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A principal secreção parácrina envolvida na retroalimentação inibidora da regulação da secreção ácida é a ?

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Sandro Varelo de Oliveira

EGULAÇÃO DA SECREÇÃO DE ÁCIDO CLORÍDRICO PELO ESTÔMAGO

As secreções gástricas aumentam de modo considerável durante uma refeição. A secreção ácida gástrica tem três fases:

A fase cefálica inclui respostas a visão, paladar, olfato e imaginação do  alimento. A “ingestão simulada de alimento”, experimento em que o alimento é mastigado, mas não deglutido, desencadeia elevação da secreção ácida mediada por estimulação vagal e secreção aumentada de gastrina.

A distensão mecânica do estômago e a ingestão de aminoácidos e peptídios estimulam a fase gástrica. A distensão ativa receptores de estiramento na parede do estômago, que são ligados a nervos intramurais curtos e fibras vagais. Os nutrientes luminais, como aminoácidos, constituem poderosos estimulantes para liberação de gastrina. A gastrina é transportada pelo sangue circulante até a mucosa oxíntica e estimula a liberação de histamina pelas células ECL. Nessa fase, a inibição  da liberação de gastrina das células G do antro gástrico mediada pelo ácido (pH < 3) constitui importante retroalimentação negativa sobre a secreção ácida. Esta última também é inibida pela liberação de somatostatina das células D do antro.

A fase intestinal envolve a estimulação da secreção ácida gástrica pela proteína digerida no intestino. A gastrina também desempenha importante papel na mediação dessa fase.

O ácido clorídrico é secretado no estômago pelas células parietais, que se localizam nas glândulas oxínticas de fundo e corpo gástricos. A célula parietal transporta ativamente H+ por suas membranas canaliculares apicais pelas H+/K+ ATPases (bombas de prótons), responsáveis pela troca do H+ intracelular pelo K+ extracelular. O Cloreto sai por um canal de cloreto também na membrana apical. Esse processo é regulado por três secretagogos neuro-hormonais: histamina, gastrina e acetilcolina (ACh). Cada um desses secretagogos se liga a receptores específicos na membrana basolateral da célula parietal e os ativa, desencadeando, assim, as mudanças bioquímicas necessárias para o transporte ativo do H+ para fora da célula (H2 para a histamina, M3 para acetilcolina e CCKB para a gastrina).

A histamina, liberada por células similares às enterocromafínicas (ECL, do inglês enterochromaffin-like), localizadas nas glândulas oxínticas e adjacentes a estas, e pelos mastócitos na lâmina própria, liga-se a receptores H2 de histamina presentes na célula parietal. A ativação dos receptores H2 estimula a adenilciclase e aumenta o monofosfato de adenosina cíclico intracelular (AMPc). Por sua vez, o AMPc ativa a proteinoquinase dependente de AMPc (proteinoquinase A [PKA]). A PKA fosforila e ativa proteínas responsáveis pelo tráfego de tubulovesículas citoplasmáticas contendo H+/K+ATPase até a membrana apical da célula. A H+/K+ ATPase não bombeia H+ nas tubulovesículas, dada a baixa permeabilidade da membrana vesicular ao K+. Após a fusão das tubulovesículas com a membrana apical, a disponibilidade de K+ extracelular faz com que a H+/K+ ATPase possa bombear H+ da célula parietal para o lúmen gástrico. Concomitantemente com o tráfego das tubulovesículas citoplasmáticas para a membrana apical, a ativação celular mobiliza um canal de K+ da membrana apical para fornecer o K+ extracelular necessário para esse processo.

A gastrina é secretada na corrente sanguínea pelas células G do antro gástrico, enquanto a ACh é liberada dos nervos pós-ganglionares cujos corpos celulares se localizam na submucosa (plexo de Meissner). Esses secretagogos se ligam a seus respectivos receptores acoplados à proteína G na célula parietal e, desse modo, ativam a fosfolipase C e aumentam os níveis intracelulares de cálcio (Ca2+). Além da participação da fosfolipase C e do Ca2+ intracelular, as vias de sinalização pelas quais a estimulação das células parietais por gastrina e ACh leva à ativação da H+/K+ ATPase ainda não estão totalmente elucidadas. A proteinoquinase C provavelmente está envolvida, porém seu papel continua controverso. Somado a seu papel relativamente menor na estimulação direta das células parietais, a gastrina desempenha importante função ao estimular a liberação de histamina pelas células ECL.

Enquanto histamina, gastrina e ACh elevam a secreção ácida pelas células parietais, as células D secretoras de somatostatina e as prostaglandinas limitam a extensão da secreção gástrica ácida. A somatostatina diminui a secreção ácida por meio de três mecanismos: (1) inibição da liberação de gastrina das células G por mecanismo parácrino; (2) inibição da liberação de histamina de células ECL e mastócitos; e (3) inibição direta da secreção ácida pelas células parietais. A prostaglandina E2 (PGE2) intensifica a resistência da mucosa à lesão tecidual ao: (1) reduzir a secreção gástrica basal e a estimulada de ácido; e (2) aumentar a secreção de bicarbonato pelas células epiteliais, a produção muco, a renovação celular e o fluxo sanguíneo local (Por isso o uso de inibidores da enzima que sintetiza a PGE2, a COX, pode levar a lesões gástricas, como úlcera, é o caso dos AINEs).

Os fatores que protegem a mucosa gástrica incluem muco gástrico, prostaglandinas (citada anteriormente), bicarbonato gástrico e duodenal, processo de restituição (reparo) e fluxo sanguíneo. As células epiteliais do estômago secretam muco, que atua como um lubrificante que protege as células da mucosa de abrasões. Composta de glicoproteínas hidrofílicas que são viscosas e detêm propriedades formadoras de gel, a camada de muco possibilita a formação de uma camada ininterrupta de água na superfície luminal do epitélio. Juntas, as camadas de muco e água atenuam o dano potencial produzido pelo ambiente ácido do lúmen gástrico. As prostaglandinas estimulam a secreção de muco, enquanto os AINE e os agentes anticolinérgicos inibem a produção de muco. Além disso, oa bactéria H. pylori destrói a integridade da camada de muco. 

O bicarbonato protege o epitélio gástrico ao neutralizar o ácido gástrico. O bicarbonato é secretado pelas células epiteliais na superfície luminal da mucosa gástrica, em fendas gástricas, e na superfície luminal da mucosa duodenal. A secreção de bicarbonato no duodeno serve para neutralizar o ácido que chega ao intestino proveniente do estômago. A restituição refere-se à capacidade de reparo da mucosa gástrica. Ocorre reparo da lesão por meio da migração de células epiteliais intactas ao longo da membrana basal, preenchendo os defeitos criados pela descamação das células lesionadas. O fator protetor final é o fluxo sanguíneo. O fluxo sanguíneo para a mucosa gástrica remove o ácido difundido pela camada de muco danificada.

Em Resumo:

A estimulação da secreção ácida das células parietais é modulada por vias parácrina (histamina), neuroendócrina (acetilcolina [ACh]) e endócrina (gastrina), que ativam seus respectivos receptores (H2, M3 e CCKB). A ativação dos receptores H2 aumenta o AMPc, que ativa a proteinoquinase A. Por sua vez, a ativação dos receptores M3 e CCKB estimula a liberação de Ca2+ por via IP3/DAG mediada pela Gq; esses sinais também podem estimular a atividade da proteinoquinase A. Essa ativação resulta em translocação das tubulovesículas citoplasmáticas que contêm H+/K+ ATPase ativa até a membrana apical. A fusão das tubulovesículas com a membrana apical ativa a H+/K+ ATPase, que bombeia íons H+ no lúmen do estômago. Um canal de Cl–

da membrana apical acopla o efluxo de Cl– com o efluxo de H+, enquanto um canal de K+ da membrana apical recicla o K+ para fora da célula. O resultado final desse processo consiste na rápida extrusão de HCl no lúmen do estômago. Além de seu efeito direto sobre os receptores CCKBnas células parietais, a gastrina também estimula os receptores CCKB nas células ECL, promovendo a liberação de histamina. curti a resposta ai .....

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Renata Ribeiro

somatostatina

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