Caio Carbonari, professor da Unesp, entende que o agricultor acaba tendo que decidir entre aumentar a produtividade numa mesma área com o uso de agrotóxicos ou buscar novas áreas por meio do desmatamento, embora o uso de agrotóxicos não impeça o desmatamento ilegal. Ou seja, uma economia baseada no aumento indefinido da produção agrícola impossibilita o alcance dos preceitos do(a) desenvolvimento sustentável, já que ambas as alternativas são causadoras de impactos ambientais. Esse modelo beneficia enormemente os(as) grandes produtores rurais, geralmente ligados(as) a multinacionais bilionárias, já que uma planta desenvolvida para ser mais produtiva não conseguiria sobreviver em condições normais. Vale lembrar que os principais agrotóxicos são feitos pelas mesmas empresas que desenvolvem sementes para as grandes culturas, o que torna a produção agrícola nacional dependente do fomento permanente a essas iniciativas. De fato, o Brasil possui um dos maiores potenciais para o crescimento do mercado do veneno, já que, por um lado, o clima tropical permite a produção de três safras no ano, no entanto, é muito mais propenso ao ataque de pragas. Resta saber se o país seguirá consumindo o grande rol de aditivos agrícolas ofertado pelas grandes multinacionais, ou se pautará seu modelo de produção no direito a um ambiente ecologicamente equilibrado e à sadia qualidade de vida, instituído pelo(a) desenvolvimento sustentável.
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