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FACULDADE MULTIVIX DE VITÓRIA - ES FARMÁCIA / BIOMEDICINA - 1° PERÍODO (NOTURNO) Ana Julia koehler Bungenstab, R.A:1813735 Nathália Souza Marcarini, R.A: 1813131 Políticas de Saúde Pública no Brasil Sonhos Tropicais 20-04-2018 Vitória - ES Abril / 2018 1 Políticas de Saúde Pública no Brasil Sonhos Tropicais 20-04-2018 Resenha dos filmes “Políticas de Saúde Pública no Brasil” e “Sonhos Tropicais” para esta finalidade, sob orientação da professora Fernanda Bissoli Beninca, como requisito para a avaliação da disciplina de Saúde Coletiva. Vitória - ES Abril / 2018 2 Síntese Políticas de Saúde no Brasil: um século de luta pelo direito à saúde 1900 - Epidemia de várias doenças no Brasil como; febre amarela, cólera, malária, tuberculose, varíola e peste. No começo do Século XX a população pobre só dispunha de atendimento filantrópico nos hospitais de caridade mantido pela a igreja. Epidemia cada vez mais grave. 1904 - Rodrigues Alves, Presidente. Oswaldo Cruz constitui a lei da vacina obrigatória contra a varíola. A população se revolta contra a obrigatoriedade da vacina e contra a imposição militar - derrotada a revolução contra a vacina. 1917 - O surgimento da gripe Espanhola no Brasil onde matou milhares de pessoas - Operários das indústrias têxteis em greve, com isso, São Paulo fica nas mãos dos grevistas. 1918 - Muitas pessoas morrendo, médicos não sabem o que fazer contra a doença; o governador foge para o interior. 1919 - Os grevistas fazem um acordo com os patrões e voltam ao trabalho. 1922 - Os tenentes se revoltam e tomam o Forte de Copacabana. 1923 - Aprovada a lei Elói Chaves, as CAPS (Caixa de Aposentadoria e Pensão) - marco inicial da Previdência Social no Brasil - beneficiando parcela da população que contribui mensalmente. Em São Paulo, Dr. Geraldo Paulo de Souza volta para o Brasil depois de cursar Saúde Pública nos Estados Unidos e inicia obras no centro de saúde como médico sanitarista. 3 1924 - São Paulo bombardeado - a coluna Prestes percorre o interior do País querendo a reforma. 1930 - Getúlio Vargas toma posse como Presidente da República - Promete uniformizar as estruturas de saúde. "Dr. Getúlio é mesmo o pai do pobres". Getúlio planeja constituinte para 1934. As CAPS, são substituídas pelos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPS). Os recursos dos IAPS foram sempre aplicados pelo governo no financiamento da industrialização do país. 1932 - São Paulo se revolta contra Getúlio Vargas e exige a constituição prometida em 1935 - Os comunistas de Luiz Carlos Prestes disfarçados da aliança libertadora nacional tentam um levante militar para tomar o poder. 1937 - O Presidente Getúlio Vargas decreta estado de sídio - cancelamento das eleições presidenciais, fechamento do congresso e anuncia o Estado Novo. 1939 - Criação do Ministério da Educação e Saúde Pública, e a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). 1945 - Getúlio Vargas deposto - Eleições para presidente. General Dutra Presidente e Luiz Carlos Prestes Senador de São Paulo. Partido comunista é posto na ilegalidade. Dr. Roberto José fala do modelo à saúde ter evoluído, novos hospitais, novos medicamentos e fala sobre a importância do SESP (Serviço Especial de Saúde Pública) programa para combater as epidemias. 1950 - Inaugurado hospital grande e com equipamentos de alta qualidade, médicos especialistas. Eleições Getúlio Vargas se candidata a presidente e é eleito. Getúlio cria o Ministério da Saúde (Prevenção da Saúde). 4 Carlos Lacerda acusa o governo de Getúlio Vargas de ser o mais corrupto da história. Morte de Getúlio Vargas, 1954 - Juscelino novo presidente. Juscelino implementa a Indústria automobilística no país e a construção de Brasília. 1960 - Com o início da ditadura militar no Brasil, uma das discussões sobre a saúde pública brasileira se baseou na unificação dos IAPS como forma de tornar o sistema mais amplo. As tropas querem derrubar João Goulart. Quando Jânio renunciou, os militares não quiseram no poder o seu vice João mais o movimento popular e o parlamentarismo permitiram a sua posse. Um ano depois, um plebiscito determinou a volta do presidencialismo e Jano tentou a realização das reformas de base dentre elas a da saúde, ao qual queria mudar a cara do país. 1964 - As tropas do segundo exército sitiaram o Estado da Guanabara. João Goulart foge para Argentina junto com Leonel Brizola e outros elementos do Governo deposto. Jano foi derrubado. General Castelo Branco para a presidência - pobreza, doenças, mortalidade infantil crescendo, saúde pública abandonada. 1967 - O Governo unifica todo sistema previdenciário, IAPS e outros órgãos num sistema único que passa a ser o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) - o novo Instituto passa a concentrar todas as contribuições previdenciárias do país incluindo os trabalhadores da indústria, do comércio e dos serviços ao qual irá gerir todas as aposentadorias, pensões e assistências médicas dos trabalhadores do Brasil. 1970 - O Brasil ganha a Copa no México. O Governo Federal anuncia uma série de obras gigantescas com o objetivo de impulsionar a economia brasileira para uma era de crescimento ininterrupto. São exemplos dessas obras: a abertura da estrada Transamazônica, a construção da ponte Rio-Niterói e a maior usina hidrelétrica do mundo, a usina de Itaipu. Novas obras, novos hospitais que atenderam trabalhadores inscritos na previdência social. 5 Trabalhadores rurais passam a ter direito a assistência médica e a aposentadoria. Epidemia de meningite. Morre muitas pessoas e os meios de comunicações são censurados 1974 - Criação do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social (FAS), que ajudou a remodelar e ampliar a rede privada de hospitais, por meio de empréstimos com juros subsidiados. 1978 - Movimento popular de saúde nasceu na periferia. O Governo cria o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS) que passa a unir todos os órgãos de assistência médica no INAMPS e de todos os órgãos de aposentadoria e pensões no INPS e a administração passa a ser controlada pelo IAPAS. 1979 e 1980 - Revolta da população, conselhos populares para a assistência à saúde pública. Epidemias de poliomielite e meningite. O sistema previdenciário está tecnicamente falido. O IAPAS não dispõe mais de recursos necessários para manter a assistência médica através do INAMPS nem aposentadorias e pensões através do INPS. O Congresso rejeita as eleições diretas continuando com as eleições indiretas disputadas por Tancredo Neves e Paulo Maluf. 1980 - Crise financeira mundial, manifestaçõesem prol do direito à liberdade de expressão e melhor qualidade de vida no Brasil. Revolução Sanitarista. 1985 - Criação do movimento: Diretas já. 1986 - VIII Conferência Nacional da Saúde onde participaram Movimentos Sociais, trabalhadores da saúde e gestores. Mobilização da saúde em busca do SUS, saúde para todos. Universalidade, integralidade e a equidade. 1990 - Aprovada a regulamentação do SUS com as leis 8.080 e 8.142. A população se revolta e pede o impeachment do Presidente Fernando Collor de Melo. 6 1994 - A população brasileira é apresentada a Rede Mundial de Computadores. A Embratel lança um serviço experimental para que possam conhecer melhor a internet. A crise na previdência se afunda. O Ministério da Saúde lança o saúde da família que presta assistência domiciliar a população. 1995 - Pelo incentivo do Ministério das Telecomunicações e Ministério das Ciências e Tecnologias foi possível a abertura da internet ao setor privado para a exploração comercial junto a população brasileira. Fernando Henrique Cardoso é o novo Presidente. 1996 - O Governo pensa em transferir a gestão de serviços públicos para entidades privadas sem fins lucrativos, as Organizações Sociais (OSS). Uma das suas principais áreas de atuação será a saúde. Terceirizar o SUS. 2003 - Luiz Inácio Lula da Silva é o novo Presidente. O Governo manda para o congresso o projeto de reforma da Previdência. 2006 - Vinte anos se passaram desde a VIII Conferência Nacional da Saúde. O SUS é a mais importante e avançada política social em vigência no Brasil. 7 Síntese Sonhos Tropicais O filme se passa no período em que o médico Oswaldo Cruz volta da França e começa a tentar implementar as suas ideias para lutar contra as doenças que assolavam o Brasil, principalmente o Rio de Janeiro, cidade portuária e que estava registrando casos sérios de doenças, como a febre amarela, por exemplo. Poucos navios atracavam no litoral, por conta do medo de que os tripulantes voltassem doentes, e isso fez com que a exportação do país diminuísse, causando uma crise. Durante toda a trama, pode-se ver as diversas classes sociais, e como cada uma reage sobre as ideias do médico, que queria aplicar reformas sanitárias e o soro contra a peste bubônica. Muitos acreditavam em boatos extremamente fantasiosos sobre o que a vacina causaria, e outros achavam um absurdo que suas casas fossem “invadidas” por homens do governo, que tinham o intuito de dedetiza-las. Oswaldo encontra grande resistência, e quando consegue o apoio do Governador do estado, que o nomeado o chefe do Departamento Nacional de Saúde Pública e suas medidas começam a ser postas em prática, mas com muita repressão, dentro e fora do mundo político, e por conta disso que a Revolta da Vacina teve seu início, não só por conta de uma sociedade desinformada, mas também por conta de estratégias políticas. No fim, as reformas sanitárias e o soro contra a peste soluciona o problema do estado. Logo depois é fundado o Instituto Soroterápico Federal, que em 1970 passou a ser chamado de Instituto Oswaldo Cruz. 8 Conclusão No período colonial o Brasil era tomado por epidemias de febre amarela, cólera, varíola, malária, tuberculose e pestes, que levaram os portos a entrarem em crise, já que os navios não queriam aportar na costa brasileira, gerando um problema, pois a economia do país se sustentava na exportação de café. Nesse mesmo período a saúde era privada para ricos e os pobres se contentavam com os atendimentos filantrópicos nos hospitais de caridade mantidos pela a igreja ou pelas benzedeiras. Rodrigues Alves, então presidente, nomeou Oswaldo Cruz como Diretor do Departamento Nacional de Saúde Pública. Oswaldo Cruz criou o controle epidemiológico, instituindo a vacina contra a varíola como medida obrigatória. Esta medida gerou revolta na população que se recusou a tomar a vacina, desencadeando assim, a Revolta da Vacina, que logo viria a ser um marco na história do país. Mesmo com a grande resistência do povo, as medidas foram tomadas ao qual prejudicando o grupo mais pobre, que tiveram os cortiços desfeitos, e ficaram sem moradias, recorrendo às casas localizadas nos morros. A partir de 1917, começaram os primeiros movimentos de industrialização do país, e cresce o número de imigrantes da Europa. A saúde ainda era precária no país. A gripe espanhola deixava milhares de mortos enquanto o Governador fugia para o interior. Os vários movimentos de greves dos operários, principalmente na cidade de São Paulo, em busca de melhores condições de trabalho e de acesso à saúde, deixam os patrões nas mãos dos grevistas. Em 1919, os grevistas fazem um acordo com os patrões e voltam a trabalhar. 1922, os tenentes se revoltam e tomam o Forte de Copacabana. Em 1923, houve a consolidação da Lei Eloy Chaves. Essa lei criava e regulamentava as Caixas de Aposentadorias e Pensões, as CAPS, que garantiam assistência médica para os trabalhadores. Essa lei é o marco para a criação da Previdência Social no Brasil. Em São Paulo, Dr. Geraldo Paulo de Souza volta para o Brasil depois de cursar Saúde Pública nos Estados Unidos e inicia obras no centro de saúde como médico sanitarista. Em 1930, Getúlio Vargas assume a Presidência da República e provoca algumas mudanças como a criação do Ministério da Educação e Saúde Pública. Em 1932, 9 São Paulo se revolta contra Getúlio Vargas que exigiam a constituição prometida em 1930. Getúlio Vargas vendo a quantidade de dinheiro acumulado pelas CAPS resolve centralizá-los, instaurando em 1933 os Institutos de Aposentadoria e Pensões as IAPS. A partir de agora, o estado iria gerir os recursos dos CAPS por meio dos IAPS, que estenderia os direitos dos trabalhadores e uniformiza as estruturas de saúde. Há também a Consolidação das Leis Trabalhistas, o CLT, em 1939, que estipulava carga horária fixa para os trabalhadores, salários mínimos e asseguravam direitos à previdência Em 1945, Getúlio Vargas é deposto, General Dutra é o novo Presidente e Luíz Carlos Prestes é Senador de São Paulo. O Dr. Roberto José fala do modelo a saúde ter evoluído, novos hospitais, novos medicamentos e fala sobre a importância do SESP (Serviço Especial de Saúde Pública). A saúde no Brasil agora recebe investimentos diretos do governo e conta com hospitais grandes, modernos e bem equipados, além de diversas especialidades médicas. Com a reeleição de Getúlio Vargas, é criado o Ministério da Saúde (Prevenção da Saúde) enquanto Carlos Lacerda acusa o governo de Vargas de ser o mais corrupto da história. Após o falecimento de Getúlio, no ano de 1954, Juscelino é o novo Presidente e trás consigo a Indústria Automobilística.Na década de 1960, Brasília é criada. Com o início da ditadura militar no País, umas das discussões sobre a saúde pública brasileira se baseou na unificação dos IAPS como forma de tornar o sistema mais amplo. Acontece também nesse período, a expansão da medicina de lucro, onde empresas médicas prestam serviços médicos privados, com hospitais próprios. Em 1967, aconteceu a unificação de todos os IAPS, e criação do Instituto Nacional de Previdência Social, o INPS - o novo Instituto passa a concentrar todas as contribuições previdenciárias do país incluindo os trabalhadores da Indústria, do comércio e dos serviços ao qual irá gerir todas as aposentadorias, pensões e assistências médicas dos trabalhadores. As medidas de prevenção, assim como controle epidemiológico eram responsabilidade do Ministério da Saúde. Durante o Regime Militar acontecem altos investimentos nos hospitais privados, uma vez que, como o INPS atendia a todos os trabalhadores do país, o serviço de saúde, sozinho, não seria capaz de atender a esse público. Em 1974, os militares criaram o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social (FAS), que ajudou a remodelar e ampliar a 10 rede privada de hospitais, por meio de empréstimos com juros subsidiados. Em 1977, foi criado o Instituto Nacional de Atenção Médica da Previdência Social, os INAMPS e no ano seguinte é criado o SINPAS (Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social) que passa a unir todos os órgãos de assistência médica no INAMPS e de todos os órgãos de aposentadoria e pensões no INPS e a administração passa a ser controlada pelo IAPAS. Com a crise financeira mundial, o sistema capitalista entra em colapso. O IAPAS não dispõe mais de recursos necessários para manter a assistência médica e cresce o número de manifestações em prol do direito à liberdade de expressão e melhor qualidade de vida no Brasil, dentre eles, as Revolução Sanitarista em 1980, que reivindicava saúde para todos, não apenas para trabalhadores com carteira assinada, e o movimento: Diretas Já, em 1985, que culminou na eleição de Tancredo Neves, marcando assim o fim do Regime Militar. A VIII Conferência Nacional de Saúde foi um marco na história do SUS. Foi aberta em 17 de março de 1986 por José Sarney, o primeiro presidente civil após a ditadura, e foi a primeira conferência a ser aberta à sociedade, também, foi importante na propagação do movimento da Reforma Sanitária. A VIII Conferência Nacional de Saúde resultou na implantação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), um convênio entre o INAMPS e os governos estaduais, A Constituição de 1988 foi um marco na história da saúde pública brasileira, ao definir a saúde como "direito de todos e dever do Estado". O SUS nasce com os princípios de: universalidade, Integralidade e equidade, com participação popular. Em 1990 é implantada a Lei 8.080 que estabeleceu recursos destinados ao SUS. Em 1996, foi permitida a transferência da gestão de serviços públicos de saúde para Instituições Privadas e Sem Fins Lucrativos (OSS). Acontece a Reforma Previdenciária, mas o SUS não é afetado, pois não depende mais Previdência Social para se manter. Em 2006 o SUS estava disponível para todos, igualmente, como uma política social pública, popular e democrática. 11 Referências Políticas de saúde no Brasil: um século de luta pelo direito à saúde. Direção: Renato Tapajós. Duração: 60 minutos. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=L7NzqtspLpc&t=1407s acesso em 14 de Abril de 2018. Sonhos Tropicais. Direção: André Sturm. Duração: 2h00min. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=fieH3FqzrZ0&t=644s acesso em 05 de Abril de 2018. 12