A anemia falciforme é uma doença genética que afeta a estrutura das hemácias, tornando-as em forma de foice e dificultando o transporte de oxigênio pelo corpo. Essa condição é causada por uma mutação no gene responsável pela produção da hemoglobina, chamada de gene da hemoglobina S. A prevalência da anemia falciforme em alguns países da África se deve a um fenômeno conhecido como seleção natural. A malária, uma doença transmitida por mosquitos, é endêmica em muitas regiões da África. Estudos mostram que indivíduos heterozigotos para o gene da anemia falciforme (portadores de apenas um alelo mutante) têm uma maior resistência à malária em comparação com indivíduos com dois alelos normais. Essa resistência ocorre porque as hemácias em formato de foice têm uma vida útil mais curta e são mais propensas a serem destruídas pelo baço, onde o parasita da malária se reproduz. Dessa forma, os heterozigotos têm uma vantagem seletiva em áreas onde a malária é endêmica, pois têm uma maior chance de sobreviver e se reproduzir. No entanto, quando dois indivíduos heterozigotos têm um filho, existe uma chance de 25% de que a criança herde dois alelos mutantes e desenvolva a anemia falciforme. Portanto, a alta prevalência da doença em certas regiões da África está relacionada à vantagem seletiva conferida aos heterozigotos em relação à malária, apesar do risco de terem filhos com a forma grave da doença.
Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta
Compartilhar