“Há alguns anos, um estudioso americano dos partidos políticos, examinando a literatura sobre o tema, observou que: "A análise organizativa dos par...

“Há alguns anos, um estudioso americano dos partidos políticos, examinando a literatura sobre o tema, observou que: "A análise organizativa dos partidos (...) é uma das mais antigas nas pesquisas sobre os partidos e também uma das mais frustrantes"'. E é realmente frustrante que, passado setenta anos da publicação da Sociologia dos Partidos Políticos, de Robert Michels, e trinta de Os Partidos Políticos de Maurice Duverger, e enquanto as pesquisas sobre todos os possíveis partidos existentes crescem em ritmo exponencial, as observações mais inteligentes e convincentes ainda devam ser buscadas, quase sempre, nesses velhos textos. Há uma evidente resistência na maioria dos trabalhos contemporâneos em estudar os partidos pelo que eles, antes de tudo, são: organizações. Em parte, essa resistência é, sem dúvida, o efeito de dificuldades objetivas relacionadas a toda tentativa de análise organizativa dos partidos. Mas, em parte, é também o resultado de preconceitos, de hábitos mentais difundidos na literatura sobre os partidos que criam barreiras e diafragmas difíceis de romper entre o observador e o objeto observado.” Fonte: PANEBIANCO, Angelo. Modelos de Partido. Organização e poder nos partidos políticos. São Paulo, SP: Martins Fontes, 2005, Capítulo I. Levando em conta os conteúdos discutidos na disciplina de Organização Partidária e a contextualização acima, analise as afirmações abaixo e assinale a alternativa correta sobre os preconceitos sociológico e teleológico: I. Preconceito sociológico é pressupor que as atividades dos partidos são produto direto das demandas dos grupos sociais que eles representam. II. Chama-se de preconceito teleológico quando se atribui, antecipadamente, objetivos aos partidos políticos. III. Esperar que os partidos sejam um reflexo perfeito das divisões da sociedade (partidos operários refletiriam as demandas de operários, por exemplo), é um preconceito teleológico. IV. Atribuir, antecipadamente, objetivos aos partidos a partir de uma expectativa do observador e esperar que esse objetivo imaginado ou até mesmo declarado pelo partido seja a sua razão de ser, é um preconceito sociológico.