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Hely Lopes Meirelles sustenta que diante de sua grande importância e autonomia na federação brasileira o Município é uma “entidade estatal de terce...

Hely Lopes Meirelles sustenta que diante de sua grande importância e autonomia na federação brasileira o Município é uma “entidade estatal de terceiro grau, integrante e necessária ao nosso sistema federativo”, ou seja, nossa Federação é trina (tríplice), e não dualista.. No mesmo sentido decidiu o C. STF na ADIn-MC 2.38 1/RS, DJU, 14-12-2001. O art. 87 do ADCT, inserido pela EC n. 37/2002, e a Lei de Responsabilidade Fiscal (art. 2º da LC n. 101/2000) incluem os Municípios entre os entes da Federação. José Afonso da Silva, por sua vez, leciona que “o município é componente da Federação mas não entidade federativa”, destacando que por onze vezes (entre elas o § 1º do art. 5º e o inciso II do art. 60) a Constituição Federal utiliza as expressões unidades da Federação e unidade federada sem incluir os Municípios. Entre outros requisitos das unidades federadas, os Municípios não dispõem de Poder Judiciário próprio ou representante exclusivo no Senado Federal. A criação, incorporação, fusão (dois ou mais Municípios são extintos e formam uma nova cidade) ou desmembramento de Municípios depende de estudos quanto à viabilidade do ente que se quer formar (EC n. 15, de 12-9-1996), da aprovação, por plebiscito, das populações dos Municípios envolvidos (segundo prevalece na doutrina e consta do art. 7º da Lei n. 9.709/1998, população da área desmembrada e da área que poderá ser emancipada), da observância dos requisitos previstos em lei complementar federal que disciplina a matéria e de lei estadual. Havendo empate no plebiscito, fica vedada a criação do novo Município, conforme já decidiu o STF no julgamento da Ação Rescisória n. 798/1983. Prevalece atualmente que a EC n. 15/1996 depende de regulamentação por nova lei complementar, razão por que inúmeras Assembléias Legislativas suspenderam os procedimentos emancipacionistas. Quem sustenta a aplicabilidade imediata das regras da EC n. 15/1996 argumenta que as normas anteriores (LC n. 1/1967 e Dec.-Lei n. 411/1969) foram recepcionadas e disciplinam a questão. O C. Supremo Tribunal Federal, ao apreciar a ADIn-MC 2.38 l/RS, concluiu: “Embora não seja auto-aplicável o § 4º do art. 18 da CF (nova redação dada pela EC 15/96) — que sujeita à lei complementar federal os critérios para criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios —, é imediata sua eficácia mínima, de modo a impedir a instauração e conclusão de processos de emancipação de municípios em curso, ate que advenha a lei complementar federal”. No mesmo sentido a liminar concedida pelo C. STJ no Mandado de Segurança n. 2.812-A, suspendendo plebiscito emancipatório. Em São Paulo, onde os projetos de emancipação estão temporariamente suspensos na Assembléia Legislativa aguardando a nova lei complementar federal, a questão é disciplinada pela LC estadual n. 651/1990. Ao julgar o Conflito de Competência n. 2.530/1992, o STJ concluiu que compete à Justiça Estadual, e não à Justiça Eleitoral, processar e julgar mandado de segurança contra ato do plenário da Assembléia Legislativa que determina a realização de plebiscito objetivando a emancipação de distrito. A competência da Justiça Eleitoral, no processo emancipacionista, restringe-se a prestar informações sobre o eleitorado da área e a proceder à realização e apuração do plebiscito. O art. 29 da CF dispõe que o Município se regerá por lei orgânica votada em dois turnos, com o intervalo mínimo de dez dias e aprovada por 2/3 dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará. OS TERRITÓRIOS E O DISTRITO FEDERAL Para a criação de um Território (tramitam propostas de criação de Territórios na Região Amazônica), exige-se a aprovação da proposta pela população diretamente interessada, mediante plebiscito (a ser proposto por 1/3 dos deputados federais ou por 1/3 dos senadores), e a aprovação pelo Congresso Nacional por lei complementar — que exige o vot

Hely Lopes Meirelles e o C. STF afirmam que o Município é uma entidade estatal de terceiro grau, integrante e necessária ao nosso sistema federativo.
José Afonso da Silva afirma que o Município é componente da Federação, mas não entidade federativa.
Os Municípios dispõem de Poder Judiciário próprio e representante exclusivo no Senado Federal.
A criação, incorporação, fusão ou desmembramento de Municípios depende de estudos quanto à viabilidade do ente que se quer formar, da aprovação, por plebiscito, das populações dos Municípios envolvidos, da observância dos requisitos previstos em lei complementar federal que disciplina a matéria e de lei estadual.
A EC n. 15/1996 depende de regulamentação por nova lei complementar, razão por que inúmeras Assembléias Legislativas suspenderam os procedimentos emancipacionistas.
O STJ concluiu que compete à Justiça Eleitoral, e não à Justiça Estadual, processar e julgar mandado de segurança contra ato do plenário da Assembléia Legislativa que determina a realização de plebiscito objetivando a emancipação de distrito.
a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 2, 4 e 5 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 3 e 6 são verdadeiras.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.

Respostas

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A alternativa correta é a letra c) Somente as afirmativas 2, 4 e 5 são verdadeiras.

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