“No domínio econômico, a história da África Austral articula‑se, parcialmente, em torno da questão fundiária, especificamente, no que se refere à luta pelas terras mais férteis. Ela também se associa à questão do trabalho, tanto voluntário quanto forçado, sedentário ou migrante. Enfim, a história econômica da África Austral também concerne, evidentemente, ao capital extrativo, ou seja, ao capital provindo das atividades minerais ou relacionado a elas.”

Como você pode observar no mapa acima, a África Austral compunha um território rico em recursos minerais, o que levantou questões relativas ao trabalho empreendido para explorá-la. Sobre a relação entre a mineração e o regime do apartheid, podemos afirmar que:

• a condição do trabalhador negro, que era percebido como inferior, deu origem a inúmeras leis que reduziram seu protagonismo social, impulsionando a política segregacionista que ficou em vigor até a década de 1990.
• o apartheid foi uma política que oficializou o racismo, delimitando a presença do negro na sociedade sul-africana. Esse regime, contudo, se deu na esfera política e não tinha relação com o trabalho nas minas.
• como o segregacionismo proibindo o emprego de negros por brancos, mais de 50 mil trabalhadores chineses foram contratados para trabalhar na mineração e suprir essa demanda.
• a mineração era o único trabalho permitido ao homem negro e também o único ambiente em que ele podia assumir cargos hierarquicamente mais elevados do que brancos, isso, contudo, gerou um preconceito em relação à própria atividade de extração nas minas.
• as diversas minas e seus arredores passaram a ser designadas como “bantustões”, ou seja, territórios negros com bases étnicas.
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