Um filme muito bom, bem feito e bem dirigido. Excelentes atuações dos personagens principais Sofia Vassilieva, como Kate Fitzgerald, a filha doente e Cameron Diaz, muito bem, como Sara Fitzgerald, a mãe super protetora.
Trata-se de um drama familiar muito forte e marcante, onde de um lado existe uma mãe super protetora, disfuncional e dominadora, a ponto de dar a luz uma segunda filha para que ser doadora para a primeira filha, com uma grave doença, leucemia e uma sofrida vida em permanentes tratamentos médicos e internações.
Tenho uma visão diferente, quanto ao personagem da mãe. Eu vejo o suposto amor extremo dela como um problema patológico e compulsivo de tentar superar, a qualquer custo, a anunciada morte da filha doente. Para tudo existe um limite, até para o amor materno. É muito comum no dia a dia um parceiro assassinar o outro, após uma separação ou desentendimento, alegando ter feito isso por amor. Seguramente não é.
No caso em questão, do filme, é claro que toda a família sofre com isso. E todos se viram contra ela. Um dos filhos fica sem atenção devida e a filha menor se sente importante apenas porque é tratada como doadora permanente de sangue, medula e seria de um rim se apenas a opinião da mãe prevalecesse.
O filme também toca na questão da manipulação genética. A filha doadora foi concebida como uma obra de engenharia genética, em laboratório, para que seus órgãos fossem compatíveis.
No final de tudo o título do filme se aplica mais a filha doente, que incentiva sua irmã doadora a questionar a situação, com o risco da própria morte, do que ao suposto amor da mãe que direciona toda a sua vida e a de todos em sua volta, em função da filha doente. Eu não sei se poderemos chamar isso de humanidade.
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