rios. Isso deu origem à
“maternidade moral”, exortando as mães a confiar em seus instintos para trazer à tona a
bondade interior de uma criança; depois a “maternidade científica” do século 20, que
encorajou os horários, deixando os bebês “chorar” em vez de acalmá-los e distanciar
emocionalmente. Essa era foi seguida pela maternidade “centrada na criança”, mais tarde
criticada como “maternidade sufocante”. Depois veio a negligência benigna da década de
1960, seguida pela culpa e ambivalência em torno das mães trabalhadoras, que culminou em
padrões modernos de “maternidade intensiva”, que nunca foram tão altos. Uma mãe pode
experimentar TEPT como resultado de um trauma real ou percebido durante o parto ou após o
parto. Isso pode acontecer devido a uma sensação de impotência ou falta de apoio durante o
parto, uma cesárea não planejada ou um recém-nascido que vai para os cuidados intensivos.
Pode ser útil encontrar um sistema de apoio sólido que encoraje uma comunicação aberta e
honesta – isso pode fazer toda a diferença para gestantes e puérperas. A linguagem de
empoderamento em torno da maternidade pode encobrir os obstáculos que as atletas ainda
enfrentam ao tentar fazer seu trabalho. Mesmo quando elogiamos as mães-atletas como
“imparáveis” e “mães superstars”, nosso sistema atual coloca em risco a subsistência dos
atletas quando eles têm filhos. . Apesar de iniciativas recentes por parte de algumas entidades
esportivas brasileiras que protegem à licença maternidade, muitos lugares ainda desrespeitam
o simples direito de uma atleta manifestar o des ejo de ter um filho . O verdadeiro problema
nunca foram patrocinadores corporativos ou comitês olímpicos ou órgãos de governo
esportivos. É uma nação que permite que essas entidades façam as regras, enquanto lamenta a
queda das taxas de natalidade e deixa as mães vulneráveis aos caprichos de seus
empregadores, fazendo pouco para garantir as sistência médica, financeir a ou social. Como a
sociedade trata as mães-atletas é importante porque os esportes refletem nossa cultura; é isso
que torna os atletas tão poderosos agentes de mudança. Ninguém finge que combinar a
maternidade com a competição atlética de alto nível não é fundamentalmente difícil, nem que
os atletas que conseguem fazê- lo são tudo menos inspiradores. Ainda ass im, as mães precisam
de apoio, não apenas aplausos. No Brasil, tem-se o exemplo da bicampeã olímpica de vôlei
Thaísa Daher, a qual foi mãe aos 35 anos, continuando seus treinos para as próximas
olimpiadas. Uma pesquisa publicada em 2020 buscou compreender as mães atletas olímpica,
sejam elas profissionais ou atletas buscando uma vaga nas olimpíadas. Os nomes foram
ocultados pela pesquisa, mas entendeu- se a pressão, em especial pelo comitê, patrocinadores e
técnicos por congelar os óvulos ou buscar uma gravidez mais tarde, visando o melhor aporte
físico e desempenho nas competições, o que leva muitas mulheres a terem os filhos com cerca
de 40 anos, e muitas “perdem o tempo” e a chance de serem mães devido ao esporte.
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