Poderíamos, ainda, relacionar a "cultura da violência" à existência de uma "cultura do medo" (KOURY, 2004), sendo esta caracterizada por uma fobia coletiva que parece reproduzir ações, que, assim como a cultura da violência, dedicam-se apenas aos efeitos, e não às causas. Nossa descrença enquanto sociedade, em um Estado que proporcione segurança aos cidadãos, tem como consequência o alto número de investimentos pessoais em segurança privada, por exemplo. Enjaulados atrás das grades que nós mesmos construímos para nos proteger, a realidade perversa da violência urbana em nada se altera, de modo que apenas atenuamos o medo por meio de ações que não levam em consideração a violência em sua dimensão mais ampla. A mudança de hábitos em prol do que entendemos ser uma vida mais segura auxilia no fortalecimento de uma cultura calcada no medo, ao mesmo tempo em que ignora o que verdadeiramente tem auxiliado na reprodução das violências.
SCHIMITT, M. Antropologia e Cultura Brasileira. Capítulo 4. Disponível na Biblioteca Virtual.
Segundo o texto:
.I. A segurança pública no Brasil está aquém do ideal.
II. A sociedade utiliza muros e grades como uma resposta a violência urbana.
III. Medidas de proteção atenuam a violência urbana.
IV. As causas da cultura da violência independem dos direitos humanos.
É correto o que se afirma em
a.
II e IV, apenas.
b.
I e IV, apenas.
c.
I, II, III e IV.
d.
III e IV, apenas.
e.
I e II, apenas.
De acordo com o texto, podemos afirmar que as alternativas corretas são a letra "a) II e IV, apenas". Isso porque o texto menciona que a sociedade utiliza muros e grades como uma resposta à violência urbana (alternativa II) e que a cultura da violência não é causada pelos direitos humanos (alternativa IV). Já as alternativas I e III são contrárias ao que é mencionado no texto. A alternativa c) inclui todas as alternativas, o que não é verdadeiro. E as alternativas d) e e) não incluem a alternativa II, que é mencionada no texto.
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