“Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo.
Sou variamente outro do que um eu que não sei se e...
“Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo.
Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros)...
Sinto crenças que não tenho.
Enlevam-me ânsias que repudio.
A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me ponta
traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha,
nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo.”
Fernando Pessoa
Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de várias funções da linguagem, com o predomínio, entretanto, de uma sobre as outras.
Em relação ao poema de Fernando Pessoa, pode-se dizer:
Questão 10 Escolha uma opção:
a.
O referente (ou contexto) é o elemento que se sobressai em detrimento dos demais, assim a função da linguagem predominante é a referencial.
b.
O enunciador tem como objetivo principal a manutenção da comunicação, em detrimento da mensagem a ser dita, desse modo a função da linguagem predominante é a fática.
c.
A expressão subjetiva do enunciador se sobrepõe à forma como a mensagem está sendo transmitida, desse modo a função da linguagem predominante é a emotiva
d.
O discurso do enunciador tem como foco o próprio código, por isso a função predominante da linguagem é a metalinguística.
e.
O interlocutor é o foco do enunciador na construção da mensagem, dessa forma a função da linguagem predominante é a apelativa (ou conativa).
No poema de Fernando Pessoa, pode-se dizer que a função predominante da linguagem é a emotiva, pois o enunciador expressa subjetivamente suas dúvidas e incertezas em relação a si mesmo e ao mundo ao seu redor. As outras funções da linguagem também estão presentes, mas em menor grau.
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