O sistema de classificação que separa artesãos de artistas é baseado na dicotomia entre elite e povo, que está relacionada à mesma matriz que atribui conhecimento às classes dominantes e a opõe à produção, necessariamente associada às camadas subalternas. Em sociedades capitalistas, o trabalho manual e o trabalho intelectual são pensados e experimentados como profundamente distintos e distantes um do outro. A separação entre modalidades de trabalho ocorreu em um momento preciso da história e se aprofundou no capitalismo, como resultado de sua organização interna. A dissociação entre "fazer" e "saber", embora tecnicamente falsa, é fundamental para a manutenção das classes sociais, pois justifica que alguns tenham poder sobre o trabalho dos outros.
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