(a) O recurso de Judite será recebido em ambos os efeitos, ou seja, devolutivo e suspensivo. O efeito devolutivo permite que o tribunal reexamine as questões de fato e de direito decididas na sentença, enquanto o efeito suspensivo suspende a eficácia da decisão recorrida até o julgamento do recurso.
No caso em questão, Judite interpôs o recurso de apelação alegando exclusivamente prescrição. A prescrição é uma matéria de ordem pública que pode ser conhecida a qualquer tempo e grau de jurisdição. Dessa forma, o recurso de Judite possui plausibilidade jurídica e, portanto, será recebido no efeito devolutivo, para que o tribunal analise a questão da prescrição levantada pela apelante.
(b) Não cabe a Tim propor apelação via adesividade recursal. A apelação via adesividade recursal é uma modalidade de recurso em que o terceiro interessado, mesmo não sendo afetado diretamente pela sentença, pode interpor recurso de apelação para discutir apenas a sua relação jurídica com a parte contrária. No entanto, no caso em questão, Tim não interpôs recurso de apelação, o que inviabiliza a possibilidade de utilizar a apelação via adesividade recursal.
(c) Caso Judite se esqueça de efetuar o preparo de seu recurso (e não estando sob gratuidade de justiça), algumas consequências processuais podem ocorrer. O preparo é o pagamento das despesas processuais necessárias para o trâmite do recurso. Se Judite não efetuar o preparo, poderá ocorrer a deserção do recurso, ou seja, o não conhecimento do recurso pelo tribunal.
A deserção do recurso implica a perda do direito de recorrer, sendo considerado como se o recurso não tivesse sido interposto. Nesse caso, a sentença proferida pelo juiz se tornará definitiva, não sendo mais possível a modificação da decisão judicial. A parte contrária (Fábio) poderá requerer a baixa dos autos para a origem a fim de que seja iniciada a fase de cumprimento da sentença.
Cabe ressaltar que, nos termos do artigo 1.007 do Código de Processo Civil brasileiro, o preparo é requisito essencial para a admissibilidade do recurso, salvo se a parte estiver amparada pela gratuidade de justiça. Portanto, se Judite não estiver sob gratuidade de justiça e não efetuar o preparo, as consequências processuais serão a deserção do recurso e a manutenção da sentença proferida pelo juiz.
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