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Um dilema muito citado, especialmente em estudos de desenvolvimento moral, é o Dilema de Heinz, proposto por Kohlberg, que diz: “Uma mulher estava ...

Um dilema muito citado, especialmente em estudos de desenvolvimento moral, é o Dilema de

Heinz, proposto por Kohlberg, que diz:

“Uma mulher estava à beira da morte devido a um tipo de câncer. Uma droga pode salvá-la, uma nova fórmula

que um farmacêutico de sua cidade havia desenvolvido. Ele está cobrando $ 2.000,00 pelo medicamento, cerca

de dez vezes o preço de custo. O marido desta senhora, chamado Heinz, procurou todas as pessoas que

conhecia para pedir dinheiro emprestado, mas conseguiu apenas metade da quantia necessária. Ele falou com

o farmacêutico e disse que sua esposa estava morrendo e pediu que lhe vendesse a droga mais barata ou que

deixasse para complementar o pagamento posteriormente. Contudo, o farmacêutico disse: ‘Não!’. O homem

ficou desesperado e arrombou a farmácia para roubar a droga para sua mulher. O marido deveria fazer isso?

Por quê?”

Qual princípio da bioética você aplicaria para resolver este dilema?

I - Beneficência, ação feita com obrigação dupla: 1°) não causar dano; 2°) maximizar os benefícios possíveis e

minimizar os prejuízos. Em séculos anteriores, a beneficência provocou uma conduta autoritária por parte do médico:

o paciente era considerado um incompetente físico e moral, e tal situação foi denominada paternalismo. Pensar saber

o que é o bem em relação a outra pessoa - que, a seu ver, necessita de proteção e cuidado - contraria o princípio da

autonomia, o qual pressupõe que todo ser humano pode decidir sobre si mesmo e é livre para fazê-lo, bem ou mal.

No principialismo, a beneficência requer que o bem seja feito sem perder de vista o acordo moral do paciente:

entende que os valores morais são uma força na recuperação da saúde, caso a pessoa estiver segura de que será

respeitada.

II - Não maleficência: obrigação de não infligir dano intencional ao outro. Maleficência diz respeito ao resultado de

uma ação.

III - Autonomia: é o direito de o indivíduo não sofrer interferência nas decisões acerca de seu próprio bem-estar. A

noção de autonomia implica receber informações suficientes para limitar a ignorância e para a autodeterminação

consciente. A autonomia presume competência, ou seja, capacidade para processar informações, escolher fins e

meios e agir de acordo, baseado em decisões razoáveis. Os principais fatores que anulam a autonomia são os casos

de limitação natural da competência.

IV - Justiça é diferente do Direito: justiça é princípio moral e Direito é princípio de convívio social. Baseia-se na

distribuição justa ou merecida. A injustiça caracteriza-se quando um benefício que uma pessoa merece lhe é negado

por uma boa razão ou quando um encargo é imposto devidamente. Aristóteles já dizia que os iguais devem ser

tratados igualmente e os diferentes de maneira diferente, utilizando o critério estabelecido para classificar o não

igual.

É coreto o que se afirma em:

A) I, apenas.

B) II, apenas.

C) III, apenas.

D) IV, apenas.

E) I e II, apenas.