Uma das atividades do operador do Direito é analisar as normas e seus reflexos na sociedade. As finanças do município de Santa Cruz do Sul, no Amapá, estavam bastante complicadas, principalmente pela alta sonegação dos empresários locais. O município necessitava de mais servidores para fiscalizar o recolhimento dos tributos municipais, então o prefeito, na Lei Orçamentária Anual 2023, inseriu a criação de cinco cargos de auditor de tributos e, para custear tal despesa, estabeleceu que uma parcela da arrecadação do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) seria destinada a despesas com pessoal. Analisando a Lei Orçamentária os vereadores entenderam que houve violação de dois princípios orçamentários. A atividade de aprofundamento consiste em construir um texto de no máximo de uma página contemplando os princípios orçamentários infringidos, indicando os dispositivos constitucionais pertinentes.
Os princípios orçamentários violados na Lei Orçamentária Anual 2023 do município de Santa Cruz do Sul, no Amapá, foram o princípio da exclusividade e o princípio da legalidade. O princípio da exclusividade, previsto no artigo 165, §8º da Constituição Federal, estabelece que a lei orçamentária anual deve conter apenas matérias orçamentárias, ou seja, aquelas que se referem à previsão de receitas e fixação de despesas. A criação de cargos públicos não é uma matéria orçamentária, mas sim uma matéria de pessoal, o que viola o princípio da exclusividade. Já o princípio da legalidade, previsto no artigo 37 da Constituição Federal, estabelece que a administração pública deve obedecer à lei em todas as suas ações. No caso em questão, a destinação de uma parcela da arrecadação do IPTU para despesas com pessoal não está prevista em lei, o que viola o princípio da legalidade. Dessa forma, é necessário que a Lei Orçamentária Anual seja revista para adequar-se aos princípios orçamentários e constitucionais.
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Direito Financeiro Aplicado
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