Durante a entrevista clínica, o enfermeiro dispõe de um arsenal de técnicas de comunicação terapêutica e
Durante a entrevista clínica, o enfermeiro dispõe de um arsenal de técnicas de comunicação terapêutica e, ao mesmo tempo, deve evitar a utilização de técnicas consideradas não terapêuticas.
Vamos fazer um estudo de caso. Marilda, 46 anos, mãe de 2 filhos (20 e 17 anos), casada há 22 anos, branca, secretária, natural e procedente de São Paulo, evangélica praticante, faz seguimento em ambulatório de saúde mental por quadro de transtorno de estresse pós-traumático desencadeado por sequestro relâmpago seguido de estupro há 2 anos.
Realiza psicoterapia semanal e faz uso de escitalopram 20mg ao dia e alprazolam 0,5mg antes de dormir. Foi encaminhada para o atendimento familiar realizado pela enfermeira Roberta após identificação de conflitos conjugais pela equipe multiprofissional. Vem ao atendimento sozinha por se tratar do primeiro contato.
A seguir, acompanhe um trecho do atendimento entre a enfermeira Roberta e a paciente Marilda.
Com esses dados, coloque-se no papel do profissional de enfermagem e responda:
a) Você considera que a enfermeira Roberta utilizou métodos de comunicação terapêutica ou não terapêutica? Justifique sua resposta.
b) Quais métodos de comunicação terapêutica poderiam ter sido empregados no diálogo?
💡 2 Respostas
maysa soares
a) A profissional deixou de utilizar diversas técnicas de comunicação terapêutica ao assumir uma postura de "o professor" que possui a solução para todos os problemas. Suas falas são muito maiores do que as da paciente, revelando pouco exercício da escuta ativa. Além disso, o ato de realizar anotações sem avisar durante exploração de assuntos delicados traz impressão de frieza e distanciamento. Ela se ateve a perguntas técnicas e íntimas de forma precoce antes de estabelecer vínculo com a paciente.
b) A enfermeira Roberta deixou de utilizar a técnica de amplas aberturas, que permite à paciente conduzir a entrevista. Para realizar essa técnica, não basta questionar uma única vez sobre o motivo do atendimento, é preciso dar continuidade a esse processo. A técnica de oferta de informações também não foi empregada de forma suficiente. A técnica de encorajamento da descrição de uma percepção poderia ter sido empregada para explorar melhor as percepções de Marilda sobre outros aspectos do relacionamento conjugal e da própria sexualidade. A enfermeira também deixou de perceber e explorar os sinais de tensão expressos por Roberta ao hesitar nas respostas.
Carolina Fermiano
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