A "controvérsia de Valladolid" foi um debate ocorrido na cidade de Valladolid, na Espanha, em 1550-1551, que discutiu a questão da legitimidade do domínio e da colonização espanhola sobre os povos indígenas das Américas.
A controvérsia foi iniciada pelo frei dominicano Bartolomé de las Casas, que denunciava os abusos cometidos pelos espanhóis contra os nativos e defendia a ideia de que eles tinham alma e direitos humanos, assim como os europeus. Em resposta, o teólogo Juan Ginés de Sepúlveda argumentou que os indígenas eram "naturalmente" inferiores e que a escravidão e a conquista eram justificáveis para civilizá-los e cristianizá-los.
O debate na controvérsia de Valladolid envolveu figuras importantes da época, incluindo o rei Carlos V e o filósofo renascentista Francisco de Vitoria, que defendeu o direito natural dos povos indígenas à sua terra e à sua autonomia.
Apesar de não ter sido alcançado um consenso durante a controvérsia, o debate levou à promulgação das chamadas "Leis Novas" em 1542, que reconheceram os direitos dos povos indígenas e limitaram a escravidão. No entanto, essas leis foram frequentemente ignoradas pelos colonizadores espanhóis, e a opressão e a exploração dos povos indígenas continuaram por muitos anos. A controvérsia de Valladolid é vista como um marco importante na história do pensamento político e ético ocidental, e influenciou debates subsequentes sobre a justiça e a legitimidade do colonialismo e da dominação europeia sobre outras culturas e povos.
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