Leishmania é um protozoário parasito que vive e se multiplica no interior de macrófagos que são células apresentadoras de antígenos (APC)s. A resposta imunológica mediada por célula depende da estimulação de linfócitos T por antígenos do parasito apresentados por APC no contexto de moléculas de MHC. Esse mecanismo depende do contato estável entre linfócitos e APC. Estudos mostraram que o agrupamento de moléculas de MHC, contendo o antígeno na membrana, depende da formação de rafts de lipídeos. Dados recentes evidenciaram que a infecção por Leishmania induz aumento da fluidez de membrana e assim diminui a apresentação de antígenos por APC. Por que a doação de colesterol pode restaurar a capacidade de apresentação de antígenos por APC (células apresentadoras de antígenos?
As rafts de lipídeos na membrana são formadas por colesterol, no entanto, o parasita se utiliza dessas rafts no processo de invasão e durante a infecção da célula há o sequestro de moléculas de colesterol pelo próprio parasita, levando a uma diminuição do colesterol disponível na membrana plasmática e na célula hospedeira de forma geral, o que pode inviabilizar certos processos de dependem dessas rafts. Dessa forma a reposição de colesterol por via externa seria uma maneira de reestabelecer o agrupamento de moléculas MHC que é dependente de da formação das rafs de colesterol na membrana. Esses locais com maior concentração de colesterol tem capacidade de concentrar antígenos o que permite a apresentação eficiente do antígeno, mesmo em baixas densidades, por isso são tão importantes. A diminuição do colesterol também pode ser compensada aumentando a quantidade de antígeno disponível.
Artigos de referência:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/11248809/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5552908/
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