No curso da instrução processual, após a oitiva das testemunhas arroladas na denúncia e do interrogatório do acusado, valendo-se do disposto no artigo 406 do Código de Processo Penal, a defesa postulou por novas provas, o que foi indeferido pelo juiz, que fundamentando ser o destinatário da prova, alegou que caberia a ele – caso entendesse necessária – determinar a produção de outras provas, além daquelas já colhidas na instrução. Em seguida, abrindo-se prazo comum para as alegações finais, prolatou sentença, julgando procedente a ação.
Como o advogado do acusado deve agir?
O advogado do acusado pode interpor recurso de apelação contra a sentença proferida pelo juiz, alegando que o indeferimento das provas solicitadas prejudicou a defesa do seu cliente. O recurso deve ser apresentado no prazo de 5 dias após a publicação da sentença. Além disso, o advogado pode requerer a produção de outras provas em recurso de apelação, caso entenda necessário.
Valendo-se da faculdade legal prevista no artigo 406 do CPP, tinha a defesa direito a produzir outras provas, sobretudo diante das novas circunstâncias que surgiram durante a instrução. Ao indeferir este requerimento e ainda fundamentar esta decisão no modelo de sistema penal inquisitivo (em que o juiz exercia a função de acusador, instrutor e julgador) e ainda sob a equivocada ideia de que o juiz é o destinatário da prova, quando na verdade a prova é do processo e passa por diferentes graus de jurisdição, incorreu em clara ofensa ao princípio do contraditório e da ampla defesa, o que deve ser alegado – preliminarmente – no recurso de apelação a ser interposto contra esta sentença (alegação de nulidade por cerceamento de defesa), buscando sua anulação.
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