Durante as últimas duas décadas, a comunidade científica concentrou sua atenção em contaminantes emergentes, como produtos farmacêuticos, hormônios...

Durante as últimas duas décadas, a comunidade científica concentrou sua atenção em contaminantes emergentes, como produtos farmacêuticos, hormônios e produtos de higiene pessoal. Os contaminantes alquilfenóis, ftalatos e bisfenol também são preocupantes e precisam ser monitorados, pois são prejudiciais à biota aquática. Essa preocupação decorre do fato de algumas substâncias classificadas como desreguladores endócrinos serem capazes de interferir no sistema endócrino de animais que estão constantemente expostos a elas. Pouco se sabe sobre os possíveis efeitos que podem causar à saúde humana. Algumas evidências sugerem que a antecipação da menarca, a deterioração da qualidade do sêmen e o aumento da incidência de câncer de mama podem estar associados à exposição humana a esses compostos. Atualmente, contaminantes emergentes como nanomateriais, bloqueadores solares, retardadores de chama, medicamentos não sujeitos a receita médica, produtos farmacêuticos e produtos de higiene pessoal não são considerados pela legislação vigente que regulamenta a qualidade da água potável. [...] alguns deles são muito recalcitrantes o que dificulta sua completa degradação ao passar pelo sistema de tratamento de água. Inúmeros estudos têm demonstrado que os efluentes são os principais contribuintes para a contaminação dos corpos hídricos por essas substâncias. Isso ocorre porque os efluentes convencionais as estações de tratamento não são capazes de remover de forma eficiente alguns desses compostos. Além disso, em algumas áreas do Brasil, por exemplo, os lançamentos de esgoto bruto em rios e lagos são amplamente praticados. Tecnologias emergentes que mostram maior eficiência na remoção desses poluentes já são aplicadas em estações de tratamento de água em vários países preocupados com a qualidade de suas bacias hidrográficas e da água potável delas derivada.