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Leia os textos a seguir.   TEXTO 1   Para Tomás de Aquino, portanto, a natureza, no sentido daquela força interior que faz com que as coisas sejam ...

Leia os textos a seguir.

 

TEXTO 1

 

Para Tomás de Aquino, portanto, a natureza, no sentido daquela força interior que faz com que as coisas sejam o que são, é expressão da vontade criadora de Deus, pela qual os homens foram criados todos iguais entre si. Isto significa que, por natureza, isto é, segundo o plano originário divino, toda pessoa humana é um fim em si mesma, nunca um simples meio referido a outra. Aristóteles já definira o homem livre como “aquele que é causa [final] de si mesmo”, classificando o escravo, a partir do livre, e tomando-o como aquele que, por natureza, possui em outrem sua causa, como o que é um mero instrumento – um instrumento animado. Tomás inverte os polos: por natureza ninguém é instrumento de outrem, pois, por ela, tanto o servo como o senhor são criaturas de Deus e participam da mesma racionalidade; portanto, a desigualdade que resulta da servidão deve ser procurada alhures.

 

BONI, Luis Alberto de. Estudos sobre Tomás de Aquino [recurso eletrônico]. Pelotas: NEPFIL Online, 2018 (adaptado).

 

TEXTO 2

 

O contato mais próximo dos pensadores latinos com o aristotelismo trouxe ao século XIII uma intensa reflexão acerca da relação entre fé e razão. Situa-se nesse contexto a figura de Tomás de Aquino. Para Tomás, as criaturas participam do ser de Deus e de Sua verdade, e, assim, o conhecimento racional, oriundo da experiência sensível, não pode se opor à fé, porque tem Deus como fonte comum. Se as criaturas se assemelham em parte a Deus, pode-se conhecê-lo parcialmente por meio delas. Destarte, Tomás elabora cinco vias de comprovação da existência de Deus pela experiência sensível e ainda demonstra alguns atributos da essência divina, negando de Deus os limites pelos quais as criaturas d’Ele se distinguem e afirmando d’Ele em grau máximo as perfeições pelas quais as criaturas a Ele se assemelham.

 

MARTINS, João Victor Melo; MEIRELLES, Regina Lúcia Praxedes de. Fé e razão como vias de acesso ao conhecimento de Deus no pensamento de Tomás de Aquino. CES REVISTA, Juiz de Fora, v. 29, n. 2. p. 102-118, ago./dez. 2015 (adaptado).

 

Dado o exposto, considere a situação a seguir.

 

Joana é professora e, ao explicar sobre a filosofia de Tomás de Aquino, seus alunos pediram que ela aprofundasse a explicação sobre as cinco vias de acesso a Deus desenvolvidas por Tomás. Ela, então, resolveu dar mais uma aula sobre o tema, elencando informações sobre em que consistem essas cinco vias.

 

Considerando os textos 1 e 2, as cinco vias de acesso a Deus desenvolvidas por Tomás e a situação apresentada, avalie as afirmações a seguir.

 

I. Joana pode citar a segunda via proposta por Tomás de Aquino, que defende que, para tudo o que existe, é necessário haver uma causa e assim por diante, e, pensando dessa forma, chega-se então à causa primeira, que é Deus.

 

II. Joana pode explicar que, de acordo com a quarta via exposta por Tomás de Aquino, existem coisas boas e outras não tão boas e esses diferentes graus de perfeição presentes nas coisas pressupõem um máximo grau de perfeição, que é Deus.

 

III. Joana pode mencionar que a última via de acesso a Deus desenvolvida por Tomás se refere ao fato de que existe uma ordem percebida nas diversas coisas do mundo, dessa forma, essa ordem pressupõe um ordenador que faça com que as coisas sejam ordenadas para um fim; esse ordenador é Deus.

 

É correto o que se afirma em

A) 

I, apenas.

B) 

II e III, apenas.

C) 

I e II, apenas.

D) 

III, apenas.

E) 

I, II e III.


Respostas

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A alternativa correta é a letra E) I, II e III. Joana pode citar a segunda via proposta por Tomás de Aquino, que defende que, para tudo o que existe, é necessário haver uma causa e assim por diante, e, pensando dessa forma, chega-se então à causa primeira, que é Deus. Além disso, ela pode explicar que, de acordo com a quarta via exposta por Tomás de Aquino, existem coisas boas e outras não tão boas e esses diferentes graus de perfeição presentes nas coisas pressupõem um máximo grau de perfeição, que é Deus. Por fim, ela pode mencionar que a última via de acesso a Deus desenvolvida por Tomás se refere ao fato de que existe uma ordem percebida nas diversas coisas do mundo, dessa forma, essa ordem pressupõe um ordenador que faça com que as coisas sejam ordenadas para um fim; esse ordenador é Deus.

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