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4- Por que a sucessão do companheiro prevista no artigo 1790 do CC foi declarado inconstitucional pelo STF? O art. 1.790 do CC foi declarado incons...

4- Por que a sucessão do companheiro prevista no artigo 1790 do CC foi declarado inconstitucional pelo STF? O art. 1.790 do CC foi declarado inconstitucional por meio do RExt nº 876.894. No art. 1.790, inciso II, do CC, estabelece-se que a companheira ou companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, se se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles. Tal dispositivo foi considerado inconstitucional, entretanto, em razão do prevalecimento da decisão que reconhece a inconstitucionalidade da diferenciação entre o casamento e a união estável para fins sucessórios. Mas o porquê da importância da análise desta nova concepção? Primeiramente, a respeito da concorrência do companheiro na sucessão, destaca-se que o Código Civil estabelece que, em concorrência com os descendentes, caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer (art. 1.829, I, CC). Trata-se da ordem na qual será deferida a sucessão legítima. Entretanto, é preciso entender que a união estável não se confunde com o casamento, de modo que haviam dúvidas a respeito da aplicação deste dispositivo neste primeiro caso. Após o reconhecimento da inconstitucionalidade do art. 1.790 do CC, entendimento jurisprudencial fixado pelo Superior Tribunal de Justiça estabeleceu que o companheiro deve concorrer com igualdade em relação aos descendentes na partilha de bens particulares ao autor da herança. Dessa forma, o quinhão hereditário destinado a ela deve ser igual a todos os filhos do falecido, desde os frutos da união estável quanto aqueles concebidos em outra relação. O julgamento do STF também teve influência no caso de o companheiro ser o único herdeiro do falecido. O entendimento jurisprudencial é o de que o companheiro tem o direito do recebimento integral dos bens deixados pelo companheiro falecido, ressalvada a existência de manifestação de última vontade. Ou seja, apenas por força de testamento é possível que seja o companheiro afastado da herança (REsp 1617650 / RS). Já com relação o direito real de habitação, trata-se da concessão do uso, limitado à habitação, do bem imóvel utilizado como residência familiar, a ser fruído pelo cônjuge ou companheiro. O art. 1.831 do Código Civil garante ao cônjuge sobrevivente do direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência, desde que seja o único a inventariar. A partir do julgamento do REsp 1.134.387, estabeleceu-se jurisprudencialmente que o companheiro possui direito real de habitação, não apenas quando houver descendentes comuns, mas também quando concorrem filhos exclusivos do cônjuge falecido.


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A sucessão do companheiro prevista no artigo 1.790 do Código Civil foi declarada inconstitucional pelo STF por meio do RExt nº 876.894. O dispositivo estabelecia que o companheiro participaria da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, se concorresse apenas com descendentes do autor da herança, cabendo-lhe a metade do que coubesse a cada um daqueles. No entanto, essa diferenciação entre o casamento e a união estável para fins sucessórios foi considerada inconstitucional, pois violava o princípio da igualdade. A partir dessa decisão, o entendimento jurisprudencial é de que o companheiro deve concorrer com igualdade em relação aos descendentes na partilha de bens particulares ao autor da herança. Além disso, o companheiro tem o direito de receber integralmente os bens deixados pelo falecido, salvo manifestação de última vontade em contrário por meio de testamento. Quanto ao direito real de habitação, o companheiro também possui esse direito, não apenas quando há descendentes comuns, mas também quando concorrem filhos exclusivos do cônjuge falecido.

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