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Três estruturas cerebrais são fundamentais para a formação de memórias: o lobo temporal, certos núcleos diencefálicos e o prosencéfalo basal. O lob...

Três estruturas cerebrais são fundamentais para a formação de memórias: o lobo temporal, certos núcleos diencefálicos e o prosencéfalo basal. O lobo temporal medial abriga o hipocampo, uma rede alongada, altamente repetitiva. A amígdala fica adjacente à extremidade anterior do hipocampo. Foi sugerido que ela avalie a importância emocional de uma experiência e, portanto, ative o nível de atividade do hipocampo. Desse modo, uma experiência emocional intensa é gravada de modo indelével na memória, mas estímulos indiferentes são desconsiderados com rapidez. Estudos com animais definiram um código de locais no hipocampo, um padrão de ativação celular que corresponde à localização do animal no espaço. Quando o animal é introduzido em um ambiente novo, o hipocampo fica bastante ativado. À medida que ele explora o ambiente, o disparo de certas regiões do hipocampo começa a corresponder a locais específicos no ambiente. Em cerca de 1 hora, uma representação interna bem detalhada do espaço externo (um “mapa cognitivo”) aparece na forma de padrões específicos de disparos das células do hipocampo. Esses padrões de disparo neuronal podem ter pouca semelhança espacial com o ambiente que representam; ao contrário, podem parecer arranjados de forma aleatória no hipocampo. Se o animal for colocado em um espaço que lhe seja familiar, apenas as regiões do hipocampo correspondentes apresentam atividade neural intensa. Quando o registro continua em períodos de sono, as sequências de disparos das células do hipocampo delineando uma via de navegação pelo ambiente são registradas, ainda que o animal esteja imóvel. Se o animal for removido do ambiente por vários dias e, então, reintroduzido, o código de locais do hipocampo antes registrado é logo reativado. Uma série de experimentos com animais dissociou a formação do código de locais do hipocampo de outros indícios visuais, auditivos ou olfativos, embora cada uma dessas modalidades possa contribuir para a geração do código de locais. Outros fatores podem incluir cálculos internos de distâncias baseados na contagem de passos ou em outra informação proprioceptiva. Dados de mutações genéticas específicas em camundongos implicaram tanto os receptores de glutamato N-metil-D-aspartato (NMDA) quanto a cálcio-calmudolina quinase (CaMKII) na formação de campos locais do hipocampo. Esses dados sugerem que o hipocampo seja um sítio significativo para formação e armazenamento de memórias imediatas e recentes. Embora ainda nenhum dado apoie a noção, é concebível que o mapa cognitivo hipocampal seja inapropriadamente reativado durante uma experiência de déjà vu. O mais famoso indivíduo objeto no estudo da memória é H.M., um homem com epilepsia intratável que teve ambos os hipocampos e as amígdalas removidos cirurgicamente para aliviar sua doença. A epilepsia foi controlada, mas ele ficou com uma completa incapacidade de formar e recordar memórias de fatos. A possibilidade de aprendizagem e as habilidades de memória de H.M. foram bastante preservadas, o que levou à sugestão de que a memória declarativa ou factual possa ser separada dentro do cérebro da memória processual ou relacionada a habilidades. Um déficit complementar na memória processual com preservação da memória declarativa pode ser observado em pessoas com doença de Parkinson, nas quais os níveis de dopamina estão reduzidos. Como a doença de Parkinson é uma doença degenerativa do sistema de neurotransmissão dopaminérgica na via nigroestriatal, foi postulado um papel da dopamina na memória processual. Outros relatos de caso implicaram ainda mais a amígdala e os tratos de fibras aferentes e eferentes do hipocampo como essenciais para a formação de memórias. Além disso, estudos de lesão sugeriram uma leve lateralização da função hipocampal, na qual o hipocampo esquerdo é mais eficiente na formação de memórias verbais, e o direito tende a formar memórias não verbais. Entretanto, após lesões unilaterais em humanos, o hipocampo remanescente pode compensá-las em larga medida. As causas clínicas de amnésia incluem alcoolismo, convulsões, enxaqueca, drogas, deficiências de vitaminas, traumatismo, AVC, tumores, infecções e doenças degenerativas.


💡 1 Resposta

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Qual é a função da amígdala na formação de memórias? A amígdala avalia a importância emocional de uma experiência e, portanto, ativa o nível de atividade do hipocampo. Desse modo, uma experiência emocional intensa é gravada de modo indelével na memória, mas estímulos indiferentes são desconsiderados com rapidez.

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