Por que trabalho produtivo e rendimento são aspectos crítico entre modo de vida indígena e da população brasileira?

Resposta: Enquanto para o povo não indígena, o trabalho é mercadoria (com valor de

troca) cuja alienação constitui base do rendimento auferido, o trabalho

indígena só tem valor de uso: sua contribuição para a comunidade; o

conflito está na coexistência dos modelos de relação econômica: capitalista

e não capitalista

É necessário entender que o modo de produção de uma sociedade influencia bastante o seu modo de viver de forma geral, a cultura, a linguagem, inclusive as características do que é trabalho. O trabalho é na verdade o ato do ser humano em dispender toda sua energia física e psicológica para atingir um fim, transformando ou não, a matéria prima, a natureza, ele não necessariamente se vincula a questão produtiva em ganhar dinheiro.

Na sociedade brasileira, somos capitalistas, logo o trabalho se une ao rendimento produtivo, ao movimento da economia, é nossa principal forma de sobrevivência, o dinheiro nos trás acesso a todos os serviços básicos, saúde, alimentação, lazer, educação, habitação. Enquanto isso, as sociedades indígenas podem viver de extrativismo, caça, pesca, coleta, agricultura, em outras palavras, trabalham bastante, eles possuem seu modo de produção, mas sem a relação ao capital.

Em resumo, por mais que os dois modos de viver estejam no mesmo território, a sociedade capitalista e indígena são muito diferentes. Uma contradição que podemos apontar é que não há emprego para todos, logo muitas pessoas estão desempregadas, sem ter acesso a serviços básicos para viver. Já nas sociedades indígenas, elas vem sendo muito afetadas pelo agronegócio que destrói a biodiversidade, impedindo que se tenha coleta de alimentos por exemplo, ou são intoxicados pelos agrotóxicos e o garimpo.

Os dois modos vivem de forma totalmente diversa, e isso molda a qualidade de vida.