De acordo com o fragmento de texto apresentado, o autor Ruy Moreira (2007) argumenta que a geografia se afastou da cartografia devido à incapacidade dos produtos cartográficos em refletir adequadamente as mudanças reais ocorridas no espaço geográfico. Ele afirma que a cartografia se tornou uma forma sem conteúdo, enquanto a geografia se tornou um conteúdo sem forma. Essa afirmação se baseia na ideia de que a linguagem cartográfica utilizada pelos geógrafos atualmente está desatualizada e não consegue estabelecer uma relação adequada com a realidade espacial contemporânea. Por outro lado, a geografia, que detém o conhecimento teórico e conceitual, não consegue se expressar de forma eficiente por meio dos produtos cartográficos existentes. Para solucionar esse problema, o autor sugere a necessidade de reinventar a linguagem cartográfica, de modo que ela possa ser uma expressão da linguagem conceitual da geografia. Isso implica em utilizar a semiologia gráfica e a comunicação cartográfica de forma mais atualizada e eficaz, de modo a representar as mudanças reais ocorridas no espaço geográfico de maneira adequada. Portanto, a afirmação de que a "Cartografia seria hoje uma forma sem conteúdo e a Geografia um conteúdo sem forma" reflete a percepção do autor de que a cartografia atual não consegue transmitir de forma adequada o conhecimento geográfico, enquanto a geografia teórica não consegue se expressar de forma eficiente por meio dos produtos cartográficos existentes.