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As relações contratuais, em sua maioria, possuem um caráter sinalagmático: em um dos polos o credor e no outro o devedor, quem tem o dever de adimp...

As relações contratuais, em sua maioria, possuem um caráter sinalagmático: em um dos polos o credor e no outro o devedor, quem tem o dever de adimplir a obrigação.

João deseja muito adquirir uma televisão nova, pois com o fim do sinal analógico, teria que comprar um conversor digital e seu aparelho já é bastante antigo. Uma loja resolve então fazer uma grande promoção para os consumidores adquirirem o produto para assistir à Copa da Rússia em uma televisão nova e moderna.

Para atrair um público com uma renda menor e diminuir a chance de inadimplência, a loja lança uma nova modalidade de compra: o consumidor paga todas as prestações antes da retirada do produto e, em decorrência disso, parcela o aparelho em 10x sem juros e sem consulta a qualquer órgão de proteção ao crédito, já que a garantia de pagamento é absoluta.

João Antônio, empolgado em adquirir uma nova televisão, não lê o contrato assinado, que prevê em uma de suas cláusulas que, em caso de não pagamento de uma única prestação, o bem não seria entregue e o valor pago seria retido pela loja sem qualquer devolução.

Eis que o pior acontece, e João Antônio fica desempregado; não conseguindo mais saldar as parcelas da televisão, a loja retém todo o valor pago e não entrega a mercadoria, mesmo tendo sido pagas oito das prestações totais. João Antônio procura a Defensoria Pública para auxiliá-lo, pois não consegue mais pagar as prestações e não quer perder o bem.

​​​​​​​João Antônio contrata você como advogado para resolver seu caso. Qual o argumento que você deve utilizar perante o juiz da causa para que João Antônio não tenha o bem confiscado pela loja?


💡 1 Resposta

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O argumento que você pode utilizar perante o juiz da causa para que João Antônio não tenha o bem confiscado pela loja é a alegação de que a cláusula do contrato que permite a retenção do valor pago e a não entrega do produto em caso de não pagamento de uma única prestação é abusiva e contrária ao princípio da boa-fé objetiva. Você pode argumentar que essa cláusula coloca João Antônio em uma situação de desvantagem excessiva, uma vez que ele já pagou a maior parte das prestações e não terá o bem em mãos. Além disso, é possível alegar que a loja não agiu de forma transparente ao não informar claramente sobre as consequências do não pagamento de uma prestação. Portanto, é possível pleitear a anulação dessa cláusula e a entrega do bem a João Antônio. No entanto, é importante ressaltar que essa é apenas uma orientação geral e que um advogado especializado em direito do consumidor poderá fornecer uma análise mais precisa e adequada ao caso específico.

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