O antropólogo Claude Lévi-Strauss estudou o 'pensamento selvagem' para mostrar que os chamados selvagens não são atrasados nem primitivos, mas oper...

O antropólogo Claude Lévi-Strauss estudou o 'pensamento selvagem' para mostrar que os chamados selvagens não são atrasados nem primitivos, mas operam com o pensamento mítico. O mito e o rito, escreve Lévi-Strauss, não são lendas nem fabulações, mas uma organização da realidade a partir da experiência sensível enquanto tal. Para explicar a composição de um mito, Lévi-Strauss refere-se a uma atividade que existe em nossa sociedade e que, em francês, se chama bricolage. O que faz um bricoleur, ou seja, quem pratica bricolage? Produz um objeto novo a partir de pedaços e fragmentos de outros objetos. Vai reunindo, sem um plano muito rígido, tudo o que encontra e que serve para o objeto que está compondo. O pensamento mítico faz exatamente a mesma coisa, isto é, vai reunindo as experiências, as narrativas, os relatos, até compor um mito geral. Com esses materiais heterogêneos, explica a origem e a forma das coisas, suas funções e suas finalidades, os poderes divinos sobre a Natureza e sobre os humanos. O mito possui, assim, três características principais, citadas a seguir. 1. Função explicativa: o presente é explicado por alguma ação passada cujos efeitos permaneceram no tempo. Por exemplo, uma constelação existe porque, no passado, crianças fugitivas e famintas morreram na floresta e foram transformadas em estrelas. 2. Função justificativa: o mito explica por que as coisas são como são e não de outra maneira. Por exemplo, por que o sol nasce no leste e se põe no oeste. 3. Função simbólica: o mito é uma linguagem que fala de coisas que não podem ser ditas de outra maneira. Por exemplo, o mito de Édipo fala do incesto, da castração e da morte, coisas que não podem ser ditas diretamente. (Adaptado de CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2000. p. 23-24.) Com base no texto, é correto afirmar que:

Lévi-Strauss estudou o 'pensamento selvagem' para mostrar que os chamados selvagens não são atrasados nem primitivos, mas operam com o pensamento mítico.
O mito e o rito, segundo Lévi-Strauss, não são lendas nem fabulações, mas uma organização da realidade a partir da experiência sensível enquanto tal.
O pensamento mítico reúne experiências, narrativas e relatos para compor um mito geral que explica a origem e a forma das coisas, suas funções e suas finalidades, os poderes divinos sobre a Natureza e sobre os humanos.
O mito possui três características principais: função explicativa, função justificativa e função simbólica.
a) I, II e III.
b) II, III e IV.
c) I, II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.