Estudar a Criminologia desde o “Sul Global” é entender que se investiga o crime desde uma sociedade pós-colonial. Há quem diga que a sociedade pós-...

Estudar a Criminologia desde o “Sul Global” é entender que se investiga o crime desde uma sociedade pós-colonial. Há quem diga que a sociedade pós-colonial, que sofreu séculos de exploração europeia, pode apesentar problemas semelhantes àqueles que se encontravam na Europa nas eras remotas de sua civilização.

A experiência pós-colonial sofre, ainda hoje, os reflexos da colonização europeia, e apresenta muitos problemas derivados da exploração sofrida.

Um exemplo bastante claro sobre esses reflexos tardios da colonização europeia pode ser observado nesse relato de um egresso do sistema prisional brasileiro: “[...] a configuração do ambiente remetia à época medieval. Aquelas masmorras, as grades, com espaços mínimos. Grades que quase não se podia colocar o dedo para fora. Dormir, em pé; porque não tinha outra maneira. Ou então, suspenso nas grades” (GLOBO, 2019).

É como se o Brasil experimentasse uma espécie de “Idade Média” tardia, e a crueldade dos suplícios não tivesse deixado o sistema penal brasileiro em pleno século XXI.

Estudar a Criminologia e as ciências sociais no “Sul Global” implica realizar uma análise contextualizada e crítica dos fenômenos históricos, políticos e culturais da sociedade. A Criminologia, nas sociedades pós-coloniais,

Alternativas:

• a)
• deve ser compreendida como “uma metáfora de sofrimento humano causada pelo capitalismo”, já que os crimes cometidos nas sociedades pós-coloniais se restringem aos delitos patrimoniais, sendo papel da Criminologia estudar o sofrimento humano que esses crimes ocasionam na sociedade.
• b)
• deve ser estudada compreendendo que se observa o fenômeno criminal desde uma sociedade impactada pelo colonialismo europeu e pelo imperialismo norte-americano, cujas consequências são agravadas pelo racismo e pela profunda desigualdade social gerada pelo capitalismo num contexto de subdesenvolvimento.
• c)
• deve ser compreendida como a ciência que aponta o “caminho do progresso”, deixando de observar tanto os erros do passado e da história colonialista do Brasil e focando na construção de um futuro preocupado com o progresso da sociedade brasileira.
• d)
• deve ser estudada considerando os impactos que o período imperialista ocasionou nos problemas sociais e criminais do país, considerando, no caso da experiência brasileira, a influência que a América do Norte exerceu sobre o contexto histórico, econômico, político e cultural do Brasil.
• e)
• deve ser considerada em convergência com a perspectiva pós-moderna, compreendendo que, ainda que o “Sul Global” tenha se desenvolvido com sistemas penais em contextos distintos dos europeus, devido à colonização europeia e o Imperialismo Norte-americano, os países subdesenvolvidos podem encontrar a solução para muitos de seus problemas espelhando-se na história do “Norte Global”.