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A língua que falamos (nós todos, operário, professores, mecânicos, médicos e manicures) é bastante diferente da língua que escrevemos (isto é, aque...

A língua que falamos (nós todos, operário, professores, mecânicos, médicos e manicures) é bastante diferente da língua que escrevemos (isto é, aqueles dentre nós que têm a formação necessária para a tarefa de escrever). Assim, na cantina dizemos me dá um quibe aí, mas na língua escrita isso seria me dê um quibe. Note-se que se trata de duas formas de expressão igualmente adequadas, cada qual no seu contexto. Seria bastante estranho chegarmos na cantina e dizermos dê-me um quibe - o falante ia parecer pedante, até mesmo antipático ("quem esse cara tá pensando que é?) Uns momentos de reflexão devem deixar bem claro que as duas variedades existem, vão continuar a existir e, principalmente, não podem ser trocadas: escreve-se uma tese em português padrão escrito, pede-se um quibe em português falado. PERINI, M. A. Gramática do português brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2010. p. 19. A partir do excerto em análise e dos conceitos de gramática - normativa, descritiva e internalizada -, avalie as afirmações a seguir. I. O enunciado "me dá um quibe aí" pode ser assumido como adequado a certa situação comunicativa quando subjaz a essa afirmação o conceito de gramática descritiva. II. O enunciado "dê-me um quibe" tem sua estrutura associada ao conceito de gramática normativa. III. Tanto "me dá um quibe aí" quanto "dê-me um quibe" são enunciados cuja produção corresponde à gramática internalizada do falante. IV. Caso alguém produzisse o enunciado "dá um quibe me aí", ele seria julgado como agramatical pelos preceitos da gramática internalizada. É correto o que se afirma em A) III e IV, apenas. B) I e II, apenas. C) I, II, III e IV. D) I, III e IV, apenas. E) I, II e IV, apenas.

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A alternativa correta é a letra D) I, III e IV, apenas. A afirmação I está correta, pois o conceito de gramática descritiva considera que a língua é um fenômeno vivo e em constante mudança, e que a norma culta não é a única forma correta de se expressar. A afirmação II está incorreta, pois o enunciado "dê-me um quibe" não é uma regra gramatical, mas sim uma norma culta da língua portuguesa. A afirmação III está correta, pois tanto "me dá um quibe aí" quanto "dê-me um quibe" são enunciados que correspondem à gramática internalizada do falante. A afirmação IV está correta, pois o enunciado "dá um quibe me aí" é agramatical, ou seja, não segue as regras da gramática internalizada.

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