principais tendências na área de DI tem sido apontada: a possibilidade de 
aprendizagem através de dispositivos portáteis, como celulares ou palmtops (mobile 
learning), e a construção de objetos de aprendizagem, conceito ainda cercado de ampla 
discussão, que sugere a classificação e armazenamento de materiais didáticos em diversos 
formatos (principalmente formatos digitais), em bases de dados. Tal classificação permitiria 
aos educadores reduzir a redundância de esforços no desenvolvimento instrucional através 
do reaproveitamento de conteúdos e mídias projetadas em formato modular. 
Outra tendência expressiva desse período foi o uso da Internet para realizar educação a 
distância. Com tal crescimento, aumentou a consciência de que, para seremefetivos, os 
programas de EAD precisam ser cuidadosamente planejados. Isso criou ainda mais 
oportunidades para os profissionais de DI. 
 
 
 
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UNIDADE 5 
Objetivo: Apresentar a influência do paradigma de aprendizagem Comportamentalista, 
Cognitivismo e Socioconstrutivismo no Design Instrucional e discutir especificamente sobre o 
Comportamentalismo. 
Paradigmas de Aprendizagem e Design Instrucional – parte I 
Relatada a história do DI, é interessante recorrer a Filatro (2007) 
para visualizar as contribuições das teorias da educação para o 
desenvolvimento do Design Instrucional. Essas diferentes 
teorias relacionam-se ainda aos variados modelos de cursos de 
EAD, como visto na Unidade 2 do nosso curso. 
Para a autora, o Design Instrucional tem caminhado lado a lado 
com o desenvolvimento das teorias educacionais, formulando 
práticas de ensino alinhadas às descobertas científicas sobre a aprendizagem humana. As 
contribuições dos paradigmas dominantes de ensino-aprendizagem ao Design Instrucional 
identificam uma sucessão temporal de pensamentos e práticas, com fronteiras claramente 
definidas rumo à adoção de uma perspectiva de diversidade do DI. 
O quadro adiante (quadro 3) mostra resumidamente as influências dos paradigmas 
Comportamentalista (ou Behaviorismo), do Cognitivismo e do Construtivismo sobre o 
desenvolvimento do Design Instrucional como campo teórico e prático. Logo após o quadro, 
iniciaremos discussão sobre essa correlação. 
Período 1960-1975 1976-1988 1989-atualmente 
Teoria da 
instrução 
Comportamentalista 
Movendo-se em direção 
ao cognitivismo 
Seguindo a corrente em 
direção ao construtivismo 
 
 
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Ênfase 
Comportamento 
observável 
Processamento interno 
Construção individual e 
coletiva de conhecimento 
Paradigma 
psicológico 
Psicologia 
comportamental 
Psicologia do 
processamento da 
informação 
Construção do 
conhecimento/mediação 
social 
Status do 
Design 
Instrucional 
Emergente 
Engajado no 
desenvolvimento de 
teorias e modelos 
Engajado na redefinição 
Quadro 3 - lnfluências dos paradigmas de aprendizagem sobre o Design Instrucional a partir da década dê 1960 
Fonte: adaptado de Filatro (2007) 
 
Comportamentalismo / behaviorismo 
Como anteriormente abordado, as contribuições de autores como Gagné, 
Mager, Bloom, Skinner, entre outros tiveram implicações para o DI. 
Esses autores passaram a pesquisar meios mais efetivos de planejar a 
instrução, cujos objetivos se traduziam em descrição de condutas que 
deveriam resultar em comportamentos observáveis e mensuráveis. 
Para Filatro (2007), apesar da existência de uma verdadeira cruzada 
contra a abordagem comportamentalista nos dias atuais, pode-se demonstrar uma série de 
contribuições-chave que essa corrente teórica representa para o Design Instrucional, como 
demonstrado no quadro 4: 
Aprender fazendo. As pessoas aprendem melhor engajando-se ativamente em tarefas. 
Isso é comumente chamado de "prática". 
Taxonomias. Os resultados de aprendizagem podem ser diferenciados conforme seu tipo 
e complexidade - por exemplo, ligações estímulo-resposta simples, classificação 
 
 
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conceitual e cumprimento de regras. Esses resultados são compilados em esquemas de 
classificação chamados taxonomias de aprendizagem, que por sua vez guiam a seleção 
de objetivos de aprendizagem e estratégias instrumentais. 
Condições de aprendizagem. Para cada tipo de aprendizagem podem ser identificadas 
condições que conduzem à aprendizagem efetiva. Identificar as condições de 
aprendizagem compõe a base da teoria instrucional prescritiva, usando a fórmula: para 
alcançar o objetivo X, aplique ou organize as condições Y. 
Objetivos comportamentais. A instrução deve basear-se em objetivos de aprendizagem 
claramente especificados em termos de comportamento. Explicitar a formulação de 
objetivos ajuda a relacionar os objetivos instrucionais com a avaliação, promovendo um 
controle mais apurado. 
Foco nos resultados. Professores e escolas são responsáveis pela aprendizagem de 
seus alunos. Comportamentos mensuráveis são considerados o melhor índice de 
resultados de aprendizagem e devem ser usados para medir a efetividade instrucional. 
Alinhamento. A boa instrução apresenta um alinhamento ou consistência entre objetivos 
de aprendizagem, estratégias instrucionais e estratégias usadas para avaliar a 
aprendizagem do aluno. O desalinhamento desses componentes resulta em instrução 
inadequada ou injusta. 
Decomposição de tarefas. As pessoas aprendem melhor quando tarefas complexas são 
divididas em tarefas menores, mais manipuláveis, e aprendidas separadamente. 
Prerequisitos. Subtarefas frequentemente se tornam prerequisitos para tarefas maiores. 
Ou seja, os alunos aprendem uma tarefa maior facilmente quando dominaram primeiro 
as subtarefas. Isso leva à sequência instrucional que vai das partes para o todo. 
Pequenos sucessos. As subtarefas têm outra vantagem: permitem aos alunos 
alcançarem o sucesso, que é reforçado, resultando em maior motivação para continuar. 
 
 
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Feedback sensível à resposta. As pessoas aprendem melhor quando sabem que seus 
esforços estão corretos. Quando o desempenho não estiver correto, deve ser fornecida 
informação específica sobre o que está errado e como melhorar na próxima tentativa. 
Ciência da instrução. Os educadores necessitam ser precisos e sistemáticos em seu 
pensamento, ensino e avaliação dos alunos. A educação pode ser tratada como uma 
ciência ou tecnologia aplicada, em que, mediante investigação empírica, são descobertos 
e aplicados princípios. 
Suporte ao desempenho. As pessoas precisam de suporte à medida que desempenham 
suas tarefas, por meio de auxílios à tarefa, sistemas de ajuda e sistemas de feedback e 
incentivo. Instrução e suporte no trabalho (on-the-job), no momento exato (just-in-time), 
funcionam melhor. Em geral, quanto mais próximo o ensino estiver das condições de 
transferência, mais efetiva será a aprendizagem. 
Instrução direta. Oferecer direções claras, apresentações bem preparadas, exemplos 
adequados e oportunidades para praticar e transferir - são métodos comprovados que 
resultam em aprendizagem substancial pelo aluno. 
Preteste, diagnóstico e contextualização. Os alunos não devem ser forçados a suportar 
um mesmo programa instrucional para todos. Em vez disso, a instrução deve ramificar-se 
em tratamentos alternativos conforme as habilidades prévias, a motivação e outras 
variáveis críticas. 
Transferência. A fim de ser capaz de transferir habilidades de uma tarefa para outra, os 
alunos precisam praticá-Ias. Se os alunos nunca tiverem oportunidades de praticar a 
transferência de suas habilidades, não se deve esperar que sejam capazes de 
desempenhá-Ias em situações de teste. 
Quadro 4 - Amostra dos insights comportamentalistas para o design de ambientes de aprendizagem 
Fonte: adaptado de Filatro (2007) 
 
 
 
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UNIDADE 6 
Objetivos: Apresentar a influência do paradigma de aprendizagem Comportamentalista, 
Cognitivismo e Socioconstrutivismo no Design Instrucional e discutir especificamente sobre o 
cognitivismo e o Socioconstrutivismo. 
Paradigmas de Aprendizagem e Design Instrucional – parte II 
Continuaremos nossa discussão sobre a influência de alguns paradigmas de educação e o 
Design Instrucional. Abordaremos nessa unidade o cognitivismo e o Socioconstrutivismo 
 
Cognitivismo 
Em oposição ao comportamentalismo, cujo foco principal é a manipulação 
do ambiente externo como mecanismos de mudançasdas condutas 
observáveis, nessa corrente, Piaget e de Wilson e Myers, principalmente, 
estudam cientificamente a aprendizagem, direcionando atenção aos 
esquemas mentais. 
A pesquisa cognitiva buscou compreender os mecanismos internos de representação do 
mundo exterior e as estratégias de retenção das informações. As teorias cognitivistas 
procuram mostrar que o sujeito deixa de ser somente um receptor de conhecimentos, não 
importando como ele os armazena e organiza em sua mente, e passa a ser considerado o 
agente da construção de sua própria estrutura cognitiva por meio de treino e prática. As 
principais contribuições desse paradigma são apresentadas no quadro 5. 
 
 
 
 
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Estágios de processamento da Informação. Os seres humanos processam a informação 
em estágios estáveis, sequenciais, injetando informação sensorial na memória perceptiva 
e depois na memória de trabalho de longo prazo, e finalmente gerando resposta. Em 
muitos aspectos, as pessoas são máquinas de processamento da informação cujos 
pensamentos e comportamentos podem ser modelados e simulados. 
Modelagem de tarefas. As tarefas podem ser modeladas usando fluxogramas e outras 
representações sequenciais. Esses modelos - chamados "análise de tarefa cognitiva" - 
podem ser usados para apontar prováveis erros e fazer a instrução mirar mais 
especificamente no alvo para a habilidade. 
Atenção. A atenção é frequentemente dirigida para as novidades ou mudanças no 
ambiente. A atenção pode ser comprometida quando a instrução oferece novidade 
demasiada ou insuficiente, provocando ansiedade ou tédio, respectivamente. 
Percepção seletiva. Nossos objetivos, expectativas e compreensões atuais colorem 
nossas percepções. Servem como filtros para o mundo e modelam nossas estruturas e 
respostas cognitivas. Essa natureza seletiva da percepção tem implicações para o 
sequenciamento instrucional, a motivação e o treinamento metacognitivo. 
Sobrecarga da memória. Somente somos capazes de manter na mente cerca de cinco a 
sete pedaços (chunks) de informação de cada vez. Quando a instrução exige demais dos 
limites da memória de trabalho, os problemas aparecem. Os maiores aprimoramentos 
podem ser feitos por meio de análise cuidadosa e revisão da instrução para reduzir as 
demandas de memória. Estratégias sensíveis à memória incluem: sequenciar a instrução 
do mais simples para o mais complexo; permitir acesso a guias de referência; e progredir 
em pequenos passos com repetição frequente e elaboração. 
Tipos de conhecimento. Dois tipos de conhecimento são fundamentais: a) conhecimento 
declarativo (saber o quê): armazenado como proposições em redes semânticas; b) 
conhecimento procedimental (saber como): armazenado como regras E-SE (IF-THEN) e 
gabaritos de reconhecimento de padrões. Esses tipos de conhecimento são 
 
 
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frequentemente identificados na linguagem cotidiana como conhecimento e habilidade. 
Tanto o conhecimento declarativo como o conhecimento procedimental dependem das 
representações de regras ou informações armazenadas na memória. 
Codificação significativa. A informação é armazenada na memória de longo prazo de 
maneira que se torne acessível para recuperação sempre que for conveniente. 
Decomposição (chunking). A informação é quebrada em pedaços (chunks) conforme se 
organiza em unidades significativas, tornando-se mais fácil de ser lembrada. A 
informação assim quebrada em pedaços se ajusta melhor e ajuda-nos a superar os 
limites da memória de trabalho. 
Compilação de habilidades. Pela prática repetida, as habilidades se tornam compilações 
ou rotinas. Vários passos procedimentais são combinados em um todo único, facilitando 
o desempenho e disponibilizando os recursos cognitivos para outras partes de uma 
tarefa complexa. Falar sobre ou desaprender um procedimento transformado em rotina 
pode ser difícil, porque os detalhes da tarefa são perdidos e precisam ser reconstruídos. 
A automaticidade é conseguida quando uma segunda tarefa pode ser desempenhada 
simultaneamente sem prejuízo da primeira tarefa. 
Elaboração. As pessoas fazem ligações entre os materiais e seus conhecimentos 
anteriores utilizando o pensamento ativo e a reflexão. Quanto mais conexões, mais 
significativa e mais estável será a aprendizagem. 
Metacognição. A solução de problemas envolve conhecimento declarativo e 
procedimental, e algo mais: aquilo que chamamos conhecimento metacognitivo, 
envolvendo automonitoramento, autorregulação, sabendo quando e onde desenvolver 
nossas estratégias e conhecimento. 
Motivação. Motivação é o que faz as pessoas agir. Enquanto as explicações 
comportamentalistas se referem tradicionalmente a instintos, impulsos, estímulos e 
reforços, os teóricos cognitivistas confiam em modelos de processamento e estrutura 
 
 
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cognitiva. Os conceitos-chave são incentivos, autoeficácia, expectativa x valor, 
atribuições de sucesso/ fracasso, desempenho x objetivos de aprendizagem, motivação 
intrínseca x extrínseca. 
Especialistas x novatos. Os especialistas diferem dos novatos em uma série de aspectos, 
entre os quais: a) mais informação de domínio específico para explorar; b) rotinas de 
desempenho de domínio específico mais refinadas; c) um compromisso com períodos 
estáveis de prática deliberada (prática reflexiva com a intenção específica de aperfeiçoar 
a habilidade). 
Desenvolvimento humano. O crescimento das crianças em conhecimento e habilidade 
pode ser interpretado como uma série de estágios das formas de raciocínio concreto 
para abstrato, ou uma acumulação de conhecimento procedimental e declarativo sobre o 
mundo. Os adultos também crescem em sua compreensão epistemológica; esse 
crescimento pode ser caracterizado em termos de estágios, movendo-se de concepções 
de conhecimento fixas e autoritárias para concepções que reconhecem a importância da 
interpretação e da perspectiva. Em ambos os casos, a instrução deve corresponder aos 
níveis de desenvolvimento. 
Mudança conceitual. As pessoas constroem o sentido de seus mundos a partir da 
referência a esquemas, modelos mentais e outras estruturas complexas de memória. As 
diferenças entre a exigência encontrada e os esquemas podem promover investigação e 
reflexão para resolver o conflito. A instrução deve ajudar os alunos a assimilar e 
acomodar novas informações aos esquemas e às estruturas cognitivas existentes. 
Quadro 5 - Princípios de processamento da informação relacionados ao design de ambientes de aprendizagem 
Fonte: adaptado de Filatro (2007) 
Socioconstrutivismo 
Dewey, Bruner e Vygótski enfatizam a necessidade da 
educação estar engajada com as experiências da vida. O 
 
 
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conhecimento passa a ser visto como um processo, não o acúmulo de sabedoria científica 
armazenada em livros textos. 
O ensino deve estar relacionado aos contextos e experiências pessoais. É a aprendizagem 
que sustenta o desenvolvimento humano, não o contrário. Aprender é um fenômeno social, 
um processo dialético que envolve interação com outras pessoas, ferramentas e o mundo 
físico. 
Inspirados pelos pressupostos do construtivismo alguns autores vêm pesquisando o 
desenvolvimento de modelos de Design Instrucional que possibilitem a criação de um espaço 
favorável à construção do conhecimento, um ambiente construtivista de aprendizagem. 
Nesse espaço de aprendizagem, grupos de alunos (e não alunos individualmente) são 
encorajados e apoiados (não controlados ou programados) a explorar suportes de 
informação como livros, materiais impressos, vídeos, etc. e ferramentas tecnológicas como 
programas de processamento de texto, e-mail, ferramentas de pesquisa, etc., formando 
verdadeiras "comunidadesde aprendizagem". 
As implicações da teoria Socioconstrutivista para o Design Instrucional on-line são 
sintetizadas no quadro 6. 
A aprendizagem é orientada à demanda. Os ambientes virtuais de aprendizagem podem 
rastrear a história, o perfil e o progresso do aluno, bem como estratégias e conteúdos 
personalizados, organizados segundo as prioridades de aprendizagem e relacionados a 
tarefas e projetos embutidos em um contexto de atividades significativas. 
A aprendizagem é uma construção social mediada pelos atores sociais por meio de 
linguagem, signos e ferramentas. Os ambientes virtuais de aprendizagem devem 
capitalizar as dimensões social, comunicativa e colaborativa, possibilitando o discurso 
mediado. Devem dispor de ferramentas facilitadoras para o engajamento nas tarefas (por 
exemplo, mapas conceituais) que enfatizem a construção do conhecimento. 
A aprendizagem se refere à formação de identidade ou ao ato de tornar-se membro de 
 
 
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uma cultura dentro de zonas de desenvolvimento proximal estipuladas. Os ambientes 
virtuais de aprendizagem devem criar uma dependência estrutural entre os indivíduos, 
capitalizando os diversos níveis de conhecimento da comunidade, e permitindo o 
crescimento e a interação contínua entre os novatos e os mais capazes. 
A aprendizagem é reflexiva e metacognitiva, internalizando do social para o individual. Os 
ambientes virtuais de aprendizagem podem facilitar a reflexão e a metacognição, 
permitindo a aprendizagem pela prática e pela reflexão na ação. 
A aprendizagem está incorporada em ricos contextos culturais e sociais envolvendo 
conhecimento implícito e explícito. Os ambientes virtuais de aprendizagem devem ser 
baseados na internet de modo que, por uma plataforma de rede, os alunos possam 
acessar os ambientes em seus próprios contextos, por diferentes tipos de interação e 
pela emergência do conhecimento tácito. 
A aprendizagem é socialmente distribuída entre as pessoas, as regras e as ferramentas. 
Os ambientes virtuais de aprendizagem devem facilitar a localização da informação e 
oferecer ferramentas que otimizem o desempenho humano. 
A aprendizagem equivale a transferir conhecimentos de uma situação à outra, 
descobrindo significados relacionais e associados nos conceitos. Os ambientes virtuais 
de aprendizagem podem desafiar os alunos a refletir sobre os princípios e conceitos 
aplicáveis a outros contextos, por meio da observação e análise de informações 
organizadas visualmente e de padrões ou variáveis relativamente estáveis. 
Quadro 6 - Princípios do pensamento vigotskiniano e suas implicações para o Design Instrucional on-Iine 
Fonte: adaptado de Filatro (2007) 
 
 
 
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UNIDADE 7 
Objetivos: Discutir brevemente sobre a Andragogia, Pedagogia Freireana e o Humanismo e 
as suas implicações no Design Instrucional 
Paradigmas de Aprendizagem e Design Instrucional – parte III 
Tomando por base o contexto de mudanças, caracterizado por uma sociedade em constante 
aprendizado, com cidadãos e trabalhadores aprendendo por toda a vida, Filatro (2007) 
explica que é necessária uma teoria de Design Instrucional que considere cada vez mais a 
natureza e as condições específicas do aprendiz adulto. 
A autora complementa sua análise com algumas correntes teóricas que proporcionam 
subsídios à compreensão da educação de adultos: a andragogia, a pedagogia freireana e a 
abordagem humanista. Esses serão os assuntos que abordaremos nessa unidade. 
Dimensão Andragógica 
Para Filatro (2007) a andragogia é uma concepção relevante. O 
termo que foi cunhado por Alexander Kapp em 1933 e que nos 
anos seguintes circulou pelos países europeus suscitando 
oposições e defesas até se incorporar à teoria instrucional 
americana por meio de Knowles nos anos 1970. Inicialmente 
contraposta à pedagogia, a andragogia buscou sua identidade desvinculando-se do sentido 
de condução por um guia, por um líder, tal como o professor. 
Knowles e outros autores se basearam na premissa de que o adulto se caracteriza 
fundamentalmente pelo autodirecionamento, decorrente de uma maturação orgânica 
(prontidão) que o faz um ser independente e autônomo. Além da maturação orgânica, o 
adulto segue acumulando cada vez mais experiências, que se constituem num importante 
banco de recursos para o desenvolvimento da sua aprendizagem autônoma. Sua capacidade 
 
 
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de aprender se torna progressivamente orientada para tarefas relacionadas aos seus papéis 
sociais, e sua perspectiva quanto à aplicabilidade do conhecimento é imediata. Assim, o 
adulto enxerga a aprendizagem como algo relacionado a problemas práticos a serem 
solucionados. Em consequência, não há por que aplicar a ele os princípios pedagógicos 
formulados para crianças. 
No quadro 7, Ballestero-Alvarez (2004) apresenta um comparativo entre os conceitos 
trabalhados na pedagogia e da andragogia. 
Pressuposto Andragogia Pedagogia 
Aprendizagem Autodirigida pelo aluno Dirigida pelo professor 
Personalidade Independente e autodirigida Dependente, em formação 
Experiência Fonte para a aprendizagem Construída mais do que usada 
Orientação 
Centrada em tarefas e 
problemas 
Centrada em conteúdos 
Motivação Curiosidade, estímulos internos 
Punições, recompensas 
externas 
Clima 
Informal, respeito mútuo, 
colaboração, consenso, apoio 
Autoridade formal, orientado, 
competitivo 
Planejamento Mútua contribuição e definição Basicamente pelo professor 
Objetivos Fixados por negociação mútua Fixados pelo professor 
Conteúdo 
Projeto sequencial em função de 
necessidades e disposição 
Ementa de curso, unidade de 
conteúdo, sequência lógica 
Avaliação 
Entre todos os envolvidos com 
ênfase na autoavaliação 
Basicamente pelo professor 
 
 
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Quadro 7 – Diferença entre a Andragogia e a Pedagogia 
Fonte: adaptado de Ballestero-Alverez (2004) 
Pedagogia Freireana 
Outras contribuições para o DI são oriundas da pedagogia freireana. 
Para Paulo Freire, a aprendizagem acontece pela interação entre o 
sujeito e o objeto dentro de contexto determinado, e leva à tomada 
de consciência que permite transformar o mundo. É a educação 
progressista e emancipatória que faz crescer a consciência histórica 
e libertária. E, em consonância, as tecnologias têm um potencial 
transformador da sociedade e facilitador da solidariedade humana. 
 
Dimensão Humanista 
A corrente humanista coloca a ênfase no sujeito como 
principal elaborador do conhecimento e acredita no potencial 
de todos os seres humanos para o desenvolvimento. A 
educação humanista é centrada no aluno, visto como um ser 
único que traz para a situação didática um conjunto também 
único de experiências e necessidades. O ato de aprender é, 
por essa razão, extremamente pessoal e experiencial. A 
experiência constitui um conjunto de realidades vivenciadas que possuem significados reais 
e funcionam como ponto de partida para o crescimento. O currículo (ou o conteúdo) não é 
um fim em si mesmo, mas um meio de promover os objetivos de desenvolvimento humano. 
Apesar de pessoal, a aprendizagem não ocorre em isolamento, pois é mais bem suportada 
em um ambiente cooperativo. Cabe ao professor o papel de facilitador, auxiliador e parceiro 
no processo de aprendizagem. 
 
 
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Ao valorizar o afeto, a abordagem humanista contribui para uma visão holística e integradora 
do processo de ensino-aprendizagem e para uma teoria abrangente da instrução, 
respondendo a questões ignoradas por outras correntes teóricas. 
Embora as estratégias instrucionais assumam importância secundária na educação 
humanista, e a não diretividade deva impulsionaras práticas de ensino, Filatro (2007) indica 
contribuições da abordagem para o Design Instrucional (quadro 8). 
Contribuições da abordagem humanista para o Design Instrucional 
Ênfase no processo de aprendizagem. 
Autodeterminação, refletida na autonomia, autodireção e autoavaliação do aluno. 
Cuidado e compreensão mútuos entre professores, alunos e outras pessoas 
(conectividade). 
Relevância dos materiais, incluindo prontidão do aluno para aprender. Integração de 
afeto e cognição no processo de ensino-aprendizagem. Consciência das condições 
ambientais, culturais, históricas, políticas e econômicas nas quais ocorre a 
aprendizagem. 
Preferência por abordagens afetivas e experienciais de aprendizagem. Abordagem da 
mudança social que é antiautoritária, com o propósito de servir à sociedade, melhorando 
suas instituições educacionais. 
Equidade, consenso e colaboração por meio da participação democrática no processo de 
aprendizagem. 
Orientação ao crescimento pessoal que enfatiza a autoatualização por meio da 
autoconsciência. 
Orientação às pessoas com base na confiança e em uma visão positiva da humanidade, 
Ênfase no individualismo, 
 
 
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Perspectiva concreta e pragmática da realidade 
Autoavaliação com ênfase na avaliação formativa sobre a avaliação somativa, 
Variedade e criatividade, refletidas em espontaneidade, originalidade e diversidade na 
aprendizagem 
Orientação transpessoal que salienta o desenvolvimento holístico da pessoa, incluindo 
seu potencial para a espiritualidade, 
Quadro 8 - Contribuições da dimensão humanista para o Design Instrucional. 
Fonte: adaptado de Filatro (2007) 
Para a autora um Design Instrucional humanista possibilita, principalmente, a criação de um 
clima de equidade dentro do qual os alunos são tratados com respeito e dignidade, já que 
encara cada indivíduo como possuidor de potencial para alcançar o sucesso. 
Essa explanação dos paradigmas de aprendizagem não teve a pretensão de aprofundar as 
discussões de um assunto tão denso e amplo. Coube aqui pontuar as características de 
alguns paradigmas e suas implicações paro o Design Instrucional. 
É importante para o profissional que irá prover o Design Instrucional, que esse seja um curso 
um sólido conhecimento das teorias educacionais. Dependendo da análise da necessidade 
de aprendizagem, da audiência do curso e de outros fatores que o caracterizam, diferentes 
teorias podem ser aplicadas. O profissional de DI deve ter conhecimento dos pontos fortes e 
fracos de cada teoria de aprendizagem para aperfeiçoar o seu uso nas estratégias 
apropriadas (PINHEIRO, 2002; MERGEL, 1998). 
Mergel (1998) defende uma abordagem eclética para o Design Instrucional. Ele explica que a 
tentativa de fazer o design do curso atrelado a uma teoria apenas pode ser comparado à 
escola versus o mundo real. O que se aprende no ambiente escolar nem sempre está 
atrelado ao mundo real, da mesma forma que as concepções teóricas não sempre podem 
 
 
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ser aplicadas ao mundo real. É preciso então fazer modificações e adaptações para se 
adequar à realidade. 
A partir da próxima unidade aprenderemos, mais um pouco, sobre o modelo de Design 
Instrucional e as suas etapas. 
 
Abordamos no nosso curso o Design Instrucional como “a ação intencional e sistemática de 
ensino, que envolve o planejamento, o desenvolvimento e a utilização de métodos, 
técnicas, atividades, materiais, eventos e produtos educacionais em situações didáticas 
específicas, a fim de facilitar a aprendizagem humana a partir dos princípios de 
aprendizagem e instrução conhecidos” (FILATRO, 2007, p. 65). Apresentamos também um 
resumido histórico e as implicações de alguns paradigmas da educação para o DI. Agora é 
hora de você interagir com os colegas de curso. Apresente-se no fórum “Troca de 
experiências - EAD”. Fale resumidamente suas intenções em realizar esse curso, a 
experiência em educação, cursos a distância e Design Instrucional. 
Encontrar-nos-emos lá! Não deixe de participar. É a oportunidade de conhecer os colegas 
e adquirir novos conhecimentos. 
 
 
 
 
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43
UNIDADE 8 
Objetivo: Apresentar o modelo de Design Instrucional 
Modelo de DI 
Para Filatro (2007) “as mudanças sociais, econômicas e tecnológicas da sociedade refletem 
em um movimento bem caracterizado dentro da teoria e prática do Design Instrucional, que 
passa a ser entendido como “situado”, “flexível”, “reflexivo”, recursivo”, ou simplesmente 
“construtivista”. A autora defende o design contextualizado, que envolve a perspectiva 
individual, característica do aluno; a perspectiva imediata, característica do entorno e a 
perspectiva cultural ou institucional, característica de uma organização, instituição ou 
sociedade. 
Essa concepção permite a partir dos fatores contextuais, maior personalização dos percursos 
individuais e possibilidade real de interação entre os atores do processo. Em termos de 
personalização, atribui-se às tecnologias a função de prover padrões de aprendizagem mais 
flexíveis, que permitam aos alunos fazer escolhas em termos dos seguintes itens: 
Tempo de participação no curso: data de início e conclusão, frequência de participação; 
conteúdo: tópicos abordados, sequência, quantidade de atividades de aprendizagem, nível 
de dificuldade, padrões de avaliação; 
 
Prerequisitos para participação; 
Abordagens instrucionais: organização social da aprendizagem, linguagem utilizada, 
fundamentos pedagógicos e andragógicos; materiais de aprendizagem; 
Entrega e logística do curso: métodos e condições temporais e espaciais para obter suporte, 
tipos de suporte disponíveis; 
 
 
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Local de estudo e participação no curso; canais de distribuição: sessões presenciais, ensino 
por correspondência, teleconferências, rede de computadores. 
Isso envolve uma compreensão mais ampla do que, por meio da 
tecnologia, os alunos podem decidir não apenas “como”, “quando” e 
“”onde” estudar, mas também “o que” estudar. 
Não se trata na verdade de um novo modelo. A autora apresenta o 
Design Instrucional Contextualizado com cada uma das fases tradicionais 
do Design Instrucional (análise, design e desenvolvimento, 
implementação e avaliação), defendendo em geral menos rigor e maior 
flexibilidade em cada uma dessas fases. 
Corroborando com essa concepção, apresentaremos no texto o modelo 
explorado por Tractenberg (2006), com as fases clássicas do Design 
Instrucional e conhecido como modelo ADDIE (Analysis, Design, 
Development, Implement, Evaluate): 
Fase de análise: é a base das demais fases. Durante esta etapa o 
problema de instrução deve ser identificado e analisado. A fase de 
análise envolve a identificação das necessidades de aprendizagem, a definição dos objetivos 
instrucionais, a caracterização dos alunos e o levantamento das restrições. 
Design (Planejamento): envolve a definição de como alcançar os objetivos determinados 
durante a análise. Nesta fase selecionam-se as mídias que melhor atendem à instrução em 
seu contexto, o tipo de curso, o tipo de agrupamento, a forma de avaliação, a forma de 
motivar os alunos, etc. 
Fase de desenvolvimento: tem como suporte as fases de análise e de design. Nesta fase 
serão desenvolvidas a instrução, as mídias usadas e a documentação. Pode incluir também 
hardware e software. Na fase do desenvolvimento, os materiais instrucionais e os 
procedimentos didáticos são criados. Conforme o caso, será necessário treinar professores, 
comprar equipamentos ou recursos didáticos que existam no mercado. 
 
Análise 
 
Design / 
Planejamento 
 
Desenvolvimento 
 
Implementação 
 
 
Avaliação 
 
 
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Fase de implementação: Em seguida, a instrução é oferecida aos aprendizes conforme 
definido no plano instrucional. Com a finalidade de fazer ajustes e correções, é comum 
implementar a instrução em uma amostra piloto antes de aplicá-la em grande escala. 
Avaliação: é a fase que mede a eficiência da instrução. Deve ocorrer ao longo de todo o 
processo do Design Instrucional - dentro das fases, entre as fases e após a implementação. 
A avaliação pode ser formativa ou somativa. Avaliação formativa ocorre durante e entre as 
fases. Avaliação somativa, em geral, ocorre após a versão final da implementação. Este tipo 
de avaliação verifica a eficiência da instrução. 
A partir de agora no nosso curso exploraremos cada fase do Design Instrucional. 
 
Agora que você já teve a oportunidade de entender o que é o Design Instrucional, o seu 
histórico e alguns paradigmas de aprendizagem que o influenciam, resolva a lista de 
exercícios 1 no “link” ATIVIDADES. 
 
 
 
 
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UNIDADE 9 
Objetivos: Discutir sobre a fase de Análise do Design Instrucional, especificamente a análise 
do problema e do contexto de aprendizagem 
Análise 
Análise do problema e do contexto de aprendizagem 
A fase de análise envolve a identificação das necessidades de aprendizagem, a definição 
dos objetivos instrucionais, a caracterização dos alunos e o levantamento das restrições 
(FILATRO, 2007). 
Nesta unidade abordaremos dentro da fase de Análise, a análise do problema e do contexto 
de aprendizagem. 
Para Tractenberg (2006), a fase de análise é iniciada 
com o exame e descrição do problema instrucional 
que deve ser solucionado. O “problema instrucional” 
se refere a uma diferença entre o desempenho atual e 
o desempenho desejado para um determinado público 
alvo. Esse desempenho pode ser acadêmico ou 
profissional. 
O autor alerta para a importância do discernimento entre desempenho insatisfatório e falta de 
competências ou conhecimentos. Ele explica que diversos outros fatores influenciam na 
performance humana, tais como: baixa motivação, equipamentos de trabalho inadequados 
ou processos de trabalho ineficientes ou mal definidos e nem sempre se referem à 
problemas de instrução. 
No seu ponto de vista, é um erro comum das organizações é o de criar cursos ou materiais 
didáticos na expectativa de resolver problemas que não podem ser completamente 
 
Análise 
 
Análise do 
Problema 
 
Análise do 
Contexto da 
Aprendizagem 
 
 
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resolvidos, por iniciativas de educação ou treinamento. Em muitos casos a solução exige 
ações integradas de treinamento e comunicação além de mudanças em práticas 
organizacionais. 
Já a falta de conhecimento ou de competências é um elemento real e necessário para o 
aprimoramento do desempenho, seja este profissional ou acadêmico, então isso é o que se 
chama de “problema instrucional”. 
Assim, o designer instrucional precisa compreender os problemas com os quais se depara e 
ainda, saber diferenciar os aspectos organizacionais/administrativos dos aspectos 
instrucionais. Para ilustrar, o autor apresenta o quadro adiante que relata uma situação 
observada numa escola. Vejamos no quadro abaixo: 
O Colégio X caiu 23 posições na classificação geral do vestibular e a diretoria deseja 
melhorar essa situação. 
Após um diagnóstico cuidadoso um designer instrucional identificou o seguinte: 
Problemas organizacionais: os professores estão insatisfeitos com seus salários e não se 
dedicam o suficiente; a coordenadora educacional não ouve as sugestões dos professores 
no sentido de melhorar o ensino no colégio; e por desorientação vocacional os alunos 
concentraram suas inscrições nos cursos universitários mais badalados e disputados. 
Problemas instrucionais: após a saída de dois bons professores de Matemática e Física, a 
qualidade do ensino nessas duas áreas se tornou deficiente. Análise combinatória e 
Termodinâmica são os assuntos que revelaram maior queda de desempenho frente às 
provas de vestibular anteriores. Os alunos também revelam baixo interesse nos estudos, pois 
não compreendem como aquilo tudo poderá ser-lhes útil um dia. 
Considerando o exemplo acima. Adiantaria mudar apenas os livros didáticos ou contratar 
novos professores? Provavelmente não. Uma solução com chances de sucesso precisaria 
atender a vários elementos. Um designer instrucional poderia propor mudanças na didática 
de Matemática e Física, um psicólogo poderia orientar melhor os alunos, permitindo dar mais 
 
 
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sentido aos estudos, e finalmente à escola poderia estudar formas de aumentar os salários e 
encaminhar melhor as propostas de melhoria no currículo. 
Mesmo quando existe de fato um problema que pode ser resolvido ou minimizado através de 
instrução, é preciso que esta seja bem planejada. Outro erro comum é a implementação de 
medidas desproporcionais ou inadequadas ao problema. 
Por esse motivo é necessário analisar fatores, como o contexto, as características dos 
aprendizes e os objetivos de aprendizagem, no intuito de fundamentar decisões a respeito de 
uma solução viável e com boas chances de sucesso. 
Identificado o problema de instrução, passa-se “A análise do contexto de aprendizagem” que 
inclui fatores como a infraestrutura tecnológica, as verbas disponíveis, elementos restritivos, 
políticas organizacionais, cultura local, etc. 
Para Filatro (2007) é preciso localizar com precisão aqueles fatores considerados inibidores 
(por exemplo, instalações físicas impróprias), ausentes (por exemplo, inexistência de 
sistemas de feedback) e facilitadores (por exemplo, coerência entre as percepções de alunos 
e professores quanto ao papel do aluno). 
Para a identificação do problema e do contexto de aprendizagem, Tractenberg (2006) nos dá 
as seguintes orientações: 
 
Para identificar o problema e o contexto de aprendizagem, o designer instrucional deve 
fazer algumas reflexões como: 
 
 Existe um problema que consiste na deficiência de desempenho profissional ou em 
aprender temas acadêmicos/escolares? Onde existe esse problema? Numa 
empresa? Numa escola? Numa determinada categoria profissional? 
 
 Quais são as causas do problema? Ele se deve a programas de formação ou 
treinamento insuficientes? Em caso afirmativo, explique porque a instrução atual 
não é boa o bastante 
 
 
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Para exemplificar segue um exemplo de problema de instrução identificado na criação desse 
curso, baseado em Tractenberg (2006). 
 
 
Projeto: Curso de Design Instrucional - ESAB 
Exemplo de descrição do problema e análise de contexto 
 
No Brasil, os profissionais que trabalham com projetos educacionais como pedagogos, 
psicólogos, profissionais da área de RH, professores, gerentes de projetos educacionais e 
coordenadores de curso de diferentes níveis desconhecem, de modo geral, a metodologia de 
Design Instrucional - DI. 
O DI facilita o planejamento de currículos, cursos e materiais educativos e oferece os seguintes 
benefícios (TRACTENBERG, 2007): 
· Identificação e solução de problemas instrucionais; 
· Melhor eficiência e eficácia dos projetos de Educação e treinamento; 
· Melhor custo-benefício dos recursos investidos; 
· Maior motivação e satisfação dos alunos e professores. 
Considerando o crescimento da educação à distância no país e a decorrente demanda por 
materiais didáticos bem produzidos, faz-se necessário que os profissionais da área de Educação 
e Treinamento sejam capazes de aplicar metodologias que os auxiliem a atingir tais objetivos. 
Entende-se que a falta de qualificação dos profissionais que trabalham com educação à 
distância com relação à preparação do projeto instrucional constitui um problema que, se bem 
atendido, trará benefíciosdiversos à sociedade. 
Para atender às numerosas qualificações exigidas ao profissional que trabalha com EAD, faz-se 
necessário um programa de formação. 
E ESAB, instituição de ensino credenciada para a oferta de cursos à distância, deseja oferecer o 
programa de instrução em DI, inserido no âmbito de pós-graduação de Formação Docente 
para atuação em Educação à Distância. 
Espera-se que os aprendizes compreendam o que é o DI, qual a sua origem, quais as suas 
características principais e como é feito na prática. Eles devem ser guiados em seus primeiros 
passos no uso da metodologia e incentivados em seu desenvolvimento mesmo após o fim da 
instrução. 
Os recursos para realizar a capacitação em Design Instrucional são escassos. Com relação aos 
materiais didáticos, embora existam numerosas obras sobre DI em Inglês, não há no mercado 
brasileiro muitos livros atualizados que tratem diretamente do assunto. Existem, entretanto, 
artigos publicados em periódicos que poderiam ser utilizados. 
 
 
 
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Análise 
 
Análise do 
Problema 
Análise do 
Contexto da 
Aprendizagem
 
Análise do 
Público Alvo 
UNIDADE 10 
Objetivos: Discutir sobre a fase de Análise do Design Instrucional, especificamente a análise 
do público alvo 
Análise 
Análise do público alvo 
Uma vez definidos os problemas organizacionais e 
identificados os problemas instrucionais e realizada a 
análise do contexto, procedemos com a análise do 
público alvo. 
A análise do público alvo verifica as características 
cognitivas dos aprendizes, seu conhecimento prévio 
ou competências relacionadas ao assunto em 
questão, características sociais e motivacionais, etc 
(TRACTENBERG, 2006). 
Análise dos aprendizes 
Para Tractenberg (2006), para planejar e desenvolver boas soluções instrucionais é preciso 
considerar as características dos aprendizes. 
Ao analisar as características dos aprendizes, interessa compreender o que seus integrantes 
têm em comum e o que os torna diferentes de outros grupos. Embora cada indivíduo seja 
único, existem características comuns aos seres humanos em geral e características 
particulares a diferentes grupos conforme sua idade, cultura, nível de desenvolvimento 
cognitivo, capacidades sensoriais, conhecimento prévio etc. Esse exame nos permite 
planejar a instrução de acordo com as necessidades e preferências dos aprendizes, e pode 
ser feito através de quatro grandes categorias: 
 
 
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1. Características cognitivas – correspondem à inteligência humana quando relacionada às 
diferentes formas de aquisição e processamento do conhecimento; 
2. Características fisiológicas – correspondem ao corpo, sua saúde e capacidade 
perceptiva; 
3. Características afetivas – correspondem às emoções, desejos e atitudes; 
4. Características sociais – correspondem à relação dos indivíduos entre si e em sociedade. 
O autor exemplifica alguns aspectos de cada categoria e explica que essa listagem não é 
completa, e para cada tópico existe vasta literatura que pode ser consultada de acordo com 
as necessidades de um determinado projeto instrucional. 
Características cognitivas Exemplos 
Habilidades Capacidade de usar a Internet, pesquisar referências 
bibliográficas, tocar piano, dançar etc. 
Estágios de 
desenvolvimento Cognitivo 
Os indivíduos desenvolvem sua capacidade cognitiva 
primeiro através de funções sensoriais (visão, audição, 
tato etc.), passando por diferentes etapas até chegar à 
capacidade de abstração, podendo então desenvolver 
operações lógicas formais. 
Nível de desenvolvimento da 
linguagem verbal 
Uma criança que começa a dizer as primeiras palavras 
ao imitar a fala de seus pais. 
Nível de desenvolvimento da 
leitura e escrita 
Rafael, um jovem universitário, não aprendeu bem na 
escola a escrever. Agora na universidade, tem 
dificuldade em preparar seus trabalhos. 
Domínio de idiomas Como toda a turma de Psicanálise lê em alemão, o 
professor pode indicar Freud nos textos originais. 
 
 
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Leitura visual A capacidade de interpretar símbolos gráficos como 
plantas-baixas de projetos de arquitetura, placas de 
trânsito, ícones e interfaces na tela do computador etc. 
Estilo de processamento 
cognitivo – processamento 
de informação 
Renata se lembra de cada detalhe do que foi dito na 
aula, enquanto Fábio não se lembra dos detalhes, mas 
consegue explicar o assunto de modo global. 
Marcio fica muito confuso e ansioso quando duas 
informações estudadas são conflitantes, enquanto 
Miguel não se preocupa com isso. 
Fernanda gosta de refletir com calma sobre o que 
aprendeu antes de colocar em prática, enquanto Janaína 
prefere partir direto para a ação. 
Estilo de processamento 
cognitivo – preferências 
perceptivas 
Joana gosta de aprender lendo e assistindo aulas. 
Paulinho prefere aprender envolvido em projetos ou 
manipulando os objetos de estudo sempre que possível. 
Estratégias habituais de 
aprendizagem 
Os alunos da pós-graduação em Medicina, não querem 
mais saber de assistir aulas. Preferem ficar em casa 
estudando com os livros. 
Carolina, Ana e Jaqueline gostam de estudar juntas para 
as provas do colégio. 
Cultura geral Paula lê jornal todos os dias, e por isso consegue fazer 
associações mais ricas entre os conteúdos das 
disciplinas do que os seus colegas de sala. 
Conhecimento prévio sobre Os pedagogos e psicólogos já conhecem as principais 
teorias sobre a aprendizagem: behaviorismo, 
 
 
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o assunto a ser ensinado cognitivismo e (sócio) construtivismo. 
Experiência de trabalho / 
nível de domínio do 
conteúdo 
(continuando o exemplo anterior) 
No entanto com frequência aderem a teorias e práticas 
específicas, sem aproveitar as contribuições de outras 
abordagens. 
Quadro 9 - Exemplos de características cognitivas 
Fonte: Tractenberg (2006) 
Características fisiológicas Exemplos 
Percepção sensorial Deficiências visuais ou auditivas, quando não 
diagnosticadas e tratadas, levam ao baixo desempenho 
de crianças na escola. 
Os alunos do Instituto Benjamin Constant, para 
deficientes visuais, usam programas “leitores de tela” 
para navegar na Internet. 
Saúde A turma toda pegou conjuntivite e não veio à aula. 
Nutrição Logo antes do intervalo para o almoço, o público do 
auditório não conseguia mais prestar atenção. 
Idade Idosos costumam ter mais dificuldade em aprender a 
usar o computador. 
Gênero Meninos são mais agressivos que as meninas, e gostam 
de jogos competitivos. 
Quadro 10 - Exemplos de características fisiológicas 
Fonte: Tractenberg (2006) 
 
 
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Características afetivas Exemplos 
Interesses Os alunos de Administração gostam de exemplos 
relacionados à Economia. 
Motivação Os funcionários da empresa Z estão determinados a melhorar 
os lucros e aumentar assim os seus bônus mensais. 
Atitude geral com 
relação à aprendizagem 
(continuando o exemplo anterior) 
Eles compreendem que o aprendizado contínuo é um 
diferencial competitivo com relação aos concorrentes. 
Atitude quanto ao 
assunto que será 
ensinado 
(continuando o exemplo anterior) 
Contudo, acreditam que o treinamento sobre liderança é uma 
perda de tempo neste momento para a empresa. 
Atitude frente às 
diferentes formas de 
mediação didática 
(continuando o exemplo anterior) 
Devido às experiências anteriores mal sucedidas, os 
funcionários não acreditam mais em educação a distância. 
Autoconceito 
acadêmico 
Joãozinho vê-se como um excelente aluno, inteligente e 
capaz de aprender tudo. Já Rafael por algum motivo 
começou a se achar burro, e desistiu de estudar.Nível de ansiedade Ana estudou tanto para o vestibular que teve um “branco” no 
dia da prova. 
Crenças Os meninos da escola pensam que sua única chance de subir 
na vida é através do futebol. “Estudar é coisa de CDFs”, 
“Bacana mesmo é ser malandro”... 
Lócus de controle Marcelo culpa o baixo nível de exigência de sua escola pelo 
 
 
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fato de não ter passado no vestibular. 
Guilherme, por outro lado, pediu a vários amigos mais velhos 
que o ajudassem a estudar. 
Quadro 11 - Exemplos de características afetivas 
Fonte: Tractenberg (2006) 
 
 
 
Características sociais Exemplos 
Relação com os colegas Os alunos brasileiros tornam-se amigos com muita 
facilidade. Já os holandeses levam bem mais tempo. 
Sentimentos frente a 
autoridades 
A turma dos alunos bagunceiros não respeita os 
professores. 
Tendências quanto à 
cooperação ou competição 
Na Holanda, trabalhar em equipe faz parte da cultura 
geral. 
Desenvolvimento moral Zezinho se comporta direito apenas por que sabe que 
será punido se desobedecer. 
Marina desobedeceu a seus pais e continuou a trabalhar 
em uma ONG, pois sabia que aquilo era bom para ela e 
para outras pessoas. 
Nível socioeconômico Alunos pobres têm dificuldade em seguir cursos 
dispendiosos como o de Medicina. 
Afiliação étnica/racial Os chineses não estão acostumados a participar 
 
 
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ativamente em sala de aula. 
Modelos vitais Os alunos de Pedagogia da turma X vêem em Paulo 
Freire um exemplo de educador. 
Quadro 12 - Exemplos de características sociais 
Fonte: Tractenberg (2006) 
 
 
 
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UNIDADE 11 
Objetivo: Discutir sobre a fase de Análise do Design Instrucional, especificamente sobre 
como obter informações do público alvo. 
Análise dos aprendizes 
Como obter informações sobre o público alvo 
Tractenberg (2006) nos explica que conforme o tipo de projeto instrucional, 
o exame do público alvo precisa ser mais ou menos aprofundado em certos 
aspectos. Dentre os métodos utilizados para coletar informações sobre os 
aprendizes os mais comuns são: 
 Convivência e observação; 
 Entrevista de professores e outros profissionais que conheçam os aprendizes; 
 Coleta de dados através de questionários ou grupos focais; 
 Exame da descrição de cargos organizacionais; 
 Leitura dos textos especializados em determinados grupos,(grupos etários, étnicos, 
sociais, etc.), que informem sobre seus interesses, desenvolvimento, características 
físicas, etc.; 
Leitura dos estudos sobre um determinado fator e sua relação com o desempenho 
educacional. Por exemplo: como criar estratégias inclusivas para deficientes visuais na 
educação. 
 
 
 
 
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O autor ainda nos ensina a descrever os seus aprendizes usando as perguntas abaixo: 
(talvez nem todas as questões se apliquem ao seu público) 
1. Quem são os seus aprendizes, e quantos são? 
2. Onde estão localizados? 
Características fisiológicas 
3. Qual sua idade? 
4. Tem boa saúde? 
5. Como é sua percepção sensorial? 
6. Tem disfunções físicas? Caso afirmativo, quais? 
Características cognitivas 
7. Eles se expressam bem verbalmente? Falam outros idiomas? 
8. Sabem ler e escrever bem? 
9. Entendem símbolos gráficos, interfaces e ícones no computador? 
10. Como preferem aprender ou estão acostumados a estudar? 
11. Já dominam algo sobre as habilidades ou conhecimentos que se deseja ensinar? O que 
conhecem sobre o assunto? 
12. Possuem preconceitos ou concepções errôneas sobre o assunto? Quais? 
13. Possuem as competências (conhecimentos prévios, habilidades e atitudes) necessárias 
para estudar o assunto? Quais são estas? 
14. Qual a sua formação acadêmica? 
 
 
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Características sociais 
18. Como é o relacionamento dos aprendizes com seus colegas? 
19. O que se pode dizer sobre sua origem socioeconômica? 
20. Eles têm acesso a quais tipos de recursos tecnológicos (telefone, computador, correio, 
TV, rádio etc.)? 
21. Possuem afiliações religiosas / étnicas? São relevantes para o projeto? 
22. O que mais vale a pena destacar sobre os aprendizes? 
23. Quais são as implicações dessa análise de aprendizes para o planejamento de sua 
solução? 
 
Implicações 
 Tractenberg (2006) evidencia que após a consideração de todas as etapas de análise, os 
dados sobre os aprendizes oferecem elementos valiosos para decidir os aspectos da solução 
instrucional tais como: 
 Os prerequisitos para que a instrução possa ser bem aproveitada (competências de 
entrada); 
 Se for necessário um preteste para avaliar as competências de entrada; 
 Se for necessário suprir o aprendiz com o auxílio necessário para acompanhar a 
instrução (instrução remedial); 
 O ritmo de apresentação dos conteúdos; 
 A quantidade de exercícios necessários para a fixação dos conteúdos; 
 Os tipos de argumentos para convencer os alunos sobre a relevância da instrução; 
 
 
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 As técnicas para focalizar a atenção dos alunos; 
 O contexto dos exemplos e exercícios; 
 O nível de estruturação didática, isto é, o quanto de autonomia é conferida aos 
aprendizes; 
 A(s) mídia(s) instrucional(is); 
 O nível de abstração possível; 
 O agrupamento dos estudantes; 
 O tamanho das unidades de informação; 
 O modo de interação (escrita, verbal etc.); 
 O tipo de feedback do professor; 
 A dificuldade dos exercícios; 
 O nível de controle por parte dos alunos; 
 A quantidade de leituras; 
 O vocabulário e terminologia utilizados; 
 O estilo de linguagem; 
 A quantidade e os tipos de reforços utilizados; 
 A quantidade de tempo dedicada à instrução; 
 A quantidade e os tipos de apoios para a aprendizagem. 
 
 
 
 
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Veja a seguir a análise dos aprendizes relacionada ao exemplo de problema de instrução 
relatado na unidade 9: 
Projeto: Curso de Design Instrucional 
Exemplo - Análise dos aprendizes 
O público alvo potencial para a capacitação em Design Instrucional compreende alguns 
milhares de profissionais da área de educação e treinamento que residem em diferentes 
regiões do Brasil. Revelam mais interesse pelo DI aqueles que trabalham ou desejam 
trabalhar com a educação a distância. 
Sua idade varia de adultos jovens a idosos. Tanto sua saúde quanto sua percepção sensorial 
variam de acordo com as características da população brasileira. Não existem 
particularidades neste sentido entre os potenciais aprendizes. 
Quanto à sua formação, pode ser bem diversificada. Possuem a graduação em áreas como 
Pedagogia, Psicologia, Letras, Recursos Humanos, Matemática, Informática e Administração. 
Sendo assim, para muitos aprendizes pode ser o primeiro contato com cursos na área de 
educação. 
Por se tratar de um módulo inserido num curso de pós-graduação ou de extensão, espera-se 
que os aprendizes apresentem habilidades de redação suficientes para apreender os 
conceitos de DI e para preparar trabalhos acadêmicos. Possuem ainda diferentes níveis de 
leitura visual no que diz respeito ao uso de interfaces no computador e Internet. 
Para muitos, será a primeira experiência discente em EAD, o que gera desafios. No Brasil os 
estudantes da educação superior estão acostumados com aulas expositivas presenciais 
onde o professor apresenta e explica todo o conteúdo de sua disciplina. O nível de interação 
entre professores e alunos em sala de aula é baixo, sendo que alguns alunos mais 
silenciosos nunca se comunicam diretamente com o professor. Até o nível da graduação os 
 
 
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estudantes brasileiros revelam pouca autonomia e grande dependência quanto às 
orientações de seus professores. 
Os potenciais aprendizes possuem as qualificações necessárias para estudar DI, contudo, no 
caso de uma solução em educação on-line será preciso que aprendam a utilizar as 
ferramentas de interação escolhidas, caso estas compreendam recursos além do e-mail ou 
navegação na web. Os participantes dos cursos da ESAB são pessoas ocupadas, com 
atribuições profissionais e familiares. Alguns têm outros compromissos acadêmicos como 
graduação, especialização ou mestrado. 
Espera-se que seu nível de motivação com relação ao estudo do DI seja elevado, em função 
de suas atribuições profissionais, seu interesse em assuntos correlatos e o investimento 
financeiro feito pelos mesmos (ou suas organizações) na inscrição do curso. Outro fator 
relevante para a motivação dos alunos será a perspectiva de ampliação de sua atuação 
profissional, considerando-se que o DI oferece subsídios significativos para aqueles que 
trabalham com novas tecnologias voltadas para a educação e treinamento, área em franca 
expansão no Brasil e no mundo. 
A origem socioeconômica dos aprendizes tende a ser de classe média e classe média- alta. 
As afiliações religiosas e raciais seguem a distribuição característica brasileira. Isso significa 
um público de católicos, evangélicos, protestantes, espíritas, judeus, seguidores de religiões 
afro; praticantes e não praticantes, além de ateus. No Brasil os diferentes grupos religiosos 
são tolerantes uns com os outros e as práticas muitas vezes sincréticas. 
 
 
 
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UNIDADE 12 
Objetivo: Discutir sobre a fase de Análise do Design Instrucional, especificamente sobre a 
análise da tarefa de aprendizagem, sob a ótica do modelo ABCD 
Análise da tarefa de aprendizagem 
Objetivos da aprendizagem Modelo ABCD 
Depois de realizados: 
 O Levantamento de necessidades: qual é o 
problema de instrução? 
 A Análise do contexto: quais as condições? 
 A Análise do aprendiz: quem são os aprendizes? 
Parte-se para a análise da tarefa de aprendizagem. 
 
 
 
Análise da tarefa de aprendizagem 
Para Tractenberg (2006) a “Tarefa de aprendizagem” é o nome dado ao objetivo geral da 
instrução quando traduzido em um comportamento observável. O Design Instrucional busca 
dessa forma um modo concreto de direcionar e avaliar a aprendizagem do aluno, pois a 
aprendizagem não pode ser observada diretamente, mas apenas constatada, ou inferida, a 
partir de comportamentos como o sucesso na resolução de um problema, a redação de um 
texto, o percentual de acertos em um teste etc. 
 
 
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Para que seja possível fundamentar uma série de decisões que vêm mais adiante no 
processo de Design Instrucional, segundo o autor, é preciso fazer três coisas com relação à 
tarefa de aprendizagem: 
 Redigi-la conforme o modelo ABCD, que destaca aquilo que os aprendizes serão 
capazes de fazer, sob quais circunstâncias e com quais critérios eles serão avaliados. 
 Mapeá-la quebrando-a em partes menores: objetivos específicos e prerequisitos de 
aprendizagem. 
 Classificar seus objetivos e prerequisitos conforme o tipo de aprendizagem que 
demandam. 
A esses três procedimentos dá-se o nome de “análise da tarefa de aprendizagem”, que traz 
os seguintes benefícios à instrução: 
 Torna objetiva a expectativa com relação ao desempenho dos aprendizes. Isso ajuda 
tanto ao designer instrucional no planejamento, quanto aos alunos em compreender o 
que se espera de seu rendimento; 
 Identifica as características necessárias ao ambiente de aprendizagem; 
 Estabelece formas adequadas de avaliação; 
 Sugere métodos instrucionais, conforme o tipo de conhecimento envolvido; 
 Aponta mídias apropriadas. 
O modelo ABCD para formulação de objetivos de aprendizagem 
Tractenberg (2006) utilizada o modelo ABDC para a formulação de objetivos de 
aprendizagem. 
Para o autor, a base para o desenvolvimento instrucional se dá através de “objetivos de 
aprendizagem”, que são declarações de intenção onde se especifica o que os aprendizes 
devem se tornar capazes de fazer, seja ao final da instrução, seja em etapas intermediárias. 
 
 
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Tais declarações possuem 4 caracterísiticas, conforme o modelo ABCD de redação de 
objetivos de aprendizagem: 
 Audiência (Audience) - Deixa claro quem são os aprendizes; 
 Comportamento (Behavior) - Indica um comportamento observável que, se realizado 
pelos aprendizes, fornece boa evidência de sua aprendizagem; 
 Condições (Conditions) - Descreve as condições sob as quais os aprendizes devem 
desempenhar o comportamento observável; 
 Grau (Degree) – Critério: Especifica os critérios de avaliação do comportamento. 
Para ilustrar e discutir esse modelo, o autor apresenta um exemplo impreciso de tarefa de 
aprendizagem: “Os alunos devem saber consertar um carro”, para depois apresentá-la no 
modelo proposto. 
Para o autor, embora seja válida como orientação geral, uma definição como essa do 
exemplo não permite o desenvolvimento de uma solução. 
Então, a partir desse exemplo e do modelo sugerido, examina-se a tarefa de aprendizagem 
imprecisa: os alunos devem saber consertar um carro. 
 Audiência – Quem são os alunos? Crianças? Adultos leigos? Mecânicos experientes? 
Comportamento – O que significa saber consertar um carro? Como podemos ter 
certeza quando eles souberem? Que tipo de carro eles devem saber consertar? Que 
tipo de defeito devem conseguir consertar? 
 Condições – Os aprendizes vão poder consultar manuais técnicos? Vão poder 
consultar colegas? Podem usar ferramentas apropriadas ou precisam improvisar? 
 Critério – Em quanto tempo devem consertar o carro? Qual deve ser o percentual de 
sucesso? 
 
 
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A partir dessa análise, o autor redige a mesma tarefa traduzida em um objetivo instrucional 
conforme o modelo ABCD: 
Os novos mecânicos contratados, dado um carro de fórmula 1 da Ferrari, consertarão 
qualquer tipo de problema no pneu. Eles contarão com todas as ferramentas necessárias 
mas não poderão consultar manuais técnicos nem deliberar sobre como realizar os 
consertos. Devem ser capazes de efetivar os reparos dentro de 20 segundos em 90% das 
tentativas”. 
Legenda: Aprendiz – comportamento – condições - critério 
Avaliação 
Ao final da instrução, os alunos do módulo de Design Instrucional deverão ser 
capazes de aplicar os conceitos de DI para planejar uma solução para um 
problema instrucional relacionado ao seu cotidiano. Para tanto eles contarão 
com o suporte do tutor, podendo ainda consultar quaisquer materiais ao seu 
alcance. A apreensão dos conceitos será verificada mediante a realização de 
avaliações, conforme a metodologia da ESAB. 
Legenda: Aprendiz – comportamento – condições - critério 
O autor chama a atenção ainda para o fato de que o objetivo instrucional, assim definido 
naturalmente, sugere uma forma adequada de avaliação dos aprendizes. Certamente uma 
prova de múltipla escolha, versando sobre os conhecimentos teóricos a respeito do conserto 
de pneus, não poderia evidenciar genuinamente o nível de competência desejado para os 
novos mecânicos. No caso, uma boa forma de avaliá-los seria através de uma simulação de 
“parada nos boxes”, como nas corridas de fórmula 1. 
Veja o exemplo relacionado ao problema de instrução apresentado na Unidade 9: 
 
 
 
 
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Até aqui vimos que a fase de análise no Design Instrucional corresponde ao exame e 
descrição do problema instrucional que deve ser solucionado. Abordamos a Análise do 
problema, o contexto de aprendizagem, a Análise do público alvoe a Análise da tarefa de 
aprendizagem. Agora é a sua vez de exercitar. Desenvolva uma tarefa de aprendizagem 
usando o modelo ADCD discutido no texto. Utilize os exemplos demonstrados na apostila. 
Você é capaz! 
Qualquer dúvida entre em contato. 
Bom trabalho. 
 
 
 
 
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UNIDADE 13 
Objetivo: Discutir sobre a fase de Análise do Design Instrucional, especificamente sobre o 
mapeamento da tarefa de aprendizagem. 
Análise da tarefa de aprendizagem 
Mapeando a tarefa de aprendizagem 
A partir da identificação da tarefa de aprendizagem, ou objetivo de aprendizagem, definimos 
precisamente onde queremos chegar com a instrução. O próximo passo é descobrir a forma 
de alcançar o objetivo. 
Para Tractenberg (2006), esse é o momento de pensar nas competências (conhecimentos + 
habilidades + atitudes) que os aprendizes precisam desenvolver para ter sucesso na 
realização da tarefa de aprendizagem. Será com base nas competências identificadas que 
serão selecionados os conteúdos e experiências de aprendizagem que farão parte da 
instrução. Essa análise chama-se “mapeamento da tarefa de aprendizagem”. 
 
Mapeando a tarefa de aprendizagem 
O autor explica que tradicionalmente a escolha dos temas abordados em um curso ou 
material didático é centrada apenas no próprio conteúdo e acontece da seguinte forma: 
1. Incluem-se os tópicos que sempre são ensinados quando se trata daquele assunto; 
2. Com a experiência, os professores identificam os pontos onde os alunos sentem 
dificuldade e procuram trazer para suas aulas as explicações necessárias; 
3. Segue-se a estrutura do conteúdo: por exemplo, em um curso sobre liderança o 
instrutor explica a classificação de cada tipo de líder conforme consta na literatura da 
 
 
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Psicologia. É muito comum retirar tal estrutura de materiais didáticos ou documentos 
preexistentes. 
Embora tais procedimentos ofereçam uma boa orientação sobre o que deve e o que não 
deve ser incluído na instrução, esse não é o ponto de partida dos designers instrucionais. 
Isso se deve a dois motivos: 
“Dead wood” ou madeira morta - é o nome dado para a informação inútil, que não é essencial 
ou que não ajuda o aprendiz a atingir a tarefa de aprendizagem. Quando um especialista 
escreve, sem apoio, o conteúdo da instrução é comum que inclua madeira morta, pois sua 
tendência é colocar no papel tudo que julga interessante sobre um determinado tema. 
Contudo, muito do que ele sabe pode não ser relevante. 
Outro problema com a informação inútil é que ela tira a atenção do aprendiz daquilo que é 
essencial, e pode confundi-lo, principalmente quando tem seu primeiro contato com um 
determinado tópico de estudo. A informação inútil também consome tempo que poderia ser 
aplicado a outros assuntos ou experiências didáticas. 
O segundo motivo pelo quais as abordagens tradicionais podem apresentar problemas é que 
não examinam os prerequisitos da tarefa de aprendizagem. Os prerequisitos são 
competências necessárias para realizar as etapas que levam ao cumprimento da tarefa 
instrucional. Por exemplo: para se consertar um pneu é preciso, antes, saber discriminar qual 
a ferramenta certa para cada tipo de reparo. Um especialista frequentemente deixa de incluir 
esse tipo de informação por que já está muito familiarizado com sua área e não percebe que 
falta aos aprendizes tal conhecimento. 
Para evitar a informação inútil e orientar a instrução no sentido de cobrir toda a 
aprendizagem necessária é que o autor sugere a decomposição da tarefa de aprendizagem 
através do mapeamento de suas etapas e prerequisitos. 
A figura adiante ilustra a decomposição de uma tarefa de aprendizagem em etapas menores, 
ou objetivos específicos. 
 
 
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Figura 1 - Decomposição da tarefa de aprendizagem 
Fonte: Tractenberg (2006) 
Para identificar os objetivos específicos (etapas que o aprendiz deve dominar a fim de 
cumprir a tarefa de aprendizagem) o Design Instrucional deve fazer o seguinte 
questionamento: 
 
Quais são as etapas físicas ou mentais para se cumprir a tarefa? 
Adiante, o autor nos fornece um exemplo de decomposição de tarefa de aprendizagem em 
passos menores: 
 
Figura 2 - Exemplo de decomposição da tarefa de aprendizagem 
 
 
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Fonte: Tractenberg (2006) 
Esse desmembramento chama-se “análise do processamento de informação”, pois a tarefa 
de aprendizagem é examinada passo a passo em todos os procedimentos (físicos ou 
mentais) que levam à sua realização. O exemplo anterior é bastante simplificado. Tarefas de 
aprendizagem complexas, que usualmente são o objeto dos programas de educação ou 
treinamento, exigem com frequência muitas etapas que se traduzem em objetivos 
específicos, como demonstrador no figura 3 
 
Figura 3 - Desmembramento do objetivo de aprendizagem 
Fonte: Tractenberg (2006) 
Para exemplificar, o autor ilustra a análise de prerequisitos para o objetivo específico “saber 
como diagnosticar defeitos no pneu”: 
 
 
 
 
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Figura 4- Exemplo de análise de prerequisitos de um objetivo de aprendizagem 
Fonte: Tractenberg (2006) 
Note que o objetivo específico “diagnosticar defeitos” foi desmembrado em três prerequisitos 
necessários à sua realização. Para diagnosticar defeitos é imprescindível saber como um 
pneu funciona, quais são os defeitos possíveis e como diagnosticá-los. Repare ainda que os 
prerequisitos podem ter seus próprios prerequisitos: “conhecer o funcionamento do pneu, 
exige o conhecimento das partes do pneu”. 
Pelo mesmo motivo, o autor exemplifica que nos cursos de Medicina, o estudo da Fisiologia 
sempre vem depois de Anatomia, por que não é possível entender o funcionamento de um 
sistema sem identificar suas partes. 
Para Tractenberg (2006), a rigor cada objetivo e prerequisito devem ser desdobrados em 
unidades menores até o nível já dominado pelos aprendizes. Por exemplo, o tópico anatomia 
do pneu poderia ser subdividido em anatomia da câmara de ar, anatomia da borracha de 
rolamento etc., contudo, se os alunos já dominam esses assuntos (conforme verificado 
durante a análise dos aprendizes), então não será necessário continuar destrinchando o 
mapeamento em unidades menores, pois tudo que vem em níveis mais elementares já é de 
seu conhecimento ou é irrelevante. 
 
 
 
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UNIDADE 14 
Objetivo: Discutir sobre a fase de Análise do Design Instrucional, especificamente sobre 
como coletar informações para realizar o mapeamento da tarefa de aprendizagem. 
Análise da tarefa de aprendizagem 
Mapeando a tarefa de aprendizagem: Coleta de informações para realizar o 
mapeamento 
Mas como determinar as etapas necessárias e os prerequisitos relacionados a uma tarefa de 
aprendizagem? Tractenberg afirma que o Design Instrucional é um especialista na área de 
conhecimento da instrução a ser realizada, isso é relativamente fácil, porém, no papel de 
designer instrucional profissional o trabalho costuma ser o de ajudar a dar a luz a cursos e 
programas de capacitação que dependem do conhecimento de outras pessoas. Assim, o 
autor propõe os procedimentos a seguir para o auxílio na identificação das etapas 
necessárias ao mapeamento da tarefa de aprendizagem: 
1. Se você conhece bem a tarefa, reveja mentalmente e anote as etapas necessárias à 
sua realização; 
2. Leia materiais sobre a tarefa. Isso fará com que você se familiarize com a terminologia 
da área e ajudará a compreender as competências envolvidas em sua execução. 
Aproveite e crie uma lista de perguntas para fazera um especialista. 
3. Transforme a tarefa de aprendizagem em uma pergunta: “Se eu te pedisse para 
consertar o pneu do meu carro, por onde você começaria?”, “Quais seriam as etapas 
do conserto?” , “Em quais momentos você precisa fazer decisões?”; 
4. Peça a diferentes especialistas que realizem a tarefa de aprendizagem e observe-os. 
Peça que falem em voz alta o que estão pensando enquanto resolvem a tarefa. Anote, 
 
 
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grave ou filme os especialistas enquanto realizam a tarefa. Peça a eles que anotem 
passo-a-passo como a cumpriram; 
5. Reveja suas anotações, gravações ou vídeo e prepare uma nova rodada de 
perguntas: “Como você sabe quando consertar um pneu?”, “Em quê circunstâncias 
você sabe que não será capaz de realizar o conserto?”, “Você sempre segue os 
mesmos procedimentos ou existem variações?”; 
6. Reúna vários especialistas e apresente as etapas e prerequisitos que você identificou. 
Peça que cheguem a um consenso a respeito; 
7. Identifique o roteiro mais simples para a solução da tarefa de aprendizagem (são as 
etapas que não podem faltar em um curso básico); 
8. Identifique os fatores, as alternativas e exceções que representam situações 
complexas para a realização da tarefa instrucional (base para o desenvolvimento de 
cursos avançados). 
Para o autor, o estilo de mapeamento varia de acordo com a preferência de cada designer 
instrucional. Ele aconselha o uso de uma folha de papel grande para desenhar a lápis um 
diagrama no estilo “mapa conceitual” com a tarefa no centro, os objetivos específicos ao 
redor e em seguida os prerequisitos. Uma vez que o mapeamento faz sentido e encontra-se 
em uma boa organização, transfira o mesmo para tabelas em um documento do Word. 
Também é interessante gravar o áudio de todas as entrevistas com especialistas para não 
deixar escapar algum detalhe. 
Ao longo do desenvolvimento do projeto, na medida em que se compreende melhor natureza 
da tarefa instrucional, pode ser necessário fazer modificações no mapeamento. 
Dependendo do conteúdo da instrução e do rigor com que precise ser desenvolvida, às 
vezes é realmente necessário mapear os sub-prerequisitos. 
Entretanto, o nível de detalhamento necessário varia de acordo com o projeto. Quando se 
planeja um currículo ou a ementa de um curso (nível macro da instrução), não é necessário 
 
 
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ser específico. Por outro lado, ao redigir um texto didático (nível micro), o recurso de 
mapeamento permite considerar todos os tópicos que devem ou não ser incluídos no 
material, sem excessos e sem deixar faltar elementos essenciais. 
Tractenberg ressalta que o mapeamento ajuda nas decisões, pode-se perceber que dentre 
os aprendizes, existam alunos que não conhecem a “anatomia do pneu”, por exemplo. 
Para o autor, neste caso existiriam três opções: 
1. Ampliar o escopo geral do curso para que atenda às necessidades dos alunos 
iniciantes (e talvez com isso aborrecer os alunos adiantados que já estudaram o 
pneu). 
2. Criar um módulo de nivelamento para os alunos iniciantes para que possam equiparar 
seus conhecimentos aos prerequisitos de entrada no curso. 
3. Aplicar um teste para selecionar quais candidatos possuem os prerequisitos para 
ingressar no curso de mecânica. Ou seja, nesse caso só poderiam fazer o curso 
aqueles que dominam os prerequisitos. 
O Design Instrucional propõe ainda que os objetivos de aprendizagem sirvam diretamente 
como guias para o desenvolvimento de itens de avaliação. Tradicionalmente as avaliações 
são construídas com base nos materiais didáticos, e isso gera por vezes “desalinhamento” 
com os objetivos iniciais. 
Mas quando se cria os itens de avaliação com base nos objetivos, sejam no nível da tarefa 
de aprendizagem, etapas/objetivos específicos ou prerequisitos, sua correspondência se 
mantém precisa. Assim, a construção da instrução vem depois da elaboração da avaliação, e 
busca levar os aprendizes a alcançar cada objetivo. 
Para o autor, essa abordagem revela uma filosofia educacional contextualizada e pragmática 
que aproxima a aprendizagem e as avaliações das circunstâncias reais em que serão 
futuramente relevantes. 
 
 
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UNIDADE 15 
Objetivo: Discutir sobre a fase de Análise do Design Instrucional, especificamente sobre a 
classificação dos objetivos e prerequisitos da tarefa de aprendizagem. 
Análise da tarefa de aprendizagem 
Mapeando a tarefa de aprendizagem: Classificação dos objetivos e prerequisitos 
Classificação dos objetivos conforme seu tipo de aprendizagem – parte 1 
Para Tractenberg (2006), o terceiro passo da análise da tarefa consiste na classificação dos 
objetivos e prerequisitos de acordo com o tipo de aprendizagem que demandam. Aprender a 
apertar um parafuso é bem diferente de aprender a redigir um texto científico. As 
competências envolvidas são diferentes. Essa classificação dos tipos de conhecimento ajuda 
a selecionar as estratégias didáticas mais adequadas, segundo pesquisas da Psicologia, que 
é rica em modelos para compreender os diferentes tipos de cognição. A seguir é exposta 
uma lista dos tipos de aprendizagem baseada na teoria de Gagné. 
 Habilidades psicomotoras 
São movimentos musculares coordenados e precisos. 
Exemplos: Andar, nadar, segurar uma colher, manejar palitos chineses, jogar tênis, 
jogar uma bola num cesto, digitar etc. 
Métodos didáticos indicados: Prática física repetida, podendo ser auxiliada por 
estratégias cognitivas. Por exemplo: o atleta imagina seu movimento, faz o saque, e 
avalia o resultado frente ao movimento que fez efetivamente. 
 Conhecimento declarativo ou fatual 
São nomes, fatos, listas, definições, proposições e discurso organizado. 
 
 
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Exemplos: Lista dos estados brasileiros, datas históricas, ditados populares, 
informações pontuais: “o formulário B está na segunda gaveta”. 
Métodos didáticos: Levar os aprendizes a organizar os conteúdos em estruturas 
significativas, fazer classificações, completar listas, relacionar conhecimentos, 
estabelecer ligações, repetir, ensaiar. 
 Discriminações 
É a capacidade de identificar a semelhança ou diferença entre objetos, elementos ou 
situações. 
Exemplos: O bebê que reconhece o rosto ou a voz da mãe, o menino que coloca 
formas geométricas de brinquedo nos devidos encaixes, a recepcionista que identifica 
o idioma falado por turistas, o cozinheiro que sente quanto tempero a mais é preciso 
colocar na sopa etc. 
Métodos didáticos: Ver conhecimento conceitual 
 Conhecimento conceitual 
Um conceito é a representação através de um nome ou símbolo de um grupo de 
elementos ou eventos agrupados conforme características compartilhadas. Os 
elementos podem ser concretos ou abstratos. 
Exemplos: Computador, mesa, sólido, bananeira, semana, amor. 
Prerequisitos: Para compreender um conceito é preciso conhecer alguns fatos 
relacionados ao mesmo e saber fazer certas discriminações. Por exemplo: bananeira 
produz bananas (fato), e isso, junto com diversos outros fatos que a caracterizam, a 
faz diferente de um carvalho (discriminação). Ao dominar o conceito “bananeira “torna-
se possível classificar como bananeiras, todas as bananeiras encontradas pela vida, 
ou seja, ”bananeira” é um conceito que pode categorizar vegetais com certas 
características. 
 
 
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Métodos didáticos: Atividades que levem o aprendiz a discriminar os atributos 
intrínsecos do conceito e generalizar / induzir características de objetos particulares. 
Por exemplo: exemplos e contra-exemplos, discussão sobre características essenciais 
e não essenciais manipulação e comparação entre objetos (no caso de conceitos 
concretos). 
 PrincípiosPrincípios são prescrições de relações entre dois ou mais conceitos. Geralmente são 
descritos em termos de causa – efeito. 
Exemplos: Lei de Boyle na Física, em fotografia a relação entre intensidade da luz, 
velocidade de exposição e sensibilidade do filme fotográfico, na Economia lei da oferta 
e procura etc. 
Prerequisitos: Para compreender um princípio, é necessário, antes, conhecer os 
conceitos envolvidos. Na Lei de Boyle: temperatura, pressão, volume, gás, líquido, 
sólido. 
Métodos didáticos:Exemplos e contra-exemplos da aplicação do princípio, 
demonstração de variáveis, formulação e teste de hipóteses, formulação formal do 
princípio, discussão entre alunos, demonstração-explicação-experiência. 
 Procedimentos 
São métodos predefinidos para fazer algo ou lidar com uma situação. 
Exemplos: Receitas de bolo, determinar a área de um polígono, imprimir etiquetas, 
localizar um livro numa biblioteca, realizar uma ressuscitação cardiovascular. 
Prerequisitos: Pode ser necessário conhecer fatos e conceitos relacionados. Por 
exemplo: ao fazer um bolo: o forno deve estar a 200 graus (fato), um bolo deve ficar 
fofo (conceito que permite avaliar se a receita deu certo). 
 
 
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Métodos didáticos: Listar claramente os passos que devem ser seguidos, explicitar 
os pontos de decisão do procedimento. O aluno deve de modo geral: a) reconhecer as 
situações em que o procedimento se aplica b) lembrar do procedimento, c) aplicá-lo, 
d) decidir em momentos relevantes, e) se certificar de que o procedimento foi bem 
aplicado e os resultados alcançados. 
 Conhecimento para solução de problemas 
Resolução de problemas é a habilidade de combinar fatos, conceitos, princípios, 
procedimentos e estratégias cognitivas (seus prerequisitos) de um modo único para 
atender a um problema ainda desconhecido em um determinado contexto. 
Exemplos: Planejar um experimento científico, fazer um diagnóstico, planejar uma 
aula, consertar um micro (quando o defeito aparece pela primeira vez). Quando a 
situação é conhecida e sabemos como resolvê-la, então estamos aplicando um 
procedimento. 
Métodos didáticos: Levar o aprendiz a: 
o Representar e descrever bem o problema 
o Determinar se o problema é de tipo conhecido 
o Identificar os tipos de conhecimento necessários para chegar à solução 
o Decompor em subproblemas 
o Planejar a solução do problema 
o Implementar a solução e Avaliar se a solução atingiu as metas 
 
 
 
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UNIDADE 16 
Objetivo: Discutir sobre a fase de Análise do Design Instrucional, especificamente sobre a 
classificação dos objetivos e prerequisitos da tarefa de aprendizagem. 
Análise da tarefa de aprendizagem 
Mapeando a tarefa de aprendizagem: Classificação dos objetivos e prerequisitos – 
parte II 
Classificação dos objetivos conforme seu tipo de aprendizagem – parte 2 
 Atitude 
É o estado mental que predispõe um indivíduo a agir de uma determinada maneira. 
Possui aspectos cognitivos, afetivos e comportamentais. 
Exemplos: Aversão por Matemática, gosto por esportes ou artes, atitude de 
cooperação com os colegas, baixa motivação para os estudos, resistência a 
mudanças etc. 
Métodos didáticos: Atividades vivenciais, grupos de discussão, uso de vídeos 
acompanhados de discussões em grupo, uso de pessoas respeitadas ou admiradas 
pelos aprendizes. É preciso que a instrução seja clara a respeito das atitudes que 
deseja promover, e de que modo o aprendiz será recompensado se adotá-las. 
 Estratégias cognitivas 
São procedimentos, técnicas e habilidades que podem ser utilizadas para melhorar o 
rendimento nos estudos (aprender a aprender) ou na organização pessoal. 
 
 
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Exemplos: Diferentes métodos de leitura (rápida, analítica), sistemática para 
resolução de problemas, ensaios e experimentos, organização pessoal, técnicas para 
anotações, uso de agenda, manejo da motivação pessoal etc. 
Métodos didáticos: Técnicas de ensaios e repetições, técnicas de organização 
pessoal (manejo do tempo), técnicas de automonitoramento e avaliação 
(metacognição) e estratégias afetivas (manejo de ansiedade, foco de atenção). 
 Habilidades interpessoais (não fazem parte da teoria de Gagné) 
Permitem nosso relacionamento com outras pessoas de modo apropriado e 
significativo. Estão relacionadas à comunicação, cooperação, empatia, carisma, 
liderança, persuasão, respeito etc. 
Exemplos: Comunicação verbal e não verbal, dar e receber feedback, escuta ativa, 
assertividade, administração de conflitos, negociação, liderança etc. 
Métodos didáticos: Levar o aprendiz a se tornar sensível à perspectiva do outro, 
torná-lo consciente de suas próprias atitudes e maneiras de se relacionar, treinar 
habilidades através de modelagem e modelação de comportamentos, simulações com 
dinâmicas de grupo, jogos de teatro etc. 
Nem sempre é possível estabelecer uma classificação precisa para um determinado tipo de 
aprendizagem, e muitas vezes um mesmo objetivo pode ser considerado como pertencente a 
mais de uma categoria. Nossa classificação depende do modelo teórico que utilizamos para 
descrever os tipos de inteligência ou atributos cognitivos. 
Exemplos de outros modelos seriam a taxonomia de Bloom, também usada com frequência 
no Design Instrucional, ou mais recentemente a teoria das inteligências múltiplas de Howard 
Gardner. Conforme as características do projeto, o designer instrucional precisa pesquisar 
sobre os tipos de aprendizagem envolvidos, os modelos que os descrevem apropriadamente 
e as estratégias didáticas sugeridas pela literatura da área. O DI não se coloca como um 
substituto ao conhecimento especializado sobre didática, mas serve como um quadro de 
 
 
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referência e oferece certos princípios fundamentais sobre aprendizagem e estratégias 
instrucionais. 
Em suma, para fazer a análise da tarefa Tractenberg sugere os seguintes passos: 
Redija o objetivo da instrução, conforme o modelo ABCD 
Que tipo de avaliação poderia constatar se os aprendizes realmente atingem o objetivo 
geral? 
Identifique os objetivos específicos, ou seja, as etapas físicas ou mentais que precisam 
ser realizadas para cumprir o objetivo geral: 
Para que os aprendizes sejam capazes de chegar ao objetivo geral, é necessário dominar os 
seguintes objetivos específicos: Sobre as implicações da análise da tarefa responda: 
Quais conteúdos representam maior dificuldade para os aprendizes? 
Que estratégias didáticas são demandadas pelos tipos de aprendizagem envolvidos? 
Que estratégias são indicadas pela experiência de ensino na área? 
Veja adiante o exemplo de análise da tarefa a partir do problema de instrução identificado na 
Unidade 9. 
Análise da tarefa de aprendizagem: mapa de objetivos específicos, prerequisitos e 
classificação dos tipos de aprendizagem. 
Para que os aprendizes sejam capazes de chegar ao objetivo geral, é necessário dominar os 
seguintes objetivos específicos: 
Conhecer a história e as características do Design Instrucional; 
Conhecer a influência das teorias de aprendizagem no provimento do Design Instrucional.; 
Identificar problemas instrucionais; 
 
 
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Realizar a análise do contexto, do público-alvo, suas necessidades de aprendizagem e as 
devidas implicações para uma solução; 
Definir precisamente objetivos instrucionais; 
Mapear objetivos específicos, prerequisitos, o tipo de aprendizagem ao qual estão 
relacionados e suas implicações para uma solução. 
Planejar uma solução instrucional adequada ao problema, considerando o contexto, o 
público-alvo, os objetivos o conteúdo e a motivação dos atores envolvidos; 
Planificar as características ou sequência da soluçãoinstrucional. 
A seguir estes objetivos foram mapeados em seus prerequisitos e classificados quanto ao 
tipo de conhecimento ao qual estão relacionados. 
A seguir estes objetivos foram mapeados em seus prerequisitos e classificados quanto ao 
tipo de conhecimento ao qual estão relacionados. 
Conhecer a história e as características do Design Instrucional. 
Prerequisitos Tipo de conhecimento 
Conhecer a definição do DI. Conceito abstrato 
Conhecer a História do DI. Conceitos abstratos, informação fatual 
Características do DI Conceitos abstratos 
Modelo ADDIE do DI. Conceito abstrato / procedimentos 
Identificar problemas instrucionais. 
Prerequisitos Tipo de conhecimento 
Entender o que é um problema Conceito abstrato 
 
 
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instrucional. 
Saber como selecionar um problema 
instrucional dentre diferentes 
problemas organizacionais. 
Procedimento 
Conhecer a influência das teorias de aprendizagem no provimento do Design Instrucional. 
Prerequisitos Tipo de conhecimento 
Conhecer as teorias da aprendizagem Conceitos abstratos, informação fatual 
Entender a influência das teorias no 
provimento do Design Instrucional 
Princípios 
 
(continuação) 
Realizar a análise do contexto, do público-alvo, suas necessidades de aprendizagem e as 
devidas implicações para uma solução instrucional. 
Prerequisitos Tipo de conhecimento 
Descrever o contexto do problema e 
suas implicações para uma possível 
solução instrucional. 
Procedimento 
Descrever o público-alvo e suas 
implicações. 
Procedimento 
Descrever os resultados desejados 
para o desempenho dos aprendizes. 
Resolução de problemas 
Definir precisamente objetivos instrucionais. 
Prerequisitos Tipo de conhecimento 
 
 
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Conhecer o formato ABCD para 
formulação de objetivos instrucionais. 
Conceito abstrato / procedimento 
Formular o objetivo instrucional geral. Resolução de problema 
Identificar os objetivos específicos 
necessários. 
Procedimento 
Mapear prerequisitos, o seu tipo de conhecimento e a pedagogia adequada à sua 
aprendizagem (implicação dos objetivos específicos). 
Prerequisitos Tipo de conhecimento 
Identificar os prerequisitos necessários 
a cada objetivo específico. 
Procedimento 
Conhecer os tipos de conhecimento. Conceito abstrato 
Identificar os prerequisitos conforme 
seu tipo de conhecimento. 
Procedimento 
Identificar as implicações e 
orientações pedagógicas adequadas à 
aprendizagem dos prerequisitos 
(implicação dos tipos de 
prerequisitos). 
Resolução de problemas 
(continua 2/3) 
(continuação) 
Desenvolver uma solução instrucional adequada ao problema considerando o contexto, o 
público-alvo, os objetivos o conteúdo e a motivação dos atores envolvidos. 
Prerequisitos Tipo de conhecimento 
 
 
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Conhecer as diferentes formas de 
agrupamento e suas características. 
Conceito abstrato / princípio 
Conhecer e identificar os principais 
tipos de mídia, estratégias de entrega 
e suas características. 
Conceito abstrato / princípio 
Definir uma solução instrucional 
adequada ao problema, considerando 
o contexto, o público-alvo, os 
objetivos, os prerequisitos, a 
pedagogia necessária e os fatores 
motivacionais relacionados ao 
processo de aprendizagem. 
Resolução de problemas 
Planificar as características ou sequência da solução instrucional 
Prerequisitos Tipo de conhecimento 
Conhecer as etapas instrucionais 
conforme foram propostas por Gagné. 
Conceitos abstratos 
Conhecer exemplos variados de 
planificação de soluções instrucionais. 
Fatos / conceitos abstratos 
Descrever a implementação da 
solução instrucional através de 
diferentes etapas. 
Procedimento / resolução de 
problemas 
Implicações da análise da tarefa de aprendizagem 
Considerando os objetivos e prerequisitos, os seguintes princípios pedagógicos podem ser 
aplicados à instrução 
 
 
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Inicialmente os aprendizes devem identificar sob quê circunstâncias é adequado utilizar a 
metodologia do DI para se criar instrução; 
Os conceitos abstratos devem ser exemplificados sempre que possível e suas 
características explicitadas; 
Os problemas devem ser aprendidos através de experiência prática, uma vez que os 
aprendizes tenham acesso aos conceitos, princípios e procedimentos necessários; 
A experiência didática em DI sugere o uso de exemplos de trabalhos completos que sirvam 
de modelos aos aprendizes. Convém que tais modelos cubram uma variedade de soluções 
instrucionais quanto aos problemas que abordam, mídias e metodologias utilizadas; 
A discussão dos conteúdos com professores e colegas ajudaria no desenvolvimento de uma 
perspectiva crítica quanto às teorias e práticas associadas ao DI. 
 
 
Caro (a) colega de curso, permita-me chamá-lo(a) assim (afinal aqui queremos construir 
um ambiente de aprendizagem colaborativa e para isso estaremos trocando experiências), 
Até agora vimos ao longo das unidades a etapa de Análise do Design Instrucional. 
Proponho uma atividade no fórum denominado “Etapa de Análise do Design Instrucional”, 
onde você poderá relatar a sua impressão sobre essa fase, fazer também comentários 
sobre os paradigmas de aprendizagem e o projeto instrucional. Até lá. 
Atenciosamente, 
Beatriz Gobbi 
 
 
 
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Agora que você já teve a oportunidade de entender a etapa de Análise do Design 
Instrucional, vá até a lista de exercícios e resolva a de número 2. 
 
 
 
 
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UNIDADE 17 
Objetivo: Discutir sobre a fase de Planejamento do Design Instrucional. 
 O Planejamento da instrução 
Concluída a fase de análise, onde examinamos o problema, as 
características dos aprendizes e a tarefa instrucional, chegamos 
finalmente à etapa de planejamento da instrução. No nosso módulo 
daremos uma boa ênfase a essa etapa, pois o planejamento é 
essencial para o êxito da instrução. 
O planejamento da instrução abrange o planejamento propriamente 
dito da situação didática, com o mapeamento e sequenciamento de conteúdos a serem 
trabalhados, a escolha dos métodos e das técnicas adotadas para alcançar os objetivos 
traçados, a seleção das mídias mais apropriadas e dos materiais que devem ser produzidos 
para adoção pelos professores e alunos (FILATRO, 2007). 
Para Peters no ensino on-line (apud FILATRO, 2007), além da exploração direcionada de 
conteúdos, exige-se combinações apropriadas de desafio e orientação, diálogo e 
personalização, autonomia e estrutura. O foco desloca-se da seleção de conteúdos, 
estratégias instrucionais e técnicas de aferição de conhecimentos para a projeção de 
ambientes favoráveis à aprendizagem, que retratem a flexibilidade e a multiplicidade inerente 
ao contexto educacional. 
O grande desafio da EAD para Correa (2007) é gerar materiais que criem desafios cognitivos 
para os alunos, que promovam atividades significativas de aprendizagem, enfim, que 
promovam o desenvolvimento de novas competências necessárias no campo de ação. 
Portanto, a qualidade do material refere-se aos conteúdos, às atividades e, não depende 
unicamente do suporte tecnológico a ser utilizado. Além disso, é necessário que se avaliem 
 
 
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os diferentes tipos de materiais desenvolvidos de acordo com a metodologia própria para 
cada tipo de mídia, assim como a articulação dos materiais entre si de modo a garantir uma 
real efetividade do fluxo de aprendizagem proposto. 
Segundo Tractenberg (2007), para planejar a instrução utiliza-se os 
dados identificados anteriormente e principalmente as implicações das 
análises para decidircomo deve ser desenvolvido o projeto de instrução. 
A definição de uma solução exige raciocínio sistêmico e criatividade, pois 
é preciso encontrar soluções que satisfaçam tanto quanto possível os 
objetivos e as restrições do projeto. 
Embora, o foco do curso seja o desenvolvimento de um projeto de 
instrução utilizando a educação a distância, serão apresentados 
ferramentas e estratégias que podem ser utilizadas também no ensino 
semipresencial ou no ensino presencial. 
De modo geral, para Tractenberg (2006) e Filatro (2007) o planejamento 
da instrução deve ser caracterizado pelas seguintes questões 
norteadoras: 
 
Como os objetivos instrucionais serão alcançados? 
 Que métodos e técnicas instrucionais melhor se ajustam à esses objetivos? 
 Que mídias e estratégias devem ser utilizadas para a transmissão de informações e 
interação? 
 Quais serão as formas de agrupamento dos aprendizes? 
 Quais as orientações didáticas a serem adotadas? 
 Como gerar motivação dos aprendizes na instrução? 
 
 
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 Que tipo de sequência dos conteúdos e as etapas instrucionais deve ser utilizada? 
 Qual é o grau de interação entre os alunos, e entre alunos e professor, possibilitadas 
pelas atividades instrucionais propostas? 
 Qual é o design gráfico dos produtos instrucionais impressos e/ou eletrônicos? 
 Qual é o grau de interatividade (interação com o material) proporcionado por esses 
produtos? 
 Quais são os mecanismos de atualização e personalização dos materiais? 
 Que nível de suporte instrucional e tecnológico é oferecido? 
Nas unidades adiante serão discutidas temáticas relacionadas à essas questões. 
 
 
 
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UNIDADE 18 
Objetivo: Discutir sobre as mídias e estratégias instrucionais da fase de Planejamento do 
Design Instrucional, especificamente a respeito do professor e do tutor. 
Planejamento da Instrução: mídias e estratégias instrucionais 
Mídias e estratégias instrucionais 
Para Tractenberg (2006) diferentes mídias e formas de interação podem ser utilizadas com 
propósitos educacionais. Mesmo quando a instrução depende essencialmente de um 
professor, este costuma ter como suporte o quadro negro/branco, livros didáticos, slides, 
vídeos, áudios etc. 
Antes de abordar o tema, vamos definir o termo mídia. Segundo o Dicionário Houaiss da 
Língua Portuguesa1 “mídia é todo suporte de difusão da informação que constitui um meio 
intermediário de expressão, capaz de transmitir mensagens”. Ainda segundo este mesmo 
dicionário, esses meios abrangem, por exemplo, o rádio, o cinema, a televisão, os meios 
eletrônicos e telemáticos de comunicação em que se incluem também as várias telefonias. 
As mídias instrucionais também podem ser utilizadas de modo independente, sem o apoio 
direto de professores. É a chamada “autoinstrução”. Nestes casos costumam se usar kits 
completos com apostilas, fitas cassete, CD-ROM etc 
Todas as mídias oferecem vantagens e desvantagens, de acordo com o público e o contexto 
onde são utilizadas, por isso, cabe ao designer instrucional buscar as soluções com melhor 
custo-benefício em cada situação. A seguir serão descritas algumas das características 
gerais de mídias e estratégias mais comuns para criação de soluções em educação e 
treinamento. 
 
 
 
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Professores 
Para Tractenberg quando as pessoas ensinam estabelecem uma relação entre os 
aprendizes e o conhecimento, consistindo em um tipo de mediação instrucional. Professores 
são capazes de alta interação com os aprendizes – dependendo do ânimo e da disposição 
de cada profissional. Devido a tal característica é possível os alunos sentirem-se motivados 
pelos elogios, ou envergonhados quando reprovados. O ser humano é o único mediador com 
esta característica. O autor apresentar ainda as seguintes observações sobre os professores 
no processo de instrução: 
 Podem ser adaptáveis e flexíveis em suas estratégias didáticas, mudando totalmente 
os rumos da instrução quando entendem necessário. 
 Podem selecionar e utilizar múltiplos recursos para cada situação específica. 
 Professores têm alto poder para chamar e manter a atenção dos alunos. 
 O ser humano não é confiável para fazer a mesma coisa várias vezes, exatamente da 
mesma forma. 
 Bons professores demandam anos para serem formados. 
Tutor 
Nos ambientes de educação a distância, o papel do professor migra da antiga figura central 
do provedor da informação para um agente interativo, que atua como mediador e catalizador 
do processo de aprendizagem do aluno. 
Portanto, pode-se dizer que o modelo de educação a distância altera o foco anteriormente 
centrado no professor para o aluno. O professor deve perceber-se como um dos agentes do 
processo de aprendizagem do aluno. Ele atua ajudando o aprendiz a articular-se com os 
diversos elementos de seu processo de aprendizagem. 
 
 
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Para Pestana (2007) instrutores presenciais que pretendam atuar como professores a 
distância, via computador, devem possuir algumas habilidades. Estas habilidades podem ser 
adquiridas por ações de capacitação, complementadas por experiência na atuação como 
tutores auxiliares de cursos a distância e por uma mudança Interna de postura diante das 
especificidades da EAD. 
Podem ser destacadas como principais alterações nos papéis desempenhados pelo 
professor (PESTANA, 2007): 
 Papel de "palestrante" muda para papel de "consultor", "orientador", "provedor de 
recursos e de meios para aprendizagem"; 
 São derrubadas as estruturas de poder entre professor-aluno; 
 O professor se torna um questionador eficiente, estimulando os alunos a construírem 
seu conhecimento, propondo experiências de aprendizagem, em vez de atuar como 
um provedor de respostas e de conteúdos estáticos; 
 O professor apresenta apenas a estrutura Inicial do trabalho do aluno, encorajando o 
autodirecionamento crescente; 
 O professor apresenta múltiplas perspectivas sobre cada assunto; 
 O professor, antes Isolado, centro do processo, passa a ser um membro de uma 
equipe de aprendizagem; 
 O professor não tem mais total controle do ambiente de ensino: ele passa a 
compartilhá-lo com o aluno como um coaprendiz; 
 O professor torna-se mais sensível aos estilos de aprendizagem dos alunos. 
________________ 
 
 
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1 - Dicionário on-line disponível em: 
<http://houaiss.uol.com.br/busca.jhtm?verbete=m%EDdia&stype=k>. Acesso em 24 julho de 
2008. 
 
 
 
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UNIDADE 19 
Objetivo: Discutir sobre as mídias e estratégias instrucionais da fase de Planejamento do 
Design Instrucional, especificamente sobre o conteúdo escrito 
Planejamento da Instrução: mídias e estratégias instrucionais 
Mídias e estratégias instrucionais 
Impressos e/ou eletrônicos 
Para Tractenberg (2006), depois da instrução mediada por seres humanos, o meio impresso 
é o mais utilizado. Esta mídia inclui textos com ou sem elementos gráficos, encadernados ou 
presos juntos em um livro, livreto, apostila ou manual. Dentre os atributos dos impressos 
podem ser destacados os seguintes: 
 São relativamente baratos para se produzir e duplicar – a não ser que seja um produto 
com muita sofisticação material; 
 Permitem que o aprendiz siga seu próprio ritmo de modo independente; 
 Não exigem equipamentos especiais nem baterias; 
 São portáteis; 
 Seu formato, com páginas numeradas e acesso ao conteúdo através de índices, tem 
alta usabilidade; 
 Livros e apostilas têm durabilidade de vários anos e podem ser reutilizados por várias 
pessoas; 
 O impresso pode ser desenvolvido para produzir um nível considerávelde 
interatividade com os conteúdos; 
 
 
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 Ele pode receber anotações pessoais; 
 Um impresso é sensível à habilidade de leitura do aprendiz, que deve ter aptidão para 
entendê-lo; 
 Desde que alfabetizadas, as pessoas podem usar impressos para aprender; 
 Impressos, sem textos mas com ilustrações explicativas, podem atender a públicos de 
diferentes idiomas ou mesmo analfabetos; 
 Até o momento os impressos são considerados como o melhor meio para ler grandes 
quantidades de texto. 
Mesmo nos cursos de EAD, Franco (2007) destaca que os materiais impressos ainda se 
configuram com mídia mais utilizada. Nesse tipo de curso ainda, pode-se utilizar os 
conteúdos em meio eletrônico (disponibilizado diretamente no AVA, ou por meio de CD-
ROM, etc). Para o autor, ao produzi-los é preciso pensar numa abordagem pedagógica que 
desenvolva a capacidade reflexiva do aluno, integrando o conhecimento teórico e prático 
relacionado ao seu contexto de atuação. Esse material deve refletir a preocupação com a 
mediação pedagógica que resulte na produção de conhecimento do aluno. 
Para o autor, em geral, ao se produzir esse material, há uma preocupação com a sua 
estruturação, que, muitas vezes, pode estar sob a forma de módulo ou unidade. É importante 
lembrar que a estruturação do material impresso está diretamente relacionada à matriz 
curricular do curso. A estrutura deve refletir a organização da apresentação dos conteúdos. 
Tradicionalmente, costuma-se adotar uma organização que implica a seguinte sequência: 
módulo, unidade e seções. Isso significa que o módulo pode conter diferentes unidades que 
representam capítulos ou estruturas temáticas. Essas unidades podem conter diferentes 
seções que organizam o conteúdo abordado de forma objetiva e sistemática. A organização 
deve ser flexível e adaptada aos contextos e às realidades de cada curso. 
O propósito da organização em unidades é para que os alunos recebam certa quantidade de 
informação de cada vez. Isso visa a facilitar a organização do seu processo de estudo. 
 
 
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100
Espera-se, assim, que, ao concluir cada unidade, o aluno poderá refletir sobre os conceitos 
nela apresentados e relacioná-los a outras unidades e ao seu cotidiano com maior 
propriedade. É importante que cada unidade seja clara, sintética, para que, ao ler, o aluno 
tenha a visão objetiva do que vai estudar. Cada unidade deve: 
 Orientar os alunos quanto à informação; 
 Apresentar o conteúdo; 
 Explicar os tópicos (organização do texto); 
 Propor atividades. 
Ao elaborar a unidade, o especialista deve levar em consideração: 
 O título e o nome da unidade; 
 A introdução da unidade, que inclui: apresentação dos objetivos; introdução e 
orientação em relação ao conteúdo abordado; informação em relação a como estudar 
a unidade, o que os alunos precisam revisar e de quais equipamentos precisarão; 
 O corpo da unidade, que deve ter uma clara divisão em seções e atividades; 
 O final da unidade, que deve ter: uma verificação do que os alunos devem ter feito; 
uma atividade de aprendizagem para avaliar se o material foi assimilado (produção 
que conduza à reflexão sobre o seu fazer). 
Além desses itens, o especialista da unidade deverá preocupar-se com: 
 A produção de um texto que dialogue com o aprendiz e que o conduza à 
aprendizagem; 
 As ilustrações a ser incluídas no texto ( diálogo com outros gêneros textuais como 
jornais, charges, etc.); 
 Esquema de correção das atividades propostas no texto; 
 
 
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 A produção do material conforme modelo preestabelecido e padrões de diagramação. 
Todas essas observações sobre a produção do material impresso e/ou eletrônico são 
utilizadas na etapa de Desenvolvimento do Design Instrucional, ou seja, na hora de produção 
do material instrucional propriamente dito. A qualidade desse tipo de material é suma 
importância para vir a se atingir aos objetivos propostos para a instrução. Assim, na próxima 
unidade discutiremos sobre a produção de material impresso e/ ou eletrônico para EAD. 
 
 
 
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UNIDADE 20 
Objetivo: Discutir sobre as mídias e estratégias instrucionais da fase de Planejamento e 
Desenvolvimento do Design Instrucional, especificamente sobre o conteúdo escrito (que 
pode ser disponibilizado em meio impresso e/ou eletrônico) –Oobservações sobre a sua 
produção. 
Planejamento da Instrução: mídias e estratégias instrucionais 
Mídias e estratégias instrucionais 
Material Impresso e/ou eletrônico: Observações sobre a sua produção 
Nesta unidade serão abordadas as características que devem ter o material escrito impresso 
e/ou eletrônico. Tais características englobam conceitos de EAD, tipos de linguagem, 
conceitos de texto, estilo de escrita e texto, estrutura e organização dos conteúdos, 
avaliação, entre outros. Veja as observações de Franco (2007): 
Como se deve escrever para EAD? 
A produção textual para EAD é essencialmente didática e dialógica. Pressupõe um forte 
diálogo com o leitor (aluno). Uma vez que o aprendiz a distância está frequentemente 
sozinho, é importante manter o diálogo com ele. 
Geralmente, os livros-texto e manuais são produzidos em uma perspectiva unidirecional. Isso 
significa que não estão preocupados em estabelecer um diálogo com o leitor. Diferentemente 
desse modelo, os textos em EAD devem priorizar uma relação mais próxima e dialógica com 
o aluno, deve haver interação entre o texto produzido e o leitor. Nesse sentido, o aluno será 
ativamente envolvido no processo de aprendizagem. Sendo assim, o produtor de materiais 
para EAD tem um trabalho bastante diferente daquele que escreve livros didáticos, apostilas 
e outros que não sejam para essa modalidade educacional. 
 
 
 
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103
Estilo adotado na produção impressa e/ou eletrônica 
Ao produzir material para EAD, o designer instrucional deve lembrar que é necessário 
incorporar ao seu texto aspectos que remetam à relação face a face entre professor e aluno. 
É preciso que o texto tenha características que privilegiam o aspecto interativo. 
O estilo conversacional procura envolver o aluno em um diálogo com o escritor do texto. É 
importante dialogar com o aluno, pedir que realize determinadas ações, atividades; 
estabelecer uma proximidade maior, dirigindo-se a ele como "você”. Estimulá-Io a procurar 
novas informações, a pesquisar conceitos, a relacionar os conteúdos com o seu cotidiano. 
Quanto à relação estilo e conteúdo, o escritor deve adequá-Ia conforme as possibilidades 
que o tema apresenta. De acordo com o tema incluir tabelas, figuras, charges, entre outras, 
que tornem o texto mais leve e interativo. 
Linguagem 
O profissional de Design Instrucional deve lembrar que o aluno não está na sua presença. 
Sendo assim, o texto deve ter uma linguagem de fácil compreensão e adequada às 
habilidades de leitura do aluno. Deve ser autoexplicativo e orientar o aluno na sua leitura. 
Para uma linguagem mais clara e objetiva, é importante observar os seguintes aspectos: 
 Os parágrafos devem traduzir de forma clara as ideias neles contidas; as frases 
devem ser curtas; 
 Excesso de negações devem ser evitados em uma mesma frase; 
 A voz passiva deve ser evitada, dando-se preferência a construções ativas e diretas; 
 Excesso de palavras impessoais deve ser evitado (como isto, aquele, esse, este, etc.); 
 Preferir palavras que sejam mais familiares ao aluno; escolher palavras concretas, 
mais significativas. 
 
 
 
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104
 
Como organizar o texto pensando na aprendizagem do aluno? 
A forma mais adequada de produzirum texto considerando a aprendizagem do aluno e 
buscando interagir com ele é procurar expor claramente as intenções, os objetivos da 
unidade e colocar também um sumário bem detalhado sobre as abordagens do texto. Além 
disso, o escritor deve colocar ao longo do texto organizadores que indicarão os diversos 
procedimentos a ser tomados pelo aluno. Esses organizadores são marcadores e 
indicadores que comporão o texto. São elementos que indicarão o que vem a seguir, 
solicitarão retorno ao item anterior, indicarão leituras complementares, farão links com outros 
gêneros textuais, conduzirão o aluno a tópicos relacionados ao tema abordado, contribuirão 
para a relação entre conteúdo e cotidiano do aluno, etc. 
Outra maneira de contribuir para a aprendizagem do aluno é ajudá-lo a ler a unidade e 
selecionar pontos importantes, classificar tais pontos, elaborar e reelaborar conceitos. Para 
isso, o especialista pode organizar uma sequência de títulos e subtítulos bem definidos, 
salientar informações importantes em negritos, usar marcadores, boxes. 
Em suma: Nesta unidade aprendemos aspectos importantes na produção de um texto/ aula 
para a educação a distância. Veremos adiante (Unidades 22 e 23) as ferramentas de 
interatividade e as atividades que podem ser incluídas nas lições didáticas. Antes, porém, 
abordaremos na próxima unidade os ambientes virtuais de aprendizagem – AVA’s. Vamos lá! 
 
 
 
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UNIDADE 21 
Objetivo: Discutir sobre a fase de Planejamento do Design Instrucional, especificamente a 
respeito dos ambiente virtuais de aprendizagem. 
Planejamento e desenvolvimento da Instrução 
Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA 
Em cursos alguns tipos de cursos a distância há necessidade de um espaço multimídia na 
internet para disponibilizar o conteúdo, as atividades, para promover a interação, realizar as 
avaliações, enfim para o desenvolvimento de estratégias que propiciem a aprendizagem. 
Esses espaços são conhecidos como sistemas gerenciadores de cursos (do inglês Learning 
Management System – LMS), mais conhecidos como ambientes virtuais de Aprendizagem – 
AVA. 
O AVA é um sistema computacional acessível através da rede mundial de comunicação 
(internet) que agrega as ferramentas de (QUEIROZ, 2008): 
 Administração (da disciplina, do módulo ou do curso como um todo); 
 Colaboração (que viabiliza o desenvolvimento de trabalhos em grupo e trocas de 
arquivos); 
 Comunicação síncrona (como, por exemplo, o chat); 
 Comunicação assíncrona (como o fórum e o e-mail); 
 Manutenção, arquivamento e gerenciamento de conteúdos; 
 Gerenciamento de alunos, incluindo, dados estatísticos de acesso às diferentes áreas 
e materiais disponibilizados no sistema, entre outras. 
 
 
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Santos (2003) vai além, e entende que um ambiente virtual de aprendizagem é um espaço 
inesgotável de significação onde os agentes e objetos técnicos interagem potencializando e 
propiciando a construção de conhecimentos, logo a aprendizagem. 
 
Um exemplo de AVA é nosso ambiente de aprendizagem, o Campus On-line. Para alcançar 
o atual nível tecnológico, foram pesquisados os mais conhecidos softwares internacionais e 
nacionais, dentre eles, o Blackboard (EUA), o Webcity (Canadá) e o Teleduc (Brasil), que 
permitiram maior embasamento tecnológico, qualificando a ESAB a desenvolver seu próprio 
software, considerado pelo congresso de EAD “Educa Madrid” (Madrid – Espanha), como um 
dos mais completos software de EAD. 
 
 
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107
Há no mercado alguns AVA’s que se diferenciam pelo layout, navegabilidade, disponibilidade 
de recursos e ferramentas. Veja no quadro abaixo alguns exemplos: 
AVA ORGANIZAÇÃO AUTORA / Autor 
ENDEREÇO NO 
CIBERESPAÇO 
Blackboard Blackboard (EUA) http://www.blackboard.com 
CoSE 
Staffordshire University (UK 
Reino Unido) 
http://www.staffs.ac.uk/COSE 
Teleduc 
Unicamp NIEED (Brasil) 
Licença de software livre na 
modalidade GNU, com código 
aberto. 
http://www.teleduc.org.br/ 
Campus On-line ESAB ( Brasil) http://www.esab.edu.br 
Moodle 
Martin Dougiamas 
Licença de software livre na 
modalidade GNU, com código 
aberto. 
http://moodle.org/ 
Quadro 13 - Exemplos de Ava’s 
 
Seleção de ferramentas do LMS 
Na discussão sobre a utilização do AVA, Queiroz (2007) apresenta algumas questões a 
serem consideradas para a análise e seleção dos recursos de um LMS. Adiante são 
apresentadas essas questões norteadoras que podem auxiliar na escolha do AVA e de seus 
recursos. Então, para o autor é preciso fazer os seguintes questionamentos: 
 
 
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Com relação ao perfil dos alunos: 
 Quem é meu aluno? 
 De onde acessa a Internet: de casa, do escritório, lan house, etc.? 
 Qual é sua fluência tecnológica? 
Com relação à disciplina e as ferramentas do LMS necessárias para atingir meus objetivos 
pedagógicos: 
 A disciplina, módulo ou curso será parcial ou totalmente ministrada no ambiente 
virtual? 
 Que tipo de interações ocorrerão e como? Há ferramentas que possibilitam essas 
interações? Quais são elas e o que me permitem fazer? 
 O conteúdo será gerado apenas por mim, ou construído coletivamente com meus 
alunos? Neste último caso, de que ferramentas o sistema dispõe? 
 Como vou disponibilizar os conteúdos da disciplina? Em que áreas do AVA? 
 Que tipo de conteúdo quero incluir: texto, vídeo, apresentação em PowerPoint, 
glossário, FAQs, etc.? O LMS me permite trabalhar com esses conteúdos? 
 Que tipo de atividades planejo realizar com meus alunos: exercícios, testes, desafios, 
estudos de caso, etc.? Em que área(s) do AVA posso disponibilizar essas atividades? 
 Qual a participação e envolvimento que espero de meus alunos na realização das 
atividades: individual, em grupos, colaborativas? Há ferramentas para isso? 
 Há no ambiente virtual um espaço onde os alunos podem “entregar” as atividades, 
trocar arquivos uns com os outros e disponibilizar seus materiais? 
 
 
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 Como e quando os alunos serão avaliados? Que instrumentos de avaliação pretendo 
utilizar? Há ferramentas de avaliação no sistema? Quais são elas e o que me 
permitem fazer: autoavaliação, testes, exercícios discursivos, etc.? 
 Há mecanismos de controle de número de acessos no ambiente e acompanhamento 
de participação? 
 Há ferramentas que me fornecem dados estatísticos? Em que formatos são 
apresentados estes dados 
Com relação ao suporte técnico 
 Quem é o suporte técnico? Como acessá-lo? Este está disponível o tempo todo (24 
horas/7dias por semana) para atender as minhas necessidades, assim como às dos 
meus alunos? 
Essas são as questões básicas orientadoras para a escolha do AVA e de suas ferramentas. 
Há possibilidade ainda da Instituição, ou agente promotor da instrução utilizar um AVA feito 
sob medida. 
Para Gomes (2007) a decisão de produzir um ambiente virtual para um curso de EAD, ou 
simplesmente aproveitar um previamente produzido é complexo. Devem ser levados em 
consideração os custos de desenvolvimento, o tempo de produção do software, o nível de 
personalização desejado, a necessidade de ferramentas. Para ele, esses fatores determinam 
a necessidade de se criar o AVA próprio para o desenvolvimento do curso. 
Na próxima unidade discorreremos sobre as ferramentas de cooperação e de interação. 
 
 
Nessa unidade discutimos brevemente sobre os Ambientes Virtuais de Aprendizagem. Para 
aprofundar o estudo, faça uma pesquisa na internet sobre os AVAS’s e suas 
 
 
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características. 
 
 
 
 
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UNIDADE22 
Objetivo: Discutir sobre as mídias e estratégias instrucionais da fase de Planejamento do 
Design Instrucional, especificamente sobre as ferramentas de cooperação e interação 
Planejamento da Instrução: mídias e estratégias instrucionais 
Ferramentas de Cooperação e Interação 
Entre os recursos que normalmente estão disponíveis nos AVA’s e 
que devem ser levada em consideração no planejamento e 
desenvolvimento da instrução estão as ferramentas de cooperação e 
de interação. A seguir veremos a apresentação desenvolvida por 
Gomes (2008). 
Fórum 
Ferramenta assíncrona de comunicação que auxilia no processo de cooperação e interação. 
Pode ser usada para promover qualquer tipo de discussão, desde uma conversa cujo único 
intuito é o de promover a quebra do gelo inicial entre os participantes do curso on-line, até 
temas mais elaborados e específicos do curso com o intuito de promover a construção do 
conhecimento ou o aprofundamento neste tema de forma coletiva. Além disso, o fórum, na 
prática, também tem sido muito utilizado para transmitir comunicados da coordenação ou dos 
tutores sobre algum tema que não necessariamente tenha relação com o tema específico do 
curso. 
Lista de discussão 
Ferramenta assíncrona de comunicação, interação e cooperação pela internet. Pode ser 
utilizada para promover conversas individuais (pessoa-pessoa), não moderadas, ou 
conversas entre um grupo de participantes (lista de discussão), moderadas ou não. 
 
 
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Como ferramenta pessoa-pessoa, permite o envio de mensagens personalizadas, sendo 
bastante útil para transmitir respostas de avaliações ou avisos que devam ser dados de 
forma diferenciada para cada aluno. A lista de discussão é utilizada para promover o debate 
de um tema entre os participantes do grupo, como um fórum em que os participantes 
acompanhem a discussão através do seu e-mail pessoal sem ter de acessar a página do 
curso. Pode ser moderada, quando o e-mail é redirecionado para os demais participantes 
depois de aprovado pelo moderador do grupo; ou livre, neste caso o e-mail é redirecionado 
para todos os participantes do grupo automaticamente após ser enviado. 
Mural 
Ferramenta assíncrona de comunicação que faz, como o próprio nome diz, uma analogia 
com os murais de avisos presentes nas instituições. Por essa razão, não se tem a troca de 
mensagens, servindo apenas para a transmissão direta de uma informação, relacionada ou 
não com o tema do curso, para todo o grupo de participantes. 
Wikis 
Ferramenta assíncrona de construção de conhecimento coletivo e comunicação. O nome wiki 
especificamente representa um conjunto de páginas em hipertexto, ou o software utilizado 
para criá-lo. Com ele, um grupo de pessoas constrói de forma coletiva um texto, que pode 
ser desde um texto simples, até uma página HTML mais elaborada, com gráficos, imagens, 
tabelas, entre outros recursos. Utilizando para isso apenas uma linguagem de marcações 
simples e um navegador de internet qualquer. 
Geralmente um wiki não possui nenhuma espécie de moderação, toda alteração feita pelo 
usuário é publicada diretamente e, por isso, essa ferramenta utiliza um sistema de controle 
de versões, que permite que o moderador do grupo restaure uma versão anterior a qualquer 
momento, ou ainda no caso de um curso a distância, permite que o tutor saiba exatamente 
qual foi a intervenção feita no texto por cada aluno em cada momento específico. 
 
 
 
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Chat 
Ferramenta síncrona de comunicação que tem a finalidade de simular uma sala em que 
várias pessoas se encontram para conversar sobre um tema qualquer. Utilizada dentro do 
ambiente do curso para promover conversas entre os alunos ou entre alunos e tutores sobre 
temas gerais ou específicos do curso. Com este intuito, pode-se ter dois tipos de salas de 
chat, uma que fique disponível o tempo todo. Essa sala não precisa ter nenhum tipo de 
monitoria, já que os assuntos tratados nela não serão relacionados ao tema do curso. Outro 
tipo é a sala de chat marcada pelo tutor com antecedência para tratar de um tema específico 
do curso. Essa sala precisa ter uma monitoria do que está sendo postado por cada usuário, 
uma vez que esse material pode servir como critério de avaliação do aprendizado do aluno, 
como avaliação do próprio tutor ou do curso em si. 
Esta é uma ferramenta de difícil controle, uma vez que muitas vezes as mensagens dos 
participantes ficam fora de contexto, pois uma intervenção depende da leitura, da reflexão, 
da elaboração e da postagem da resposta, e este processo depende do ritmo de cada 
participante. Além disso, ritmos de resposta diferenciados podem gerar subgrupos de 
discussão em uma mesma sala, além de outros problemas relacionados com o 
distanciamento entre perguntas e respostas. 
Quadro branco 
Com esta ferramenta os alunos e tutor compartilham uma tela branca onde podem escrever 
desenhar, colar dados que são compartilhados com os demais participantes. Isso é 
particularmente interessante quando, durante um módulo, se faz necessária a construção de 
gráficos ou esquemas. Assim como o chat, esta é uma ferramenta que pode fugir facilmente 
ao controle, pois muitas vezes possibilita uma interação não monitorada. Para tanto, podem 
ser estabelecidas algumas regras, como quem pode escrever no quadro, quando escrever no 
quadro, cores a ser utilizadas por cada participante e quem vai apagar o quê. Estabelecidas 
essas e outras regras que sejam necessárias, o quadro branco se torna uma ferramenta 
 
 
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bastante útil para promover a interação entre os participantes. Normalmente exige o uso de 
um software específico, fornecido para instalação, uma vez que sua programação é bastante 
elaborada e deve garantir a integridade dos dados inseridos no quadro. 
Diário de Bordo 
Esta ferramenta tem como objetivo simular um diário, em que o aluno possa entrar com a 
anotação que desejar sobre qualquer parte do curso. Dependendo dos recursos de 
programação e do banco de dados utilizados, o aluno poderá fazer referência direta a uma 
determinada parte do curso, poderá acrescentar vídeos, sons ou imagens. Por ser uma 
ferramenta pessoal, ela não deve ser monitorada e deve garantir que mesmo os outros 
alunos não possam ver anotações uns dos outros. 
Porftólio 
No caso de um curso a distância, portfólio é o conjunto de todos ou de parte dos trabalhos 
realizados pelo estudante durante todo o curso. Geralmente utiliza-se o portfólio quando se 
pretende fazer uma análise da trajetória, da evolução do aluno, pois nele podemos ter textos 
e outros materiais produzidos em todas as fases do curso. Quanto ao compartilhamento, um 
portfólio pode ser individual ou grupal e pode ser acessível e/ou comentado apenas pelo 
tutor, ou por todos os estudantes do curso, dependendo novamente de como o seu sistema 
foi programado. 
Mapas Conceituais 
Mapa conceitual é uma forma de representar, através de um gráfico, uma ideia textual. Esse 
recurso pode ser utilizado para auxiliar o aluno na hora de estudar o conteúdo do curso, ou 
pode ser entregue como um trabalho de uma unidade, ou ainda pode ser usado pelo tutor e 
pela coordenação na hora de estabelecer como está sendo feita a interação aluno-ambiente, 
tutor-ambiente, tutor-aluno, aluno-aluno. 
Material de Apoio 
 
 
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Como o próprio nome diz, consiste em uma seleção de materiais feita pelo tutor ou 
coordenador, com o objetivo de auxiliar o estudante de modo geral ou de estruturar o 
conteúdo do curso. O material selecionado para esta parte pode conter indicações de sites, 
textos, manuais de uso, indicações de bibliografia ou qualquer outro material que venha a 
facilitara vida do estudante. Geralmente para esta parte pode ser acrescentado qualquer tipo 
de material, pois a programação e a estruturação do banco de dados necessários são bem 
simples, e vários são os exemplos adaptáveis presentes na internet. 
FAQs 
FAQs (Frequently asked questians) consiste de uma listagem de respostas às duvidas mais 
comuns apresentadas pelos usuários de um determinado site (não somente de ambientes de 
EAD). Em geral, esta é uma ferramenta de livre acesso, pois ela também pode conter 
respostas às duvidas referentes ao funcionamento geral do curso, e isso pode auxiliar na 
captação de novos alunos. 
Tutorial/Guia do aluno/Guia do tutor 
Todos estes materiais são produzidos pela coordenação do curso, com o objetivo de auxiliar 
o estudante ou o tutor com o ambiente. Por se tratar de textos, geralmente são arquivos 
anexados em alguma parte do site para que possam ser baixados pelo usuário a qualquer 
momento. A principal diferença destes materiais é o objetivo para o qual eles são escritos. 
Um tutorial contém informações específicas sobre como realizar uma determinada função ou 
tarefa. Apresenta um texto mais simples e direto com imagens que indiquem todo o caminho 
a ser seguido. Os guias, por sua vez, apresentam o curso para o estudante/tutor, o ambiente 
em que o curso será desenvolvido, os materiais que serão utilizados, os objetivos e algumas 
regras que devem ser seguidas. 
 
 
 
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UNIDADE 23 
Objetivo: Discutir sobre as mídias e estratégias instrucionais Da fase de Planejamento do 
Design Instrucional, especificamente sobre as atividades 
Planejamento da Instrução: mídias e estratégias instrucionais 
Mídias e estratégias instrucionais 
Atividades 
Ao planejar a instrução, o designer instrucional deve prever as atividades a serem realizadas 
ao longo do curso. 
As atividades, segundo Franco (2007), são necessárias ao longo 
do texto e cada uma delas deve responder a um determinado 
propósito que contribua para a aprendizagem do aluno. As 
atividades podem ser feitas e corrigidas pelos próprios alunos que 
buscarão a resposta na própria unidade, sendo comumente 
chamadas de atividades autoavaliativas. Outro tipo pode ser 
aquele feito pelo aluno e corrigido pelo tutor. Geralmente ocorre ao 
final da unidade. Há ainda as atividades que podem ser corrigidas automaticamente pelo 
sistema. Os tipos de atividades apresentadas a seguir têm o objetivo de orientar o 
especialista no planejamento e produção do material de instrução: 
Atividades intratextuais 
Essas atividades têm o propósito de orientar a aprendizagem do aluno. São questões que 
propõem a reflexão do aluno ao longo do texto e: 
 Contribuem para centrar a atenção; 
 Chamam a atenção para situações que aparecerão no texto; 
 
 
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 Estimulam a reflexão, o pensar durante a leitura; 
 Contribuem para a relação dos conceitos com o cotidiano do aluno. 
Atividades para investigações rápidas 
Podem aparecer quando surge algum novo termo, conceito ou informação que requer uma 
reflexão do aluno. Alguns conceitos costumam ser claros para quem escreve. É importante 
lembrar que o especialista não está frente a frente com o aluno; portanto, é necessário 
conduzi-lo à reflexão sobre determinados conceitos para que possa produzir conhecimentos. 
Atividades de recapitulação 
São compostas por perguntas que permitam ao aluno pensar sobre o que acabou de ler. 
Geralmente podem aparecer ao final de alguma seção ou subdivisão do texto. 
Resumos ou esquemas 
Contribuem para o aluno verificar se compreendeu o texto lido. O esquema tem o objetivo de 
apresentar a ideia de conjunto do texto, sendo uma boa atividade de compreensão do que foi 
lido. 
Perguntas problema 
São questões que possibilitam o aluno aplicar o conhecimento adquirido. Oportuniza 
relacionar seu cotidiano com o conteúdo estudado. 
Completar quadros ou lacunas 
São atividades que levam o aluno a buscar ou localizar informações no texto. Em um 
primeiro momento, parecem simples; porém, são importantes para desenvolver a habilidade 
de localização de informação em textos. 
Atividades de síntese 
 
 
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Buscam desenvolver a capacidade de síntese do aluno. São questões que exigem respostas 
curtas e precisas. 
Atividades de pouca reflexão 
São atividades mais preocupadas com a fixação do que foi estudado. Por exemplo, 
exercícios de combinação, de múltipla escolha, de listar, de preencher espaços em branco, 
colocar itens em ordem, etc. 
As atividades devem ter objetivo claro, ser estimulantes, provocativas e preparar o aluno 
para o que vem pela frente. Seu título deve ser chamativo, curto e criativo. O profissional de 
Design Instrucional deve ter o cuidado para não desenvolver atividades longas que exigirão 
muito tempo de dedicação, tornando-se, assim, monótonas e sem função para a 
aprendizagem. Elas não devem gerar a quebra dos estudos, e sim complementar e desafiar 
o aluno. O enunciado deve ser claro, objetivo, orientando o aluno sobre o que deve ser feito. 
Abordaremos nas próximas unidades mais exemplos de mídias que podem ser utilizadas 
numa solução de instrução. 
 
 
 
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UNIDADE 24 
Objetivo: Discutir sobre as mídias e estratégias instrucionais da fase de Planejamento do 
Design Instrucional, especificamente sobre slides e vídeos 
Planejamento da Instrução: mídias e estratégias instrucionais 
Mídias e estratégias instrucionais 
Slides e Vídeos 
Slides 
Outro recurso que pode ser utilizado são os slides. Eles são projeções 
essencialmente estáticas com textos, imagens ou gráficos. Podem ser 
analógicos quando projetados através de filmes fotográficos ou 
transparências de acetato ou digitais quando criados ou projetados com o 
uso de computadores. Sobre os slides Tractenberg (2006) citar as seguintes características: 
1. Os slides analógicos em filme fotográfico são utilizados sempre que é preciso projetar 
imagens com alta resolução, como por exemplo, no treinamento de médicos na 
interpretação de radiografias. Nesse tipo de aprendizagem a discriminação visual 
precisa é o fator a ser treinado. O mesmo resultado não consegue ser obtido com 
mídias de resolução baixa. 
2. Slides digitais, impressos em transparências para uso em retro-projetores ou 
projetados diretamente com o uso de data-shows têm servido para ilustrar e guiar 
palestras e apresentações. 
3. As transparências de acetato são adequadas como recursos de baixo custo para a 
projeção de slides através de retro-projetores. 
 
 
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4. Slides de modo geral fornecem imagens com cores intensas e brilho, fatores que 
chamam a atenção do olhar humano. 
5. O ritmo de exposição pode ser facilmente controlado, adiantando ou voltando imagens 
conforme a necessidade da apresentação. 
6. Estas mídias podem usar sobreposições direcionando a atenção para as imagens 
desejadas. 
7. Podem apresentar closes, aumentando determinados detalhes com clareza. 
8. Slides, quando preparados para acompanhar palestras, não oferecem a densidade de 
informação adequada para o autoestudo, ou seja, sem a presença do professor. 
Audiovisuais 
O propósito essencial do vídeo/projeções é mostrar imagens em movimento e sonorizadas. 
Para Tractenberg (2006) esse recurso apresenta as seguintes características: 
1. O vídeo possui recursos como câmera lenta, câmera rápida e zoom dentre várias 
possibilidades para facilitar a percepção visual. 
2. Nos audiovisuais tradicionais a apresentação das imagens e sons ocorre em uma 
sequência predefinida, não permitindo mudanças. 
3. A localização de informações específicas em seu interior apresenta certa dificuldade,a não ser que sejam indexados. 
4. Vídeos e áudios exigem equipamentos específicos para transmissão, gravação e 
reprodução. 
5. Vídeos e áudios oferecem excelentes recursos para estimular emoções nos 
expectadores. 
 
 
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6. Vídeos não são indicados para a apresentação de grandes quantidades de texto, pois 
o tempo de leitura não fica sob o controle do expectador, além de possuir, em geral, 
resolução mais baixa que outras mídias. 
7. A produção profissional de vídeos é extremamente cara. 
Quando se trata de vídeo como recurso na Educação a distância Cordeiro (2007) identifica 
vários tipos de modelos como, por exemplo, os vídeos de demanda específica, em que o 
aluno pode selecionar as imagens que quer assistir a videoconferência e a videoconferência 
ao vivo que possibilita maior participação do aluno. O autor apresenta os seguintes modelos 
e modos de utilização do vídeo como recurso didático: 
Videolição - Considerada como uma aula expositiva utilizada de forma exaustiva sobre 
determinado tema. A videolição pode ser utilizada em temas mais complexos em que seja 
necessário algum estímulo como movimento- som -conteúdo. 
Videoprocesso ou vídeo interativo - Esta modalidade vem sendo incorporada com 
frequência nos processo de aprendizagem, devido ao acesso cada vez maior dos usuários 
com máquinas de vídeos. Temos como exemplo experimentos audiovisuais produzidos por 
alunos para posteriormente fazer uma análise e uma nova produção. 
Vídeo como função informativa - É utilizado quando se tem como objetivo principal a 
demonstração da realidade, assim como os seus atributos de máxima objetividade e de cópia 
exata da realidade. O que traz alguns questionamentos e comparação com a afirmação de 
que a fotografia é apenas um recorte da realidade, e o vídeo faz essa mesma trajetória. 
Vídeo como função motivadora - Tem por objetivo motivar aquele que assiste. Neste caso 
específico, a imagem midiática tenta demonstrar que, mais do que a palavra, ela pode 
provocar afeto e emoções através de suas imagens. 
Vídeo como função investigativa - Neste caso, o vídeo é o instrumento mais indicado 
porque permite maior aproximação do objeto a ser estudado. O vídeo investigativo tem sua 
função muito próxima com a função informativa' com um caráter diferencial que é o de 
 
 
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pesquisar de forma mais efetiva o fenômeno no qual objetivamente o autor tenha a intenção. 
Compreender esta função significa perceber todas as suas potencialidades e considerar as 
produções e as várias formas de interação com os objetivos propostos. 
Videoentrevista - É utilizada para resgatar depoimentos de especialistas, de determinado 
tema, podendo ser inclusive editada. É necessário utilizar perguntas claras e objetivas para o 
entrevistador. É importante pesquisar sobre o tema, sobre a pessoa a ser entrevistada, ter 
uma conversa anterior e definir o roteiro a ser seguido. 
Vídeo de opinião - É utilizado para apresentar ideias ou para apurar fatos de determinados 
assuntos, envolvendo vários atores que tenham conhecimento sobre um mesmo tema. Por 
exemplo, ética no trabalho de um médico, consumo de drogas, violência doméstica, etc. 
Depois de entrevistar os vários sujeitos, deve-se tentar traçar as concordâncias e as 
divergências, de modo a expor de maneira mais clara os vários pontos de vista sobre o tema. 
Mesa-redonda ou debate - é utilizado para suscitar opiniões sobre temas predefinidos com 
a confrontação de ideias entre os participantes. É um bom recurso para a utilização nos 
vídeos educativos, porque desperta questionamentos e criticidade, o que colabora para a 
eficácia do processo de ensino e aprendizagem. 
Todas essas definições de funções e de modalidades de vídeo expõem alguns modelos 
vivenciados, na maioria das vezes, de forma conjunta e integrados. É importante ressaltar 
que se experimentarmos, conhecermos e definirmos bem estas funções proporcionaremos 
mais possibilidades para o processo educativo e alcançaremos os objetivos propostos. 
Teleconferência e Videoconferência 
A teleconferência consiste na geração via satélite de palestras, apresentações e aulas ao 
vivo, com a possibilidade do público interagir via fax, telefone ou Internet. O professor ou 
palestrante faz a apresentação de dentro de um estúdio de televisão (PINHEIRO, 2002).. 
A videoconferência é a mídia utilizada em EAD que mais se aproxima do ensino presencial, 
pois possibilita a conversa em duas vias permitindo que o processo de ensino-aprendizagem 
 
 
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ocorra em tempo real e com interatividade, com pessoas que podem se ver e ouvir 
simultaneamente. Há possibilidade de o professor explicar conceitos e ao mesmo tempo 
colocar um gráfico ou vídeo na tela. A videoconferência permite ainda que os alunos em 
salas distantes tirem suas dúvidas e interajam com o professor (TRACTENBERG, 2006) 
 
 
 
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UNIDADE 25 
Objetivo: Discutir sobre as mídias e estratégias instrucionais da fase de Planejamento do 
Design Instrucional, especificamente sobre o uso do computador como recurso educacional 
da EAD 
Planejamento da Instrução: mídias e estratégias instrucionais 
Mídias e estratégias instrucionais 
Computadores 
Para Pinheiro (2002), o computador ao lado da Internet pode ser 
considerado a grande mídia potencializadora da EAD, já que a maioria 
das mídias usadas em EAD podem ser reproduzidas nos 
microcomputadores. A grande capacidade de armazenamento, a 
possibilidade de reprodução de vídeos, som, imagens, material impresso 
e da própria Internet tornam esta mídia uma das mais completas para a educação a 
distância. Willis (2008) correlaciona a utilização do computador na Educação a Distância em 
4 grandes categorias: 
 Computer Assisted Instruction – Instrução/tutoria assistida ou apoiada por 
computador: o computador é usado como um recurso educacional autosuficiente que 
apresenta lições com objetivos educacionais específicos e limitados. Nessa 
modalidade de uso incluem-se os tutoriais, instrução e prática, tutoriais, simulação, 
jogos e solução de problemas. 
 Computer Managed Instruction- Gestão do processo de ensino por computador: o 
computador é usado para gerenciar o processo de ensino-aprendizagem, mantendo 
dados sobre o progresso de cada aluno e gerando relatórios para orientar os tutores. 
 
 
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 Computer Mediated Communication – Comunicação Mediada por Computador. O 
computador é utilizado como facilitador da comunicação, por meio de recursos como o 
e-mail e chats. 
 Computer Based Multimídia- Essa utilização é a mais recente e ainda em 
desenvolvimento. Apresenta ferramentas sofisticadas e poderosas com o objetivo de 
integrar as várias tecnologias, tais como, voz, vídeo e computadores em uma única 
interface facilmente acessível. Aqui pode ser incluídos os Ambientes Virtuais de 
Aprendizagem. 
Tractenberg (2006) apresenta ainda as seguintes vantagens no uso dos computadores: 
 Computadores podem integrar diferentes mídias e, além de serem ajustados de 
acordo com as necessidades dos alunos, podem dar respostas diferenciadas; 
 Conseguem armazenar grandes quantidades de informação em sua memória; 
 Permitem integrar diversas outras mídias como textos, vídeos, áudios, slides etc; 
 As informações que guardam podem ser manipuladas pelos aprendizes dependendo 
dos softwares utilizados; 
 Realizam operações rapidamente e repetidas vezes se necessário; 
 Possibilitam alto nível de interatividade; obtendo respostas do aprendiz e respondendo 
a ele, de maneira relativamente individualizada, se forem programados para isso; 
 Podem acessar vasta quantidade de informação quando conectadosem rede ou à 
Internet; 
 Conseguem manter um alto nível de controle sobre o que o aprendiz tem permissão 
para visitar, ou pode colocar este controle nas mãos dele; 
 
 
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 Permitem a tradução entre mídias como, por exemplo, à impressão de textos digitais 
em papel, a conversão de textos digitais ou impressos em áudio (através de 
programas leitores de tela usados por deficientes visuais), etc; 
 Quando adequadamente preparados, facilitam a comunicação de portadores de 
deficiências físicas ou sensoriais; 
 Computadores ligados em rede permitem que pessoas se comuniquem, e cooperem 
através de diferentes ferramentas como e-mail, chat, fóruns, sistemas de mensagens, 
voz, videoconferência, listas de discussão, blogs, workflow, compartilhem arquivos, 
etc; 
 A produção de materiais instrucionais digitais pode ser barata ou muito custosa, 
dependendo dos recursos selecionados; 
 Permitem a reutilização infinita de materiais didáticos digitais e isso pode diluir os 
custos de produção; 
 Em Educação a Distância, computadores permitem que informações sejam veiculadas 
a muitas pessoas dispersas geograficamente a custos reduzidos. 
 
 
 
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UNIDADE 26 
Objetivo: Discutir sobre as mídias e estratégias instrucionais da fase de Planejamento do 
Design Instrucional, especificamente sobre o tipo de agrupamentos 
Planejamento da Instrução: mídias e estratégias instrucionais 
Mídias e estratégias instrucionais 
Agrupamentos 
Tipos de agrupamento 
Conforme os objetivos instrucionais e todas as demais considerações 
necessárias ao projeto diferentes formas de agrupamento podem ser 
usadas. A seguir apresentamos as diferentes formas apresentadas por 
Tractenberg (2006). 
 
Instrução Individual 
Nela o aluno trabalha sozinho com os materiais didáticos. Métodos autoinstrucionais são 
adequados em situações onde há grande diversidade no tempo de aprendizagem de cada 
indivíduo e se deseja oferecer estratégias didáticas adaptadas às necessidades particulares. 
Exemplos: 
Cursos por correspondência em que os alunos recebem apostilas em casa, estudam por 
conta própria, compram fitas cassete e vídeos, conforme sua preferência e tiram dúvidas por 
carta, e-mail, fax ou telefone. Fazem provas também a distância e recebem sua certificação. 
Livros didáticos para autoinstrução de idiomas com textos, exercícios de aprendizagem com 
fita cassete ou CD-ROM. 
 
 
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Tutorial 
O termo tutorial se refere à situação onde um professor trabalha com apenas um aluno. A 
instrução tutorial enfatiza a prática de aprendizagem com acompanhamento próximo. 
Exemplos: 
 Aulas particulares de música. 
 Orientação de monografias. 
 Instrução remedial particular (aquela destinada a resolver dificuldades de 
aprendizagem específicas). 
 Treinamento de atletas de alta performance. 
Instrução em grupo 
A seguir relacionamos alguns dos tipos mais comuns de grupos. 
Grupos pequenos 
Grupos pequenos permitem a aprendizagem cooperativa. Dessa forma, dois ou mais 
estudantes trabalham juntos resolvem problemas, completam-se em suas habilidades e 
conhecimentos. Exemplos: 
 Realização de pesquisas e projetos no colégio ou faculdade. 
 Dinâmicas de grupo para treinamento em habilidades interpessoais. 
Grupos médios 
O professor interage com uma turma de alunos. Ele apresenta conteúdos, os alunos fazem 
exercícios e respondem a questões colocadas. Frequentemente é permitido interromper o 
professor para tirar dúvidas. Esta é a forma mais comum de instrução. Quase a totalidade 
das disciplinas no colégio ou faculdade são ensinadas com esta forma de agrupamento. 
Palestra 
 
 
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São amplamente usadas para transmitir informações a grupos de porte médio ou grande. 
Têm caráter expositivo, e os expectadores não podem seguir pelo seu próprio ritmo como 
fariam sozinhos ou com um tutor. Palestras oferecem menor possibilidade de interação entre 
o palestrante e a audiência. Por outro lado, oferecem um modo prático de apresentar ideias e 
transmitir informações para grande quantidade de pessoas em reduzido intervalo de tempo. 
Grupos on-line 
Grupos on-line variam muito em sua estrutura e tamanho. 
Assim como na tutoria presencial ou a distância, via correio, também é possível que um 
professor acompanhe individualmente seus alunos. 
Há cursos também que trabalham com a concepção de comunidades de aprendizagem, um 
grupo de tamanho médio, com pessoas interagindo sob a orientação de um professor, 
buscando partilhar conhecimentos e se beneficiando da experiência mútua. A interação 
ocorre de maneira assíncrona, oferecendo aos membros da comunidade flexibilidade quanto 
aos seus horários de dedicação ao curso. 
Já as palestras realizadas em auditórios virtuais podem chegar textualmente ou através de 
vídeo a milhares de pessoas. 
O contato através de ambientes on-line oferece dinâmicas por vezes diferentes daquelas 
com as quais estamos acostumados no presencial. Um aluno tímido em sala de aula, pode 
se mostrar muito participativo em ambiente on-line, enquanto alunos extrovertidos, 
acostumados ao contato face-a-face podem sentir falta do mesmo. 
Outro fenômeno interessante é a chamada valentia do teclado pelo qual em fóruns e listas de 
discussão as pessoas chegam a se agredir com palavras com frequência maior do que o 
fariam em ambientes presenciais. 
Tudo isso precisa ser bem conhecido quando acompanhamos os aprendizes em ambientes 
on-line. 
 
 
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Escolha da forma de agrupamento 
Para Tractenberg, ao escolher a melhor forma de agrupamento, cabe fazer as seguintes 
perguntas: 
 Quais objetivos podem ser alcançados pelos aprendizes sozinhos? 
 Quais objetivos podem ser alcançados através da interação entre eles? 
 Quais objetivos só podem ser alcançados através da interação entre professores e 
alunos? 
Alguns autores sugerem que todos os objetivos que puderem ser alcançados através de 
instrução individualizada devem ser realizados deste modo por motivos econômicos e devido 
à possibilidade de controle por parte do aluno quanto ao ritmo de sua própria aprendizagem. 
Estudos indicam que estudantes com lócus de controle interno progridem melhor sozinhos, 
enquanto aqueles com lócus de controle externo têm melhores resultados quando trabalham 
em grupos. 
Quando há uma grande variação de conhecimentos ou habilidades entre os aprendizes é 
melhor evitar grupos grandes, porque neste caso o professor costuma atender em nível 
médio da turma, entediando os alunos avançados, e sem corresponder às necessidades dos 
menos aptos. Com tal variação, duas opções de agrupamento são recomendáveis: a primeira 
é a instrução individual adaptada às diferentes necessidades dos aprendizes. Contudo, os 
recursos para o desenvolvimento deste tipo de instrução são frequentemente indisponíveis. A 
segunda opção é a constituição de grupos de estudos cooperativos compostos por 
estudantes aptos e outros menos aptos. Então, se dá a eles uma tarefa que precisam 
completar com suas competências combinadas. 
Finalmente, as preferências dos estudantes também devem ser consideradas sempre que 
possível ao se escolher o tipo de grupamento. 
Uma vez definidas as mídias, as atividades a serem desenvolvidas, as formas de 
agrupamento dos aprendizes e as orientações didáticas, resta-nos estabelecer como será a 
 
 
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articulação dos conteúdos, o tipo de sequência e as etapas específicas pelas qual nossa 
solução será implementada. Esse assunto será abordado na próxima unidade. 
UNIDADE 27 
Objetivo: Discutir sobre as mídias e estratégias instrucionaisda fase de Planejamento do 
Design Instrucional, especificamente sobre a forma de articulação do conteúdo e tipos de 
sequência 
Planejamento da Instrução: mídias e estratégias instrucionais 
Mídias e estratégias instrucionais 
Articulação de conteúdos 
Para Tractenberg, o modo pelo qual a apresentação de informações e as atividades se 
sucedem ao longo da instrução, pode ser mais ou menos integrado. A opção da forma de 
articulação do conteúdo está relacionada também com a concepção da teoria da 
aprendizagem a ser utilizada pelo designer instrucional, como anteriormente discutido. O 
autor apresenta as seguintes sequências para a articulação do conteúdo: 
O ensino de assuntos isolados é o nível menos integrado de articulação instrucional. A 
aprendizagem segue a estrutura conceitual dos conteúdos. Por exemplo: o professor de 
Química que ensina os tópicos de sua matéria sem fornecer referências sobre sua aplicação 
na vida real. 
No nível seguinte, temos a correlação de duas disciplinas, ensinadas simultaneamente para 
fins de complementação mútua. Por exemplo: alunos de Comunicação estudam conceitos de 
Marketing em uma disciplina ao mesmo tempo em que aplicam tais conceitos às suas 
pesquisas para a disciplina de Estatística. 
O terceiro nível seria o da fusão, onde dois ou mais assuntos são reunidos sob uma mesma 
legenda. Este seria o caso dos “estudos sociais” no ensino fundamental, onde aprendemos 
 
 
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tópicos sobre Geografia, História e Sociedade. Contudo ainda neste nível os temas se 
apresentam de modo pouco relacionado. Definida a forma de sequência do conteúdo, deve-
se pensar na organização das unidades. 
Tipos de sequência 
As sequências instrucionais podem ser categorizadas como: 
Estruturas relacionadas ao mundo – seguem a organização natural, espacial ou temporal dos 
assuntos a serem estudados. Por exemplo, um curso de História começa pela Antiguidade e 
avança através dos séculos até chegar à História recente. 
Estruturas relacionadas à investigação – adotam sequências guiadas pelas etapas 
necessárias à realização de descobertas. No método do DI a solução é como uma 
descoberta, que deriva das análises realizadas anteriormente. 
Estruturas relacionadas à utilização – agrupam as experiências de aprendizagem conforme 
sua utilidade. Em um curso de estatística, por exemplo, ensinam-se primeiro as técnicas 
utilizadas com mais frequência e as menos comuns são deixadas para o final. Nos cursos 
universitários, os primeiros períodos costumam adotar disciplinas instrumentais, isto é, que 
ofereçam subsídios para a atividade acadêmica posterior. 
Estruturas relacionadas à aprendizagem – organizam a informação de modo que a 
aprendizagem se construa sobre conhecimentos prévios. Este tipo de sequência depende 
fortemente da análise da tarefa instrucional conforme já estudamos. Os cursos de 
Matemática apresentam essa estruturação, onde os conceitos elementares precisam ser 
aprendidos primeiro para que só depois seja possível dominar os conceitos mais complexos. 
Definidos a articulação e a sequência dos conteúdos parte-se para o planejamento das 
unidades de conteúdo organizadas dentro das disciplinas, aulas ou materiais didáticos. Para 
o autor, nesse nível de planejamento, é importante responder às seguintes questões: Como 
o conteúdo será apresentado? Como promover as experiências de aprendizagem 
necessárias? Qual sequência é melhor seguir? 
 
 
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Aqui é importante relembrar as orientações dadas sobre como produzir material impresso 
e/ou eletrônico para EAD, conteúdo trabalhado na unidade 20 do nosso conteúdo. 
Tractenberg propõe o seguinte esquema para a produção de unidades de ensino: 
Introdução 
Aqui os aprendizes são preparados para a lição, sendo incentivados a lembrar seus 
conhecimentos prévios. Também se estabelecem expectativas quanto aos objetivos. Na 
introdução é preciso: 
 Despertar a atenção do aprendiz para o conteúdo 
 Estimular o interesse e motivação 
 Definir o propósito da instrução 
 Prever a lição 
Corpo 
Nessa parte os aprendizes deverão ser estimulados a recuperar os conhecimentos contidos 
em sua memória, terão contato com o conteúdo da instrução, isto é com textos, com a 
exposição do professor, com os experimentos de aprendizagem, etc. Ainda desenvolverão 
técnicas de estudo e exercitarão suas habilidades e conhecimentos. A avaliação dos 
aprendizes pode gerar feedbacks motivacionais, destinados a dar suporte afetivo à sua 
aprendizagem, bem como feedbacks informacionais, que apontam aspectos a considerar. 
Ambos são importantes para oferecer aos aprendizes a chance de melhorar seu 
desempenho. Em suma, é importante: 
 Relembrar conhecimentos prévios dos alunos 
 Propiciar o processo da informação 
 Gerar aplicações de estratégias de aprendizagem 
 
 
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 Exercitar habilidades e conhecimentos 
 Avaliar e fornecer o feedback 
Conclusão 
O objetivo nesta etapa é que os aprendizes relembrem e sintetizem as partes principais da 
lição. A nova aprendizagem pode ser confusa, por isso, é útil levar os aprendizes a 
relembrarem o que aprenderam na lição. Como nas outras etapas, esta pode ser construída 
pelo aprendiz ou mediada pela instrução. É importante que esta mediação não contenha 
nenhuma informação nova. O significado pessoal dos objetivos propostos, quando relevantes 
para os aprendizes, serve como importante fator motivacional. 
 Assim, nessa etapa faz-se: 
 Revisão da lição 
 Remotivação 
Assim, finalizamos a etapa de planejamento do Design Instrucional. Veja o exemplo de uma 
solução de um problema instrucional: 
Solução instrucional para o curso de DI 
A falta de conhecimento sobre Design Instrucional por parte dos profissionais de Educação e 
Treinamento constitui um problema que pode ser atendido mediante instrução. 
As características da solução descrita a seguir foram delineadas a partir dos seguintes 
elementos: 
O problema instrucional compreendido em seu contexto e a necessidade de aprendizagem 
identificada; 
As características do público alvo; 
A natureza da tarefa instrucional, seus objetivos específicos e prerequisitos; 
 
 
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Os tipos de aprendizagem relacionados aos objetivos e prerequisitos e suas abordagens 
didáticas recomendáveis; 
As práticas tradicionais de ensino do Design Instrucional. 
Obs.: Uma solução completa para o problema exigiria um currículo composto de diversas 
disciplinas que pudessem promover todas as competências necessárias à formação de 
designers instrucionais. O curso ora introdutório constitui um primeiro passo rumo a um 
currículo completo. 
Descrição 
A solução consiste em um curso on-line sobre o Design Instrucional. O módulo faz parte de 
um curso de especialização em Educação a distância, o que contribuí para a formação do 
designer instrucional. O módulo apresenta as seguintes características: 
Mídias 
A principal mídia de interação será o ambiente virtual de aprendizagem Campus On-line, que 
oferece os seguintes recursos: publicação de conteúdos, fóruns de discussão, dúvidas ao 
tutor, dentre outros. 
Conteúdo On-line e Textos em formato Pdf e vídeos 
Tempo de duração / dedicação 
O módulo tem duração de 40 horas. O tempo mínimo de integralização é de 15 dias e o 
máximo de 45 dias. A ESAB aconselha o estudo do conteúdo em 30 dias, com dedicação 
diária de 1,5 horas. 
 Agrupamento 
A Metodologia da ESAB tem como diferencial a flexibilidade de matrícula, não sendo 
necessária a formação de turma para ingresso em datas específicas. O aluno ingressa no 
 
 
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módulo e passa a fazer parte do grupo, de aproximadamente 30 alunos.O aprendiz 
desenvolve o seu estudo conforme e realiza as atividades, tendo o suporte do tutor. 
Estratégias didáticas 
Leitura de textos. 
Conteúdos organizados em unidades de estudo. 
Atividades para reflexão e aplicação dos principais conceitos. 
Debates entre tutor e participantes através de fórum de discussão. 
Exercícios para verificação da aprendizagem 
Incentivo à autonomia e pesquisa por parte dos aprendizes. 
Uso de exemplos de projetos prontos como referência para os alunos; 
Uso de perguntas para servir como guia. 
Tutoria 
Avaliação dos alunos 
A metodologia da ESAB prevê que o aluno para finalizar o estudo on-line do módulo seja 
aprovado na avaliação on-line com nota igual ou superior a 7(sete). Nos cursos de pós-
graduação há necessidade de obtenção de aproveitamento mínimo de 70%. 
(continua 1/5) 
(continuação) 
Prerequisitos de conhecimento: 
Desejável formação em áreas relacionadas a Educação ou Treinamento. 
 
 
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Navegação na Internet. 
Domínio no uso do computador 
Obs.: Apesar do caráter introdutório previsto para o curso, aqueles que tiverem experiência 
com o desenvolvimento de cursos, materiais didáticos ou projetos educacionais 
provavelmente terão um melhor aproveitamento devido ao seu contato com os problemas 
que o DI busca atender e portanto uma percepção mais precisa de sua relevância. 
Prerequisitos tecnológicos: 
PCs com acesso à Internet. 
Sequência e programa 
O curso está estruturado em 30 unidades, propiciando que cada aprendiz faça o seu 
planejamento e estabeleça a sua programação de estudos. 
Sua sequência atende aos procedimentos essenciais para o desenvolvimento de um projeto 
instrucional.. 
Unidades 1 e 2 - Introdução e Atividades de ambientação 
Será realizada a introdução do curso e uma rápida contextualização do ensino a distância. O 
aprendiz terá a oportunidade também de navegar pelas funcionalidades de sua sala de aula, 
bem como no Campus On-line 
Unidade 1: Introdução, apresentação do curso e do programa. 
Unidade 2: Texto Educação a distância: modelos e implicações para o DI 
Atividade Para sua Reflexão: Agora pense na sua experiência como discente. É a sua 
primeira experiência num curso a distância? Quais características você identifica no curso da 
ESAB? E os outros cursos, quais características eles apresentavam? Esse é um primeiro 
exercício para sua reflexão. 
 
 
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Recurso: Vídeo de Boas Vindas e Apresentação 
Unidades 3 e 4 - O que é DI e um breve histórico 
Nessas unidades o aluno terá a oportunidade de conhecer o Design Instrucional e terá 
conhecimento de um breve histórico, envidenciando suas características e a importância da 
metodologia. 
Unidade 3: Texto O que é DI 
Unidade 4: Texto Breve histórico do DI 
Atividade: Estudo complementar do texto Domínios, Competências e Padrões de 
Desempenho do Design Instrucional (DI) (The Instructional Design (ID) Domains, 
Competencies and Performance Statements) da International Board of Standards for 
Training, Performance and Instruction (IBSTPI) - Tradução de Hermelina P. Romiszowski 
Unidades 5, 6 e 7- Paradigmas de Aprendizagem e Design Instrucional 
Aqui será discutida a influência dos paradigmas de aprendizagem Comportamentalista, 
Cognitivismo e Socioconstrutivismo no Design Instrucional, bem como as implicações da 
abordagem Humanista, Freireana e a Andragogia. 
Unidade 5: Texto Paradigmas de Aprendizagem e Design Instrucional – parte I 
Unidade 6: Texto Paradigmas de Aprendizagem e Design Instrucional – parte II 
Unidade 7: Texto Paradigmas de Aprendizagem e Design Instrucional – parte III 
Atividade: Fórum I Abordamos no nosso curso o Design Instrucional como “a ação 
intencional e sistemática de ensino, que envolve o planejamento, o desenvolvimento e a 
utilização de métodos, técnicas, atividades, materiais, eventos e produtos educacionais em 
situações didáticas específicas, a fim de facilitar a aprendizagem humana a partir dos 
princípios de aprendizagem e instrução conhecidos” (FILATRO, 2007, p. 65). Apresentamos 
também um resumido histórico e as implicações de alguns paradigmas da educação para o 
 
 
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DI. Agora é hora de você interagir com os colegas de curso. Apresente-se no fórum “Troca 
de experiências - EAD”. Fale resumidamente suas intenções em realizar esse curso, a 
experiência em educação, cursos a distância e Design Instrucional. 
 (continua 2/5) 
(continuação) 
Unidades 17 a 27- Fase de Planejamento do DI 
Aqui será abordada a fase de planejamento do DI que abrange o planejamento propriamente 
dito da situação didática, com o mapeamento e sequenciamento de conteúdos a serem 
trabalhados, a escolha dos métodos e das técnicas adotadas para alcançar os objetivos 
traçados, a seleção das mídias mais apropriadas e dos materiais que devem ser produzidos 
para adoção pelos professores e alunos. 
Unidade 17: Texto O Planejamento da instrução 
Unidade 18: Texto Mídias e estratégias instrucionais 
Unidade 19: Texto Material Impresso e/ou eletrônico 
Unidade 20: Texto Material Impresso e/ou eletrônico: Observações sobre a sua produção 
Unidade 21: Texto Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA 
Unidade 22: Texto Ferramentas de Cooperação e Interação 
Unidade 23: Texto Atividades 
Unidade 24: Texto Slides e Vídeos 
Unidade 25: Texto Computadores 
Unidade 26: Texto Agrupamentos 
 
 
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Unidade 27: Texto Articulação de conteúdos 
Recurso: Vídeo sobre a finalização da fase de Análise e sobre a fase de Planejamento do Di. 
Atividade Fórum: Até agora vimos ao longo das unidades a etapa de Planejamento do 
Design Instrucional. Proponho mais uma atividade no fórum “Etapa de Planejamento do 
Design Instrucional”, onde você poderá relatar a sua impressão sobre essa fase. Relate a 
sua experiência com o docente e/ou tutora de curso EAD. Discorra também sobre os AVAs, 
suas ferramentas e navegabilidade. Estarei aguardando você lá! 
Atenciosamente, 
Beatriz Gobbi 
Atividade: Estudo Complementar Nesta unidade discutimos brevemente sobre os Ambientes 
Virtuais de Aprendizagem. Para aprofundar o estudo, faça uma pesquisa na internet sobre os 
AVAS’s e suas características. 
Recurso: Exemplo de uma Solução para um problema instrucional 
Unidade 28- Fases de Desenvolvimento e Implementação do DI 
Esta unidade tem como objetivo discutir sobre as fases de Desenvolvimento e 
Implementação do Design Instrucional. 
Unidade 28: Texto Desenvolvimento e Implantação da solução de instrução 
Unidade 29- Fase de Avaliação do DI 
Nesta unidade será discutida a fase de Análise do Design Instrucional. 
Avaliação da instrução 
Unidade 29: Avaliação do DI 
Atividade: Lista de Exercícios 3 
 
 
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Unidade 30- Considerações finais do módulo 
Esta unidade finaliza o módulo de Design Instrucional 
Unidade 30: Texto Considerações Finais 
Recurso: Vídeo de Encerramento do Módulo 
(continua 4/5) 
(continuação) 
Benefícios da solução 
Acredita-se que a instrução dentro das especificações acima estimulará os aprendizes os 
seguintes benefícios desejáveis ao seu desenvolvimento profissional (adaptado de 
Tractenberg): 
• Conhecer de modo panorâmico a teoria e a prática do desenho instrucional. 
• Descrever um problema instrucional e suas dimensões, identificando as 
discrepâncias entre o desempenho atual e desejado. * 
• Determinar o escopo do currículo ou programa. * 
• Identificar o conteúdo requerido de acordo com os resultados do levantamento de 
necessidades. * 
• Determinar os prerequisitos, dados o tipo de conteúdo, as necessidades dos alunos e 
da organização. * 
•Determinar as características da população-alvo que influenciam na aprendizagem e 
na transferência. * 
• Identificar os aspectos do ambiente físico e social que influenciem no processo de 
instrução. * 
 
 
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• Especificar as capacidades das tecnologias existentes e emergentes para promover 
motivação, visualização, interação, simulação, e individualização. * 
• Manter abertura a soluções alternativas até que dados suficientes sejam coletados e 
verificados. * 
• Usar técnicas apropriadas para especificar e sequenciar os objetivos e metas 
instrucionais. * 
• Selecionar mídias e sistemas de comunicação apropriados. * 
• Analisar a aprendizagem e selecionar estratégias apropriadas. * 
• Analisar o conteúdo instrucional e selecionar estratégias apropriadas. * 
• Selecionar estratégias apropriadas de participação e motivação. * 
• Selecionar e sequenciar técnicas de avaliação. * 
• Preparar um documento de desenho e divulgá-lo para colher sugestões e aprovação. 
* 
 *Competências para a prática profissional do DI, conforme o International Board of 
Standards for Training, Performance and Instruction. 
5/5 
As próximas etapas do DI são o desenvolvimento e a implementação da instrução. Estes 
serão os assuntos da próxima unidade. 
 
 
 
 
 
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143
 
Até agora vimos ao longo das unidades à etapa de Planejamento do Design Instrucional. 
Proponho mais uma atividade no fórum “Etapa de Planejamento do Design Instrucional”, 
onde você poderá relatar a sua impressão sobre essa fase. Relate a sua experiência com 
o docente e/ou tutora de curso EAD. Discorra também sobre os AVAs, suas ferramentas 
e navegabilidade. Estarei aguardando você lá! 
Atenciosamente, 
Beatriz Gobbi 
 
 
 
 
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144
UNIDADE 28 
Objetivo: Discutir sobre as fases de Desenvolvimento e Implementação do Design 
Instrucional. 
Desenvolvimento e Implantação da solução de instrução 
Desenvolver 
Tendo sido realizado o planejamento, agora será o momento de realizar o 
desenvolvimento da instrução. Na fase do desenvolvimento, Tractenberg 
(2006) explica que os materiais instrucionais e os procedimentos didáticos 
são criados. Conforme o caso será necessário treinar professores, 
comprar equipamentos ou recursos didáticos que existam no mercado. 
É comum fazer protótipos ou rascunhos dos produtos para fins de testes. 
Diversos modelos de DI enfatizam a necessidade da “avaliação formativa”, 
isto é, a avaliação dos materiais e métodos instrucionais ao longo de todas as etapas do DI. 
 
São perguntas-chave do DI nesta fase: 
 Os produtos em desenvolvimento estão de acordo com o plano instrucional? 
 Como podem ser melhorados antes de sua implementação? 
Implementar 
Em seguida, a instrução é oferecida aos aprendizes conforme definido no plano instrucional. 
Com a finalidade de fazer ajustes e correções, é comum implementar a instrução em uma 
amostra piloto antes de aplicá-la em grande escala. 
A pergunta-chave do DI nesta fase: 
 
 
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145
 A instrução está sendo corretamente implementada? 
Em se tratando de educação a distância on-line, Filatro (2007) nos lembra da necessidade de 
monitorar o Ambiente Virtual de Aprendizagem para identificar possíveis falhas de sistema e 
dificuldades dos usuários na navegação e execução das atividades. A autora lembra ainda 
que nas etapas de planejamento e desenvolvimento devem ter sido previstos os tutoriais 
explicativos para os usuários dos ambientes de aprendizagem. 
Finalmente, implementada a solução instrucional, deve-se ser realizada a última fase: 
Avaliação. Abordaremos este assunto na próxima unidade. 
 
 
 
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UNIDADE 29 
Objetivo: Discutir sobre a fase de Análise do Design Instrucional. 
Avaliação da instrução 
Avaliar 
Por fim os resultados da instrução são analisados em sua efetividade frente 
aos objetivos propostos inicialmente. Isto se chama “avaliação somativa”. 
Com tais resultados os processos e materiais didáticos podem ser revisados 
e melhorados. 
 
 
São pergunta-chave do DI nesta fase: 
 Qual a efetividade dos resultados 
de aprendizagem? 
 Como melhorar processos e 
materiais didáticos nas próximas 
implementações? 
Entretanto, é pertinente lembrar que a 
avaliação deve ter permeado todo o 
processo de desenvolvimento do projeto 
de instrução. É o que entendemos por 
avaliação “formativa”. 
 
 
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147
Nessa direção, Rodrigues (1998) na sua dissertação de mestrado faz uma revisão da 
literatura sobre avaliação de cursos a distância e propõe diretrizes para uma avaliação 
consistente de cursos a distância. 
A autora explica que os critérios não estão em ordem de importância ou prioridade, embora 
todos possam atingir diferentes graus de detalhamento na investigação, uma avaliação 
global não estaria completa sem a avaliação dos seguintes itens: 
Adequação aos alunos 
A menção do assunto por vários autores leva a considerar este como um ponto importante 
entre os critérios que devam ser considerados. Portanto o primeiro item do modelo de 
avaliação tem os seguintes pontos: 
O curso deve ser modulado tendo como base os alunos, considerando: 
 A experiência prévia ou o patamar de conhecimento do tema; 
 A cultura, evitando mensagens preconceituosas; 
 A linguagem, de modo que seja inteligível e clara; 
 O contexto, considerando que os alunos não estão em ambientes dedicados ao 
aprendizado, e possivelmente têm obrigações profissionais e/ou familiares; 
Todo o conteúdo, materiais, interações, atividades e avaliações devem ser pertinentes com 
as expectativas e possibilidades dos alunos. 
Adequação da mídia 
Cabe refletir sobre os termos materiais, tecnologias e mídias. Portanto, todos os alunos 
devem ter acesso a todas as mídias utilizadas no curso. A adequação implica em: 
 Estrutura de suporte técnico e pedagógico quando for o caso; 
 
 
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 As mídias devem explorar, ao máximo, seu potencial de comunicação, buscando 
sempre complementar os pontos fortes de uma com as limitações de outra, criando 
um mix que seja o melhor para o curso, dentro dos limites do orçamento; 
 No caso de equipamento compartilhado, ou uso no local de trabalho, deve ser 
designado tempo suficiente para as atividades do curso; 
 O uso de mídias ligadas à informática e satélite requer espaço em disco, nos 
servidores e linhas de transmissão, que devem ser providenciados. 
Estratégia pedagógica 
Sem seguir uma teoria pedagógica em particular, o enfoque do modelo concentra-se na 
viabilidade da aplicação da teoria (ou teorias) adotadas. Como anteriormente discutido, a 
teoria pedagógica adotada vai influenciar no designe do curso como um todo, Portanto, serão 
observados, para efeito do modelo de avaliação proposto, não a teoria pedagógica em si, 
mas a estrutura necessária para viabilizar os diferentes modelos ou as opções mistas 
considerando: 
 As interações aluno-aluno - incentivo, quantidade, qualidade, produção do grupo; 
 As interações professor/aluno - incentivo, quantidade, qualidade, tempo de retorno, 
abertura do professor ao ponto de vista dos alunos, uso do material; 
 Controle da velocidade do aprendizado - quanto do aprendizado é síncrono e 
assíncrono, fluxo do curso, dos testes e trabalhos; 
 Conhecimento do contexto social do aluno - o quanto considera o cotidiano dos alunos 
nos trabalhos, metáforas e propostas. 
 A avaliação dos alunos - o quanto é condizente com a estratégiapedagógica e com os 
objetivos do curso. 
 
 
 
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149
 
Planejamento 
No modelo proposto foi considerado: 
 Justificativa e clareza dos objetivos; 
 Abrangência dos itens e procedimentos incluídos no esboço geral; 
 Nível de detalhamento de cada item; 
 Exequibilidade - custos, prazos e tarefas. 
Materiais 
Os materiais a serem utilizados em cada mídia devem ser avaliados de forma isolada e em 
relação à sua contribuição ao conteúdo do curso, considerando: 
 Estética; 
 Linguagem; 
 Aplicação no curso; 
 Prazos de recebimento pelos alunos. 
Implementação do curso 
É o curso propriamente dito, a parte onde os alunos estão participando diretamente, e os 
demais itens serão aplicados. Portanto tem-se especificado os seguintes critérios para 
avaliação da implementação do curso : 
 As atividades propostas aos alunos - viabilidade; 
 O professor - tempo de retorno das perguntas, uso do material e das mídias; 
 Estrutura de suporte - atendimento aos alunos e/ou professores; 
 
 
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 Estrutura do local de recepção das aulas e/ou dos centros de atendimento; e 
 Satisfação do aluno. 
Avaliação 
A relação de critérios da própria avaliação consiste em: 
 A avaliação deve ter um planejamento com objetivos claros e aprovados pela 
instituição; 
 Deve ser formativa e somativa; 
 Usar o maior número possível de alternativas para coleta de dados; 
 Usar métodos quantitativos e qualitativos; 
 Os relatórios devem ser divulgados de forma a clara e objetiva e 
 Deve conter informações sólidas e confiáveis para subsidiarem decisões a longo 
prazo e/ou que envolvam recursos financeiros significativos. 
Instituição 
Até agora a avaliação utiliza o curso como um recorte necessário para um tratamento 
modular. Entretanto, a grande maioria dos cursos é ofertada por uma instituição de ensino. A 
influência e os objetivos destas instituições devem ser considerados nos mecanismos de 
avaliação. Cabe lembrar ainda que o ensino é regulamentado por uma legislação Federal 
que deve ser rigorosamente observada. Portanto tem-se a questão institucional, cujos 
critérios de avaliação foram agrupados como exposto adiante: 
 A formação dos professores responsáveis pelos cursos; 
 A formação da equipe de especialistas em ED; 
 A produção dos cursos - quantidade e qualidade; 
 
 
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 O número de alunos atendidos; 
 O registro do índice de evasão dos alunos e o tempo de conclusão dos cursos; 
 O desempenho dos alunos egressos dos cursos; 
 O custo/benefício - por aluno atendido; e, 
 A avaliação e a produção científica na área de ED. 
Esses são os critérios desenvolvidos pela autora que servem para levantar as informações 
necessárias para o processo de avaliação de cursos a distância. Servem no mínimo de 
balizadores para o processo de avaliação. 
 
 
Agora que você já teve a oportunidade de entender as etapas de Design Instrucional, vá 
até a lista de exercícios e resolva o de número 3. 
 
 
 
 
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UNIDADE 30 
Objetivo: Tecer as considerações finais 
Considerações Finais 
Finalizamos o estudo do módulo de Design Instrucional. A proposta foi capacitá-lo (a) a 
utilizar os conceitos do design instrucional em sua prática profissional, entendendo os 
benefícios proporcionados pela metodologia de DI. 
Abordamos no nosso curso o Design Instrucional como “a ação intencional e sistemática de 
ensino, que envolve o planejamento, o desenvolvimento e a utilização de métodos, técnicas, 
atividades, materiais, eventos e produtos educacionais em situações didáticas específicas, a 
fim de facilitar a aprendizagem humana a partir dos princípios de aprendizagem e instrução 
conhecidos” (FILATRO, 2007, p. 65). Apresentamos também um resumido histórico e as 
implicações de alguns paradigmas da educação para o DI. 
Entretanto, não foi nossa pretensão fornecer um modelo ótimo e acabado, aplicável a toda e 
qualquer realidade. Pelo contrário, visamos ampliar a reflexão sobre as possibilidades de 
articulação entre o caráter teórico e a aplicação prática em situações de ensino-
aprendizagem. 
O módulo fornece elementos balizadores para a análise de um problema de instrução e a 
consequente formulação de uma solução. Cabe ao profissional refletir sobre o contexto 
instrucional e planejar o programa de instrução. 
Especificamente a educação a distância, ainda há muito o que se desvendar, especialmente 
porque as iniciativas de educação on-line, e-learning, mediada por computadores, em 
ambientes de aprendizagem colaborativa e por aí adiante, estão apenas começando a se 
solidificar e a se multiplicar. Eis o desafio! 
 
 
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GLOSSÁRIO 
Caso haja dúvidas sobre algum termo ou sigla utilizada, consulte o link glossário em sua sala 
de aula, no site da ESAB. 
 
 
 
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