Você já deve ter notado que a imprensa e o jornalismo vêm sofrendo críticas, acusados de não serem objetivos nem imparciais. A proliferação de blog...

A semiótica é uma ciência que estuda os signos e sua interpretação. A partir dessa perspectiva, podemos dizer que os mesmos fatos podem gerar diferentes interpretações porque cada indivíduo tem sua própria bagagem cultural, experiências e valores que influenciam na forma como ele interpreta os signos. Além disso, a linguagem utilizada na comunicação também pode ser ambígua e gerar diferentes interpretações. Por isso, é importante que o jornalismo busque ser o mais claro e objetivo possível na transmissão das informações, para minimizar as possibilidades de interpretações equivocadas.

Mesmo os enunciados que se propõem a ser os mais objetivos podem gerar diferentes interpretações. Primeiro, em razão do fato de os significados das palavras não terem relação direta com a realidade, uma vez que são produtos do funcionamento semiótico da linguagem. Esse funcionamento atravessa um processo de significação, que funciona em diferentes níveis, como o denotativo e o conotativo.

O nível conotativo é aquele que não significa apenas um fato ou objeto, mas se utiliza de valores e convenções culturais para alcançar diferentes interpretações. Muitas vezes essas interpretações parecem ser naturais, literais, quando na verdade escondem um conteúdo político, como no caso dos mitos.

Também há uma dimensão que coloca em jogo as figuras do emissor e do receptor: a dimensão do sentido. Mais do que um processo semiótico apenas de linguagem, o sentido diz respeito às intenções e aos objetivos de quem elabora as mensagens, além do seu contexto de recepção. A mesma mensagem pode ter diferentes sentidos, dependendo de quem a lê.