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Sem o Poder Naval não haveria este Brasil que herdamos de nossos antepassados. Conforme se verifica neste livro, o Poder Naval português, por algum...

Sem o Poder Naval não haveria este Brasil que herdamos de nossos antepassados. Conforme se verifica neste livro, o Poder Naval português, por algum tempo o luso-espanhol, e, mais tarde, após a Independência, o brasileiro, foram empregados com a violência necessária nos conflitos e nas guerras que ocorreram no passado. Toda vez que alguém utilizou a força para impor seus próprios interesses encontrou a oposição de um Poder Naval que defendeu com eficácia o território e os interesses que possibilitaram a formação do Brasil. Cabe observar que, em geral, o que qualquer nação mais deseja é a paz. Mesmo os países que promoveram as guerras do passado queriam alcançar a paz. A paz, porém, da forma que desejavam, impondo aos outros o que lhes convinha. A Alemanha mandou seus submarinos afundarem os navios mercantes brasileiros porque não queria que o Brasil, apesar de ser ainda neutro na Segunda Guerra Mundial, continuasse a fornecer matérias-primas para seus inimigos. Algumas dessas matérias-primas eram muito importantes para o esforço de guerra deles. O interesse do Brasil era continuar comerciando com quem desejasse e transportando as mercadorias livremente em seus navios, mas isto não era bom para os alemães, que precisavam vencer a guerra para alcançar a paz da forma que desejavam, o mais breve possível. Na paz que a Alemanha queria, suas conquistas territoriais deveriam ser reconhecidas pelos outros países e sua expansão, julgada por ela importante para o futuro dos alemães, imposta aos povos vencidos. A guerra resulta de conflitos de interesses. Ela ocorre porque não há um árbitro supremo para resolver completamente as questões entre os países. Existem organizações internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA), por exemplo, que muito ajudam para evitar a violência e manter essas questões no campo da diplomacia. Verifica-se, no entanto, que o poder delas é limitado, porque as nações são ciosas de sua soberania. Cada país precisa se precaver, cuidando da defesa de seus interesses, para que os outros nunca pensem em empregar meios violentos para resolver os conflitos. Não seria lógico pensar que alguém possa empregar a violência sem que imagine ter uma boa probabilidade de êxito, sofrendo apenas perdas aceitáveis. Cabe ao Poder Militar de um país – do qual o Poder Naval é também um dos componentes – criar permanentemente uma situação em que seja inaceitável, para os outros, respaldar seus interesses conflitantes com o emprego de força. Isto é, o nosso Poder Militar deve permanentemente dissuadir1 os outros países de usar a violência e é, consequentemente, o guardião da paz – daquela paz que nos interessa, evidentemente. No caso do Brasil, por exemplo, na paz que desejamos, a Amazônia é território nacional; o comércio internacional deve ser livre, assim como o uso do transporte marítimo nas rotas de nosso interesse; a maior parte do petróleo continua sendo extraída do fundo do mar, sem ingerências de outros países; a enorme área compreendida pela Zona Econômica Exclusiva e pela Plataforma Continental brasileira, chamada de Amazônia Azul2, é controlada pelo País; não ocorrem exigências anormais no pagamento de nossa dívida externa; entre outras coisas. A dissuasão é, portanto, uma das principais formas de emprego permanente do Poder Militar em tempo de paz, existindo outras, como veremos adiante. Na paz, ou no que se denomina paz no mundo, o confronto entre os países, resultante de conflitos de interesses, ocorre evitando, ao máximo, o uso da violência, porém, disputando politicamente, economicamente e em todas as outras manifestações da potencialidade nacional. Nesse contexto, o potencial ofensivo intrínseco dos instrumentos do Poder Militar faz com que seu emprego, mesmo indireto, possa excitar reações em países observadores. Tais reações podem simplesmente resultar de excitação acidental ou refletir resultados intencionalmente desejados por quem exerce esse emprego indireto do Poder Militar, chamado de persuasão armada. Como a paz é relativa, a persuasão armada não exclui nem o uso da força, de maneira limitada, desde que entendido como simbólico pelo país agredido. As grandes potências internacionais, como os Estados Unidos da América, a Rússia e outros utilizam permanentemente seus poderes militares. Dos componentes do Poder Militar, o Poder Naval pode ser empregado para exercer persuasão armada,


Essa pergunta também está no material:

Livro Introdução à História Marítima Brasileira
179 pág.

História Centro Universitário de BrasíliaCentro Universitário de Brasília

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