A concepção mecanicista de alfabetização é baseada na ideia de que a aprendizagem da leitura e da escrita é um processo mecânico, que pode ser ensinado por meio de técnicas e métodos específicos. Essa concepção surgiu no final do século XIX e início do século XX, em um contexto histórico de afirmação e consolidação da sociedade industrial capitalista. Os interesses da sociedade industrial capitalista influenciaram diretamente os processos educacionais e, especificamente, a alfabetização. O principal interesse era formar uma mão de obra qualificada para atender às demandas do mercado de trabalho, que estava em constante expansão. Para isso, era necessário que os alunos aprendessem a ler e a escrever de forma rápida e eficiente, para que pudessem se tornar trabalhadores produtivos. Essa concepção mecanicista de alfabetização foi influenciada pelo positivismo, que buscava a verdade absoluta e universal, homogeneizando as diferenças. Os métodos de alfabetização eram baseados em exercícios repetitivos e mecânicos, que visavam a memorização das letras e das palavras, sem levar em consideração o contexto social e cultural dos alunos. Assim, a influência dos interesses da sociedade industrial capitalista nos processos educacionais e na alfabetização foi marcante, produzindo reflexos até os dias atuais. Ainda hoje, é possível observar resquícios dessa concepção mecanicista de alfabetização em algumas práticas pedagógicas, que valorizam a memorização e a repetição em detrimento da compreensão e da reflexão crítica.
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