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46. UFRJ “Cabide de Molambo Meu Deus eu ando com o sapato furado, tenho a mania de andar engravatado. A minha cama é um pedaço de esteira, e uma l...

46. UFRJ

“Cabide de Molambo
Meu Deus eu ando com o sapato furado,
tenho a mania de andar engravatado.
A minha cama é um pedaço de esteira,
e uma lata velha que me serve de cadeira.
Minha camisa foi encontrada na praia,
a gravata foi achada na Ilha da Sapucaia.
Meu terno branco parece casca de alho,
foi a deixa de um cadáver, do acidente no trabalho.
O meu chapéu foi de um pobre surdo e mudo,
as botinas foi (sic) de um velho da revolta de Canudos.
Quando eu saio a passeio as damas ficam falando:
trabalhei tanto na vida pro malandro tá gozando.
A refeição é que é interessante,
na tendinha do Tinoco, no pedir eu sou constante.
O português, meu amigo, tenho orgulho,
me sacode um caldo grosso, carregado no entulho.”

BAHIANA, João da.

Desde o século XVI a sociedade brasileira tem se estruturado de modo a produzir a pobreza. Já
em 1642 o padre Antônio Vieira se perguntava:

“Mas não sei que injusta condição é a deste elemento grosseiro em que vivemos, que as mes-
mas igualdades do céu, em chegando à terra, logo se desigualam”.

Cite e explique duas características da economia brasileira que ajudam a entender a per-
manência multissecular da exclusão social entre nós.

Criação de uma economia baseada na monocultura de exportação, que gerou uma elite agrária e uma grande massa de trabalhadores pobres e sem acesso à terra;
Exploração do trabalho escravo, que impediu a formação de uma classe trabalhadora livre e organizada, além de ter gerado uma cultura de desvalorização do trabalho manual.

Essa pergunta também está no material:

HISTÓRIA 1000 QUESTÕES
311 pág.

História Universidade PaulistaUniversidade Paulista

💡 1 Resposta

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O texto apresentado é uma questão de prova da UFRJ que traz um poema de João da Bahiana e um trecho de um texto do padre Antônio Vieira. Em seguida, é solicitado que o estudante cite e explique duas características da economia brasileira que ajudam a entender a permanência multissecular da exclusão social entre nós. As duas características são: 1. Criação de uma economia baseada na monocultura de exportação, que gerou uma elite agrária e uma grande massa de trabalhadores pobres e sem acesso à terra; 2. Exploração do trabalho escravo, que impediu a formação de uma classe trabalhadora livre e organizada, além de ter gerado uma cultura de desvalorização do trabalho manual.

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