De Husserl, é um Ego transcen- dental, mas que, posteriormente, encontra sua radicalização máxima em Sartre. Assim, por meio de sua fenomenologia d...
De Husserl, é um Ego transcen- dental, mas que, posteriormente, encontra sua radicalização máxima em Sartre. Assim, por meio de sua fenomenologia da existência, no ato refle- xivo, como consciência de segundo grau, um Ego transcendente, visado pela consciência intencional, mostra-se como um único e mesmo Ego, po- rém, com duas faces, sendo elas: Je a face ativa e Moi a face passiva. O Ego, é objeto para a consciência. Eis aqui o momento em que há a radicalização fenomenológica em Sartre: sua ontologia afirma que o Ego é resultante da unidade das consciências. Ora, esta unidade é realizada pelo objeto trans- cendente. Um Ego que não está na consciência, é o produto da consciência e não o produtor, logo, o Ego está no mundo. Diante do exposto, podemos dizer que Sartre, no âmbito de sua fenomenologia existencial, reformulou os conceitos de Ego, de consciên- cia e de mundo, logo, construiu uma nova ontologia, ou seja, uma nova compreensão sobre a realidade humana, a qual se abriu para uma nova antropologia e se desdobrou em novas perspectivas epistemológicas, es- pecialmente para o campo da Psicologia. Desta forma, sua filosofia torna possível a compreensão das vivências paradoxais da condição humana bem como, de sua complexidade psicopatológica.
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